Professional Documents
Culture Documents
Para a realização deste ensaio necessita-se de uma fonte de radiação, que pode ser
natural ou artificial, de um objeto (peça) e um meio de registro, no caso o filme
radiográfico.
Chamaremos de radiografia o resultado da exposição de um filme utilizando raios-X e
gamagrafia o resultado da utilização de raios gama.
Importante
- A radiação é invisível e não causa dor no instante de uma exposição acidental.
Portanto, atenção quando optar pela utilização da radiação como ferramenta de detecção
de descontinuidades.
- Deve-se ter em mente que as boas condições dos irradiadores são de fundamental
importância e de responsabilidade incontestável de seu proprietário.
- O operador não deve fazer a manutenção dos irradiadores, bem como manusear as
fontes.
- Para a utilização dos irradiadores, os operadores devem passar por treinamentos
específicos, não apenas um curso sobre como radiografar uma peça.
- Os isótopos não podem ser adquiridos sem permissão e autorização de operação. Isso
compete à CNEN.
- Nunca manipular ou utilizar os irradiadores ou aparelhos de raios-X, sem os devido
treinamento para a radioproteção.
- Qualquer acidente com uma fonte radiativa ou aparelho de raios-X, deve ser
imediatamente notificado à CNEN.
- O ensaio radiográfico exige um aparato especial para a radioproteção.
Propriedades dos raios-X e dos raios gama
Ambos são utilizados para a obtenção de uma imagem
Têm características e a mesma forma da luz visível. Fazem parte do espectro
eletromagnético.
Como a luz, ambos são refratados quando passam através de vidro, lente ou outro meio.
Os raios-X podem ser focalizados mas nas técnicas aplicadas aos ensaios não
destrutivos, não é aplicável.
As propriedades dos raios-X, Gama e luz visível, são similares. As diferenças estão nas
aplicações e nos efeitos que os raios-x e gama diferem da luz.
Uma particularidade dos raios-X e gama é a capacidade de penetrar a matéria.
Algumas propriedades dos raios-x e gama:
- são invisíveis;
- em casos especiais, são refletidos, refratados e polarizados, mas em grau muito menor;
- propagam-se a uma velocidade e 3x108 metros por segundo, como a luz;
- raios-X têm energia entre 1 keV e 50 MeV;
- raios-x para os ensaios não destrutivos, são produzidos pela interação de elétrons de
alta energia ou íons, com a matéria;
- raios Gama são produzidos em transformações nucleares;
- raios x e gama impressionam(escurecem) filmes fotográficos
- estimulam fluorescência e fosforescência em alguns materiais
- são capazes de ionizar gases e mudar as propriedades elétricas de alguns líquidos e
sólidos
- são capazes de causar danos em células e produzir mutações genéticas
- são diferencialmente absorvidos e dispersados por diferentes meios;
- não afetam combustíveis e munições.
As propriedades acima auxiliam no entendimento do processo radiográfico.
O mais importante nos ensaios não destrutivos, são as diferenças de absorção da
radiação em materiais e a habilidade da radiação impressionar os filmes.
Os raios-X são mais usados em radiografias na área aeronáutica, porém em alguns
casos, a utilização dos raios gama é necessária.
Uma vantagem na utilização dos raios gama na obtenção de uma imagem, é o fato das
fontes serem pequenas e permitirem um melhor acesso à espaços limitados e não exigir
energia elétrica.
Algumas desvantagens são:
- Tempo de exposição mais longo ;
- Qualidade da imagem inferior
Fontes de radiação
Muitos átomos exibem uma propriedade chamada radioatividade, que é um fenômeno de
desintegração espontânea ou chamada também de decaimento.
Esta característica é causada pela instabilidade da complexa estrutura de um átomo
sobre a ação de forças elétricas, magnéticas e gravitacionais.
O rádio é um dos elementos com um desbalanceamento natural que emite energia em
forma de raios gama, para alcançar uma condição mais estável.
Juntamente com os raios gama, são emitidos as partículas alfa e partículas beta.
As partículas beta e alfa são facilmente absorvidas mas os raios gama são mais
penetrantes pois a sua energia é muito alta.
A energia dos raios gama é incontrolável, pois é resultado de forças no átomo.
Muitos das estruturas atômicas podem ser artificialmente levadas a liberar energia,
expondo-as a forte campos de nêutrons gerados em reatores nucleares. Esses campos
de nêutrons somam energia ao átomo, que desbalanceando o núcleo, fazem que o átomo
emita um ou mais tipos de energia. O Cobalto é um elemento radioativo artificial, usado
em ensaios não destrutivos para a obtenção de gamagrafias
Absorção da radiação pela matéria.
