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DPT - 7º.

Semestre (manhã)

2º BIMESTRE

DISSÍDIO INDIVIDUAL SIMPLES E PLÚRIMO E NOCÃO DE DISSÍDIO


COLETIVO

Nos dissídios individuais há conflito de interesses concretos de pessoas


determinadas, visando a aplicação de norma jurídica ao caso concreto, enquanto
nos dissídios coletivos se discutem interesses abstratos de uma categoria
composta de número indeterminado de pessoas, visando a criação de normas
gerais ou a interpretação de norma geral preexistente. Neste não há empregados
individualmente agindo, e sim, uma categoria constituída de trabalhadores não
conhecidos e que não figuram no processo.

Se apenas uma pessoa é interessada, a reclamação é individual singular, se


vários forem os interessados, sempre individualmente identificados, a reclamação
é chamada de individual plúrima. O dissídio individual é forma comum,
envolvendo como autor um empregado, e como réus um ou mais empregadores,
não importando portanto, o número de pessoas contra as quais é movido o
processo. No dissídio plúrimo, há vários empregados agindo contra um ou vários
empregadores, é portanto, a pluralidade de autores num só processo, com pedido
comum.

Ações de alçada exclusiva do 1 grau de jurisdição – Lei 5.584/70.

Como já dito anteriormente, nem todas as questões se submetem ao chamado


duplo grau de jurisdição, ensejando recurso à instância superior, e é o que ocorre,
no processo do trabalho, com as causas cujo valor não ultrapasse duas vezes o
salário mínimo vigente na sede do juízo, conforme estatui o artigo 2 parágrafos 3 e
4 da Lei 5.584/70: “Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não
exceder de duas vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo, será
dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da ata a conclusão da
Junta quanto à matéria de fato. Salvo se versarem sobre matéria constitucional,
nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se
refere o parágrafo anterior, considerado, para este fim, o valor do salário mínimo à
data do ajuizamento da ação.”

Denomina-se rito de alçada, portanto, aquele utilizado nas lides cujo valor
econômico não ultrapasse dois salários mínimos, quando o procedimento é
simplificado, visando uma imediata solução.

Uma das conseqüências deste procedimento especial é a irrecorribilidade das


sentenças proferidas, as quais fazem coisa julgada com a sua própria prolação.
Não há recurso ordinário, nem recurso de revista, a decisão da Vara exaure a
prestação jurisdicional. O Juiz pode corrigir os erros de escrita ou de cálculo,
podendo ser opostos embargos de declaração.

Entretanto, quando no processo de rito sumário, surge discussão sobre matéria


constitucional, cabe recurso, nos termos do citado artigo.

Procedimento sumaríssimo – Lei 9.957/00.

Entende-se por rito sumaríssimo um rito especial para a solução de dissídios


individuais de pequeno valor, no qual a jurisdição é investida de maiores poderes
para conduzir e levar o processo com maior celeridade, a uma solução.

A Lei acima acrescentou os artigos 852-A a 852-I ao texto consolidado, criando o


rito sumaríssimo, estabelecendo que ficam sujeitas a este rito, as causas com
valor não excedente a 40 vezes o salário mínimo.

Por economia processual, o pedido deve ser certo ou determinado e indicar o


valor correspondente, não havendo citação por edital.

PETIÇÃO INICIAL E REQUISITOS

O PEDIDO – problemas específicos na esfera trabalhista (valor da causa, inépcia


da inicial, desistência do pedido, aditamento da inicial) Indeferimento da inicial.
Reclamação verbal e o artigo 133 da CF/88. Jus postulandi. Assistência judiciária
(5.584/70).

Petição inicial é a manifestação formal de uma pretensão jurídica a um órgão


competente, alheio aos interesses, denominado jurisdicional. É a peça vestibular
do processo, na qual se materializa a ação. Faz parte da primeira fase do
processo, chamada de postulatória.

Os requisitos da petição inicial trabalhista encontram-se previstos no artigo 840 da


CLT e são, basicamente, o endereço e qualificação das partes, breve narrativa
dos fatos e o pedido. O artigo 282 do CPC, aplicado subsidiariamente no processo
do trabalho, enumera, com maior rigor, os requisitos da petição inicial, porém, a
peça inaugural no âmbito do direito processual trabalhista, por ter como um de
seus princípios, a informalidade, tem como elementos integrativos aqueles
estampados no parágrafo 1 do artigo 840 do texto consolidado, sem o formalismo
e o rigorismo dos elementos elencados no artigo 282 do CPC.

