Pré-Vestibular Esperança Popular – Restinga – Geografia – Exercícios sobre Urbanização UFRGS
01. A atividade do homem medieval não pode ser
comparada com a do homem de hoje, no que se refere
ao tipo e ao volume de poluentes gerados. Em muitas
cidades medievais, o ar se caracterizava pela
presença de odores desagradáveis; em contrapartida,
nas cidades modernas, o ar freqüentemente pode ser
mais nocivo, ainda que seus odores sejam menos
perceptíveis.
Assinale a alternativa que contém uma afirmação
correta sobre a relação entre a atividade do homem e
a geração de poluentes.
(A) Nas cidades medievais, a contaminação era
essencialmente orgânica e, assim, não havia poluentes
atmosféricos.
(B) Nas cidades medievais, respirava-se ar
contaminado pela queima de lenha e carvão, mas esse
processo não é tóxico.
(C) Nas cidades medievais, os ambientes eram
muito insalubres, pois não havia vidros nas janelas
dos castelos, e isso favorecia a circulação do ar,
deixando a população livre das doenças
respiratórias.
(D) Os centros urbanos do mundo moderno
produzem e consomem num ritmo crescente. O
resultado é a atmosfera poluída com materiais de
origens diversas que nem sempre podem ser
percebidos pelos moradores dessas cidades.
(E) Os centros urbanos do mundo moderno, todos
no Hemisfério Norte-Ocidental, apresentam episódios
críticos de poluição do ar. Isso ocorre porque a quei-
ma dos combustíveis fósseis é muito utilizada em
nosso tempo.
02. Uma característica do processo de urbanização
brasileiro é a formação de grandes aglomerados
urbanos em detrimento da formação de cidades de
porte médio. Disso resultam problemas ambientais,
como o tratamento do lixo, ou sociais, como o
transporte coletivo, que vão além dos limites
municipais. O “encontro” entre duas cidades, resul-
tado do crescimento horizontal, denomina-se
(A) megalópole.
(B) metrópole.
(C) conurbação.
(D) cidades gêmeas.
(E) grandes cidades.
03. As metrópoles e cidades brasileiras estruturam-se
numa hierarquia urbana que tem seus três patamares
superiores na seguinte ordem decrescente, com
exemplos citados entre parênteses:
(A) metrópoles nacionais (Rio de Janeiro),
metrópoles regionais (Porto Alegre) e metrópoles
locais (Curitiba).
(B) metrópoles regionais (Rio de Janeiro),
metrópoles locais (Florianópolis) e capitais regionais
(Rio Branco).
(C) metrópoles regionais (São Paulo), metrópoles
locais (Recife) e capitais regionais (Pelotas).
(D) metrópoles nacionais (São Paulo), capitais
regionais (Belo Horizonte) e metrópoles locais
(Belém).
(E) metrópoles nacionais (Rio de Janeiro),
metrópoles regionais (Curitiba) e capitais regionais
(Ribeirão Preto).
04. Assinale a alternativa que completa corretamente
as lacunas do texto abaixo, na ordem em que
aparecem.
Em uma área ........ densamente povoada, os(as) ........
não são igualmente distribuídos(as) entre os diversos
grupos sociais que ali habitam. Em uma metrópole
como São Paulo, a probabilidade de ocorrerem
desabamentos e inundações em favelas é ........ do
que em moradias construídas em bairros de classe
média ou alta.
(A) rural – doenças epidêmicas – menor
(B) rural – queimadas – maior
(C) urbana – riscos ambientais – menor
(D) urbana – riscos ambientais – maior
(E) industrial – chuvas ácidas – menor
05. Quanto à sua classificação, uma cidade pode ser
analisada sob diferentes aspectos, como situação,
função, origem ou sítio.Assinale a alternativa que
apresenta a melhor definição de sítio urbano.
(A) É a posição que uma cidade ocupa em
relação aos fatores naturais.
(B) É a atividade que melhor caracteriza uma
cidade.
(C) É a base topográfica e morfológica em que a
cidade está assentada.
(D) É a posição que a cidade ocupa na rede
urbana.
(E) É a especialização funcional da cidade.
06. Assinale a alternativa que preenche corretamente
as lacunas do parágrafo abaixo, na ordem em que
aparecem.
A inversão térmica da radiação, também chamada
inversão térmica de superfície, caracteriza-se pelo
significativo ........ noturno da camada de ar junto à
superfície do solo, principalmente nas depressões do
relevo. Esses locais favorecem a acumulação de
........, que carrega consigo os poluentes atmosféricos.
A inversão térmica de superfície gera uma grande
........ do ar junto ao solo e dificulta a efetiva dispersão
dos poluentes.
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Adaptado de: Atlas ambiental de Porto Alegre. Porto (D) Apenas I e III.
Alegre: UFRGS, 1998. p. 167. (E) Apenas II e III.

(A) aquecimento – ar quente – estabilidade 09. No verão de 2003-2004, foram implantadas

