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Histórico e Organização do Voleibol:

Criado em 1895 por Willian G. Morgan em Holyoke, Massachusetts nos EUA.


O 1.º nome foi “Minonette”, em seguida passou a ser chamado de volley ball.
Em 1947 foi criada a FIVB (Fed. Internacional de Volley Ball.
No Brasil, 1915 em Pernambuco e 1916(17) em São Paulo.
Em 1954, foi criada a CBV (Confederação Brasileira de Voleibol).
Em 1975, Carlos Arthur Nuzman assumiu a presidência da CBV (a grande virada);
A CBV no triênio de 97-99, recebeu da FIVB o prêmio “A mais bem sucedida
Federação Nacional do Mundo”
No ano de 2001 o Voleibol Brasileiro obteve a melhor performance esportiva de um país
em todos os tempos.
Atualmente o Brasil possui o campeonato mais forte do mundo – a Super Liga, e o
maior campeonato de clubes, a Liga Nacional.

Orgãos de direção:

FIVB (Fed. Internacional de Voleibol)


Congresso 2 em 2 anos (avaliação e eleição);
Comissões : (Organização Esportivas, Arbitragem, Regras do Jogo, Treinadores,
Médicas)
CBV (Conf. Brasileira de Voleibol)
( www.cbv.com.br )
FCV (www.voleibol-sc.com.br)
Clubes filiados.

Voleibol Masculino:

Participações em campeonatos :

-Copa do Mundo:2003-Campeão-Japão

- Word Grand Champions (4 edições):


Japão - 93(2.º), 97(1.º), 2001(2.º), 2005(1.º);

- Liga Mundial (desde 1990), Pentacampeão (93, 2001,03,04,05);

- Copa América (5 edições), Campeão (98,99,2001) e Vice (2000 e 2005);

-Campeonato Mundial: 2002 Campeão;

- Sul-Americano: 25 títulos em 26 edições;

- Pan-Americano: Campeão em 63-83;

-Olimpíadas: 1984 (prata nos EUA); 1992 (Ouro na Espanha) e em 2004 (Ouro na
Grécia).

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Voleibol Feminino:

Participações em campeonatos :

- Sul-Americano: (14 títulos, os últimos 6 consecutivos);

- Pan-Americano: (Tri-campeão, 59,63 e 99);

- Copa do Mundo: (95-93: Vice Campeão e em 1999 - 3.º lugar);

- Word Grand Champions :


2005 no Japão o Brasil foi Campeão;

- Motreux Volley Máster (BCV Cup):


Bi-campeão (95 e 2005);

- Word Grand Prix: (Penta Campeão: 94, 96, 98, 2004, 2005);

- Olimpíadas : (1996 e 2000 medalhas de bronze e 2004 - 4.º lugar);

Volei de Praia:

Circuito Mundial de Volei de Praia Feminino: (resultados de 1992 - 2004 (13 anos) o
Brasil conquistou 11 títulos);

Circuito Mundial de Volei de Praia Masculino: (resultados de 1987 - 2004 (18 anos) o
Brasil conquistou 10 títulos, o primeiro em 93);

Olimpíadas: 1996 - Atlanta, medalha de ouro Jaqueline/Sandra e prata Adriana/Monica;


2000 - Sydney , duas medalhas de prata (Zé Marco/Emanuel e Shelda /Adriana),
uma de bronze (Adriana/Sandra); 2004, ouro (Ricardo/Emanuel) e prata
(Adriana/Schelda).

Medalhas Olímpicas:

Voleibol Masculino : 3 medalhas ( 2 de ouro e uma de prata);

Voleibol Feminino : 2 medalhas de bronze;

Volei de Praia Feminino: 5 medalhas (1 de ouro, 3 de prata e 1 de bronze);

Volei de Praia Masculino: 2 medalhas ( 1 de ouro e 1 de prata).

