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Uso adequado de algumas palavras e expressões - 3.

ª e 4a partes

Despedida _ dispensa _ demissão: no Direito do Trabalho, quando o empregador decide


rescindir o contrato com o empregado, ele pratica o ato da despedida ou da dispensa, que
pode ser com ou sem justa causa. Entretanto, se a iniciativa cabe ao trabalhador, só então se
diz que houve demissão. É errado, pois, afirmar-se que o empregado foi demitido ou que a
empresa o demitiu. Tornou-se bastante comum utilizar-se: pedido de demissão ou o
empregado pediu demissão.
Despedida imotivada: o empregador, quando toma a decisão de despedir um empregado, o faz
levado por um motivo qualquer. Assim, no lugar do adjetivo imotivada convém utilizar por justa
causa, sem justa causa, por justo motivo, injustificada, arbitrária, abusiva etc.
Despejar: os puristas da língua lembram que despejar significa esvaziar, desocupar. Portanto,
seria errado o juiz, na conclusão da sentença, julgar a ação procedente e decretar o despejo do
réu. O imóvel, sim, é que seria despejado (esvaziado).
Em que pesem: não é raro encontrar-se em petições e arrazoados a frase iniciando desse
modo: Em que pesem os argumentos... (errado). O verbo pesar tem o sentido, entre outros, de
causar mágoa, desgosto, pesar. Na construção em apreço, ele deve ficar no singular (em que
pese), porque o sujeito oculto é mágoa (ou um dos sinônimos). Além disso, a regência verbal
exige a preposição a: Em que pese aos argumentos... Essa última palavra, portanto, constitui o
objeto indireto.
Experto: a palavra em inglês _ expert _ , embora bem parecida, deve ser evitada por existirem
vocábulos correspondentes no nosso idioma. Além de perito e experto, pode-se ainda usar
outro sinônimo: louvado.
FGTS _ depósitos fundiários: a sigla corresponde a Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
sendo incorreto usar-se... Garantia por Tempo... Nas petições ou sentenças nas quais o
profissional procurar empregar um sinônimo para a expressão depósitos do FGTS, não é raro
ver-se escrito: depósitos fundiários. Trata-se do emprego de forma errada do adjetivo, uma vez
que, na consulta ao dicionário, verifica-se que fundiário significa agrário, relativo ao campo, à
terra.
Jornada: em Direito do Trabalho, jornada tem o significado do labor do empregado num dia.
Desse modo, constitui redundância dizer-se ou escrever-se jornada diária. Também é erro
grave fazer referência a jornada semanal. Quando quiser mencionar o limite constitucional de
44 horas por semana, refira-se à carga horária máxima semanal permitida pela Constituição
Federal. No lugar de jornada, pode-se usar carga horária diária.
Lugar incerto e não sabido: é comum ler-se em notícias de jornais e nos inquéritos policiais que
o criminoso encontra-se em lugar incerto e não sabido. Invertendo-se a afirmação, pode-se
dizer que alguém está em lugar certo e sabido? Claro que não, pois seria redundância. Assim,
use uma ou outra expressão: lugar incerto; ou lugar não sabido.
Numeração das normas legais: observe que todos os atos legislativos _ desde a Constituição
até leis, decretos, portarias etc. _ obedecem a regra única sobre a numeração das normas que
estabelecem. Os primeiros nove artigos recebem um numeral ordinal (1.º, 2.º...). A partir do
10.º, usa-se o numeral cardinal (10, 11, 12...).
Ônus probante _ onus probandi: trata-se de uma expressão (em duas línguas no título) muito
usada entre os que militam na área do direito. Quem deve provar? Quem tem esse ônus?
Tanto se pode escrevê-la em português como em latim. Preferindo a primeira forma, tenha o
cuidado de colocar o acento circunflexo na letra inicial de ônus e observar que a terminação da
outra palavra é te. Optando pelo latim, vale lembrar que essa língua não admitia acento, e o
final do segundo termo é di. São formas incorretas: probande ou probandi (em português) e
probanti ou probande (em latim).
Penalizar: no dicionário, esse verbo tem apenas os significados de causar (a alguém) ou sentir
(de alguém) pena ou desgosto, afligir, desgostar. Generalizou-se o uso dele no sentido de
aplicar uma pena, condenar, punir. Ex.: A OAB penalizou o advogado, suspendendo-o por 30
dias... Nesses casos, o correto é usar o verbo apenar.
Fonte: Livro "Guia Prático de Linguagem Forense", de Raymundo Antonio Carneiro Pinto.