(B) aquecimento – ar quente – instabilidade passarelas sobre as dunas frontais em municípios
(C) resfriamento – ar quente – estabilidade costeiros ao longo do litoral gaúcho, como nas praias
(D) resfriamento – ar frio – estabilidade do Cassino, Tramandaí e Torres.
(E) resfriamento – ar frio – instabilidade Em relação a esse fato, assinale com V (verdadeiro)
ou F (falso) as afirmações abaixo.
07. O estudo da organização interna das cidades ( ) As dunas frontais têm importante papel na
permite entender vários aspectos da sua economia, atenuação da energia de fortes ondas sobre a costa
gestão e estrutura socioespacial.Associe as litorânea em eventos de tempestade.
conceituações relacionadas ao espaço urbano, dadas ( ) A vegetação que consegue desenvolver-se sobre as
no bloco inferior, com os termos a que se referem, dunas frontais, em condições adversas de
enumerados no bloco superior. temperatura, salinidade, vento e umidade, impede a
integridade e a manutenção da biodiversidade local.
1 - Vazio urbano ( ) As dunas frontais protegem os aqüíferos, evitando
2 - Espaço de consumo a contaminação salina decorrente da entrada de água
3 - Cidade informal do mar.
4 - Condomínio fechado ( ) A extração clandestina de areia, as atividades de
lazer e recreação intensivas, as construções
( ) Parcela do espaço urbano carente de infra- irregulares e o pisoteio contribuem para a destruição
estrutura, onde a maioria da população vive em das dunas.
loteamentos clandestinos.
( ) Local que as classes sociais de maior renda A seqüência correta de preenchimento dos parênteses,
escolhem para morar, em função da segurança, do de cima para baixo, é
conforto e do contato com a natureza.
( ) çrea de grandes proporções dentro dos limites (A) V – F – F – V.
urbanos do município, geralmente subutilizada, (B) F – V – F – V.
aguardando valorização para fins imobiliários (C) F – F – V – F.
especulativos. (D) V – F – V – V.
(E) V – V – V – F.
A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, 10. Com a intensificação do processo de
de cima para baixo,é urbanização no Brasil, muitas bacias hidrográficas
urbanas tiveram a sua cobertura alterada para
(A) 3 – 2 – 1. superfícies impermeáveis, onde, em muitas ocasiões,
(B) 1 – 3 – 2. foram construídos canais e galerias subterrâneos
(C) 3 – 4 – 1. destinados ao escoamento das águas pluviais.
(D) 1 – 4 – 2. Com relação às conseqüências do processo de
(E) 2 – 3 – 4. urbanização sobre o ciclo hidrológico, considere os
08. Em relação ao setor de saneamento básico no itens abaixo.
Brasil, são feitas as seguintes afirmações. 1 - aumento da infiltração
I - A região Centro-Oeste tem o menor número de 2 - aumento da vazão dos cursos d'água
municípios do Brasil com coleta de esgotos, devido 3 - diminuição do escoamento superficial
principalmente à sua baixa taxa de urbanização. 4 - diminuição da evapotranspiração
II - Os índices de atendimento dos serviços de Os dois itens que constituem alterações ocasionadas
abastecimento de água e de esgotamento sanitário no pelo processo de urbanização sobre o ciclo
Brasil estão bastante próximos da universalização hidrológico são os de números
pretendida e necessária.
III - No Brasil, é prática comum a disposição (A) 1 e 2.
inadequada do lixo em depósitos a céu aberto, os (B) 1 e 3.
denominados lixões. (C) 2 e 3.
Quais estão corretas? (D) 2 e 4.
(A) Apenas I. (E) 3 e 4.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
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11. Sobre o processo de urbanização brasileiro
recente, é correto afirmar que
(A) a concentração das grandes indústrias nas áreas
centrais das cidades tem aumentado, intensificando-
se, com isso, o processo de verticalização em suas
áreas periféricas.
(B) as grandes metrópoles têm investido intensamente
em áreas de lazer, criando a cidade informal.
(C) diretrizes gerais para a política urbana e a
execução de políticas municipais de
desenvolvimento urbano são estabelecidas pelo
Estatuto da Cidade, criado em 2001.
(D) as redes urbanas, com o acelerado processo de
urbanização nas últimas décadas, vêm sendo
substituídas pelos centros subregionais locais.
(E) as metrópoles nacionais e regionais desaparecem
da hierarquia urbana, dando lugar às metrópoles
locais, devido ao processo de globalização e ao
surgimento de muitos tecnopólos.
12.Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as
afirmações abaixo, referentes à urbanização e à
formação das cidades.
( ) As cidades de Nova Iorque, Tóquio e Londres são
chamadas de cidades globais, pois influenciam a
economia mundial e possuem os principais centros
financeiros do globo.
( ) A área metropolitana de São Paulo é formada pela
conurbação do município de São Paulo com Santo
André, São Caetano do Sul e Diadema, entre outros.
( ) Na região nordeste dos Estados Unidos, localizam-
se as cidades de Boston, Los Angeles, São Francisco
e Washington, que constituem a primeira megalópole
mundial.
( ) As megacidades são aglomerados urbanos com
mais de 10 milhões de habitantes, tais como o Rio de
Janeiro, a Cidade do México, Cairo, Calcutá e
Tóquio.
A seqüência correta de preenchimento dos parênteses,
de cima para baixo,é
(A) F – V – V – F.
(B) V – V – F – V.
(C) V – F – V – F.
(D) F – F – V – V.
(E) F – V – F – F.
13. Em relação ao processo de urbanização
brasileiro, é correto afirmar que
(A) ele apresenta acentuada concentração espacial,
formando grandes aglomerados urbanos.
(B) os problemas ambientais urbanos atingem todos
os grupos sociais com a mesma intensidade.
(C) o crescimento acelerado das cidades é
acompanhado de melhorias nas condições de infra-
estrutura urbana .
(D) a expansão urbana avança sobre grandes áreas
sem transgredir a legislação vigente que dispõe sobre
a ocupação do solo urbano.
(E) o fluxo migratório pendular é fundamental no
crescimento populacional das grandes cidades
brasileiras.
14. A tabela abaixo apresenta as taxas de urbanização
por regiões brasileiras (%).
Considerando os dados da tabela e o processo de
urbanização brasileiro, assinale a alternativa correta.
(A) Em 1970, apesar de a maioria da população
brasileira viver em vilas e cidades, a maior parte das
regiões apresentavam população majoritariamente
rural.
(B) Comparando os dados de 1950 e 2000,
observa-se o crescimento da urbanização em todas as
regiões, resultado da boa distribuição do processo de
industrialização no Brasil.
(C) O processo de urbanização brasileiro
promoveu a eqüitativa distribuição da população,
visto que não são significativas as diferenças das
densidades populacionais entre as regiões do país.
(D) Em 2000, as regiões Sudeste, Centro-Oeste e
Sul eram urbanizadas, ao passo que as regiões Norte e
Nordeste eram predominantemente rurais.
(E) Os dados indicam taxas de urbanização
semelhantes nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul
ao longo do período analisado.
15. Associe adequadamente as afirmações
apresentadas no bloco inferior aos municípios
gaúchos identificados no bloco superior.
1 - Garibaldi e Carlos Barbosa
2 - Bagé e Pelotas
3 - Alegrete e Santana do Livramento
4 - São Borja e Porto Xavier
( ) São dois dos municípios de maior área do Rio
Grande do Sul.
( ) São dois dos municípios membros da
Aglomeração Urbana do Nordeste.
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( ) São dois dos municípios que fazem limite com a

Argentina.

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses,

de cima para baixo, é

(A) 1 – 2 – 4.
(B) 2 – 3 – 1.
(C) 3 – 1 – 4.
(D) 4 – 1 – 2.
(E) 2 – 4 – 3.

16. Observe o mapa abaixo, que representa a divisão

municipal do Rio Grande do Sul.

Adaptado de: Atlas socioeconômico do Rio Grande

do Sul . 2. ed., 2002.

As áreas mais escuras do mapa correspondem aos

municípios

(A) com maior densidade demográfica no estado.

(B) que apresentam as maiores áreas em risco de
desertificação no estado.
(C) com os mais altos rendimentos na indústria do
fumo no estado.
(D) que formam a aglomeração urbana do
Nordeste.
(E) que mais cultivam arroz no estado.