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1- CARACTERÍSTICAS DO VOLEIBOL:

• É um jogo disputado em um campo dividido em duas metades, separado


por uma rede ao centro do campo;
• Não existe um contato direto entre os jogadores;
• Envio da bola sobre a rede utilizando no máximo três toques, não
permitindo que a mesma toque o solo;
• Forma de pontuação, todo o “rali” é revertido em ponto para uma das
equipes;
• O jogo não tem uma duração regular;
• Na execução de cada toque, não é permitido segurar ou conduzir a bola;
• A tática está determinada através de regras (Correspondências e
posições definidas, obedecendo um rodízio );

3 - PROCESSOS PEDAGÓGICOS DO VOLEIBOL:

Ensinando voleibol :

PROFESSOR TEORIA PRÁTICA ALUNO

- Todo professor deve trabalhar o conteúdo em questão, em cima de


dados com suporte e justificativa científicas. Desta maneira o professor
terá segurança em sua abordagem prática, sabendo que existe uma
fundamentação teórica, indo de encontro às necessidades e anseios do
personagem principal do processo, o aluno.

INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM FUNDAMENTOS

OBEJTIVO PRINCIPAL DO APRENDIZADO JOGAR


VOLEIBOL

- Quando iniciamos um trabalho de aprendizagem no voleibol, é


necessário ter a consciência de que vamos ensinar os fundamentos com
o objetivo principal de jogar voleibol. O aprendizado de um fundamento
não é o fim, mas um instrumento do voleibol.

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ANDAR, CORRER, SALTAR HABILIDADES MOTORAS


NATURAIS

FUNDAMENTOS DO VOLEIBOL HABILIDADES MOTORAS


ESPECÍFICAS

- Os fundamentos do voleibol são habilidades motoras específicas (são


movimentos musculares realizados com objetivos definidos).

Para encontrarmos um rumo em nosso processo pedagógico, somos levados


a ir de encontro a um processo metodológico que nos assegure uma
melhora constante no aprendizado dos nossos alunos.

PROCESSO METODOLÓGICO: (composto por 5 etapas)

1. Apresentação da habilidade motora;


2. Seqüência pedagógica;
3. Exercícios educativos e/ou formativos;
4. Automatização;
5. Aplicação.

1. APRESENTAÇÃO DA HABILIDADE MOTORA:

- Primeiro contato do aluno com o fundamento que ele irá aprender;

- O Professor deverá mostrar o fundamento que será ensinado, a técnica


de execução, qual a sua utilidade dentro do jogo e, principalmente, por
que é importante aprender a executar com perfeição.

2. SEQÜÊNCIA PEDAGÓGICA:

É uma estratégia metodológica, que privilegia as vantagens das “partes”


(detalhes).

De acordo com Stallings (1973): “ a cada estágio sucessivo da habilidade


motora, a nova habilidade é construída sobre as aprendizagens anteriores”.

É o aprendizado das habilidades motoras através dos seus fragmentos, até


que a soma dos fragmentos defina a habilidade motora por completa. (Ex.

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Corrente, A FORÇA DE UMA CORRENTE NÃO ESTÁ NO ELO MAIS


FORTE, MAS SIM NO MAIS FRACO, POR ISSO PRECISAMOS
FAZER COM QUE AS PARTES SEJAM TODAS MUITO BEM
DESENVOLVIDAS )

3. EXERCÍCIOS EDUCATIVOS E /OU FORMATIVOS:

Exercícios educativos visam a correção do gesto técnico (erro da mecânica


do movimento);

Exercícios formativos visam a correção do gesto técnico, causada pela


inadequada formação física ou das qualidades físicas do executante.

4. AUTOMATIZAÇÃO:

Por mais complexa que seja a estruturação da mecânica de um movimento,


uma vez retida, ela passa a ser natural para essa pessoa, que conseguirá
uma execução automatizada, harmoniosa e com uma perfeita sinergia
funcional.

Para se atingir a automatização, o professor deverá escolher exercícios no


qual a repetição possa ser feita o mais próximo o possível do
comportamento esperado.

5. APLICAÇÃO:

5.1 - Exercícios em forma de jogo : exercícios que se aproximem das


situações de jogo. Poderá ser realizado em pequenos ou grandes grupos ;

5.2 - Jogo adaptado : exercícios que simulam uma situação real de jogo;

5.3 - Jogo : Os alunos deverão jogar com a mecânica normal do esporte e


com as regras que forem possíveis. (Na realização destes jogos, utilizam-se
apenas os fundamentos adquiridos. A associação progressiva dos
fundamentos é que fará com que a criança se adapte a mecânica de jogo, de
forma motivadora e alegre.

