You are on page 1of 40

HEMATOLOGIA

Maturação megacariocítica
HEMATOLOGIA
Maturação megacariocítica

As plaquetas são produzidas na MO por fragmentação do


citoplasma dos megacariócitos
Cada megacariócito é responsável pela produção de cerca
de 4.000 plaquetas ao fim de cerca de 10 dias de
maturação
A trombopoietina, produzida no fígado e no rim, é o
principal regulador da produção de plaquetas
Têm uma vida média de 7-10 dias
1/3 das plaquetas é sequestrado no baço e em caso de
esplenomegália o valor sobe para 90%
HEMATOLOGIA
Maturação megacariocítica
Megacariócito

INTERVALO DE REFERÊNCIA:
Medula óssea: 5 – 10 (10x)
Sangue periférico: 0%
TAMANHO:20 – 90 µ
NÚCLEO: 2-16 lobos (8 é o mais comum)
RAZÃO N/C: Variável
CITOPLASMA: De azul a rosa e abundante
Grânulos: Vermelho-azulados, de alguns a muitos
HEMATOLOGIA
Megacariócito
HEMATOLOGIA
Megacariócitos (MO)
HEMATOLOGIA
Maturação megacariocítica
Plaqueta
HEMATOLOGIA
Maturação megacariocítica
Plaqueta

INTERVALO DE REFERÊNCIA:
Medula óssea: Indeterminado
Sangue periférico: 7-25 (100x)
TAMANHO:2 – 4 µ
CITOPLASMA: De azul claro a incolor
Grânulos: De vermelho a violeta
HEMATOLOGIA
Plaqueta

• Himenócito (forma inactiva)

Tem forma redonda, oval, elíptica ou reniforme com uma


membrana periférica de contorno nítido e regular
(20 a 30%)

• Cladócito (forma activa)

Apresenta aspecto estrelado devido à presença de vários


prolongamentos dendríticos
(70 a 80%)
HEMATOLOGIA
Plaqueta

• Cromómero

Zona central composta pelo agrupamento de


pequenas granulações azurófilas

• Hialómero

Zona periférica de aspecto hialino e tonalidade


levemente azulada
HEMATOLOGIA

Constituição da plaqueta
HEMATOLOGIA

Estrutura da membrana plaquetária

• Glicoproteína Ia (GPIa) - facilita a adesão ao


colagénio

• Glicoproteína Ib (GPIb) - deficiente no Sindroma


de Bernard-Soulier

• e Glicoproteína IIb/IIIa (GPIIb/GPIIIa) –


deficiente nas trombastenias

são importantes na ligação ao factor de von


Willebrand e por seu intermédio ao suben-
dotélio vascular
HEMATOLOGIA

Estrutura da membrana plaquetária


HEMATOLOGIA

Variações fisiológicas na contagem de plaquetas

• Idade
Valores baixos até aos 6 meses de vida

• Sexo
A mulher apresenta mais 20% do que o homem
Observam-se ↓ cíclicas nas menstruações

• Exercício - ↑ de 30 a 40%

• Variação Diurna – e também de dia para dia


HEMATOLOGIA

Erros na contagem das plaquetas


• Agregação plaquetar ao EDTA - é mediada por
um Ac a frio específico contra a glicoproteína IIb/IIIa

• Satelitismo - também é mediado por um Ac EDTA


dependente

• Presença de:
– Fragmentação eritrocitária (queimaduras graves)
– Fragmentação leucocitária (LMA)
– Fungos
– Plaquetas gigantes (contadas como GVs e até
linfócitos)
HEMATOLOGIA
Agregação plaquetar (40x)
HEMATOLOGIA
Agregação plaquetar (100x)
HEMATOLOGIA

Satelitismo (40x)
HEMATOLOGIA
Satelitismo (100x)
HEMATOLOGIA

Doenças de causa plaquetária


Podem agrupar-se em:
• Trombocitopatias
– Hereditárias
– Secundárias
• Trombocitopénias
– Falência de produção
– Excesso de consumo
– Distribuição anormal
• Trombocitoses
– Idiopáticas
– Secundárias
HEMATOLOGIA

