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APOSTILA ESTATUTO
DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
Lei 8069/90
Estudo para OAB
MARCUS LAXE
2
“A tipicidade penal, portanto, não pode ser percebida como trivial exercício de adequação do fato
concreto à norma abstrata. Além da correspondência formal, para configuração da tipicidade, é
necessária uma análise materialmente valorativa das circunstâncias do caso concreto, no sentido de
verificar a ocorrência de alguma lesão grave, contundente e penalmente relevante do bem jurídico
tutelado. No caso, é de dizer-se que o fato não tem nenhuma importância na seara penal, pois, apesar
de haver lesão a bem juridicamente tutelado pela norma penal, incide, na espécie, o princípio da
insignificância, que reduz o âmbito de proibição aparente da tipicidade legal e, por consequência, torna
atípico o fato denunciado. (...) É manifesta, a meu ver, a ausência de justa causa para a propositura da
ação penal contra o ora recorrente. Com efeito, não há se subestimar a natureza subsidiária,
- dever de sustento, guarda e educação (art. 229, CF e art. 22, ECA)
- pais que não cumprem o dever? Perda do poder familiar (judicialmente e com
contraditório – art. 22 e 24, ECA)
a) Princípio da Prioridade Absoluta: art. 227, CF e Art. 4º, parágrafo único, ECA.
a1) Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
a2) Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
a3) Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
a4) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção
à infância e à juventude.
fragmentária de que se reveste o Direito Penal, que só deve ser acionado quando os outros ramos do
direito não sejam suficientes para a proteção dos bens jurídicos envolvidos” (HC96.520-2, 2010, Min.
Cármen Lúcia).
- identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da
impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normalizadas pela autoridade
administrativa competente;
- Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no
metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
- Fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências
do parto e do desenvolvimento do neonato;
- Manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
a2) Fixa identificação mínima digital e plantar do bebe e digital da mãe sem prejuízo de
outras formas.
a) Modalidades de Família:
- Natural: Composta pelos pais (ou um deles) e seus descendentes.
- Família extensa ou ampliada (art. 25) = Criança e adolescente tem que conviver e
manter o vínculo de afinidade e afetividade com parentes próximos.
b) Formas de Reconhecimento:
b.1) Voluntário:
Art. 1º, III: Ainda que o testamento seja revogado ele continua a produzir efeitos do que
se refere ao reconhecimento.
Atenção:
a) Filho maior de 18 anos: precisa consentir para ser reconhecido.
b) Ação negatória de paternidade.
c) Só pode ser promovida a ação negatória de paternidade, caso o reconhecimento tenha
sido obtido com vício de consentimento.
IPC1: Nasce no Cartório de Registro Civil e vai para forma. É marcada a audiência. Na
audiência ou reconhece ou vai fazer o exame de DNA. Se o pai faltar no dia do exame
ocorre um procedimento administrativo.
Atenção: O reconhecimento de filho morto só ocorre se este deixar descendentes.
IPC2: O reconhecimento é irrevogável
Obs: Em relação aos quilombos e os índios cada um tem que ser adotado pelo mesmo
tipo. Quilombos com quilombos e índios com índios (art. 28, § 6).
* GUARDA
a) Noção:
Modalidade de colocação em família substituta que não necessariamente implica em
perda do poder familiar.
- Art. 33, ECA.
Implica na prestação de assistência moral, educacional e material.
b) Modalidades de Guarda:
• Provisória (art. 33, § 1º, ECA);
• Definitiva ou Permanente (art. 33, § 2º, ECA);
• Previdenciária (art. 33, § 3º, ECA);
• Especial (art. 34, ECA).
* TUTELA
a) Cabimento:
- art. 36, ECA e art. 1.728, CC.
Nota: só até 18 anos será a tutela de acordo com o novo CC.
Atenção: Pressupõe anuência do poder familiar.
Obs: Os pais podem se retratar do consentimento oferecido até a publicação da
sentença.
b) Modalidades de tutela:
• Testamentária: art. 1.729, CC.
• Legítima: art. 1.731, CC.
• Dativa: art. 1.732, CC.
d) Escusa da Tutela:
- art. 1.736, CC.