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Gabaritos e Comentários:
01. As cidades tiveram suas funções modificadas substancialmente com a
Revolução Industrial, iniciada no século XVIII. Até o século XIX, essas
mudanças eram representadas pela indústria, que estava se ampliando na Europa
e nos Estados Unidos; pelas ferrovias, que transportavam as mercadorias,
produtos e combustíveis; e pelos cortiços, onde vivia grande parte dos
trabalhadores da época. Aos poucos, nas cidades onde o liberalismo econômico
predominava, os terrenos urbanos foram se valorizando. Surgiram novos bairros,
novos tipos de comércio e a especulação imobiliária. As cidades foram
crescendo de maneira caótica, os cursos fluviais foram se tornando poluídos, pois
os esgotos não tratados eram lançados diretamente neles, faltavam lugares de
lazer, e as indústrias, que utilizavam majoritariamente o carvão como
combustível, contaminavam gravemente o ar atmosférico. Dessa maneira, o
desenvolvimento industrial originou cidades insalubres, onde se disseminaram
várias moléstias como a peste bubônica, a tuberculose e a varíola. Essa situação
de insalubridade ficou muito bem representada nas cidades industriais inglesas
do século XIX , como, por exemplo, Manchester e Londres.
Toda essa degradação típica dos grandes centros urbanos industriais do século
XIX contribuiu para que os urbanistas da época começassem a pensar a
expansão das cidades. As primeiras experiências de planejamento urbano, ainda
no século XIX, devem-se a Paris, na França, onde foram abertas grandes
avenidas e praças, que de certa forma, contribuíram para mudar o antigo
traçado medieval da urbe.
Atualmente, as grandes cidades mundiais enfrentam uma série de problemas
socioambientais. Entre os mais graves, destaca-se o da habitação. Com o
aumento das migrações campo-cidade, os preços das moradias aumentaram,
incentivando a especulação imobiliária. A população menos abastada passa a
morar cada vez mais distante do local de trabalho, geralmente na periferia das
metrópoles, onde o preço dos terrenos e dos aluguéis é mais barato. A gravidade
do problema aumenta com a deficiência do sistema de transportes.
Engarrafamentos e intensa poluição do ar também são outras das conseqüências
dessa situação caótica muito comum em cidades dos países subdesenvolvidos ou
periféricos.
A poluição atmosférica é um problema sério que afeta a grande maioria das
grandes cidades do mundo moderno. Tal contaminação do ar decorre,
principalmente, das partículas resultantes do processo de combustão dos veículos
automotores. Ainda que, na maioria das vezes, a população que habita as
grandes cidades não se dê conta de tal contaminação, é cada vez mais freqüente
a formação de uma camada de fumaça, formada por aerossóis e gases, que
permite que os moradores visualizem a impureza do ar urbano.
Resposta Certa: (D)
A geração de poluentes não é algo novo no mundo. Ela sempre existiu. O
diferencial refere-se à quantidade e à qualidade dos elementos em suspensão no
ar. Após a Revolução Industrial, fruto da intensificação das atividades urbanas e
do excessivo consumo de combustíveis fósseis em automóveis e fábricas,
começaram a ser gerados poluentes que produzem diferentes quantidades de
gases e materiais de origem diversa, que têm contaminado o ar de grandes
centros urbanos do mundo moderno, tanto no Hemisfério Ocidental como no
Oriental.
02. No Brasil, por força de lei, toda sede de município é considerada uma
cidade. Assim, para um aglomerado humano ser considerado cidade, ele
independe do número de habitantes que possui, diferentemente do que ocorre,
por exemplo, em alguns países europeus onde isso é necessário. Na França,
precisa ter no mínimo 2.000 habitantes, e, na Holanda, 5.000.
Porém, para a ciência geográfica, a noção de cidade é bem mais complexa do
que as condições legais ou o número de habitantes. Para um aglomerado urbano
ser considerado cidade, é preciso que nele estejam presentes certas funções
sociais, culturais, econômicas e políticas, isto é, mais que ser apenas o local de
moradia dos seus habitantes. A complexidade da noção de cidade é grande.
Entre uma grande capital e uma pequena cidade, as diferenças são, na maioria
das vezes, muito acentuadas.
No entanto, admite-se que a cidade é uma aglomeração humana, organizada
para a vida coletiva, onde a maior parte da população se dedica a atividades não-
agrícolas. Assim, a grande concentração de atividades terciárias (setor de
serviços) públicas e privadas do aglomerado e a forma contínua dos espaços
edificados são características importantes das cidades.
As cidades grandes possuem produtos e serviços de consumo raro, isto é, dos
quais as pessoas não precisam freqüentemente, como, por exemplo, um livro raro
que não pode ser obtido numa pequena cidade. Nas cidades grandes estão
localizadas as sedes de importantes órgãos públicos e financeiros e certos tipos
de serviços especializados: educação, medicina, serviços de manutenção e
assistência de tecnologia de ponta.
Quando os limites físicos das cidades estão muito próximos, formam-se
conurbações, ou seja, o crescimento de uma cidade foi tão grande, a ocupação
humana foi tão intensa que várias cidades se uniram entre si. Portanto, o fato
urbano onde ocorre a junção de cidades antes separadas denomina-se
conurbação. Com esse grande crescimento, os problemas agravam-se:
deficiência nos sistemas de transporte urbano, rede de água e esgoto inadequada,
falta de escolas, moradias e hospitais, ruas não pavimentadas, etc.
O termo metrópole deriva de um vocábulo grego que corresponde a cidade-mãe.
Etimologicamente, significa a área organizada por uma cidade-mãe ou principal.
Esta lidera a rede urbana à qual está integrada e exerce uma forte influência sobre
as cidades de menor porte que são dependentes dela, econômica e
funcionalmente. As metrópoles, em geral, foram produto da Revolução
Industrial, e foi essa atividade, a indústria, que lhes deu maior impulso, já que a
localização do processo de produção no espaço urbano promoveu também uma
maior concentração da força de trabalho e de consumo, assim como os de
gestão e de serviços.
O termo deve ser aplicado apenas a cidades grandes com as seguintes
características:
- um crescimento da cidade tão grande que seu prolongamento atinge e absorve
os aglomerados rurais e outras cidades. Estas, que antes tinham autonomia,
acabam comportando-se como parte integrante da metrópole. Com essa
expansão, desaparecem os limites físicos entre os diferentes núcleos urbanos,
fenômeno que, como já foi visto anteriormente, se denomina conurbação.
- a existência de um centro histórico onde se concentram atividades de serviços a
partir do qual surgem sub-centros.
- a identificação de um único espaço edificado, porém com várias
administrações político-administrativas autônomas, como, por exemplo, São
Paulo e o ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema). Cada
uma dessas cidades tem autonomia administrativa e, juntas, formam uma
conurbação.
- fluxos de circulação de veículos com picos de maior intensidade de tráfego
pela manhã e no final da tarde, formando o chamado fluxo pendular,
atravessando mais de uma cidade.
Assim, percebe-se que a metrópole se refere não somente à cidade-mãe, mas a
todo espaço em conurbação com a mesma, formando um todo complexo e
bastante integrado.
Numa concepção mais sucinta e restrita, o termo refere-se à principal cidade de
uma densa rede urbana, com população geralmente superior a 1 milhão de
habitantes, altas densidades demográficas, concentrando as mais importantes e
numerosas atividades industriais, comerciais e de serviços de uma região,
concentrando capital e poder político.
A megalópole ou megalópolis é uma conurbação de metrópoles. As megalópoles
são encontradas em áreas de intenso desenvolvimento urbano, formando uma
extensa e gigantesca área urbanizada. Correspondem às mais importantes e
maiores aglomerações urbanas da atualidade, e nelas as áreas rurais estão
praticamente ausentes ou se restringem a pequenos espaços nos quais se
produzem hortigranjeiros. A megalópole brasileira encontra-se em formação ao
longo do eixo metropolitano São Paulo–Rio de Janeiro. As principais
megalópoles contemporâneas são: i) Boswash: localiza-se no nordeste dos
Estados Unidos, estendendo-se de New Hampshire até Virgínia, incluindo as
metrópoles de Nova Iorque, Filadélfia, Baltimore e Washington. O nome
Boswash deriva de Boston e Washington. Ocupa 2% do território norte-
americano e possui cerca de 50 milhões de habitantes; ii) Chippits: localiza-se na
região dos Grandes Lagos, nos Estados Unidos. Sua população é equivalente à
de Boswash e se estende de Chicago a Pittsburg, abrangendo as metrópoles de
Cleveland e Detroit; iii) Tokkaido: localiza-se no sudeste do Japão, incluindo as