O elemento nuclear da petição inicial é o PEDIDO, consubstanciado na pretensão


do reclamante que, em sua grande maioria, contém vários pedidos cumulados.

Pela informalidade que persegue o processo do trabalho, incluindo-se a


formulação da petição inicial, necessário que a parte formule apenas a causa de
pedir onde revele os motivos pelos quais requer a satisfação daqueles valores
pleiteados (causa de pedir remota), sendo dispensável a exposição do
fundamento jurídico do pedido (causa de pedir próxima).

O valor da causa, em que pese a CLT ser omissa neste sentido, é imprescindível
para se determinar o tipo de procedimento a ser seguido. Há necessidade,
portanto, de aplicação subsidiária do Inciso V do artigo 282 do CPC, ou ainda, se
o autor não der valor à causa, cabe ao Juiz fixa-lo.

Nas causas com valor não excedente a 40 vezes salário mínimo, enquadradas no
rito sumaríssimo, (art 852 A a 852 I CLT), por economia processual, os pedido
deve ser certo ou determinado e indicar o valor correspondente.

A reclamação trabalhista pode ser escrita ou verbal, quando é feita diretamente


pelo trabalhador e reduzida a termo por um funcionário habilitado da Justiça do
Trabalho (art 840 par 2 CLT).

Aditamento à inicial é acrescentar algo ao pedido, na forma de uma outra peça. A


CLT é omissa neste sentido, aplicando-se subsidiariamente a lei processual
comum. O reclamante pode aditar o pedido até a citação do réu (art 294 CPC),
sendo que, após esta fase, somente pode adita-la com o consentimento do
reclamado (art 264 CPC).

Desistência do pedido – segue o mesmo procedimento do aditamento.

Ocorre inépcia da peça inicial quando se verifica defeito grave ou irregularidades


que possam acarretar sua nulidade ou seu indeferimento. A lei processual comum
enumera os casos em que a inicial é considerada inepta (art 295 CPC), mas há de
se levar em conta o princípio da simplicidade do processo do trabalho, como dito
acima, para efeito de indeferimento da peça inicial. O artigo 284 do CPC faculta a
oportunidade de as partes emendarem ou completarem a peça no prazo de 10
dias, quando o Juiz assim determinar.

Jus postulandi é a prerrogativa de o trabalhador aduzir sua reclamação


diretamente aos tribunais do trabalho, independente de estar assistido por um
advogado, o qual detém a capacidade postulatória.

O jus postulandi na Justiça do Trabalho não foi revogado pelo artigo 133 da
Constituição Federal, que preceitua que o advogado é indispensável à
administração da justiça.

A resposta do réu no processo é a contestação, que significa defesa,


impugnação às pretensões do autor, e tem a mesma importância para o réu que a
petição inicial tem para o autor, pois é de ambas que resulta a determinação do
objeto litigioso. Enquanto a inicial é escrita, a contestação é verbal, em audiência,
no prazo de vinte minutos (art 847 CLT), porém, o mais usual é apresentação de
contestação escrita, juntada aos autos por ordem do juiz.
Na contestação, devem ser alegadas todas as matérias de defesa, quais sejam,
as preliminares cabíveis, as exceções (art 799 a 802 CLT), e a defesa contra o
mérito.

As preliminares são as objeções levantadas antes do mérito e que ao Juiz


compete soluciona-las de plano, como inexistência ou nulidade de citação, inépcia
da inicial, carência da ação etc (artigo 301 do CPC).

Exceção é defesa indireta do réu, que objetiva denunciar os vícios de


constituição do processo ou fatos impeditivos do prosseguimento normal da
relação processual, não voltada para o mérito da demanda. As exceções são
apresentadas pela parte na oportunidade da contestação, em audiência portanto,
no prazo de vinte minutos, verbalmente ou por escrito, juntamente com os
documentos que comprovam sua procedência. A CLT conhece duas exceções:

1. Exceção de suspeição – argüida quando entre a parte e o Juiz existe inimizade


pessoal, amizade íntima, parentesco por consangüinidade ou afinidade até o
terceiro grau civil ou interesse particular na causa. Também há suspeição quando
estes fatos existem entre o Juiz e o procurador da parte. O CPC trata também da
exceção de impedimento (art. 134).