Uma descontinuidade em um material, como um vazio ou uma mudança de geometria,
alteram a espessura de uma material e essa mudança causa diferenças no grau de
absorção da radiação.
Quando um feixe de radiação incide num material, parte é absorvida ou dispersada e
uma parte é transmitida. A parte transmitida vai variar com as mudanças na espessura
do material.
A radiação transmitida é a parte do feixe utilizada para detectar as descontinuidades.
Uma descontinuidade, sendo uma inclusão ou um vazio, irá ocasionar uma diferença na
intensidade da radiação transmitida.
O grau da diferença de transmissão varia de acordo com as diferenças entre o material e
as descontinuidades existentes.
Algumas descontinuidades não são facilmente detectáveis, seja pelo seu tamanho,
orientação ou localização em relação ao feixe de radiação.
Exposição do filme
Como num filme fotográfico que é sensibilizado pela luz, o filme radiográfico será
sensibilizado não somente pela luz mas também pela radiação. Neste processo consiste
em proteger o filme contra raios de luz e permitir que incida sobre ele apenas a radiação
durante a exposição.
A exposição consiste em expor os filmes que possuem uma camada chamada de
emulsão, contendo sais de prata.
As áreas escuras observadas num filme radiográfico, indicam que uma maior quantidade
de radiação passou por aquela região correspondente na peça ensaiada.
Quando utilizar o ensaio radiográfico
Quando a descontinuidade causar uma diferença detectável na espessura, na densidade
ou na composição do material.
- Quando o material for consideravelmente homogêneo, onde uma indicação de
descontinuidade pode ser reconhecida
- Quando a configuração da peça a ser radiografada permitir o acesso aos dois lados.
Um lado para posicionar o filme e o outro a fonte.
- Quando a descontinuidade a ser detectada estiver devidamente orientada em relação
ao feixe de radiação.
Exemplos de aplicação
- Detectar descontinuidades internas em diversos materiais
- Aplicada na inspeção de fundidos, soldas e componentes montados em sistemas ou
conjuntos;
- Aplicada em vários metais: ferrosos e não ferrosos e materiais não metálicos, tais
como cerâmicas e plásticos.
INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA
Mecanismos de absorção
Os fótons da radiação-X ou gama são ondas eletromagnéticas de energia. Não têm
massa ou carga elétrica e pode penetrar materiais densos.
Essas ondas são dimensionalmente tão curtas que têm o comprimento de onda menor
que o espaço entre os elétrons dos átomos. Portanto, podem passar através da estrutura
atômica.
A absorção de fótons é o resultado da colisão destes fótons com elétrons ou pela
interação com o campo nuclear do átomo.
A energia perdida pelo feixe de radiação quando passa pela matéria acontece devido a
interação dos fótons com a matéria. Nessa interação, a energia dos fótons é transmitida
principalmente por três processos que são: absorção fotoelétrica, efeito Compton e
produção de pares.
Absorção Fotoelétrica:
Quando os fótons têm energia de 100 keV ou menos, são facilmente absorvidos pelos
elétrons orbitais dos átomos da matéria atingida pelo feixe de radiação.
A energia do fóton é transferida para os elétrons, freqüentemente desalojando os
elétrons de sua órbita e o restante da energia do fóton é usada para a energia cinética ou
velocidade aos elétrons. Esses elétrons ejetados são chamados de fotoelétrons e o
processo é conhecido como absorção fotoelética.
Esse mecanismo de absorção ocorre quando a radiação é de baixa energia, 100 kV ou
menor.
Efeito Compton:
Quando os fótons têm uma energia de 100 keV a 1 Mev, toda energia não é requerida
para desalojar um elétron orbital e acelerá-lo por indução de energia cinética.
Neste caso a fotoabsorção pode ocorrer mas o fóton continua a sua trajetória, porém
com sua energia reduzida, pois perdeu energia para o elétron.
Por esse mecanismo de absorção, a trajetória do fóton é alterada e sua energia
diminuída. Esse mecanismo de absorção é chamado de efeito Compton. Este efeito
acontece com energias entre 100 keV e 1 Mev.
Produção de pares:
Quando a energia da radiação excede 1,02 MeV, poderá causar a produção de pares.