metrópoles de Tóquio, Kawasaki, Nagoya, Kyoto, Kobe e Osaka, totalizando
cerca de 45 milhões de habitantes; iv) Megalópole renana: com cerca de 33
milhões de habitantes, está situada na Europa Ocidental, junto ao vale do rio
Reno, abrangendo as metrópoles de Amsterdan, Düsseldorf, Colônia, Bonn e
Stuttgart.
Resposta Certa: (C)
A questão exige conhecimento de geografia urbana. Para designar o “encontro”
entre duas cidades, resultado do crescimento horizontal , é consensual utilizar-se
o termo conurbação.
03. O conceito de hierarquia urbana baseia-se na noção de rede urbana, um
conjunto integrado de cidades que estabelecem relações econômicas, sociais e
políticas entre si. Nessas relações, algumas cidades se sobressaem sobre as
outras, produzindo um sistema de relações hierarquizadas no interior da rede
urbana estabelecida. Os principais critérios adotados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) para definir uma rede hierárquica das cidades
brasileiras são: a rede viária e o movimento de pessoas (fluxo de passageiros) e o
fluxo de bens e serviços entre os diferentes centros do país (comércio varejista,
atacadista, prestação de serviços de saúde, educação e bancos).A partir desses
critérios foi possível estabelecer a hierarquia urbana para o Brasil.
A liderança das diferentes redes urbanas cabe às metrópoles, que polarizam o
conjunto de redes urbanas nacionais e de grandes regiões. O país tem duas
metrópoles nacionais: São Paulo e Rio de Janeiro. As regiões metropolitanas
(conjunto de municípios interligados e integrados socioeconomicamente a uma
grande cidade) dessas cidades exercem influência em todo o país: são
popularmente denominadas de Grande São Paulo e Grande Rio.
O segundo nível hierárquico está representado pelas sete metrópoles regionais:
Recife, Salvador, Belém, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza e Belo Horizonte. As
regiões metropolitanas dessas cidades influenciam uma determinada região do
país.Abaixo das metrópoles regionais estão as capitais regionais, que são
influenciadas pelas metrópoles regionais, com as quais se complementam, e
polarizam a rede urbana de regiões menores. São exemplos de capitais regionais
as cidades de Campina Grande (PB), Santos (SP), Uberlândia (MG), Natal (RN),
Teresina (PI), entre outras.O processo de globalização da economia
internacional colocou outros parâmetros para as grandes metrópoles mundiais. O
aperfeiçoamento dos transportes, a rapidez das comunicações, possibilitada
pela telefonia móvel, pelo fax e pela internet, provocaram uma integração das
cidades em níveis muito mais amplos.As principais metrópoles, dotadas de
melhor infra-estrutura de serviços, transportes e comunicações, tornaram-se
centros geográficos privilegiados, de onde as empresas transnacionais comandam
uma série de transações materiais e virtuais. Ou seja, formaram-se laços muito
estreitos entre as empresas mais dinâmicas e esses grandes espaços urbanizados,
integrados às redes mundiais.Nesse contexto, os novos estudos sobre a
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urbanização têm gerado novas nomenclaturas e classificações, aperfeiçoando o
conhecimento das cidades brasileiras. Dessa forma, atualmente, São Paulo pode
ser considerada uma metrópole global, pois é a partir dela que as atividades
realizadas no território nacional são integradas aos principais circuitos da
economia internacional. Nela encontram-se modernos centros financeiros e sedes
de grandes corporações multinacionais. Para maiores detalhes, ver: MOREIRA,
Igor. O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: çtica, 1998.
Resposta Certa: (E)
Os três patamares superiores da hierarquia urbana estão corretamente designados,
em ordem decrescente, na alterantiva (E), assim como estão corretamente
associados os três exemplos, entre parênteses.
04. O rápido crescimento das cidades, principalmente daquelas localizadas nos
países em desenvolvimento, não foi acompanhado de investimentos em infra-
estrutura para a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. Os problemas
sócio-ambientais enfrentados por esses núcleos urbanos são vários e, na maioria
das vezes, bastante graves. Ausência de rede de abastecimento de água, falta de
rede coletora e de tratamento de esgoto, ruas não pavimentadas, transporte
público deteriorado, poucas áreas verdes e de lazer, escolas precárias e rede
médico-hospitalar deficiente, são alguns dos imensos problemas a que estão
submetidos, especialmente, as classes sociais menos favorecidas das cidades dos
países em desenvolvimento. A esse tipo de problemas, agregam-se aqueles
relacionados à poluição do ar, da água e dos solos ocasionados pelas atividades
industriais e pela circulação de veículos.
A maioria da população pobre dessa cidades reside nas piores áreas, ou seja, está
sujeita a uma série de riscos. Geralmente, elas constróem suas casas em lotes
localizados em áreas mais afastadas do centro, onde o preço dos terrenos é mais
barato, já que as condições de infra-estrura são extremamente precárias. Essas
áreas correspondem, a morros com altas declividades, mangues, margens de rios
ou arroios, ao longo de grandes vias de tráfego, enfim são áreas onde a
população que ali vive enfrenta riscos de saúde e, inclusive, de sobrevivência.
Essas áreas são conhecidas por áreas de risco.
São exemplos dessa situação “de risco” as moradias de baixo padrão localizadas
em encostas com altas declividades, onde são comuns os deslizamentos de terra,
assim como aquelas situadas nos fundos de vales de rios ou arroios, sujeitas a
inundações quando da ocorrência de chuvas intensas. Nessas áreas proliferam os
loteamentos clandestinos (irregulares) e favelas, onde há carência de infra-
estrutura e as condições de vida da população são bastante precárias e, por
muitas vezes, de extrema miserabilidade.
Resposta Certa: (D)
A expansão urbana das cidades brasileiras caracteriza-se pelas diferenças no
processo de ocupação do espaço. Assim, essas cidades revelam não só as
desigualdades sociais, mas também aquelas relativas à infra-estrutura e à
possibilidade de riscos ambientais aos quais as pessoas estão submetidas. Nos
espaços urbanos ocupados por sub-habitações (vilas, favelas), a localização e
as condições das moradias expõem seus moradores aos riscos ambientais, tais
como os desabamentos em áreas elevadas e as inundações nos vales fluviais.
05. O sítio de uma cidade pode ser definido como o marco topográfico em que
ela se assenta, influindo portanto, no traçado (plano) urbano. As condições
topográficas favorecem diversas formas de cidades como por exemplo cidades
alongadas, semi-circulares, tentaculares, etc. O traçado da cidade, isto é, o seu
plano, depende da topografia local e do momento histórico de construção da
cidade. Há cidades de plano desordenado, de plano radiocêntrico (ruas e avenidas
têm origem em uma mesma área central) , ortogonal (em forma de tabuleiro de
xadrez), etc.
A situação urbana de uma cidade é a posição dela em relação às regiões e às
vias de comunicações que se estabelecem e fixam as relações necessárias à
realização das funções urbanas. Uma cidade pode surgir da confluência de dois
cursos fluviais, como é o caso de Paris (França) e Manaus, ou do entroncamento
de ferrovias como Bauru no Estado de São Paulo. Também pode surgir de uma
posição defensiva estratégica como a cidade do Rio de Janeiro.
A grande importância das cidades decorre de suas funções, ou seja, dos
papéis que a cidade desempenha na região ou país onde ela se localiza. Há
cidades que se especializam em certas funções: comercial (Campina Grande, na
Paraíba); industrial (Cubatão, em São Paulo); administrativa (Brasília e
Washington); portuária (Rio Grande e Santos); universitária (Oxford e
Cambridge, na Inglaterra); religiosa (Aparecida, em São Paulo e Meca na Arábia
Saudita), entre outras funções.
As cidades estabelecem relações entre elas e com as áreas rurais, trocando
produtos e serviços. A rede urbana pode ser, então, considerada como o sistema
circulatório entre cidades de funções diferentes. Isso conduz à idéia de
hierarquia urbana que está ligada à influência ou dependência que os centros
urbanos exercem uns em relação aos outros. Assim, cidades pequenas dependem
de serviços que somente estão disponíveis em cidades maiores. Quando uma
cidade possui uma área de influência muito grande ela é considerada uma
metrópole, ou seja, ela desenvolve múltiplas e variadas funções, atuando sobre
muitas cidades e ocupando o maior grau de importância na hierarquia urbana de
um país (metrópole nacional) ou região (metrópole regional).
Resposta Certa: (C)
Sítio urbano é a base topográfica e morfológica em que uma cidade está
assentada, conforme definição dada na alternativa (C). As demais alternativas