Trombocitopatias
• Anomalias congénitas da membrana
Sindroma de Bernard-Soulier
Trombastenia de Glanzmann
• Anomalias granulares
Défice de grânulos alfa, densos ou mista
• Anomalias metabólicas
Défice tromboxano-sintetase
Défice ciclo-oxigenase
• Anomalias adquiridas
Urémia, hepatopatia, disproteinémia (MM e MW)
Anti-agregantes plaquetários (aspirina)

• Deficiente produção
S mieloproliferativos
HEMATOLOGIA

Anomalias congénitas da membrana


• Sindroma de Bernard-Soulier
Transmissão autosómica recessiva
As plaquetas são maiores do que o normal (plaquetas
gigantes) e deficientes em glicoproteína Ib
Têm dificuldade em se ligarem ao FvW
Adesão deficiente ao tecido conjuntivo sub-endotelial
O TH está aumentado
A retracção do coágulo é normal
Provas de coagulação normais
Não agregam com a ristocetina
Apresenta graus diversos de trombocitopénia
HEMATOLOGIA
Anisocitose plaquetária

Plaquetas gigantes
HEMATOLOGIA

Anomalias congénitas da membrana


• Trombastenia de Glanzmann
Transmissão autosómica recessiva
As plaquetas, numericamente normais, são deficientes em
glicoproteínas IIb e IIIa
Falham a agregação primária
Agregação diminuída com ADP e normal com ristocetina

Anomalia granular hereditária


• Sindroma das plaquetas cinzentas
As plaquetas são maiores do que o normal
Têm falta de grânulos α
HEMATOLOGIA

Sindroma de plaquetas cinzentas


HEMATOLOGIA

Trombocitopatias
Anomalias adquiridas

• Aspirina
Actua inibindo a ciclo-oxigenase
Disso resulta impossibilidade de síntese de Tromboxano
A2, necessário ao processo de agregação plaquetário
Após uma toma única, o efeito dura de 7 – 10h
• Hiperglobulinémias
Interferem com a adesão e agregação das plaquetas
• Urémia, alcoolémia
Comprometem a função plaquetária
HEMATOLOGIA

Trombocitopénia
• Falência na produção
– Selectiva ou parte de pancitopénia
• Aumento do consumo das plaquetas
– Imune
• Púrpura trombopénica idiopática (PTI)
• LDE, LLC ou linfoma
• Infecções: Malária, VIH e outras viroses
• Fármacos (Quinino/H2O tónica)
• Heparina
• Púrpura pós-transfusional
• Trombocitopénia feto-materna
– CID
– Púrpura trombótica trombocitopénica
• Distribuição anormal de plaquetas (esplenomegália)
HEMATOLOGIA

Trombocitopénia
Quando os valores em SP atingem as 150 x109/L

Trombocitopénia não é sinónimo de diátese hemorrágica

Risco hemorrágico quando <100 x109/L

Aos 50 x109/L pode só haver hemorragia pós-traumática

Diátese grave se < 15 x109/L


HEMATOLOGIA

Trombocitopénia
Falência na produção

• Aplasia medular (radiações ou drogas)


• Hipoplasia (citotóxicos)
• Pancitopénia (idiopática)
• Infiltração medular (neoplasias, fibrose medular)
• Diminuição isolada de trombocitogénese (Ouro,
sulfamidas, tiazidas, Rubéola)
• Megacariocitopoiese ineficaz (Défices de vitamina B12
e ácido fólico, alcoolismo, D. mieloproliferativas)
• Defeitos congénitos (Anomalia de May-Hegglin S.
Fanconi e S. Wiskott-Aldrich)
HEMATOLOGIA

Trombocitopénia
Aumento do consumo das plaquetas
• Púrpura trombopénica idiopática (PTI)
É uma doença relativamente comum
E a causa mais frequente de trombocitopénia sem que
haja anemia ou neutropénia
Surge mais na mulher dos 15-50 anos e a incidência
aumenta com a idade
Pode ser idiopática ou associada a:
LED, Anemia hemolítica autoimune
HIV, Infecções
LLC, Doença de Hodgkin
HEMATOLOGIA