Por si só: muita gente desconhece que a última palavra dessa expressão (só) flexiona quando
nos referimos a mais de uma coisa ou pessoa. Ex.: As declarações do autor, por si sós, já o
incriminaram.
Prazo determinado ou indeterminado: quando se fala ou escreve a palavra prazo, tem-se de
imediato a ideia de tempo determinado. Se não se fixa a duração de um certo contrato, então
não existe prazo. Por conseguinte, a expressão prazo determinado constitui um pleonasmo
(seria como: tempo determinado determinado). Prefira usar: contrato por tempo determinado,
contrato de duração determinada ou, simplesmente, contrato a prazo. Pela mesma razão,
também é incorreto fazer-se referência a contrato por prazo indeterminado. Dê preferência a
contrato por tempo indeterminado.
Protocolizar _ protocolar: em Portugal, há preferência em empregar o verbo protocolizar no
sentido de registrar ou inscrever no protocolo. Contudo, no nosso País, consagrou-se o uso de
protocolar com esse significado. Não constitui erro, portanto, optar-se pela segunda forma. Vale
lembrar que o vocábulo protocolar pode vir a figurar na frase como adjetivo: Eram regras
protocolares rígidas. Nesse sentido, deriva de protocolo, aqui tomado na acepção de
formalidade, etiqueta, cerimonial.
Remição _ remissão: os arts. 787 a 790 do CPC regulamentam a figura jurídica da remição
(com c cedilhado). Esse substantivo deriva do verbo remir, que significa resgatar, livrar, libertar,
salvar, tirar do poder alheio. Ex.: O cônjuge pode requerer a remição dos bens penhorados do
devedor. O outro substantivo, que deve ser escrito com dois ss, tem origem no verbo remitir,
cujas acepções são as seguintes: perdoar, desistir, não exigir, devolver, restituir, dar-se como
pago. Ex.: Pediu a Deus a remissão dos seus pecados.
Restar: recomenda-se evitar o uso desse verbo com o significado de ficar ou de estar. São
incorretas, pois, frases comumente encontradas em requerimentos e decisões como: Restou
provado que... Prefira: Ficou provado que... Restar, que deriva do substantivo resto, possui
acepções diferentes: sobrar, faltar para fazer ou completar, subsistir como resto, sobreviver.
Estudiosos explicam que o erro resulta da influência francesa, uma vez que, na língua de
Voltaire, o verbo rester significa ficar.
Sine qua non _ sine quibus non: quando afirmamos que a observância de determinado
procedimento ou fato é condição sine qua non, estamos declarando "sem a qual nada é
possível." Trata-se de uma expressão latina bastante em voga na linguagem forense. O que
muitos profissionais desconhecem é que, sendo mais de uma condição, tal expressão também
vai para o plural. Assim, passa-se a usar: condições sine quibus non.
Usucapião: por estranho que pareça, essa é uma palavra do gênero feminino. Vem do latim,
estando associada a posse, a propriedade.
Viger: trata-se de um verbo defectivo que somente deve ser conjugado nas formas em que o g
está seguido de e. Assim, são corretas frases como: Esse decreto ainda vige. Errado, porém: A
norma coletiva não mais vigia na época em que...

Morfologia
Para a construção do saber, o homem parte invariavelmente dos elementos mais simples para
os mais complexos. O estudo da morfologia, que analisa a palavra em sua forma, é
fundamental para a compreensão da sintaxe, que considera a palavra em relação, e para a
própria investigação estilística.
Morfologia: do grego morphé, "forma"; logos, "tratado" e sufixo ia.
Classes de palavras
Em Português, há dez classes de palavras. Seis são variáveis e quatro invariáveis.
São variáveis:
a) substantivo _ gênero, número e grau
b) adjetivo _ gênero, número e grau
c) artigo _ gênero e número
d) numeral _ gênero e número
e) pronome _ gênero, número e pessoa
f) verbo _ tempo, modo, pessoa, número e voz
São invariáveis
g) advérbio
h) preposição
i) conjunção
j) interjeição
Gênero: masculino e feminino
Número: singular e plural
Grau: aumentativo e diminutivo
Dica: na expressão oral, o advérbio flexiona-se em grau. "Encontrei-o agorinha mesmo."