2. Exceção de incompetência – argüida para suscitar a apreciação do órgão


judicial sobre sua competência para atura no caso, cabendo a parte interessada
provocar o pronunciamento do juízo a respeito da questão processual. Se
absoluta, o Juiz a declara de ofício e em qualquer fase do processo (art 113 CPC).

A defesa de mérito do processo, que é aquela voltada contra a pretensão do


reclamante, pode ser dividida em defesa indireta e defesa direta. A defesa direta
dirige-se contra o pedido nos seus fundamentos de fato e de direito, como
negando os fatos afirmados pelo autor ou negando as conseqüências jurídicas
que o autor atribui aos fatos. A defesa indireta de mérito opõe ao direito pleiteado
pelo autor, outros fatos que impedem, extinguem, ou obstam os efeitos, como por
exemplo, reconhecimento de dívida que se encontra paga, dívida já prescrita etc.

O direito do trabalho não admite contestação por negação geral, sendo impositiva
a impugnação de cada uma as pretensões formuladas na inicial, sob pena de ser
acolhida aquela que não tenha sido objeto específico de defesa.

Reconvenção é a ação do réu contra o autor no mesmo processo.

Trata-se de um contra ataque, invertendo-se as posições, embora mantidas


também as posições iniciais. O autor passa a ser autor e réu simultaneamente, e o
réu passa a ser réu e autor.
A reconvenção tem base no princípio da economia processual, posto que, o
mesmo processo é aproveitado para a solução da demanda, unindo-se ação e
reconvenção.

Hoje é pacificamente aceita no processo do trabalho. A CLT é omissa, cabendo


aplicação subsidiária da legislação processual civil (art 315 a 318 CPC).

A reconvenção deve ser apresentada na oportunidade da contestação e segundo


os mesmos critérios, quando o juiz ouve em audiência a parte contrária ou fixa
prazo para sua manifestação. A ação e a reconvenção são decididas na mesma
oportunidade e os processos se unificam.

Prescrição é a perda da exigibilidade de um direito pelo seu titular, em razão de


sua inércia no decurso do tempo.

A prescrição atinge diretamente a ação, sendo obstáculo ao seu exercício. Só é


conhecida de ofício pelo juiz quando disser respeito a direitos não patrimoniais, do
contrário, será sempre necessária a provocação da parte interessada.

O novo Código Civil, em seu artigo 194 estabelece que o juiz pode suprir, de
ofício, a alegação de prescrição, quando esta favorecer a absolutamente incapaz.

No âmbito trabalhista, o regime da prescrição encontra-se no artigo 7 Inciso XXIX


da CF/88, que resguarda aos trabalhadores o direito de ação com prazo
prescricional de cinco anos até o limite de dois após a extinção do contrato de
trabalho. A Emenda Constitucional 28/00 unificou este prazo prescricional para os
trabalhadores urbanos e rurais.

AUDIÊNCIA

Artigos 813 a 836 – artigos 843 a 852 da CLT.

Audiência: em sentido amplo, é o ato jurídico consistente na reunião para serem


ouvidos os litigantes, colhidas as provas, realizados os debates e o julgamento do
feito.

Em razão dos princípios gerais do processo trabalhista, que se concentra


fundamentalmente na audiência, como decorrência da oralidade, esta assume
especial relevância, nela se realizando os atos mais significativos do processo
laboral, como a presença das partes, a proposta inicial de conciliação, a defesa, o
depoimento das partes, a oitiva de testemunhas, a proposta final de conciliação,
as razões finais e a sentença.

A regra é que a audiência trabalhista é una, contínua (art 849 CLT). As audiências
são fraqueadas ao público, realizadas a portas abertas (com exceção quanto aos
casos que correm em segredo de justiça), na sede do juízo, em dias úteis e entre
08:00 e 18:00 horas, não podendo ter duração superior a cinco horas, salvo se
houver matéria urgente.

A lei também abre exceção quanto ao local da audiência, que poderá ser realizada
em outro, em casos especiais, mediante edital, com antecedência mínima de 24
horas.

O Juiz tem o encargo de manter a ordem nas audiências: no uso de seu poder de
polícia, poderá ordenar sejam retirados do recinto, pessoas inconvenientes que
perturbem os trabalhos.

Das partes na audiência:

No processo do trabalho, é obrigatória a presença das partes na audiência,


independente da presença de seus representantes, medida que visa propiciar a
conciliação entre os litigantes.