Neste caso, um fóton de alta energia é desintegrado pelo campo nuclear que circunda o
núcleo do átomo.
A energia do fóton é convertida em um par "elétron-pósitron".
Sistema de refrigeração
A troca de calor é fundamental para o bom funcionamento do tubo. É uma parte que
merece constante atenção.
Unidade de Comando
Controle de voltagem aplicada no tubo (kilovoltagem) numa faixa de zero até o máximo
permitido pelo modelo adotado, permitindo selecionar a penetração dos raios-x no
material ensaiado.
Em diferentes aparelhos, diferentes métodos são usados para acelerar os elétrons. Num
pequeno gerador a aceleração é feita utilizando transformadores ligados à rede elétrica,
e ligados entre o ânodo e o cátodo do tubo de raios-X.
Efeitos da voltagem
Efeitos da amperagem
A escolha da energia é importante pois, uma energia muito baixa não penetrará numa
determinada espessura, bem como se for muito alta, irá reduzir o contraste radiográfico.
Escolha do equipamento
Filmes radiográficos
Filmes são usados como meio de registro, pois a sua emulsão depois de ser
sensibilizada pela radiação e posteriormente processada, irá mostrar as diferenças de
quantidade e intensidade da radiação que ultrapassou a peça, revelando as diferenças
de densidade (grau de enegrecimento), as variações de espessura e grau de absorção da
radiação.
Após a exposição do filme e o processamento dele, obteremos a radiografia.
Radiografia: obtida com raios-X
Gamagrafia: obtida com raios gama
Geralmente chamadas de radiografia, podem incluir as obtidas por raios gama
Como é o filme
Consiste de uma base com uma camada de emulsão contendo cristais de prata,
usualmente o brometo de prata.
A base usualmente é de poliéster transparente, com uma suave coloração azulada.
Emulsão
Consiste de um material gelatinoso contendo grãos ou cristais de brometo de prata,
sensíveis a radiação e distribuídos uniformemente.
Imagem Latente.
A imagem latente é formada por interações da radiação eletromagnética com os cristais
de brometo de prata.. Esta imagem é formada após a exposição e somente será vista
após o processamento do filme.
Revelação
O produtos utilizados na revelação, reduzem os cristais contendo a imagem latente em
prata metálica enegrecida mas terá um menor efeito naqueles cristais que não foram
expostos radiação. A prata metálica é opaca e forma a imagem radiográfica.
Qualidade da imagem
Uma imagem de qualidade consiste em apresentar: definição, contraste, resolução e
nitidez.
Granulação
É a impressão visual de não uniformidade de densidade em uma imagem radiográfica
Geralmente a granulação aumenta com o aumento da energia da radiação
Relação sinal-ruído
A variação acidental na densidade da imagem torna mais difícil identificar a variação
deliberada na densidade da imagem que resulta do uso do filme. A relação entre estas
duas variações de densidade é conhecida como relação sinal-ruído
Tipos de filme
Existem vários tipos de filmes para raios-X industrial. Eles variam de acordo com a
relação sinal-ruído, velocidade de resposta à radiação e granulação. De acordo com
algumas publicações, é mais apropriada a classificação pela relação sinal-ruído. Filmes
de granulação muito fina apresentam uma alta relação sinal ruído, requerem
comparativamente maiores quantidades de radiação na exposição para produzirem
imagens com excelentes resolução de detalhes.
Existem quatro classes de filmes, de acordo com algumas normas são elas:
Classe 1, Classe 2, Classe3 e Classe 4.
Outras normas estabelecem:
Classe especial, Classe I, Classe II, Classe III
De acordo com a ASTM
Classe especial: essa classe apresenta altíssima relação sinal-ruído. São filmes
considerados de alta resolução de detalhes. Devem ser utilizados quando a máxima
sensibilidade é requerida. São filmes muito lentos.
Classe I: essa classe é considerada com de alta relação sinal-ruído
Classe II: considerada de moderada relação sinal-ruído.
Classe III: aqui estão classificados os filmes de baixa relação sinal-ruído. São filmes de
alta velocidade.
Contraste do filme
É a medida da diferença na densidade do filme em regiões expostas com diferentes
quantidades de radiação.
Relação sinal-ruído
A variação acidental na densidade da imagem torna mais difícil identificar a variação
deliberada na densidade da imagem que resulta do uso do filme. A relação entre estas
duas variações de densidade é conhecida como relação sinal-ruído
Densidade do filme
Num filme que é exposto à radiação, a densidade óptica ou grau de enegrecimento
depende da quantidade de radiação absorvida pela emulsão radiográfica.