• Púrpura trombopénica idiopática (PTI)

As plaquetas sensibilizadas por autoanticorpos (IgG) são


retiradas da circulação
Nalguns casos há Acs contra as glicoproteínas Ib e IIb-IIIa
A semi-vida da plaqueta, normalmente de 7 dias, diminui
para algumas horas
Para valores idênticos de plaquetas, as trombocitopénias
de causa medular têm mais acidentes hemorrágicos,
visto que na PTI elas são de produção normal e recente
Nos casos crónicos pode ser um achado laboratorial, mas
as situações agudas ocorrem na infância, 75% dos
casos após vacinação ou infecções por varicela ou MNI
HEMATOLOGIA

• Púrpura trombótica trombocitopénica

Pode ser doença familiar ou adquirida


Se for hereditária, há ausência de uma protease que cliva
os multímeros de elevado PM do FvW
Se for adquirida, é porque se desenvolveu um Ac contra a
protease que fica inoperante
Os multímeros de FvW induzem a agregação plaquetar o
que leva à formação de microtrombos nos pequenos
vasos
A doença caracteriza-se por febre, trombocitopénia
marcada, anemia hemolítica microangiopática e
sintomas neurológicos, muito semelhante ao sindroma
urémico-hemolítico da criança que termina em
insuficência renal
HEMATOLOGIA

• Púrpura trombótica trombocitopénica


Dados laboratoriais
SP:
Anemia hemolítica com esquizocitose
Policromatofilia
Reticulocitose
↓Haptoglobina
↑ Bilirrubina não conjugada
↑ LD
Provas de coagulação discretamente alteradas com
presença de PDF
MO:
Hipercelular por ↑ série eritróide e megacariocítica
HEMATOLOGIA

Distribuição anormal de plaquetas


• Hiperesplenismo
HEMATOLOGIA

Investigação laboratorial

Contagem e observação de esfregaço

Contagem baixa Contagem normal

TH
Mielograma Estudos de agregação
Acs anti-plaquetas Outros testes especiais
Testes de despiste de CID Doseamento de FvW
Despiste de doenças sistémicas Doseamento de FVIII
(LED, HIV)
HEMATOLOGIA
Trombocitose
• Trombocitose familiar
Como doença familiar é muito rara, embora autossómica
dominante
Deve suspeitar-se quando surge na criança ou adulto
jovem
• Trombocitose essencial
É uma doença mieloproliferativa que surge mais na idade
adulta e idoso
É muitas vezes detectada por exames de rotina
Se se torna sintomática apresenta:
– Obstrução microvascular
– Hemorragia
– Esplenomegália e prurido (raros)
HEMATOLOGIA
Trombocitose
• Trombocitose adquirida
– Doenças malignas
– Esplenectomia / Hipoesplenismo
– Infecção / Inflamação
– Doenças mieloproliferativas (LMC, P. Vera)
– Carência em ferro
– Hemorragia
– Trauma ou lesão tecidular
– Recuperação de quimioterapia citotóxica
– Recuperação de alcoolismo
– Após tratamento para anemia megaloblástica grave
HEMATOLOGIA
Dados de Laboratório
Trombocitose por doença primária da medula
óssea:

– Contagens > 1.500 x109/L


– Anisocitose plaquetária
– ↑ MPV e PDW
– Granulação plaquetária diminuída
– Núcleos e micromegacariócitos em SP
– ↑ Contagem de GBs em SP
HEMATOLOGIA
Micromegacariócito em SP
HEMATOLOGIA
Dados de Laboratório
Trombocitose reactiva:
– Embora as contagens se situem abaixo das 1.500
x109/L, não é invulgar que atingam valores de 2.000
a 6.000 x109/L
– Plaquetas pequenas
– MPV e PDW normais
– Granulação plaquetária normal

– ↑ VS
– ↑ Fibrinogénio
– ↓ Siderémia
HEMATOLOGIA
Anisocitose plaquetária

You might also like