A legislação trabalhista permitiu, porém, a possibilidade de o empregador, fazer-se


substituir por um gerente ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento dos
fatos. A lei não exige expressamente que o preposto seja empregado da empresa,
mas a jurisprudência dominante vem entendendo que o preposto deve ter essa
qualidade (OJ 99 da SDI – I do TST).

Já o empregado só pode ser representado por outro empregado da mesma


profissão ou pelo seu sindicato, se estiver doente ou impossibilitado de
comparecer pessoalmente por motivo poderoso.

Ausência do reclamante: o arquivamento da ação somente pode ocorrer pela


ausência injustificada do reclamante (empregado ou empregador) à audiência,
sendo que, se der causa a dois arquivamentos, fica proibido de mover reclamação
trabalhista pelo prazo de seis meses (art 732 CLT).

Ausência do reclamado: o não comparecimento do reclamado à audiência importa


revelia, além de confissão quanto à matéria de fato, salvo se houver motivo
relevante, caso em que é designada outra data para o exame do processo, sem
qualquer penalidade.

A revelia não é pena, mas somente forma de procedimento, quando ausente o


reclamado: prossegue o curso normal do processo, tomando-se como
confessados os fatos alegados na petição inicial, por ficção jurídica. É uma das
conseqüências punitivas da revelia: a pena de confissão ficta.

Não obstante a ficta confessio, tendo o processo trabalhista o escopo de buscar


a verdade real dos fatos, prossegue a instrução do feito, tomando-se o
depoimento pessoal do reclamante, considerando-se que a tentativa de
conciliação restou prejudicada pela ausência do reclamado.
A inquirição do reclamante, aliás, é ato jurídico que independe de requerimento do
réu, devendo ser tomado seu depoimento com o objetivo de obter a confissão real
deste e esclarecer a verdade, pois a confissão real prevalece sobre a ficção
jurídica, é óbvio. Poderá ainda, em alguns casos, seguir-se a ouvida de
testemunhas.

A confissão ficta é apenas um meio de prova, e dos menos convincentes, que


deve então ser examinado em conjunto com os demais. A ficta confessio gera
apenas presunção juris tantum de veracidade dos fatos alegados na inicial,
permitindo assim, prova em sentido contrário.

O revel pode intervir no processo, apanhando-o no estado em que se encontra.

Da conciliação: o direito processual do trabalho dá grande relevância à


conciliação, como forma de se atingir o objetivo da paz social, devendo o Juiz
atuar como mediador na busca de uma auto-solução pacífica dos conflitos (artigo
764 CLT).

A tentativa ou proposta de conciliação, pelo Juiz, pode ser feita em qualquer fase
do processo, mas deverá, obrigatoriamente, ser realizada em dois momentos
processuais: antes da apresentação da defesa, logo que aberta a audiência (art
846-847) e antes do julgamento (art 850). Havendo conciliação, é lavrado termo
de acordo, que vale como decisão irrecorrível para as partes (art 831 único).

Instrução: não havendo acordo, o reclamado tem 20 minutos para sua defesa.

Segue o interrogatório dos litigantes.

Colhem-se os depoimentos das testemunhas (até três para cada parte), dos
peritos e dos técnicos, se houver.

Podem as partes ainda aduzir suas razões finais em prazo de até 10 minutos cada
uma.

Se novamente não houver acordo, o Juiz profere a decisão.

PROVAS

Não tendo havido acordo e produzida a defesa, inicia-se a fase probatória do


processo. Prevalece no processo do trabalho o sistema do livre convencimento do
Juiz na apreciação da prova (art 131 do CPC), ampliativo da liberdade do Juiz,
confiando a avaliação da prova ao seu prudente arbítrio, segundo sua íntima
convicção, sem determinações sobre o significado ou o valor de cada prova.

Por cautela, deve o Juiz fundamentar, na decisão, as razões que o levaram a


atribuir determinado valor à prova.
Objeto da prova: Há o pressuposto genérico de que o Juiz conhece o direito,
prescindindo este de prova, devendo ser provados, como regra, apenas os fatos.

Há exceções, pois não necessitam ser provados os fatos notórios, os fatos


confessados pela parte contrária, os fatos incontroversos, ou aqueles em cujo
favor milita presunção legal de existência ou validade (art 334 CPC), devendo ser
provados os o teor e a vigência de direito estadual, municipal, costumeiro ou
estrangeiro, exceto se o Juiz o conhece e dispensa a prova (art 337 CPC).