Pronome (parte 1)
É a palavra que tem a capacidade de substituir o substantivo ou a ele se referir, considerando-o
como pessoa do discurso (a pessoa que fala _ 1ª; a pessoa com quem se fala _ 2ª; a pessoa
de quem se fala _ 3ª).
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais designam diretamente as pessoas do discurso.
Caso reto (função subjetiva): Eu
Caso oblíquo (função objetiva): me (átonos); mim, comigo (tônicos)
Dica: os pronomes pessoais do caso reto são empregados na função de sujeito. Seu emprego
na função de complemento (objeto) é considerado errado. Ex.: Encontrei ele ontem à noite
(errado). Encontrei-o ontem à noite (certo).
Dica: quando precedidos de preposição (exceto os pronomes eu e tu), os pronomes retos
funcionam como complemento. Não há, portanto, erros em construções como:
Ele não gosta de nós.
Darei a ele o recado imediatamente.
Diga a ela que não irei ao circo.
Observação: há ainda os pronomes pessoais de tratamento (revelam, no trato social, a relação
que se estabelece: de proximidade, de cerimônia, de cortesia).
Você _ tratamento familiar, próximo, íntimo.
Meritíssimo _ magistrados.
Senhor, Senhora _ cerimonioso, respeitoso.
Vossa Excelência (V.Ex.ª) _ altas autoridades.

Pronome (parte 2)
Pronomes possessivos
Os pronomes possessivos indicam posse, ou seja, em relação às pessoas do discurso, indicam
a quem o(s) objeto(s) pertence(m).
1ª pessoa do singular (EU) _ meu, meus, minha, minhas.
2ª pessoa do singular (TU) _ teu, teus, tua, tuas.
3ª pessoa do singular (ELES, ELAS) _ seu, seus, sua, suas.
1ª pessoa do plural (NÓS) _ nosso, nossos, nossa, nossas.
2ª pessoa do plural (VÓS) _ vosso, vossos, vossa, vossas.
Pronomes demonstrativos
São aqueles que demonstram a posição de um objeto no espaço, tendo como ponto de
referência as pessoas do discurso.
Objeto próximo à pessoa que fala (1ª pessoa _ EU) _ este, esta, isto.
Objeto próximo à pessoa com quem se fala (2ª pessoa _ TU) _ esse, essa, isso.
Objeto distante de ambas as pessoas (a que fala e a com quem se fala), corresponde à 3ª
pessoa _ aquele, aquela, aquilo.
Pronomes indefinidos
Referem-se de modo vago, impreciso, à terceira pessoa.
Todo, todos, toda, todas, tudo.
Algum, alguns, alguma, algumas, alguém,algo.
Nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, ninguém, nada.
Outro, outra, outrem.
Muito, muitos, muita, muitas.
Pouco, poucos, pouca, poucas.
Mais, menos, bastante, bastantes.
Certo, certos, certa, certas.
Cada, qualquer, quaisquer.
Tanto, tantos, tanta, tantas.
Demais (os demais, as demais).
Vários, várias.
Que, quem.
Locuções pronominais
Grupos de palavras que equivalem a um pronome. P.ex..: cada qual, cada um, quem quer que
seja, seja quem for.
Pronomes interrogativos
São pronomes indefinidos que aparecem em frases interrogativas diretas ou indiretas. P.ex.:
Quem? Quê? Qual?Quantos?
Pronomes relativos
Estabelecem relação com um antecedente (substantivo ou pronome) e introduzem oração
subordinada adjetiva.
Que (= o qual, a qual, os quais, as quais).
O qual, a qual, os quais, as quais.
Cujo, cujos, cuja, cujas.
Onde, aonde.
Quem (precedido de preposição).
Quanto.