Curva Característica
A curva de característica é a resposta de um tipo de filme à radiação de uma energia
particular. Isso é obtido plotando a densidade da imagem do filme contra o logaritmo de
exposição relativa.
Como a densidade é um logaritmo , escalas log-log são usadas para plotar os valores.
Escalas log-log não fazem apenas a interpretação gráfica mas também todos os valores
da exposição relativa podem ser derivados facilmente, subtraindo um valor logaritmo de
outro.
As curvas características podem também ser usadas para calcular as mudanças
necessárias para otimizar a técnica quando altera-se o tipo de filme ou a densidade
desejada.
Velocidade do filme
E um fator que determina a quantidade de radiação que o filme deve receber para obter
uma dada densidade.
A velocidade do filme varia com a granulação do filme. Quanto maior a granulação,
maior será a velocidade do filme.
Geralmente os filmes mais rápidos custam menos, então é um fator a ser analisado, a
"economia".
Contraste do filme
É a medida da diferença na densidade do filme em regiões expostas com diferentes
quantidades de radiação.
O contraste do filme não deve ser confundido com o contraste do objeto
(peça).Armazenamento de filmes não expostos
A emulsão dos filmes é sensível ao calor, umidade, certos vapores ou fumaça química e
radiação. Devem ser armazenados corretamente.
Data de validade do filme radiográfico
A data de validade dos filmes vem expressa na caixa e deve ser respeitada. O melhor é
adquirir somente quantidades necessárias para uso por determinado período, evitando
grandes estoques.
Fazendo-se o rodízio de prateleira, usa-se primeiro o filme com data mais antiga.
O filme quando está com sua ata de validade vencida, não deve ser descartado, alguns
testes permitidos por normas podem ser feitos para verificar se ainda podem ser
utilizados.
Identificação dos filmes
É necessária e obrigatória a identificação dos filmes expostos. Esta identificação pode
ser feita durante ou após a exposição. Podem ser utilizados:
Letras e números de chumbo
Fita de chumbo que aceita inscrições
Fitas adesivas, chapas de impressão ou outro método que não contamine a radiografia
(após o processamento)
Local das identificações: canto direito superior do filme.
Cartas técnicas
As características do equipamento de raios-X, devem ser conhecidas para que sejam
obtidos os melhores resultados. A utilização do equipamento com a exposição adequada
e menor perda de tempo para várias espessuras, será possível consultando as cartas
técnicas, que geralmente são fornecidas pelos fabricantes dos aparelhos de raios-X.
Devido as diferenças entre os aparelhos, pode ser necessário preparar cartas técnicas
adicionais para os objetivos e condições específicas de utilização do aparelho.
As cartas técnicas podem ser usadas como um guia que auxiliará na preparação de
cartas técnicas específicas.
Marcadores de posição
São letras, números, setas ou outros símbolos que auxiliam identificar qual peça ou
região dela corresponde à imagem registrada na radiografia. Estes marcadores podem
ser colocados sobre a peça ou sobre o filme. O importante é saber localizar na peça o
local da descontinuidade detectada.
Sobreposição
Quando radiografar áreas extensas onde é necessária a utilização de mais de um filme,
deve-se posicionar os filmes de maneira que não exista uma região entre um filme e
outro que não seja radiografada. Para evitar que isso ocorra, os filmes devem ser
sobrepostos.
Processamento de filmes
- Revelador
O revelador tem as funções:
- Escurecer as partes da emulsão que foram expostas.
- Temperatura: a temperatura do revelador deve estar próxima dos 20o C, pois acima
desta temperatura perde-se sensibilidade, resolução e contraste.
Deve-se seguir as recomendações do fabricante do produto.
- Tempo de revelação: a temperatura influencia no tempo de revelação. Quanto maior a
temperatura, menor será o tempo de revelação.
O tempo de revelação deve ser consultado nas especificações do fabricante, de acordo
com a temperatura da solução.
- Banho de parada
É usado para interromper rapidamente a ação do revelador.
Muitos utilizam apenas a água como banho de parada. Isso pode ser feito mas a vida do
fixador será mais curta.
- Solução fixadora
Após a revelação, a emulsão contem ainda todos os grãos de brometo de prata não
expostos e não revelados. Estes brometos devem ser removidos da emulsão se a
imagem obtida for considerada permanente.