Cabe ao Juiz, pelo princípio inquisitório, dirigir a instrução processual permitindo


apenas a prova de fatos relevantes e pertinentes, recusando diligências
desnecessárias e indeferindo provas inúteis ou desnecessárias para a solução do
litígio.

Em resumo, provam-se os fatos relevantes, pertinentes e controvertidos.

Tipos de prova: Na legislação processual trabalhista, não há uma enumeração


taxativa dos meios de prova, portanto, são aquelas previstas em lei processual ou
material, civil ou trabalhista, como o depoimento pessoal, testemunhas,
documentos, perícias e inspeções judiciais.

Ônus da prova: A iniciativa do Juiz de determinar de ofício, a realização de


diligências necessárias à instrução do processo, não exclui a das partes, é destas
o ônus da prova.

Dispõe o artigo 818 da CLT que a prova das alegações incumbe à parte que as
fizer, sendo que, em virtude da generalidade do citado artigo que dificulta a
distribuição do ônus da prova, a jurisprudência vem aceitando a aplicação
subsidiária do artigo 333 do CPC, apesar de não haver omissão da legislação
trabalhista.

Assim, o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu


direito, e ao réu quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do autor.

Interrogatório e confissão: A fase probatória inicia-se com o interrogatório, que é a


tomada do depoimento das partes, a requerimento ou de ofício, incumbindo ao
Juiz o interrogatório, permitidas perguntas da parte contrária.

Primeiro é ouvido o autor e depois o réu.

O objetivo da inquirição das partes é obter a confissão, que é a aceitação dos


fatos apontados pela outra parte como verdadeiros.

Depoimento pessoal e confissão não são a mesma coisa, podendo haver aquele
sem que haja confissão. Pode haver confissão ainda na contestação, na petição
do autor, ou em outros atos processuais, como também, extrajudicialmente, esta
admitida com reservas no processo do trabalho.

A confissão ainda pode ser real ou concreta, quando produzida no depoimento


pessoal, podendo ser espontânea ou provocada, diferente da confissão ficta, que
é a presumida, configurada na ausência da parte na oportunidade em que deveria
depor ou, comparecendo, se recusa a responder às perguntas formuladas ou a
responde com evasivas.

A confissão real é inelidível, salvo vício ou defeito do ato jurídico, como coação,
enquanto a confissão ficta é elidível por prova em contrário.

Documentos: por sua segurança, consistem em importante meio de prova mas,


por outro lado, por poderem atestar falsamente um ato inexistente, não excluem
outros, devendo ser examinados em cotejo com as demais provas dos autos.

Aplica-se ao processo do trabalho, as disposições do CPC atinentes à prova


documental – artigos 364 a 399.

Momento em que devem ser juntados documentos – artigo 396 CPC

Se a parte intimada a apresentar documentos nos termos do artigo 355 deixar de


faze-lo, sujeitar-se-á á pena do artigo 359 do CPC.

Podem ser documentos no processo do trabalho, entre outros: recibos de


pagamentos, cartões de ponto, cartas, telegramas, carteira de trabalho, fichas de
registro de empregados, recortes de jornais, guias etc.

Argüição de falsidade é um incidente que pode ocorrer no processo quando um


documento é impugnado sob a alegação de falsidade, tendo lugar em qualquer
tempo e grau de jurisdição, cabendo à parte contra quem foi produzido o
documento, suscita-lo na contestação ou no prazo de dez dias da intimação de
sua juntada aos autos.

A falsidade é material quando há deformação formal do documento, ou


ideológica quando há inverdade do conteúdo do documento.

Testemunhas: a prova testemunhal consiste na narração, ao Juiz, por terceiros


estranhos à lide, de fatos a ela pertinentes, consistindo no mais inseguro meio de
prova e o mais comum no processo trabalhista.

As testemunhas são ouvidas após os depoimentos pessoais, primeiro as do autor


e depois as do réu, salvo em caso de inversão do ônus da prova, sendo que, as
perguntas são formuladas primeiramente pelo Juiz e depois pelos advogados.

Cada uma das partes pode indicar até três testemunhas ou, seis no caso de
empregado estável e duas nos processos de rito sumaríssimo.
A testemunha, após qualificada, prestará depoimento sob compromisso de dizer
a verdade, ficando sujeita, em caso de falsidade, às leis penais.