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Esta etapa fará com que a criança jogue, que é seu objetivo, desde a
fase de aprendizagem.

Ainda dentro dos processos pedagógicos do voleibol, nós podemos destacar


a ordem dos ensinamentos dos fundamentos.

A ORDENAÇÃO DO ENSINO DOS FUNDAMENTOS DO


VOLEIBOL:

Existem várias maneiras de se iniciar o ensino dos fundamentos, cabe ao


professor optar por aquela que lhe dê maior segurança.

Apresentação de uma ordenação do ensino dos fundamentos do voleibol:

Seqüência das habilidades motoras (fundamentos) :

1 – Posição 2- 3- Toque 4- Manchete 5- Saque por


Básica Movimentação Baixo
GRUPO - 1

6 – Saque por Cima 7- Cortada 8- Bloqueio


GRUPO - 2

9- Defesa em pé 10- Mergulho 11- Rolamento


GRUPO - 3

ENSINAMENTO DOS SISTEMAS DE JOGO:

Estratégias de Ensino:

- Jogos Reduzidos: (1x1,2x2, 3x3, 4x4)


- Jogos 6x6, utilizando desde o sistema mais simples o 6x0, até o mais
complexo 5x1.
- Respeitar a idade e as habilidades dos alunos;
- Neste momento, deverá ser desenvolvido o aprendizado das regras do
voleibol.

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MINI – VOLEIBOL (JOGOS REDUZIDOS)

Características:
- Jogo criado para atender as necessidades das crianças;
- Segue basicamente as regras do jogo de voleibol normal;
- Deve-se seguir uma seqüência evolutiva quanto ao número de
participantes, 1x1, 2x2, 3x3, 4x4 até atingir o 6x6; (Variações)
- As dimensões da quadra não precisam seguir um padrão, mas variam de
4,5m x 12m (mais utilizada para 3x3) a 6mx12m, de acordo com o
número de jogadores;
- O mini voleibol pode ser trabalhado com crianças entre 7 a 12 anos,
com material específico e respeitando o interesse dos iniciantes;
- O mini voleibol foi criado para ser jogado com 3 participantes em cada
lado e dois substitutos, que deverão obedecer uma seqüência de rodízio
e posições de ataque e defesa;

- A altura da rede varia de acordo com a idade, iniciantes recomenda-se


uma altura de 1,90m a 2,10m.
- O Jogador da posição 1será o sacador não podendo efetuar a cortada , o
jogador da P2, será o levantador e o jogador da P3 será o atacante, tanto
o jogador da P2 e P3 poderá bloquear.

3
1 2
1 - Jogador de defesa
2 - Levantador

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3 - Atacante

Armação para recepção de saque:

2
2- Levant. 2 ou 3-
3L 1 3 2
1
3- Atac. 2 ou 3-
A

C/2 jogadores C/3 jogadores

Armação para defesa:

a) s/bloqueio
2
2
3 3 2
1 3 1
1
não há cortada cortada forte c. fraca

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b) com bloqueio simples e cobertura:

2 2

3 ou 1
1 3

Cortada forte c. fraca ou largada

Armação para ataque e cobertura:

sem bloqueio com bloqueio

3 3
2 2-levant. 2 2- L
1 3- atacant. 1
3- A

1e2- cobertura de ataque

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O MINI-VOLEIBOL ATRAVÉS DA METODOLOGIA QUE


DEVERÁ SER UTILIZADA CONTRIBUI PARA A FORMAÇÃO
INTEGRAL DA CRIANÇA.

1-RESPEITA AS FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR,

2- RESPEITA AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DA


APRENDIZAGEM

•PESSOAL
•GRADATIVA
•CONTÍNUA
•DINÂMICA
•COMPOSTA
•CUMULATIVA
•INTEGRATIVA

Teoria dos Gestos Fundamentais

Baseado na análise das situações de jogo, ações individuais, temos a


seguinte classificação geral:

1. As Posturas e as Movimentações
2. Os Saques
3. As Recepções
4. Os Levantamentos
5. As Cortadas
6. Os Bloqueios
7. As Defesas

Fundamentos que se caracterizam como PRINCÍPIOS DE ATAQUE, são:

• Os Saques
• Os Levantamentos
• As Cortadas

Fundamentos que se caracterizam como PRINCÍPIOS DE DEFESA, são:


• As Recepções
• Os Bloqueios

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• As Defesas

Em cada uma destas ações individuais se faz necessário uma prévia e


adequada POSTURA E MOVIMENTAÇÃO.