8. ADOÇÃO
a) Idade mínima do adotante: No mínimo com 18 anos (art. 1.618, CC / art. 40, ECA)
Atenção: Casal em que apenas um dos cônjuges possui 18 anos poderá adotar desde
que, comprovada a estabilidade da família.
Obs1: A diferença de idade entre o adotante e o adotado é de 16 anos (art. 42, § 3º,
ECA).
Obs2: Não há previsão expressa se, sendo casal, basta que um deles tenha a diferença
de 16 anos.
c) Modalidades de Adoção:
c2) Adoção por Casais Separados ou Divorciados art. 42, § 4º, ECA:
- É Preciso haver acordo quanto à guarda e visitas e, além disso, o estágio de
convivência deve ter se iniciado na constância da união ou casamento.
Observações:
a) Medida Sócio Educativa (internação):
- Internação Definitiva: 183 a 185, ECA./ 121 a 125, ECA.
- Internação Provisória: art. 452, ECA. (45 dias, no máximo).
c) Cabimento da Internação:
- Art. 122, ECA:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
d) Prazo de Internação:
- Não tem prazo determinado;
- Reavaliação a cada seis meses no máximo;
- Desinternação compulsória aos 21 anos completos;
- Duração máxima de três anos;
- Art. 122, ECA – prazo máximo de três meses.
Súmulas STJ 342 e 338
a) Conceito de pornografia:
- Art. 241-e, ECA;
b) Possuir fotos no PC:
- Art. 241-b, ECA;
c) Publicar fotos na Internet:
- Art. 241-a, ECA;
d) Crime no MSN:
- Art. 241-d, ECA;
e) Simulação de sexo:
- Art. 241-c, ECA.
a) Privação da Liberdade:
→ Existem duas hipóteses:
a1) Flagrante de Ato Infracional (apreensão); e,
a2) Ordem judicial (art. 106).
- Direito à identificação dos responsáveis (autoridade policial) pela apreensão (art. 106,
parágrafo único);
- Assim que apreendido deve comunicar o juiz e a família, ou pessoa indicada (art.
107);
- O adolescente não pode ser transportado em local fechado de viaturas policias;
- O uso de algemas é só em último caso (súmula 11 STF); e,
- O civilmente identificado não será submetido à identificação compulsória, salvo no
caso de dúvida sobre a identidade (art. 109 ECA).
a1) Advertência
a2) Obrigação de reparar o dano
a3) Prestação de serviços à comunidade
Modalidades de medidas sócio-educativas
a4) Liberdade assistida
a5) Inserção em semi-liberdade
a6) internação
a7) Qualquer das medidas do art. 101, I a VI
Brevidade
- a internação não comporta prazo determinado, devendo ser reavaliada no máximo a
cada seis meses (art. 121, § 2º)
- período máximo de três anos (art. 121, § 3º)
- terminados os três anos, o adolescente é liberado, colocado em semiliberdade ou
liberdade assistida (art. 121, § 4º)
- liberação compulsória aos 21 anos (art. 121, § 5º), ou seja, ele pode ficar preso até por
três anos mais se no meio do cumprimento da pena ele completar 21 ele esta livre.
- a desinternação depende de autorização judicial, ouvido o MP (art. 121, § 6º)
Excepcionalidade
- É a última medida a ser aplicada
- O ECA prevê três hipóteses de internação:
a) ato infracional com grave ameaça ou violência à pessoa;
b) reiteração de atos infracionais graves
c) descumprimento injustificado e reiterado da medida anteriormente imposta (nesse
caso não pode ser superior a três meses)
Outras Regras
- são possíveis atividades externas, salvo determinação judicial em contrário (art. 121 §
1º).
- Súmula: 265 STJ: É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a
regressão da medida sócio-educativa.
- local específico para adolescentes (art. 123)
- são obrigatórias atividades pedagógicas (art. 123, parágrafo único)
- direitos do adolescente internado (art. 124).