Não podem depor as pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas - art.405


CPC.

A CLT, sobre proibições para depor, é bem mais restrita, por isso a aplicação
subsidiária da legislação processual civil. A CLT apenas dispõe no artigo 829, que
o parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes,
não presta compromisso e seu depoimento vale apenas como simples informação.

Contradita: as testemunhas impedidas ou suspeitas devem ser contraditadas até


antes do início do depoimento em audiência, com fundamento na incapacidade, no
impedimento ou na suspeição. Se a testemunha nega os fatos que lhe são
imputados na contradita, a parte pode produzir prova por meio de documentos ou
testemunhas, até três. Admitida a contradita, a testemunha é dispensada e
substituída, ou pode ser ouvida como informante.

A contradita obsta a que seja o depoimento prestado pela testemunha


compromissada, podendo, porém, ser ouvida como informante nos termos do §
4º do artigo 415 do CPC (testemunhas impedidas ou suspeitas, mas não as
incapazes).

Perícias: Quando faltam ao Juiz conhecimentos especializados, a prova dos fatos


que dependem destes conhecimentos, é feita por meio de exame procedido por
um especialista, chamado perito, que funciona no processo como um auxiliar do
juízo.

No processo do trabalho, as perícias mais freqüentes versam sobre insalubridade


ou periculosidade no local de trabalho, constatação de doença profissional,
comissões, diferenças salariais, horas extraordinárias etc.

Segundo o CPC, a prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação (art


420).

As partes podem indicar assistentes técnicos, os quais não prestam


compromisso.

O perito apresenta o laudo no prazo fixado pelo Juiz, pelo menos vinte dias antes
da audiência de instrução e julgamento, sendo que, os assistentes oferecem seus
laudos no mesmo prazo fixado pelo Juiz para os peritos.

O laudo não é vinculante para o Juiz, que não está adstrito a suas conclusões,
podendo rejeita-lo, formular sua convicção com outros elementos ou fatos
provados nos autos, ou ordenar segunda perícia.
Os honorários periciais são pagos pela parte sucumbente no objeto da perícia,
salvo se beneficiária de justiça gratuita ( art. 790-B da CLT).

Com relação ao pagamento do perito assistente da parte, vigora o disposto no


Enunciado 341, segundo o qual, a indicação do assistente é faculdade da parte, a
qual responde pelos honorários, mesmo que vencedora no objeto da perícia.

Inspeção judicial: A CLT é omissa quanto ao tema, aplicando-se


subsidiariamente o CPC (artigos 440 a 443), tendo em vista que o princípio
inquisitivo confere ao Juiz do Trabalho, amplos poderes na condução do processo,
e considerando-se que este meio de prova mostra-se compatível com a busca da
verdade real buscada no processo laboral.

Tem lugar quando houver necessidade de o Juiz deslocar-se até o local onde se
encontra a pessoa ou a coisa a ser inspecionada, a fim de esclarecer sobre fato
que seja pertinente para a decisão da causa.

DECISÃO E SUA EFICÁCIA.

Sentença: “Sentença é o ato pelo qual o Juiz põe termo ao processo, decidindo ou
não o mérito da causa” – CPC artigo 162. Melhor conceito seria aquele que fala
em extinção do procedimento, pois se houver recurso da sentença, o processo
não se extingue, sendo que o vai realmente extingui-lo é a coisa julgada.

Classificação das sentenças:

Sentença Declaratória: contém uma declaração acerca do objeto do processo. Em


todas as ações cujos pedidos são julgados procedentes ou improcedentes, há de
forma implícita, uma declaração positiva ou negativa, na medida em que é
necessário que o Juiz, primeiramente, acerte o direito em questão, para depois
impor as conseqüências desse direito.

No processo do trabalho, é declaratória a sentença que reconhece a existência de


relação empregatícia entre as partes, mas na prática, o pedido não se limita à
declaração do reconhecimento do vínculo, pois o autor formula ainda outros
pedidos de natureza condenatória.

Sentença Constitutiva: julga procedente uma ação constitutiva, aquela que visa
criar, modificar ou extinguir determinada relação jurídica. É exemplo a ação que
julga procedente pedido de rescisão indireta do contrato de trabalho.