POSTURAS BÁSICAS

- Também denominadas de POSIÇÕES FUNDAMENTAIS.


- Definem-se de acordo com a posição das pernas e dos braços, em
relação direta com a trajetória da bola.

TIPOS:

- ALTA : Prevendo uma possível utilização do


bloqueio.

- MÉDIA: Emprega-se antes da recepção do saque.

- BAIXA: Utiliza-se antes das defesas.


AS MOVIMENTAÇÕES

As movimentações no terreno de jogo são classificadas em função do


trabalho dos pés. Elas podem ser utilizadas como deslocamentos do
jogador, tanto para a bola, como para uma posição da quadra.

TIPOS:
• 1- PASSO SIMPLES é utilizado normalmente no andar. Ele é usado:
- para curtas distâncias;
- em todas as direções (frente, trás e lateral);
- quando a bola não está em jogo.

• 2 – OS DESLOCAMENTOS servem para as trocas de posições na


quadra, sem mudar a postura do jogador, alta e média.

• 3- PASSO CRUZADO pode ser executado para percorrer distâncias


maiores.

• 4- O SALTO pode ser executado sem um deslocamento prévio, ou com


a utilização deste, para alcançar bolas altas ou muito distantes.

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• 5- A CORRIDA deve ser usada com passos pequenos e rápidos com a


finalidade de cobrir distâncias maiores.

TOQUE DE BOLA POR CIMA:

O toque de bola por cima é o fundamento mais característico do jogo de


voleibol e é responsável, na maioria das vezes, pela preparação do ataque,
ou seja, pelo levantamento. Hoje muito utilizado também na recepção,
principalmente nas categorias inferiores, aonde o saque ainda não apresenta
uma potência muito grande e também utilizado pelas categorias adultas em
situações de recepção à saques curtos (geralmente nos jogadores de meio) e
saques longos com pouca potência.

O toque de bola por cima apresenta 3 etapas distintas:

1 - Entrada sob a bola: nessa fase inicial, as pernas e os braços devem


estar semiflexionados, com a bola acima da cabeça. As pernas, além de
semiflexionadas, devem estar com um afastamento lateral da largura
aproximada dos ombros e um pé ligeiramente à frente do outro. O tronco
deve estar levemente inclinado para frente. O cotovelo deve estar um pouco
acima da altura dos ombros. As mãos devem estar com os dedos quase que
totalmente estendidos, mas de uma forma arredondada para melhor
acomodar a curvatura da bola.
2 – Execução: quando for dado o toque na bola, todo o corpo participa. O
contato será sutil, com a parte interna dos dedos e uma pequena flexão dos
punhos. Braços e pernas deverão se estender, provocando uma
transferência do peso do corpo sobre a perna de trás para a frente.
3 – Término do movimento: o corpo terminará todo estendido. O
direcionamento e trajetória da bola são resultantes do ângulo final da
extensão dos braços.

O toque por cima envolve as seguintes capacidades físicas:

- Agilidade; coordenação dinâmica geral; velocidade de reação;


coordenação visomotora; força isométrica de membros inferiores, membros
superiores, punhos, dedos e cintura escapular; flexibilidade de punhos e
dedos; equilíbrio estático, dinâmico e recuperado; flexibilidade abdominal
e força dorsal; e potência de salto.

Erros mais comuns:

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- Não se colocar sob a bola;


- Não coordenar o movimento de braços e pernas;
- Posicionamento incorreto das mãos;
- Posicionamento incorreto dos cotovelos;
- Falta de força para enviar a bola.
MANCHETE
A manchete é o fundamento mais utilizado para a recepção de saques e para a defesa de
bolas cortadas, pois o contato da bola se faz no antebraço, que é uma região que suporta
melhor os fortes impactos.