são incorretas: a (A), porque a posição que uma cidade ocupa em relação aos
fatores naturais é a situação; a (B), porque a função de uma cidade é definida
pela sua atividade básica ou principal; a (D), porque a posição que a cidade
ocupa na rede urbana é a hierarquia que as cidades estabelecem entre si a partir
de uma divisão de funções; e a (E), porque a especialização funcional é relativa
à atividade que melhor caracteriza uma cidade.
06. Normalmente, nos primeiros 10 km da atmosfera, o ar se resfria à medida
que se distancia da superfície da terra. Assim, o ar mais próximo da superfície,
que é mais quente e mais leve, pode ascender, favorecendo a dispersão dos
poluentes emitidos pelas mais diversas fontes.
A inversão térmica é uma condição meteorológica que ocorre nas grandes
cidades, principalmente nos dias frios do inverno, quando uma camada de ar
quente se sebropõe a uma camada de ar frio, impedindo o movimento ascendente
do ar. O ar que se situa abaixo da camada (quente) fica mais frio, portanto, mais
pesado, fazendo com que os poluentes se mantenham próximos da superfície.
Forma-se, então, sobre a cidade uma névoa, composta de gases tóxicos e
poluentes, que são prejudiciais à saúde.
Num ambiente com um grande número de indústrias e de circulação de
veículos, como o das cidades, a inversão térmica pode dar origem a altas
concentrações de poluentes e ocasionar problemas de saúde aos moradores. Os
principais problemas de saúde causados pela inversão térmica são: pneumonia,
bronquite, enfisemas, agravamento das doenças cardíacas, mal-estar e irritação
nos olhos.
A inversão térmica termina quando há deslocamento horizontal dos ventos
que carregam a camada de ar frio, possibilitando, então, o aquecimento do ar
mais próximo da superfície.
Resposta Certa: (D)
As depressões do relevo, caso das áreas de várzeas, permitem a acumulação do
ar frio noturno, indutor de inversões térmicas de radiação ou de superfície. Estes
são fenômenos geradores de forte estabilidade atmosférica, a qual, por sua vez,
possibilita a acumulação de poluentes, principalmente os emitidos no período
noturno.
07. A urbanização da sociedade contemporânea é um fenômeno que vem se
consolidando em nível mundial. Estimativas da ONU apontam que, até 2015,
53,2% da população mundial estará vivendo em áreas urbanizadas. Nesse
contexto, os espaços urbanos vêm sendo alvo de pesquisas e conceituações que
procuram qualificar e explicar os fenômenos nele atuantes.
Entre eles, destacam-se os espaços de consumo – locais dotados de sistemas
de segurança, climatização artificial, áreas de lazer e de diversão para diferentes
faixas etárias, com forte homogeneização dos espaços internos, e ampliação da
segregação social. Como exemplos, temos os shopping centers , os
hipermercados, os parques temáticos, os centros de eventos culturais, entre
outros. Nesses setores da cidade, também são planejados pelos agentes
imobiliários os condomínios horizontais e verticais, onde residem parcelas da
população de alta e média alta renda.
Por outro lado, grande parte da população urbana reside em áreas de
ocupação informal, carentes de infra-estrutura, de equipamentos e de serviços
públicos. As casas são precárias, condizentes com a renda auferida por seus
moradores. A informalidade está presente nesses setores, bem como a violência e
as gangues de traficantes de drogas.
Por fim, os vazios urbanos referem-se às glebas de terras que não foram ainda
parceladas para fins de loteamento ou desmembramento dentro do perímetro
urbano, estando subutilizadas ou não utilizadas, aguardando a valorização do
entorno. Essa é uma das práticas adotadas pelos proprietários fundiários e
especuladores imobiliários.
Resposta Certa: (C)
Cidade informal (3) é a designação dada àquela porção do espaço urbano onde
a ocupação ocorre de modo espontâneo e não formal, para fins residenciais da
população de baixa renda, impossibilitada de adquirir um terreno ou lote no
mercado imobiliário formal, e que muitas vezes é vítima do mercado ilegal de
terras, ou seja, dos loteamentos clandestinos. Condomínio fechado (4) constitui
uma tipologia residencial de baixa densidade, destinada às faixas de renda de
maior poder aquisitivo, geralmente localizado na periferia das grandes cidades e
dotado de sistemas de segurança, lazer e recreação. Vazio urbano (1) é a
designação de glebas que não foram ainda desmembradas dentro do perímetro
urbano, e são subutilizadas ou não utilizadas, enquanto aguardam a valorização
do entorno. Espaços de consumo (2) são locais fechados onde a finalidade
primordial é o consumo, agregado às atividades de lazer eletrônico, de
alimentação fast food e de forte segregação social, como, por exemplo, os
shopping centers.
08. O Brasil tem uma rede de abastecimento de água potável satisfatória, se
comparada com os sistemas de coleta e tratamento de esgotos e lixo, bastante
precários. Este é o panorama geral do saneamento básico do Brasil, segundo os
dados do Censo de 2000. O Brasil evoluiu pouco em relação ao ano de 1991,
pois os investimentos nesse setor estão bem aquém do necessário para a
universalização pretendida.
Segundo o relatório oficial do IBGE, o esgotamento sanitário é o serviço
com menos cobertura no país, embora tenha crescido quase 11% na década de
1990. Em 2000, quase metade dos municípios brasileiros não era servida de
sistema de coleta de esgoto. As regiões mais pobres são as menos assistidas.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) de 2000,
do IBGE, a Região Centro-Oeste tem 82,1% de municípios sem coleta de esgoto
e 17,9% de municípios com esgoto coletado, sendo que 12,3% dos municípios
tratam o esgoto. A situação dessa região brasileira neste quesito somente é
melhor do que a da Região Norte e está bem atrás da média brasileira, onde
quase 48% dos municípios carecem de coleta de esgotos e apenas 20,2% dos
municípios o tratam.
As diferenças nos números da rede de esgotamento sanitário entre as
unidades da federação que compõem a Região Centro-Oeste são grandes.
6
 Pré-Vestibular Esperança Popular – Restinga – Geografia – Exercícios sobre Urbanização UFRGS
Apenas 33,1% da população total da região é atendida por rede de esgoto
sanitário, variando de 10,3% para o estado do Mato Grosso do Sul até 87,7%
para o Distrito Federal. Em relação ao sistema de abastecimento de água, os
dados são bem melhores, pois quase 78% da população do Centro-Oeste é
assistida por rede de abastecimento de água, número um pouco superior ao da
média brasileira, que está em 76,1%.
No Brasil, principalmente nos municípios de até 20 mil habitantes, a
disposição final do lixo é majoritariamente feita em lixões a céu aberto. Os
lixões são o pior tipo de disposição final dos resíduos, pois não atendem a
nenhuma norma de controle sanitário, causando poluição da água, do ar e do
solo, além de problemas de saúde pública. O Brasil precisa avançar muito em
relação a esse tema, tendo em vista que apenas 8% de seus municípios têm
programas de coleta seletiva de lixo.
Resposta Certa: (C)
A afirmação I é incorreta, porque não é o Centro-Oeste a região com menor
número de municípios com coleta de esgotos no Brasil, mas, sim, a região Norte.
Além disso, o Centro-Oeste possui uma das maiores taxas de urbanização entre
as grandes regiões do país. A afirmação II também é incorreta, porque o Brasil
ainda está longe de oferecer água tratada e coleta de esgotos a todos os seus
habitantes, embora os índices de atendimento dos últimos anos tenham
melhorado em relação aos dos anos anteriores. A afirmação III está correta,
pois, no Brasil, a prática mais comum é dispor os resíduos sólidos em lixões.
09. A região litorânea abriga ecossistemas raros e de grande vulnerabilidade
ambiental, caracterizados pela geologia recente, conformando paisagens
diferenciadas no continente latino-americano e apresentando campos de dunas
ainda preservados, banhados, áreas de campos e rosário de lagoas.
As dunas costeiras formam-se em locais onde a velocidade do vento e a
disponibilidade de areia de granulometria fina são adequadas ao transporte
eólico. As dunas servem de barreira natural à invasão da água do mar e da areia
em áreas continentais e nos balneários. Também protegem o lençol de água
doce, evitando a entrada de água do mar nos aqüíferos. As dunas frontais têm
importante papel na atenuação da energia de fortes ondas e ventos sobre a costa.
As espécies vegetais nativas que conseguem desenvolver-se sobre as dunas
frontais são pouco numerosas, por ser o ambiente litorâneo extremamente
inóspito. As concentrações extremas de temperatura, solo arenoso, salinidade e
ventos constantes dificultam a cobertura vegetal das dunas; no entanto, sua
presença é crucial para a manutenção e a integridade da fauna.
A urbanização dos últimos cinqüenta anos ampliou consideravelmente a