Sentença Condenatória: julga procedente uma ação condenatória, é a mais usual


no processo do trabalho, sendo exemplos as que condenam o reclamado a pagar
verbas rescisórias e outras verbas trabalhistas.
Sentença Terminativa: ou sentenças processuais, são aquelas que extinguem o
processo sem julgamento do mérito, como por exemplo, as que extinguem o
processo por ausência de uma das condições da ação ou por inobservância de um
dos pressupostos processuais de desenvolvimento da ação (artigo 267 do CPC).

Sentença Definitiva: é a que decide a lide, aprecia o mérito da causa (artigo 269
do CPC).

Coisa julgada: é a qualidade especial da sentença que, por força de lei, a torna
imutável, e indiscutíveis as questões decididas dentro ou fora do processo. O
objeto da coisa julgada repousa na segurança das relações jurídicas e na
pacificação dos conflitos, possibilitando a convivência social.

Coisa julgada formal: representa a estabilidade que a sentença adquire no


processo em que foi proferida, quer tenha havido análise do mérito ou não.

Tanto as sentenças terminativas quanto as definitivas, atingem o estado de coisa


julgada formal, surgindo como conseqüência da preclusão recursal, ou seja, no
mesmo processo já não será mais possível impugnar a sentença que transitou em
julgado.

A coisa julgada formal não impede a propositura de nova demanda, pois


torna a decisão imodificável apenas no processo em que foi prolatada, salvo no
caso do Inciso V do artigo 267 do CPC.

Coisa julgada material: a sentença que julga total ou parcialmente a lide, o pedido,
tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas, e é a sentença que
extingue o processo com julgamento do mérito, acolhendo-o total ou parcialmente,
transitando em julgado, que produz a coisa julgada material, também chamada de
res judicata.

O principal objetivo dela é estabilizar definitivamente a relação jurídica que foi


submetida a prestação do Estado, podendo ser impugnada somente pela ação
rescisória.

A coisa julgada material abrange a coisa julgada formal, ou seja, toda coisa
julgada material é também formal.

Embargos declaratórios

A CLT não previa os embargos de declaração, mas a doutrina e a jurisprudência já


os admitiam com base no artigo 535 do CPC, mas foram incluídos na CLT (artigo
897-A) pela Lei 9957/00.

Há divergência doutrinária sobre a natureza jurídica dos embargos de declaração:


para uns não seriam recurso, enquanto para outros possuem natureza recursal,
tendo em vista sua previsão no elenco dos recursos.
No processo do trabalho, são cabíveis para impugnar sentença ou acórdão
quando for verificada a ocorrência de:

- omissão de ponto, questão ou matéria sobre os quais deveria o juiz ou


tribunal ter se pronunciado, caso em que sua utilização pode visar ao
prequestionamento para a possibilidade de acesso às instâncias
superiores;

- obscuridade: falta de clareza que impede ou dificulta a correta


compreensão do julgado;

- contradição entre quaisquer partes da sentença ou do acórdão.

A finalidade principal, portanto, dos embargos de declaração repousa na


obtenção do esclarecimento ou da complementação da sentença ou do
acórdão, pelo que, não devolvem ao Juiz prolator o conhecimento da matéria
impugnada, salvo quando puderem ocasionar efeito modificativo do julgado.

Neste caso, em homenagem ao princípio do contraditório, o Juiz ou relator, ao


verificar que a decisão poderá ocasionar efeito modificativo, deverá abrir vista dos
autos à parte contrária para, querendo, contra-arrazoar os embargos, sob pena de
nulidade da decisão dos embargos.

São interpostos no prazo de cinco dias e interrompem o prazo para a


interposição de outros recursos para qualquer das partes. Há um único juízo de
admissibilidade, exercido pelo próprio órgão prolator da decisão embargada, que
examina os pressupostos recursais, quais sejam, a tempestividade e a
regularidade de representação.

Quando forem considerados manifestamente protelatórios, o embargante pode ser


condenado a pagar a multa prevista no artigo 538 do CPC, porém, não são
considerados protelatórios os embargos que visam o prequestionamento da
matéria, pois somente assim terá a possibilidade de acesso às instâncias
extraordinárias. Diz-se prequestionada a matéria quando sobre a decisão recorrida
houver manifestação explícita, não valendo o prequestionamento implícito.

Sentença normativa:

O Poder Normativo da Justiça do Trabalho encontra seu fundamento no parágrafo


segundo do artigo 114 da CF, que dispõe que, recusando-se qualquer das partes
à negociação ou à arbitragem, é facultado a estas ajuizar dissídio coletivo,
podendo a Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as
disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.

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