A manchete foi um dos últimos fundamentos básicos a entrar no voleibol, e isto


aconteceu lá por volta de 1962, e após os Jogos Olímpicos de 1964 já era usada por
quase todas as equipes.

A recepção do saque é uma das situações que exigem maior precisão hoje em dia, pois é
a partir dela que se desenvolve as jogadas ofensivas. Hoje em dia equipes de alto nível
apresentam um índice de 90 % de aproveitamento.

A manchete envolve as seguintes capacidades físicas: força isotônica e isométrica de


membros inferiores, dorsal e cintura escapular; flexibilidade de punhos; equilíbrio
estático, dinâmico e recuperado.

Etapas para realização da manchete:

1) Entrada na bola:

- Antecipação da chegada da bola é importante manter o corpo atrás da mesma;


- As pernas semiflexionadas, afastadas lateralmente e um pé ligeiramente a frente do
outro;
- Os braços estarão estendidos e unidos à frente do corpo.
- Os dedos unidos de uma mão devem estar sobrepostos aos da outra, de forma que os
polegares estendidos possam se tocar paralelamente.

2) Contato com a bola:

- O impacto da bola se dá no antebraço e isso será facilitado se os punhos estiverem


bem estendidos, em direção ao solo;
- Para amortecer a bola, os ombros e os braços devem se projetar mais à frente
cedendo a medida que houver necessidade, de acordo com a distância do objetivo
de envio da bola e a velocidade que vier a mesma;
- Para conseguir o resultado inverso do anterior, devemos colocar os ombros mais
para trás sem desfazer os braços e as mãos e levá-los para encontrar a bola mais à
frente;
- As pernas terão uma participação fundamental para o êxito do fundamento, poderão
auxiliar tanto no amortecimento como na impulsão à bola, harmonizando o
movimento e não deixando que os braços o executem isoladamente.

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3) Término do movimento:

- O corpo deve terminar direcionado para onde foi jogada a bola.


- Os braços deverão permanecer estendidos, a extensão ou flexão das pernas, irá
depender das características do envio da bola.

Erros mais comuns:

1- Flexionar os braços;
2- Não flexionar as pernas;
3- Tocar as mãos na bola;
4- Flexionar o tronco e não os joelhos;
5- Não coordenar os movimentos de braços com os de pernas.

SAQUE POR BAIXO


O jogo de voleibol inicia-se com um saque, efetuado pelo jogador da posição 1, o qual
deverá estar atrás da linha de fundo, em qualquer lugar dos 9m de comprimento que ela
possui.

É hoje um fundamento utilizados por crianças em idade de aprendizagem, pessoas sem


muita habilidade ou praticantes que jogam voleibol por lazer e não têm condições de
força ou suporte articular para realizar saques mais potentes.

O saque por baixo deve ser mantido principalmente na fase de iniciação da criança, até
que esta desenvolva uma “maturidade articular”.

Etapas de execução:

1) Fase preparatória: em pé, de frente para a quadra adversária, o aluno deverá se


posicionar com o corpo levemente inclinado para frente, com as pernas em
afastamento antero-posterior, a perna contrária do braço que irá sacar deverá estar à
frente, com afastamento lateral igual a largura dos ombros. O peso do corpo deverá
estar recaído sobre a perna de trás. A bola deverá ser segura com a mão que não irá
sacar, com o braço quase que totalmente estendido. O braço que golpeará a bola
deverá estar estendido para trás.

2) Execução: a bola será levemente lançada para cima, o braço de ataque deverá ser
trazido estendido em direção da mesma, este deverá golpeá-la com a mão
espalmada, dedos unidos e a musculatura contraída, tornando a área de impacto
mais sólida, facilitando o envio da bola. A perna que está atrás deverá ser transferida
naturalmente para a frente no momento do saque.
A técnica da mão ao golpear a bola, poderá ser utilizada de várias formas: Aberta
(maior precisão), fechada (mais força).

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3) Término do movimento: com o golpe na bola, a transferência da perna de trás


para frente, este movimento deverá ser aproveitado para o passo que introduzirá o
sacador na quadra de jogo, colocando-o em posição de jogo no tempo adequado.