Advérbio
Advérbio é a palavra que modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Ele escreve bem (bem, advérbio, modifica o verbo escrever).
Ele escreve muito bem (muito, advérbio, modifica o advérbio bem, pois o intensifica).
Ele é muito simpático (muito, advérbio, modifica o adjetivo simpático, intensificando-o).
Locução Adverbial
Locução adverbial é a expressão formada por preposição + substantivo que tem o valor de um
advérbio.
Ex.: Aja com cautela (com cautela = cautelosamente).
Chegamos à faculdade atrasados (à faculdade = aqui ou ali).
Como os advérbios exprimem circunstâncias, normalmente nós as identificamos. Assim, temos
os advérbios ou as locuções adverbiais de:
a) Tempo: agora, hoje, ontem, sempre, nunca, jamais, brevemente, raramente etc.
b) Lugar: abaixo, acima, cá, ali, lá, além, aquém, algures, alhures, nenhures etc.
c) Intensidade: muito, pouco, meio, completamente, demais, tão, bastante etc.
d) Modo: bem, mal, assim, calmamente, afoitamente etc.
e) Afirmação: sim, certamente, deveras, realmente, efetivamente etc.
f) Negação: não.
g) Dúvida: talvez, provavelmente etc.
h) Várias outras circunstâncias que o contexto determina.

Concordância Verbal (parte 1)


a) Regra geral _ o verbo concorca com o sujeito em número e pessoa. Ex.: O advogado
fez sérias críticas à atuação do juiz. Os advogados fizeram sérias críticas à atuação do juiz.
b) Sujeito composto
 anteposto ao verbo: A advogada e os estagiários fizeram sérias críticas à atuação do juiz;
 posposto ao verbo, ou seja, sujeito após o verbo: Fez sérias críticas ao juiz a advogada e os
estagiários (concordância atrativa, isto é, com o núcleo mais próximo). Fizeram sérias críticas
ao juiz a advogada e os estagiários.

c) Sujeito composto ligado por "OU"


 idéia de exclusão _ verbo no singular: Pedro ou Paulo será o novo diretor.
 idéia de inclusão _ verbo no plural: A queimada ou a erosão danificam o solo.
 sinonímia _ verbo no singular: Deus ou o Onipresente concede perdão aos homens.
 antonímia _ verbo no plural: A tristeza ou a alegria reinavam naquela casa.
d) Sujeito composto formado por diferentes pessoas do discurso
Há uma hierarquia: a primeira pessoa prevalece sobre a segunda e a terceira pessoas; a
segunda prevalece sobre a terceira pessoa. Ex. 1: Tu e eu iremos ao cinema amanhã. (verbo
na primeira pessoa do plural) Eu e ele somos os responsáveis por esta obra. (verbo na primeira
pessoa do plural)
Ex.2: Tu e ele sois os responsáveis. Tu e ele são os responsáveis. (a gramática normativa
também admite que o verbo esteja na terceira pessoa)
Ex.3: Portanto, são corretas as construções: Tu e ele fostes enganado. Tu e ele foram
enganados.

Concordância Verbal (parte 2)


e) O sujeito é um pronome de tratamento
O pronome de tratamento leva o verbo para a terceira pessoa. Em caso de dúvida, lembre-se
de que qualquer pronome de tratamento pode ser substituído pelo pronome VOCÊ.
Vossas Excelências desconhecem o perigo. / Vocês desconhecem o perigo.
Vossa Alteza desconhece o perigo. / Você desconhece o perigo.
f) O sujeito é formado pelas expressões: MAIS DE; MENOS DE; CERCA DE
Dica: O verbo concorda com o termo que vem após essas expressões.
Mais de um jornal apresentou a entrevista. (um jornal _ singular)
Cerca de dez alunos acertaram a questão. (dez alunos _ plural)
g) Sujeito formado pela expressão UM DOS QUE
Dica: Verbo no plural.
Você é um dos alunos que mais estudam. Essa frase equivale a: Daqueles alunos que mais
estudam, você é um.
h) Sujeito composto resumido por um pronome indefinido
Dica: Verbo no singular.
Fesas, flores, passeios, nada fazia Carolina feliz.
i) O sujeito é um nome que apresenta a desinência "s" de plural
Dica: Verbo no singular, se não houver artigo.
Estados Unidos determinou o boicote econômico.
Dica: Verbo no plural, se houver artigo.
Os Lusíadas imortalizaram Camões.
Os Estados Unidos determinaram o boicote econômico.
j) O sujeito é um número percentual ou um número fracionário
Dica: A concordância é normal.
Vinte por cento dos alunos acertaram o exercício.
Um quarto do terreno foi cultivado; três quartos do terreno estão sendo preparados.
k) Presença do pronome SE
Dica: Sendo pronome apassivador, concordância normal.
Analisou-se o problema.
Analisaram-se os problemas.
Dica: Sendo índice de indeterminação do sujeito, verbo sempre na terceira pessoa do singular.
Trata-se de um problema difícil.
Necessita-se de novas colaborações.