utilização dos recursos naturais de modo desordenado, o que tende a
comprometer a qualidade ambiental e paisagística da região. Portanto, o manejo
desse importante ecossistema passa, necessariamente, pela preservação do
ambiente natural através de medidas moderadoras da ação do homem, como a
construção de passarelas, a proibição de construções e de pisoteio sobre as
dunas, projetos de educação ambiental para as comunidades locais, bem como
para os veranistas e turistas, entre outras.
Resposta Certa: (D)
O campo de dunas frontais exerce um papel fundamental nas áreas litorâneas: de
atenuação da energia de fortes ondas em períodos de ressaca; de proteção e
manutenção da flora e da fauna que consegue desenvolver-se em condições
adversas; e de proteção e conservação do manancial de água doce, evitando a
contaminação da água salina proveniente do mar. A ação humana – a extração
de areia, o pisoteio, a implantação de construções irregulares, atividades de
lazer e recreação como o sandboard e outras – vem danificando ou, nos casos
mais graves, destruindo essa importante feição do relevo litorâneo. Assim, as
passarelas construídas recentemente nas principais praias gaúchas auxiliam, de
modo eficaz, na preservação e manutenção das dunas frontais e,
conseqüentemente, do ecossistema litorâneo.
10. A urbanização é o processo pelo qual cada vez mais pessoas habitam as
cidades brasileiras em detrimento das áreas rurais. Um dos impactos mais
visíveis da intensificação desse processo é a impermeabilização das áreas rurais
e urbanas, sobretudo destas últimas. As áreas urbanas caracterizam-se por ter
grande quantidade de casas, edifícios e ruas asfaltadas, o que aumenta a
irradiação do calor. Além disso, o ar das áreas centrais das cidades tem grande
concentração de poluentes, que colaboram para aumentar a retenção de calor.
Assim, formam-se as ilhas de calor (fenômeno que resulta da elevação das
temperaturas médias nas áreas centrais da mancha urbana), que contribuem para
aumentar a evaporação e, conseqüentemente, a formação de nuvens e chuvas.
As inundações que assolam as grandes cidades relacionam-se com esse
aspecto típico das mudanças climáticas associadas à urbanização. Porém, as
inundações não decorrem apenas do aumento das precipitações, mas
principalmente do incremento da velocidade do escoamento superficial causado
pela pavimentação e impermeabilização do solo. A infiltração e a
evapotranspiração (evaporação da água no solo e transpiração das plantas) são
prejudicadas pela diminuição das áreas verdes (jardins, praças e parques). Em
cidades onde ocorrem chuvas torrenciais, o volume das águas pluviais é grande.
Essas águas alcançam rapidamente o leito dos cursos fluviais, em função da
impermeabilização e do conjunto de canais e dutos subterrâneos construídos
especialmente para evacuar a água das chuvas. Por isso, há aumento brusco da
vazão dos rios, que muitas vezes transbordam, causando estragos materiais e
dissipando doenças de veiculação hídrica, principalmente aos moradores das
áreas ribeirinhas.
Percebe-se, pois, que a impermeabilização do solo gera aumento do
escoamento superficial, ocasionando maior capacidade de arraste e, portanto,
maiores cargas poluidoras. As redes de drenagem urbana são responsáveis pelo
transporte dessas cargas e sabe-se, atualmente, que elas representam importantes
focos de degradação da qualidade das águas superficiais, isto é, de rios e lagos.
Resposta Certa: (D)
Nas cidades, há uma diminuição da infiltração da água das chuvas no solo, em
função da construção de superfícies impermeabilizantes como o asfalto e o
concreto. Sabe-se que as áreas verdes auxiliam na infiltração das águas no solo.
O incremento da pavimentação de extensas áreas urbanas aumenta a velocidade
das águas que escoam em direção aos cursos fluviais. A rede de canais pluviais
construída diminui ainda mais o tempo de permanência das águas das chuvas nos
solos, que chegam mais rápido aos cursos d'água, fazendo aumentar a vazão e o
risco de enchentes nas áreas mais vulneráveis a esse fenômeno. A
impermeabilização do solo também diminui a evapotranspiração, pois há
menos plantas e árvores nas cidades.
11. Somente na segunda metade do século XX o Brasil tornou-se um país
urbano, isto é, com mais de 50% da população residindo nas cidades. Após a
década de 50, como reflexo da industrialização, impôs-se uma nova lógica na
organização da sociedade brasileira. A evolução da taxa de urbanização no
Brasil indica a importância e a velocidade das transformações acarretadas: em
1950, esse índice alcançava 36,16%; em 1970, representava 56,80%, ou seja,
mais da metade da população; e, em 1990, chegava a 77,13%. Segundo o último
levantamento censitário, o grau de urbanização era de 81,2% em 2000.
Os dados até agora analisados mostram que a expansão da população urbana,
até 1980, caminhava na direção de uma grande concentração nas grandes
cidades, principalmente naquelas com mais de 500 mil habitantes. Após 1980, a
expansão assume um novo padrão. O grau de urbanização continua crescente,
mas a uma velocidade menor; as taxas de crescimento da população urbana
diminuem o seu ritmo; e aumenta o número de cidades médias (entre 100 mil e
500 mil habitantes), principalmente fora das áreas metropolitanas, que se tornam
destinos preferenciais dos migrantes. Associados às migrações, tem-se o
aumento da dispersão da indústria, que até há pouco tempo se concentrava em
áreas metropolitanas, a modernização do campo e a proximidade das indústrias
agrícolas.
As regiões metropolitanas mantêm a sua grande importância, entretanto o seu
peso no conjunto da população urbana e no seu crescimento tem diminuído,
provavelmente em função do declínio dos níveis de fecundidade e da redução
das migrações. Não pode deixar de ser referida a redução da importância
demográfica dos núcleos dessas regiões, principalmente devido ao aumento da
migração intra-metropolitana.
Na década de 90, constata-se uma elevação nas taxas de urbanização das
diversas regiões do país. O Sudeste, pioneiro do moderno sistema urbano
brasileiro, apresentava, em 1996, um índice em torno de 88%, seguido pelo
Centro-Oeste, com 81%, o Sul, com 74,1%, o Nordeste, com 60,6%, e o Norte,
com 57,8%. De modo geral, o fenômeno é significativo e os diferentes índices
refletem diferenças qualitativas ligadas à forma e ao conteúdo da urbanização.
Tal fato é resultado do impacto da divisão social e territorial do trabalho que
ocorreu, ao longo deste século, de modo diferenciado no território. No Sudeste e
no Sul, o desenvolvimento industrial e o dinamismo dos diversos tipos de
trabalho asseguraram uma rede urbana mais complexa.
Com a expansão recente da moderna economia de serviços de apoio à
produção, surgiu uma nova urbanização, marcada pela demanda e conseqüente
aumento exponencial de trabalho intelectual. As cidades de todos os níveis
acolhem os novos trabalhos - altamente especializados e qualificados -
envolvendo profissionais voltados à inovação tecnológica e à regulação mais
eficaz da distribuição e circulação dos produtos. Justamente essas novas
demandas do sistema produtivo é que encontram correspondência, por sua vez,
em uma maior demanda de urbanização.
Há uma distribuição das funções produtivas entre as cidades. Essas funções
passam a regular, através do trabalho intelectual, não somente a produção
urbana, mas também a produção rural. Com a revolução dos transportes e das
telecomunicações, paralelamente às novas formas de crédito e consumo, os
indivíduos têm ampliado seus meios de acesso aos bens e serviços. A rede
urbana tende a diferenciar-se. Aprofunda-se a divisão territorial do trabalho no
sistema urbano, entre cidades locais, cidades médias, metrópoles regionais e
metrópoles nacionais.
O acelerado processo de urbanização pelo qual o Brasil tem passado sofreu
com o descaso e a má gestão da administração pública, que assiste passivamente
e até incentiva a ocupação desordenada e predatória das periferias das nossas
grandes cidades. Isso faz com que a vida nas metrópoles brasileiras esteja se
tornando difícil para os cidadãos.
Na busca de criar alternativas para o crescimento desordenado das áreas
urbanas, depois de 11 anos de negociações e adiamentos, o Congresso Nacional
aprovou o Estatuto da Cidade, lei que regulamenta o capítulo de política urbana
da Constituição Federal de 1988. Encarregada pela Constituição de definir o
que significa cumprir a função social da cidade e da propriedade urbana, a nova
lei delega essa tarefa para os municípios, oferecendo para as cidades um
conjunto inovador de instrumentos de intervenção sobre seus territórios, além de
uma nova concepção de planejamento e gestão urbanos.
As inovações contidas no Estatuto situam-se em três campos: um
conjunto de novos instrumentos de natureza urbanística voltados para induzir –