Capacidades físicas: coordenação dinâmica geral; força isométrica de sustentação de


tronco, membros inferiores, cintura escapular e punho; força isotônica de cintura
escapular, membros superiores, membros inferiores e tronco; e velocidade de
deslocamento (retorno à quadra).

Principais erros:

- Lançar a bola com imprecisão para ser sacada;


- Flexionar o braço;
- Não utilizar o trabalho de pernas para sacar (transferência do peso do corpo);
- Não lançar o braço para frente, em direção ao seu objetivo.

SAQUE POR CIMA (TIPO TÊNIS)


Existem duas versões do saque tipo tênis:

- O saque com rotação e o saque flutuante.

SAQUE COM ROTAÇÃO:

Este saque possui tal nome devido rotação dada à bola, pela flexão de punho que é
realizada no momento do golpe.

O saque com rotação é forte e procura dar à bola o máximo de giros e potência,
aproveitando as correntes de ar para fazê-la cair mais rapidamente. Leva vantagem em
relação ao saque flutuante no fator tempo, uma vez que o passador adversário, apesar de
poder prever a trajetória da bola, ás vezes não consegue reagir à mesma. Este saque foi
se aprimorando e veio à se tornar um dos saques mais utilizados hoje em dia, o saque
“viagem ao fundo do mar”, desta maneira batizado pelos brasileiros. Este surgiu no
início da década de 80, idealizado pelos atletas Willian e Renan.

Etapas de execução:

a) Fase preparatória: em pé, atrás da linha de fundo, de frente para a região da quadra
adversária para a qual o saque será dirigido, segurando a bola com ambas as mãos
ou com a mão contrária a que irá bater; as pernas estarão com afastamento antero-
posterior, ficando à frente o pé contrário à mão que dará o saque.
b) Execução: o lançamento da bola será acima da cabeça (mais ou menos 1,50m) e um
pouco atrás da linha normal do tronco. Com o lançamento da bola para o alto, os
braços são movimentados naturalmente para cima. O que vai golpear a bola faz um
movimento passando por cima da linha do ombro, posicionando-se semiflexionado,
na máxima amplitude escápulo-umeral. Quando a bola descer a uma altura

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apropriada, ela será golpeada com o braço de ataque bem estendido, ao mesmo
tempo em que acontece uma rápida flexão do tronco. O peso do corpo, que estava
apoiado na perna de trás, será transferido rapidamente para a perna da frente. A mão
que golpeará a bola irá contorná-la , entrando em contato primeiro a parte inferior e
depois a posterior, enquanto acontece a flexão do punho.
c) Término do movimento: Após a transferência do peso do corpo da perna de trás para
frente, há uma tendência natural da perna de trás ser lançada para frente, que será
aproveitada para dar a primeira passada de retorno à quadra. A bola “viajará
rodando” sobre o seu próprio eixo, no sentido da flexão do punho.

SAQUE FLUTUANTE:

Se difere do modelo anterior, quanto ao lançamento que será à frente da linha do tronco
e mais baixo, o contato da mão na bola ocorre de forma espalmada e firme, não
acontecendo a flexão mas sim uma hiperextensão do punho.

Variações quanto a dinâmica do saque:


- Quanto a força a ser imprimida: Longo, médio ou curto;
- Quanto a trajetória da bola: alto ou rasante;
- Em função da distância do sacador em relação a linha de fundo;
- Em função da direção: diagonal ou paralela (corredor).

A CORTADA:
A cortada é o fundamento do voleibol que finaliza a maioria das ações ofensivas e visa
enviar, por meio de um forte golpe dado durante um salto, a bola de encontro ao solo da
quadra adversária.

A cortada em forma de ataque começou a ser utilizada na Europa na década de 20. Nos
anos 40, todo o bloco socialista atacava com a mão aberta os demais ainda o faziam
com a mão fechada. Até meados da década de 50 a maioria dos ataques eram efetuados
pela posição 3 em bolas altas e meia-bola.
A partir daí as jogadas de ataque tornaram-se mais velozes e variadas, sobretudo nas
equipes femininas. Foi a partir de 1972, com os japoneses que atuaram nos Jogos
Olímpicos de Munique, que o voleibol assumiu a feição ofensiva atual. A criação do
ataque de fundo veio logo em seguida, em 1976 apresentado pela Polônia. Devido a
estas variações, que provocaram diferenças biomecânicas, houve a necessidade de se
especializar os atacantes.