Concordância Nominal (parte 1)


É a concordância que se estabelece do artigo, do numeral, do adjetivo e do pronome adjetivo
com o substantivo.
a) Regra geral
O adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome adjetivo concordam em gênero e número com o
substantivo a que se referem.
A alemã tinha braços musculosos. A alemã tinha pernas musculosas.
b) Adjetivo que qualifica mais de um substantivo
Colocado após os substantivos, vai para o plural, prevalecendo o gênero masculino.
A alemã tinha braços e pernas musculosos.
Colocado após os substantivos, pode ficar no singular, concordando com o substantivo mais
próximo.
O perito tinha olhar e voz ameaçadora. O perito tinha voz e olhar ameaçador.
c) Adjetivo colocado antes dos substantivos
Concorda com o mais próximo.
A alemã tinha musculosos braços e pernas. A alemã tinha musculosas pernas e braços.
d) Na função de predicativo (do sujeito ou do objeto) deve ir para o plural
Eram musculosos os braços e as pernas da alemã.

Regência Verbal (parte 1)


Seguem alguns verbos cuja regência é fundamental conhecer:
I. ASSISTIR
a) significando VER é transitivo indireto, ou seja, pede um objeto indireto, que virá introduzido
pela preposição A.
Assisti extasiado ao filme.
Não poderei assistir ao jogo amanhã.
b) significando PRESTAR ASSISTÊNCIA é transitivo direto, ou seja, pede objeto direto.
É uma instituição que assiste os pobres.
c) significando MORAR, uso pouco freqüente no português moderno, é intransitivo, mas pede
um adjunto adverbial de lugar.
"Eu, Marília, não sou algum vaqueiro
Que viva de guardar alheio gado
Tenho próprio casal e nele assisto"
(Tomás Antônio Gonzaga)
d) significando CABER, SER DE DIREITO, é transitivo indireto, ou seja, pede um objeto
indireto, que virá introduzido pela preposição A.
É um direito que assiste aos alunos.
II. ASPIRAR
a) significando "sorver o ar" é transitivo direto, ou seja, pede objeto direto.
É saudável aspirar o ar do campo.
b) significando ALMEJAR é transitivo indireto, ou seja, pede objeto indireto, que virá
introduzido pela preposição A.
Aspiro a um posto mais elevado.
III. OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, pede objeto indireto, que virá introduzido pela preposição A.
É importante obedecer ao estatuto.
Dica: O verbo desobedecer tem a mesma regência.

Regência Verbal (parte 2)


IV. ESQUECER / ESQUECER-SE
Esquecer é transitivo direto _ Esqueci completamente a data da audiência.
Esquecer-se é transitivo indireto _ Esqueci-me completamente da data da audiência.
V. LEMBRAR / LEMBRAR-SE
Lembrar é transitivo direto _ Lembrei a data da audiência.
Lembrar-se é transitivo indireto _ Lembrei-me da data da audiência.
VI. SIMPATIZAR
É transitivo indireto.
Simpatizei com ele desde o primeiro instante.
Importante: Não é pronominal. Portanto, é errada a construção: Simpatizei-me com ele desde
o primeiro instante.
VII. PREFERIR
É verbo transitivo direto e indireto. Pede, portanto, dois objetos. Será objeto direto a "coisa
preferida" e objeto indireto a "coisa preterida".
Prefiro sorvete a chocolate.
Importante: O verbo preferir significa "gostar mais", por isso não se deve com o verbo preferir
empregar expressões como: MAIS, MUITO MAIS, MIL VEZES. Também é incorreto o
emprego de expressões comparativas como: QUE ou DO QUE.
"Prefiro mil vezes cinema do que teatro" é construção que apresenta os dois erros. A construção
correta é: Prefiro cinema a teatro.
VIII. VISAR
a) significando ASSINAR é transitivo direto. O diretor visou os diplomas.
b) significando ALMEJAR é transitivo indireto, ou seja, pede um objeto indireto, introduzido
pela preposição "a" _ Visei ao cargo de diretor durante longos anos.
c) significando MIRAR é transitivo direto. Visou o alvo e disparou.
IX. PERDOAR / PAGAR
Esses verbos têm idêntica regência. Objeto indireto para "pessoa"; objeto direto para "coisa".
Perdoar ao filho.
Pagar ao mecânico.
Perdoar a falha.
Pagar os honorários.