Se a radiografia não passar pelo fixador, em pouco tempo irá adquirir uma tonalidade
marrom, que inutilizará a imagem registrada no filme.
- Solução umectante
Consiste numa solução contendo um agente molhador, ou seja, um agente que diminui a
tensão superficial da água, evitando que o filme apresente manchas de gotas de água na
emulsão.
Esta etapa fica entre a lavagem e a secagem.
- Secagem
Tem a finalidade de fazer evaporar a água da emulsão.
- Câmara escura
Geralmente é separada em duas áreas, a seca e a úmida. A área seca é o local onde os
film-holders são carregados e descarregados.
A área úmida é o local onde o filme é processado, deve contar com luzes de segurança,
timer para controlar os tempos de cada operação e termômetros.
Processadoras automáticas
A vantagem é sentida quando existe uma grande quantidade de filmes a serem
processados. Apresentam alta velocidade de processamento e controlam o processo de
revelação. Possibilitam uma revelação mais uniforme.
A qualidade final pode ser inferior se comparada com o processamento manual.
Exige constante limpeza interna e uma atenção especial aos roletes que conduzem os
filmes, pois retêm contaminantes que afetam e marcam os filmes
Controle das soluções
Tanto para o processamento manual como para o automático, as soluções devem ser
verificadas diariamente.
Densidade dos filmes
A densidade da área de interesse das radiografias devem estar entre 1,5 e 4,0 (inclusive).
Qualificação de radiografias
Toda radiografia, bem como toda gamagrafia industrial, deve ser executada seguindo
normas básicas de ensaio (ABNT, MIL, ASME, API, ASTM, etc.). As recomendações ou
especificações presentes no filme radiográfico são de fundamental importância para
atingir os níveis da qualidade exigidos, a saber:
a) Inscrições no Filme
b) Indicador da Qualidade de Imagem (IQI) ou Penetrômetros.
Qualidade da radiografia
A radiografia deve ser analisada primeiramente quanto à sua qualidade ou seja, não deve
apresentar manchas nas regiões de interesse, não deve apresentar riscos, dobras,
impressão digital ou outra anormalidade.
Não apresentando nenhum problema que possa reprovar a radiografia, deve-se verificar:
As identificações
A densidade
Presença do indicador da qualidade de imagem IQI
Verificar se o nível de sensibilidade está sendo visto na radiografia através do IQI.
Sensibilidade é definida como o diferencial em espessura, em termos de porcentagem da
total espessura que será registrada na radiografia.
Para assegurar a qualidade e a sensibilidade da imagem, deve-se utilizar o penetrômetro.
Definição na radiografia é a nitidez dos contornos. O tamanho do ponto focal, as
condições físicas da exposição e a resolução do filme determinam a resolução.
Interpretação radiográfica
Esta é uma etapa que exige conhecimento e prática do inspetor. Uma dedução errada de
alguma indicação, poderá reprovar uma peça em boas condições ou aprovar uma peça
com descontinuidades acima do limite estabelecido pela norma aplicável.
De posse do critério de aceitação e rejeição e das referências radiográficas, inicia-se a
interpretação (laudo radiográfico), que deve ser feito em sala escura, com o auxílio de
um negatoscópio.
Instalações
A CNEN deve receber o projeto das futuras instalações destinadas ao uso de fontes de
radiação X ou gama, bem como um plano de radioproteção.
As instalações somente serão aprovadas para funcionamento após uma avaliação
criteriosa.
Dentre os itens obrigatórios para o funcionamento de um laboratório para ensaio por
raios-X estão:
Monitoramento e classificação das áreas
Blindagem das paredes
Blindagem das portas
Sinalização luminosa
Interruptores no interior da sala onde ficará o aparelho (para interromper a irradiação em
caso de emergência)
Interlock nas portas (interrompe a irradiação se a porta for aberta)
Medidores de radiação
Monitores de área (sonoro)
Sinalização
Plano de radioproteção
Pessoal treinado e qualificado pela CNEN
Pessoal
O pessoal envolvido nas atividades com raios-X, deve ser treinado e qualificado
(radioproteção).
A empresa deverá ser responsável pelas instalações e pelo pessoal envolvido com as
atividades com radiação.
O pessoal que for trabalhar em ensaios não destrutivos, deverá ser treinado e
qualificado para a execução dos ensaios. Na área aeronáutica, de acordo com a norma
NAS 410.
O operador e pessoal envolvido com radiografia deverá portar durante as atividades:
Dosímetro
Monitor/alarme individual
Caneta dosimétrica