Nós como professores devemos ter um cuidado especial com este fundamento, pois é o
mais atraente aos olhos do praticante e entre todos, é o que mais provoca lesões devido
a sobrecarga que é exposto o aluno, também é o fundamento que mais possui distorções
à serem corrigidas no processo de aprendizagem, pois é utilizado pelos alunos mesmo

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antes de passar pelo processo pedagógico, utilizando-o em brincadeiras e jogos


recreativos.

Descrição Técnica:

Didaticamente descrevemos o ataque em três fases:

Fase de solo : Utilizaremos 3 passadas para a execução do ataque. Dá-se uma passada
na direção da bola (passada de orientação) em seguida, uma segunda (ajuste),
finalizando com uma terceira de maior amplitude. Esta última proporciona o apoio
inicial dos pés através dos calcanhares, deixando-os paralelos, antepostos e em boa
base. Neste momento que antecede o salto, os joelhos encontram-se flexionados, tronco
ligeiramente inclinado à frente, e braços estendidos para trás. O pé à frente, no momento
do salto, deve ser do lado contrário da mão que golpeará a bola.

Fase aérea: Inicia-se com a transferência do apoio dos calcanhares para a plantar e, em
seguida, ponta dos pés; extensão dos joelhos e lançamento dos braços para cima.
Quanto mais rápido acontecer maior a resultante vertical (impulsão). Uma vez no ar, o
corpo encontra-se com os pés e joelhos estendidos, quadris ligeiramente à frente, tronco
ereto e braços estendidos paralelamente acima da cabeça (o corpo fica arqueado), as
mãos ficam espalmadas para frente e os dedos bem abertos. Para golpear a bola, lança-
se primeiro um dos braços na direção da mesma finalizando próximo ao abdômen; em
seguida, o outro, procurando abordar a bola no seu ponto mais alto, estando a mesma à
frente do corpo do atacante. Simultaneamente ao movimento dos braços, o tronco
movimenta-se para a frente projetando o quadril para trás; o corpo fica carpado. O
contato com a bola dar-se-á através da palma e dedos da mão que a golpeia, seguindo a
trajetória e direção do braço e pulso.

Fase de apoio: Ocorre quase o inverso do movimento de decolagem, tocando-se o solo


com a ponta, plantar e calcanhares, seguido da flexão dos joelhos e ligeira inclinação do
tronco à frente.

Erros mais comuns:

1- Não coordenar as passadas, de acordo com o tipo de levantamento, entrando para o


efetuar o ataque no tempo incorreto;
2- Fazer a última passada muito próxima da rede;
3- Não flexionar o suficiente as pernas para realizar o salto;
4- Não estender os braços para trás no momento que antecede o salto;
5- Não elevar os braços pela frente do corpo na armada dos braços para cortar;
6- Não aramar o cotovelo do braço de ataque atrás da linha do ombro, utilizando toda a
amplitude escápulo-umeral;
7- Atacar com braço flexionado;
8- Não realizar o movimento de flexão e extensão do corpo durante o salto (fase aérea);
9- Apoio direto da ponta dos pés durante o trabalho de salto (não utilizando a entrada
com os calcanhares), provocando um desequilíbrio acentuado do corpo para frente.

BLOQUEIO

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O bloqueio é um fundamento de caráter defensivo, tendo como principal objetivo


interceptar a bola cortada pela equipe adversária, este fundamento passa a ser ofensivo
quando consegue enviar a bola contra o solo da equipe oponente.
O bloqueio sofreu várias modificações ao longo da evolução das regras do voleibol, por
sempre ser um fundamento que está em desvantagem ao fundamento de ataque. Devido
a esta situação a partir de 1938 ficou liberado o bloqueio duplo, mesmo assim o
bloqueio continuava em desvantagem, a partir de 1947 após a criação da Comissão das
Leis de Jogo pela FIVB, foi permitido o bloqueio coletivo total, e para equilibrar ainda
mais esta disputa, em 1964 foi permitido ao bloqueio a invasão do espaço aéreo do
adversário e a recuperação da bola bloqueada em um segundo toque. Mesmo assim o
percentual de bolas bloqueadas ou amortecidas fica em torno de 15%.

