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2 –11 PARABOL ART MAGAZINE


12–21 ...

DOCUMENTOS
Dário Cannatà
Esta publicação bianual de grande for- cartão castanho com uma impressão
mato, 57 por 42 cm é distribuída dentro verde a serigrafia. Estes invólucros são
de um saco que varia de número para a cara do número em questão, o único
número de acordo com o seu tema. elemento que caracteriza e individu-
Geralmente, o layout do invólucro aliza. Uma vez retirado do saco, a re-
é igual ao da capa da revista, apenas vista apresenta o seu layout sóbrio com
mudam os materiais, as cores e a altura texto preto sobre branco, Helvetica em
sendo que tem mais uns centímetros corpo grande onde o único elemento
na parte superior para uma pega. Na gráfico são longos hífens, recorrentes
edição especial por exemplo tem um em toda a publicação. A encadernação
invólucro dourado de com todos os é feita como um jornal, sem cadernos,
elementos em emboss cor de rosa. Já todas as folhas, uma sobre a outra, são
o nº3 da revista tem um invólucro de dobradas a meio.

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Em termos de composição, a revista pode estar a sangrar. O texto por sua
privilegia sempre a imagem e o espaço vez já tem mais condicionantes con-
branco, sendo que o texto é sempre dicionantes. A informação constante
secundário e serve apenas como apoio prende-se ao canto superior esquerdo,
ás imagens. É como se em primeiro respeitando as tradições suíças, e o
lugar tivessem sido colocadas as im- resto convive com as imagens sempre
agens sem nenhuma regra a não ser subjugado por estas. Isto cria algumas
as que cada imagem pedia, e só de- manchas de texto estranhas e bastante
pois é colocado o texto sem perturbar difíceis de interpretar tendo em conta o
nenhuma imagem e sem influenciar a corpo de texto pequeno e longas linhas
sua presença. Exemplo, é o facto de ser de texto. Isto acontece quando uma
utilizada a Helvetica ao longo de toda a caixa de texto é colocada debaixo de
publicação e sem recurso a nenhuma uma grande imagem com a mesma
cor. Existem apenas pequenos registos largura. As legendas das imagens são
negros sobre grandes espaços brancos, todas escritas em maiúsculas e são
quebrados por grandes imagens a cor. colocadas sem nenhuma regra a não
Existe uma grelha que condiciona ser a posição da imagem que lhe cor-
a colocação das imagens, no entanto responde. Pode mesmo estar na página
é uma grelha tão versátil que permite seguinte, ou no fim da secção. Em al-
que cada caso seja tratado individ- guns números, a legenda está sobre a
ualmente. Pode ser uma imagem por imagem o que parece contraditório ao
página como podem ser várias, pode conceito da revista, mas que convive
ser com uma margem de 1 cm como bem com o objecto em questão.

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O documento é dividido em várias meira vista é confuso tendo em conta o
secções, uma por cada artista. No hábito de cada página ter o seu número
início de cada secção, em corpo cerca correspondente.
de 26 pontos, está sempre o nome do Ainda neste canto, sobre a numer-
artista no canto superior esquerdo do ação, pode-se encontrar, por vezes,
spread, à frente dá numeração das pá- uma barra preta cuja função não é
ginas. A numeração das duas páginas clara, uma vez que parece não haver
do spread é resolvida no mesmo sítio, um critério bem defi nido para a sua
divididos por uma barra, o que à pri- utilização. Isto depende do número

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da revista sendo que o nº3 parece ser cionaliza a publicação e reduz a am-
o mais descontrolado em relação a bivalência.
critérios. Esta barra preta relaciona- O invólucro e o formato são os
se com os longos hífens presentes na únicos elementos de carácter que
capa da revista, o que apesar de criar distinguem esta publicação de outra
uma continuidade no documento, tam- qualquer. Tudo o resto é um formato
bém transmite timidez e contenção na aberto que contem formas fechadas,
apropriação da página. as imagens, detentoras do seu próp-
Esta publicação assume-se como rio individualismo, que vivem por si
um meio termo entre uma exposição independentemente desta publicação.
e uma revista. Não é um nem é outro. É esta separação entre página e con-
Devido ao seu grande formato, o seu teúdo que concede a característica de
transporte e manuseamento é difícil exposição.
sendo que não faz sentido ser lido sem As imagens são excertos de narra-
uma mesa onde o apoiar. No entanto tivas exteriores que formam um novo
não é público como um museu mas discurso no seu conjunto. O formato
permite uma forte relação entre a obra adapta-se a esta função. Oferece um
e o espectador. As grandes áreas de es- espaço capaz de receber uma grelha
paço branco reforçam a ideia de museu ampla e flexível. É uma exposição bi-
com as suas planas paredes brancas dimensional.
que aguardam a intervenção do artista.
Existe quase uma relação quantitativa
entre o espaço branco e as imagens,
sendo que quanto maior o desperdício
de área, maior a importância da ima-
gem, mesmo que esta seja pequena. A
Helvetica, negra e neutra concede o
estatuto à publicação como um cunho
que valida o que se apresenta, institu-

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