- não haverá incomunicabilidade (art. 124, § 1º)
- o juiz pode suspender o direito de visita, dos pais inclusive se for nocivo ao
adolescente (art. 124, § 2º)
16 - INTERNAÇÃO PROVISÓRIA
- não pode ser em estabelecimento prisional (art. 185)
- se não houver na localidade adequada, transfere para local mais próximo (§ 1º)
- enquanto isso fica em repartição policial, isolada dos adultos, no máximo cinco dias
(§ 2º)
18 - ACESSO À JUSTIÇA
- direito à assistência judiciária gratuita – 141, § 1º, ECA
- as ações que tramitam na justiça da Infância e Juventude são isentas de custas, salvo
litigância de má-fé (art. 141, § 2º, ECA)
- sigilo dos atos judiciais, policiais e administrativos – art. 143 e parágrafo único
19 - COMPETÊNCIA
- ato infracional – lugar da ação ou omissão (art. 147, § 1º).
- execução das medidas pode ser delegada à autoridade competente da residência dos
pais ou do local da entidade (147, § 1º)
- outras ações – domicílio dos pais ou responsáveis (se não houver, lugar onde está à
criança e adolescente) – art. 147, I e II
- continência com maior de 18 anos – separação obrigatória (79, II, CPP)
21 - OPÇÕES DO MP:
a) arquivamento dos autos
b) conceder remissão
c) representar à autoridade judiciária
- representação
- requisitos da representação (art. 182, § 1º): resumo dos fatos, classificação do ato
infracional, rol de testemunhas.
- representação INDEPENDE de prova pré-constituída da autoria e materialidade (art.
182,§ 2º)
- prazo máximo do procedimento se estiver internado provisoriamente: 45 dias (art.
183)
22 - PROCEDIMENTO
- recebida a representação, o juiz designa audiência de apresentação e decide sobre a
internação (art. 184)
- se o adolescente não for encontrado, expede mandado de busca e apreensão e suspende
o processo (184, § 3º)
- na audiência, ouve o adolescente e pais e pode conceder a remissão, ouvido o MP (art.
186, § 1º, caput)
- não sendo caso de remissão (fato grave), designa nova audiência (art. 186, § 2º)
- advogado oferece defesa prévia em três dias e rol de testemunhas (art. 186, § 3º)
- na audiência (ouve testemunhas da representação, da defesa prévia, debates orais –
20m + 10m) – art. 186, § 4º
- se o adolescente não comparecer, condução coercitiva – art. 187
- pode ser aplicada remissão ANTES DA SENTENÇA – art. 188
- não aplica qualquer medida (como uma absolvição) – art. 189:
a) estar provada a inexistência do fato;
b) não haver prova da existência do fato.
c) não constituir o fato ato infracional;
d) não existir prova do adolescente de ter participado do ato
23 - RECURSOS
- sistema recursal do CPC (art. 198, caput), com algumas adaptações:
a) não tem preparo (art. 198, I)
b) prazo dos recursos – 10 dias (salvo embargos de declaração – 5 dias – CPC <art.
536> e agravo de instrumento – 10 dias – 522, CPC)
c) preferência de julgamento
d) a apelação ou agravo de instrumento com juízo de retratação, em cinco dias (198,
VII).
24 - DO ADVOGADO
- nenhum adolescente será processado sem defensor – art. 207, caput
- se não tiver defensor, o juiz nomeia – art. 207, § 1º
- se o defensor faltar, nomeia substituto (ad hoc) – art. 207, § 2º
- não precisa de mandato quando (art. 207, § 3º):
a) for defensor nomeado
b) for indicado através de ato formal na presença do juiz
Crimes de “pedofilia”
“cena de sexo explícito ou pornográfica” (241-E) – atividades sexuais explícitas, reais
ou simuladas, ou exibição de órgãos genitais para fins primordialmente sexuais.
- 241-D – aliciar, assediar criança com o fim de praticar ato libidinoso (normalmente
pela internet)
Pena máxima três anos
Também pratica quem mostra material à criança ou induz criança a se exibir de forma
pornográfica.
SÚMULAS DO STJ
Súmula: 108
A APLICAÇÃO DE MEDIDAS SOCIO-EDUCATIVAS AO ADOLESCENTE, PELA
PRATICA DE ATO INFRACIONAL, E DA COMPETENCIA EXCLUSIVA DO
JUIZ.
Súmula: 265
É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida sócio-
educativa.
Súmula: 338
A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas.
Súmula: 342
No procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, é nula a desistência de
outras provas em face da confissão do adolescente.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos
maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES PARA PROVA DA OAB
GABARITO:
1.D; 2.B;