Tipos de Bloqueios:

- Bloqueio Defensivo: utilizado por jogadores que possuem um alcance inferior ao do


atacante, as palmas das mãos são voltadas para cima e não invadem a quadra
adversária e tem como principal função amortecer o ataque adversário, facilitando
assim a recuperação da bola pela sua equipe.
- Bloqueio Ofensivo: utilizado por jogadores que possuem um alcance superior ao do
ataque adversário, as palmas das mãos direcionadas para baixo invadem a quadra
adversária e tem como principal função interceptar e enviar a bola ao solo da equipe
oponente.

Quanto ao número de participantes:

- Individual ou simples (um jogador);


- Duplo (dois jogadores);
- Triplo (três jogadores).

Quanto a movimentação (tipos de passadas):

- Passada lateral , deve ser utilizada em deslocamentos curtos;


- Passada cruzada, deve ser utilizada em deslocamentos longos, neste caso o grau de
dificuldade é bem maior, pois o jogador terá que efetuar um giro no momento do
salto para efetuar a marcação de frente para o ataque adversário ;
- Passada mista, o jogador efetua o primeiro passo cruzando a passada e o segundo
utilizando a passada lateral, desta forma facilitará ao jogador quanto a entrada de
frente para a marcação do ataque adversário, deve ser utilizada em deslocamentos
longos.

Fases do Bloqueio:

a) Fase Preparatória: em posição de expectativa, o jogador deverá estar com as pernas


semi – flexionadas, pernas em afastamento lateral aproximadamente da largura do
ombro, os braços estarão semi - flexionados , com as mãos na altura e a frente dos

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ombros (quando for para marcação de bolas curtas e de velocidade os braços


deverão estar estendidos), o corpo deve estar ereto e o bloqueador não deverá
perder de vista nem a bola nem o adversário.
b) Execução: após fazer a análise do tipo de levantamento e características do atacante
o bloqueador deverá executar o salto, estendendo as pernas e os braços
simultaneamente em direção a bola, durante o salto o jogador deverá projetar o
quadril um pouco para trás, por questões de equilíbrio (não deve se acentuar este
movimento, senão o bloqueador perderá alcance).
c) Queda : a queda deve ser feita de forma equilibrada e sobre as duas pernas, neste
momento acontecerá o amortecimento com a flexão das mesmas, a seguir o jogador
deverá efetuar um giro para o lado em que a bola se dirigiu quando ela não foi
retida, para que o mesmo não perca a atenção e possa dar continuidade a seqüência
do jogo.

A função do bloqueio é interceptar os ataques adversários protegendo uma área de sua


quadra, as bolas que passarem por ele são de responsabilidade da defesa.

Principais erros dos bloqueadores:

- Uma grande abertura entre os braços;


- Sobrepasso antes do salto;
- Falta de equillibrio;
- Abaixar o tronco no momento do salto;
- Palmas das mãos voltadas uma para outra;
- Saltar para depois invadir (sobre a rede);
- Primeira passada do deslocamento feita para trás.

DEFESA:

A defesa é toda ação que visa impedir o sucesso do ataque adversário.

Aplicações das defesas:

- em defesas de ataques
- nas coberturas de bloqueio
- nas proteções ao ataque
- nas recepções de saques fortes (saque viagem)

Qualidades para defender bem:

- capacidade de prever a direção da bola;


- velocidade de reação;
- técnica individual, domínio de tipos de defesa;
- força isométrica e isotônica de membros inferiores e superiores, para suportar a
postura defensiva;
- concentração
- equilíbrio estático dinâmico e recuperado;
- vontade e coragem.

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Técnica de defesa:

- postura fundamental de expectativa;


- deslocamentos e colocação;
- execução (contato com a bola).

Tipos de defesa:

- defesa em pé, utilizando a manchete;


- manchete inversa;
- com as mãos espalmadas acima da cabeça;
- com uma das mãos (acima ou abaixo);
- com os pés;
- rolamentos (sobre o ombro e sobre as costas);
- mergulho frontal e lateral (peixinho).

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