Crase (parte 1)
Crase é o nome que se dá à fusão de duas vogais iguais. Em gramática, é a fusão de:
a (preposição) + a (artigo feminino)
a (preposição) + a (vogal inicial dos demonstrativos aquele, aquela, aquilo)
a (preposição) + a (pronome demonstrativo).
Se a crase é a soma de a (preposição) + a (artigo feminino), podemos concluir que a crase só
ocorre diante de palavra feminina. Essa é a regra geral.
A fim de saber se ocorre a crase diante de uma palavra feminina, há uma prática bastante
eficiente que consiste em substituir a palavra feminina por uma palavra masculina. Se após a
substituição encontrarmos a forma ao (combinação da preposição a + artigo o), haverá crase. Se
encontrarmos apenas "a" ou "o", não haverá crase.
Vejamos se está correto o acento grave, indicativo de crase, na frase abaixo.
Dirigi-me à funcionária que estava de plantão.
Funcionária _ palavra feminina; admite, portanto, o artigo a.
Resta saber se há também a preposição.
Se substituirmos a palavra funcionária por funcionário, teremos a seguinte frase:
Dirigi-me ao funcionário que estava de plantão.
Isso significa que há crase.

Vejamos alguns exemplos mais:


Convidei a aluna.
Convidei o aluno.
Não pode ocorrer a crase.

Desse jeito chegarei à escola atrasado.


Desse jeito chegarei ao colégio atrasado.
Ocorre a crase.

Crase (parte 2)
Casos importantes
1. Não ocorre a crase diante:
de verbos _ Começou a chover.
de palavras masculinas _ Andei a cavalo.
de pronomes de tratamento _ Eu disse a você que isso aconteceria.
de pronomes pessoais _ Eu disse a ela o que aconteceu.
de expressões formadas por palavras que se repetem _ Ficaremos cara a cara.
do pronome relativo (com exceção do relativo a qual) _ A peça a que assistimos empolgados
saiu de cartaz.
da palavra casa, quando não está adjetivada _ Vou a casa e volto logo.
Observação: Se a palavra casa estiver adjetivada, ocorrerá a crase _ Vou à casa de meu avô e
volto logo.
2. É facultativa a crase
diante de pronomes possessivos femininos _ Eu disse à sua tia que não poderia ir à festa ou Eu
disse a sua tia que não poderia ir à festa.
diante de nomes próprios femininos _ Eu disse à Vera que o problema era grave ou Eu disse a
Vera que o problema era grave.
3. A crase é obrigatória
diante de numerais que indicam horas _ Encontrei exatamente às duas horas da tarde. Esta loja
fechará à zero hora.

O novo acordo ortográfico (parte 1)

Alfabeto
1. Incorporação, no alfabeto da língua portuguesa, das letras K, Y e W.
ANTES DO ACORDO
Darwin, Wagner, Kuwait, Km, Kg, Yeda, Ely, byroniano, Franklin, Kant, taylorista, Kwanza,
malawiano, KLM, Watt, Kardec, Kepler, Washington, WWW, kart, yoga.
A PARTIR DO ACORDO
Darwin, Wagner, Kuwait, Km, Kg, Yeda, Ely, byroniano, Franklin, Kant, taylorista, Kwanza,
malawiano, KLM, Watt, Kardec, Kepler, Washington, WWW, kart, yoga.
Observação: antes do acordo, as letras K, Y e W não faziam parte do alfabeto do português,
aparecendo em casos especiais (abreviaturas e estrangeirismos); a partir do acordo passam a
vigorar oficialmente em nosso alfabeto.

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