mais do que normatizar – as formas de uso e ocupação do solo; uma nova
estratégia de gestão que incorpora a idéia de participação direta do cidadão em
processos decisórios sobre o destino da cidade; e a ampliação das possibilidades
de regularização das posses urbanas, até hoje situadas na ambígua fronteira
entre o legal e o ilegal. Com a vigência da lei, todos os municípios com mais de
7
 Pré-Vestibular Esperança Popular – Restinga – Geografia – Exercícios sobre Urbanização UFRGS
20 mil habitantes serão obrigados a ter um plano diretor, que definirá áreas de
interesse público ou social.
Resposta Certa: (C)
A partir de 2001, a Lei n. 10.257, ou seja, o Estatuto da Cidade, estabelece as
diretrizes gerais da política urbana no Brasil e as normas para a formulação e a
execução de políticas municipais de desenvolvimento urbano. De uma forma
geral, as grandes indústrias têm se afastado dos grandes centros urbanos, e a
cidade informal corresponde à parte da cidade periférica, que cresce sem
planejamento e infra-estrutura. Os centros sub-regionais são inferiores
hierarquicamente em relação às redes, que correspondem ao conjunto articulado
de cidades que exercem influência sobre as demais. As metrópoles nacionais e
regionais não desaparecem devido ao surgimento dos tecnopolos, cidades que
concentram atividades científicas, de pesquisa de alto nível e produção de
tecnologia.
12. Os sistemas urbanos constituem redes, formadas por um conjunto
hierarquizado de cidades com tamanhos diferentes, onde se observa a influência
exercida pelos centros maiores sobre os menores. A hierarquia urbana se
estabelece a partir dos produtos e dos serviços que as cidades têm para oferecer.
Quanto mais diversificada for a economia de uma cidade, maior será a sua
capacidade de liderar e influenciar os outros centros urbanos com os quais
mantém relações.
Assim se cria um sistema de relações no qual as cidades mais desenvolvidas
lideram a rede urbana. As cidades maiores influenciam as cidades médias, e estas
influenciam as cidades menores. As cidades podem ser classificadas como
metrópoles nacionais, metrópoles regionais, centros regionais, cidades locais e
vilas.
As metrópoles correspondem a centros urbanos de grande porte: populosos,
modernos e dotados de graves problemas de desigualdades sociais. Nelas
predomina o trabalho assalariado, que, aliado ao tamanho da população,
contribui para a formação de um significativo mercado consumidor. Para
atender a esse mercado, os estabelecimentos comerciais se multiplicam e as
redes de prestação de serviços de toda espécie se ampliam, o que configura um
grande desenvolvimento do setor terciário da economia.
A concentração populacional amplia a oferta de mão-de-obra e, desse modo,
atrai investimentos produtivos que contribuem para o desenvolvimento da
indústria, com a expansão do setor secundário não apenas na metrópole, mas
também nas regiões circunvizinhas.
Quando os limites físicos das cidades estão muito próximos a ponto de se
integrarem, formam-se conurbações. Isso ocorre principalmente nas regiões
mais desenvolvidas, onde geralmente há uma grande rodovia, um porto ou
sistemas de comunicação aperfeiçoados que expandem continuamente a área
física das cidades. Em São Paulo, por exemplo, o crescimento provocou intensa
conurbação, criando uma gigantesca área urbana – a Grande São Paulo –, que
abriga 37 municípios. Entre eles, destacam-se Guarulhos, Osasco e o chamado
ABCD (Santo André, São Bernardo, São Caetano do Sul e Diadema). Esses
municípios formam a principal região industrial do país, sediando as mais
dinâmicas empresas nacionais e multinacionais.
Ao contrário do que normalmente se considera, a megalópole não é uma
megametrópole, mas uma conurbação de metrópoles. É encontrada em regiões
de intenso desenvolvimento urbano, e nela as áreas rurais estão praticamente
ausentes. As principais megalópoles contemporâneas são: Boswash, localizada
no nordeste dos Estados Unidos; Chippits, na região dos Grandes Lagos;
Tokkaido, localizada no sudeste do Japão; e Renana, localizada na Europa
ocidental, junto ao vale do Reno.
Os termos megacidades e cidades globais muitas vezes são utilizados como
sinônimos, mas não são. Megacidade são cidades muito grandes, classificadas
assim apenas pelo critério quantitativo do número de habitantes. Megacidades
constituem aglomerados urbanos com número de habitantes igual ou superior a
10 milhões de habitantes. O termo cidades globais, entretanto, é usado quando se
faz referência a aspectos qualitativos, como o grau de influência sobre outros
centros urbanos ao redor do globo. Isso quer dizer que uma cidade global é uma
metrópole com influência que vai além do território do país. Por isso, as cidades
globais também são chamadas de metrópoles mundiais.
Resposta Certa: (B)
Na região nordeste dos Estados Unidos se localizam as cidades de Boston e
Washington, além de Nova Iorque e outras cidades com mais de um milhão de
habitantes, que constituem a primeira megalópole do mundo. Existe nos Estados
Unidos uma segunda megalópole, localizada na Califórnia, parte ocidental do
país, no eixo formado pelas cidades de Los Angeles e São Francisco.
13. Crescimento urbano e urbanização são conceitos diferentes. O primeiro
refere-se ao crescimento da população que habita as cidades, e deriva do
crescimento natural ou vegetativo da população urbana. Já, o segundo,
corresponde à transferência de populações originadas das áreas rurais em
direção às cidades. A urbanização só ocorre quando a população das cidades
cresce mais que a rural, como resultado da migração campo-cidade. De uma
forma ou outra a urbanização vincula-se à industrialização. No Brasil,
resumidamente, podemos afirmar que a urbanização é decorrente do processo de
êxodo rural.
A internacionalização da economia brasileira produziu aglomerações
urbanas que são ao mesmo tempo pólos de atração de investimentos e de
intensificação de pobreza. Essas aglomerações estão sujeitas a enormes
problemas sociais.
A população das cidades brasileiras cresceu acelerada e desordenadamente.
Os problemas são inúmeros: desemprego, favelização, precária infra-estrutura
urbana e de serviços sociais, etc.
Um dos problemas mais graves nas grandes aglomerações urbanas brasileiras
é o da moradia. Na década de 1980 (a década perdida), houve um considerável
aumento do número de cortiços e favelas, onde as condições das moradias são
muito precárias. Os terrenos onde muitas delas foram construídas, estão sujeitos
a deslizamentos de terra e inundações, o que constitui numa quase permanente
situação de risco para os moradores dessas áreas, as denominadas áreas de risco.
Essas habitações geralmente são construídas em locais proibidos pelas leis
municipais de ocupação do solo urbano.
Outra situação comum nas grandes regiões metropolitanas brasileiras, é o
fluxo migratório diário que se estabelece entre os moradores das cidades vizinhas
à grande metrópole. Os trabalhadores usam diariamente ônibus, vans e trens
que, na maioria das vezes, encontram-se em condições precárias e, em certas
ocasiões, até em desacordo com as normas de segurança. No final da jornada de
trabalho, os trabalhadores retornam a sua cidade de origem. Esse deslocamento
diário da população caracteriza uma migração do tipo pendular.
Resposta Certa: (A)
A alternativa (A) é correta, porque o processo de urbanização brasileiro é
predominantemente fruto de um expressivo êxodo rural em direção às
metrópoles nacionais. As redes urbanas tendem a apresentar grandes
aglomerações urbanas. O fato de a maioria dessas aglomerações serem carentes
dos mais elementares equipamentos de infra-estrutura e de a demanda por
empregos e serviços superar a oferta existente invalida a afirmação (C). Nas
áreas urbanas brasileiras, é observado o consumo diferenciado do espaço
habitacional: enquanto as classes sociais de maior poder aquisitivo podem
escolher o melhor local para sua moradia, às classes de mais baixa renda restam
as terras mais baratas ou moradias fora do mercado de terras, provocando
ocupações em áreas impróprias ou de forma inadequada e, por conseqüência,
inúmeros problemas sociais e ambientais, o que invalida as afirmações (B) e
(D). Também a afirmação (E) está incorreta, porque o fluxo migratório pendular
é típico das grandes aglomerações urbanas, porém a população que se desloca
retorna ao seu local de origem, não contribuindo para o crescimento
populacional das grandes cidades.
14. O processo de urbanização brasileiro foi impulsionado quando o país
intensificou sua industrialização. Esses dois fenômenos - urbanização e
industrialização - estão ligados, pois o surgimento de novos estabelecimentos
industriais cria empregos e atrai população para as cidades.
Um país é considerado urbanizado quando mais de 50% da sua população
mora em áreas urbanas. Assim, a urbanização é um fenômeno que está
associado ao êxodo rural e ao conseqüente deslocamento da população rural para
as cidades. No Brasil, ela ocorreu de forma descontrolada, pois as cidades não
estavam preparadas para receber novos habitantes, dando origem a outro
fenômeno denominado de “inchaço urbano.”
O Censo demográfico de 1960 mostrou que os núcleos urbanos detinham
quase 56% da população brasileira. A partir desse momento, a taxa de
urbanização do Brasil cresceu bastante. Nos anos 1970, as cidades
concentravam 52 milhões de habitantes contra 41 milhões de pessoas vivendo
nas áreas rurais.
Entre 1991 e 2000, a população dos núcleos urbanos brasileiros aumentou
em quase 27 milhões, enquanto que as áreas rurais diminuíram a sua população
em, aproximadamente, 4 milhões.
Dados do Censo de 2000 revelaram que a taxa de urbanização brasileira
alcançou 81,23%, maior do que a de muitos países europeus, sendo a região
Sudeste a mais urbanizada, seguida da Centro-Oeste e da Sul.
Resposta Certa: (A)
A partir da tabela, pode-se perceber que em 1970, apesar de 55,9% da população
brasileira viver em cidades, apenas a região Sudeste apresentava taxas de
urbanização maiores que 50%. Já que as demais regiões apresentavam taxas
menores que 50%, é correto afirmar, como em (A), que a população brasileira
era predominantemente rural. As demais alternativas estão incorretas: a tabela
não permite inferir sobre a distribuição da indústria ou sobre a densidade
populacional, como se faz em (B) e (C); em 2000, todas as regiões apresentavam
taxas de urbanização superiores a 50%, de modo que nenhuma região era
predominantemente rural, como se afirma em (D); além disso, as taxas de
urbanização da região Sudeste, como se apresentam na tabela, são bem
superiores às das regiões Centro-Oeste e Sul no período analisado, ao contrário
do que consta na alternativa (E).
15. Segundo dados do Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, a
Aglomeração Urbana do Nordeste (AUNE) é constituída de dez municípios com
uma população de 605.749 habitantes. A AUNE foi instituída através de lei em
1994 e situa-se na região da “serra gaúcha”, sendo a segunda maior aglomeração
urbana do Rio Grande do Sul. Destaca-se pela concentração populacional e pelo
dinamismo de sua economia. O principal pólo econômico é a cidade de Caxias
do Sul, maior centro urbano da região e segundo município mais populoso do
estado. Essa cidade estende sua influência aos municípios de Bento Gonçalves,
Farroupilha, São Marcos, Garibaldi, Carlos Barbosa, Flores da Cunha, Nova
Pádua, Monte Belo do Sul e Santa Teresa, todos integrantes da AUNE. A
proximidade entre os municípios da AUNE faz da região um grande pólo
comercial e de serviços. Forma com a Região Metropolitana de Porto Alegre
(RMPA) um eixo de direção norte-sul que se carateriza pelo grande dinamismo
econômico. Na AUNE, encontram-se importantes indústrias de grande porte
(com mais de 500 funcionários), como as dos ramos moveleiro, metal-mecânico,
materiais de transporte e eletroeletrônicos. A região tem especial vocação
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agrícola para a viticultura, introduzida pelos descendentes de colonos italianos.
Existe ali uma série de vinícolas que, associadas à paisagem serrana, atraem um
grande número de turistas para essa região do estado.
Alegrete e Santana do Livramento têm 7.808 km 2 e 6.963 km 2 de extensão,
respectivamente, sendo os dois maiores municípios de área do Rio Grande do
Sul. Ambos localizam-se na região conhecida como Fronteira Oeste, e suas
economias estão assentadas na produção pecuária (em Alegrete a produção de
arroz é expressiva), com destaque para os rebanhos de bovinos e ovinos. De
acordo com dados de 2001-2003, são os dois maiores municípios gaúchos em
relação ao efetivo de bovinos, sendo que, em cada um deles, há mais de 500 mil
cabeças de gado. Neles predominam as grandes propriedades: ambos
apresentam de 60% a 90% da sua área total com propriedades de mais de 500
hectares . A maior parte da população desses municípios é urbana, e as
densidades demográficas são baixas: em torno de 11-12 hab/km 2 .
São Borja e Porto Xavier são dois municípios localizados às margens do rio
Uruguai, fronteiriços com a Argentina.
São Borja, localizado na Fronteira Oeste, tem quase 65 mil habitantes, 88,7%
dos quais habitam as áreas urbanas. O PIB per capita (2003) é de
aproximadamente 10, 5 mil reais. O município limita-se ao norte com Garruchos
e Santo Antônio das Missões (Brasil); ao sul, faz fronteira com Maçambará e
Itaqui; a leste, com Itacurubi e Unistalda; e, a oeste, com a cidade de Santo
Tomé, na Argentina, divisa esta demarcada pelo rio Uruguai. É servido de
acessos pelas BRs 472, 287 e 285, distando 595 km da capital do estado, Porto
Alegre.
Porto Xavier é um dos mais recentes municípios da região do Alto Uruguai.
Seu povoamento deu-se pelo ano 1870. A emancipação do município efetuou-se
em 1966. Hoje, esse município já perdeu área para a formação de São Paulo das
Missões e Roque Gonzales. A origem do atual território desse município começa
com as Reduções Jesuíticas, fundadas pelo Padre Roque Gonzales na primeira
metade do século XVII, na região das Missões. Porto Xavier tem cerca de 11 mil
habitantes, com renda per capita de cerca de 6 mil reais.
Resposta Certa: (C)
Garibaldi e Carlos Barbosa fazem parte da Aglomeração Urbana do Nordeste,
assim como Caxias do Sul e Bento Gonçalves, entre outros municípios. Bagé e
Pelotas não se enquadram em nenhuma das afirmações apresentadas na questão.
Já Alegrete e Santana do Livramento são dois dos maiores municípios, em área,
do Estado do Rio Grande do Sul, ambos situados no sul do Estado, região onde
há predomínio de latifúndios. São Borja e Porto Xavier são dois de um grupo de
municípios banhados pelo rio Uruguai, que separa o Brasil da Argentina.
16. A população mundial – assim como, geralmente, a população de um país ou
de um estado – concentra-se mais em certas áreas. As áreas que possuem grandes
concentrações demográficas são chamadas de densamente povoadas. São
lugares que possuem um número elevado de habitantes por quilômetro
quadrado; mais de 100 ou até mais de 500 hab/km2. Ao lado dessas, existem
imensas regiões com baixíssimas densidades demográficas: menos de 3 ou, às
vezes, menos de 1 hab/km2.
As razões da desigual distribuição da população pelo espaço são inúmeras,
geralmente de natureza histórica e, em alguns casos, de natureza ambiental ou
climática, especialmente as áreas de baixíssimas densidades demográficas, os
chamados vazios demográficos. Entre os lugares com maiores concentrações
demográficas do mundo, podemos encontrar tanto áreas ou regiões ricas quanto
regiões e países tidos como pobres ou subdesenvolvidos.
Nas áreas industrializadas bastante povoadas, os motivos que explicam a
elevada concentração demográfica são de natureza histórica e, principalmente,
econômica, pois uma melhor qualidade de vida numa área sempre atrai
migrantes de outras regiões.
O estado do Rio Grande do Sul apresenta uma densidade demográfica de 36
hab/km2, a menor densidade da região Sul, cuja média é de 43,5 hab/km², bem
acima da brasileira, que é de 19,9 hab/km2. A distribuição da população no
território gaúcho não é uniforme. O eixo que liga Porto Alegre a Caxias do Sul
constitui-se na área mais densamente povoada, concentrando grande número de
municípios e formando a maior área de continuidade urbana do estado. Dos 24
municípios com mais de 200 hab/km2, 19 fazem parte desse eixo: 17 na Região
Metropolitana de Porto Alegre e 2 na Aglomeração Urbana do Nordeste. Por
outro lado, existem áreas pouco povoadas, que correspondem principalmente às
regiões Fronteira Oeste, Campanha, Sul, Hortênsias, Central, Missões e
Nordeste, onde se encontram 42 dos 57 municípios com densidades inferiores a
10 hab/km2. Nessas regiões e especialmente no sul do estado, os centros urbanos
mais importantes concentram a população regional e estão relativamente
isolados. Aí predominam as grandes propriedades, que constituem a base para o
povoamento rarefeito destas regiões, que se caracterizam pelos vazios
demográficos. No norte do estado, algumas regiões apresentam densidades
superiores ou bem próximas à média estadual. Essas regiões, com predominância
da pequena propriedade, passaram por processos emancipatórios recentes que
ocasionaram uma base territorial intensamente fragmentada com uma rede
urbana formada de núcleos de pequeno contingente populacional.
Resposta Certa: (A)
As áreas mais escuras do mapa correspondem a municípios como Porto Alegre,
Canoas, Gravataí, Cachoeirinha, Viamão, Pelotas, Santa Maria, Caxias do Sul,
Passo Fundo, entre outros, que são os de maior densidade demográfica do estado.