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É verdade que não aprendemos todos da mesma maneira, mas não é menos verdade que

nem sempre a nossa forma de estudar é a mais adequada. O tempo dedicado ao estudo é
importante, mas nem sempre o resultado é proporcional ao número de horas de trabalho. É
que estudar muito não é o mesmo que estudar bem.
Para ser eficaz, o estudo deve ser feito de forma metódica. O modo como se estuda, o local
e as condições em que se estuda, o tipo de registos que se faz (ou não se faz!) determina a
quantidade e a qualidade da informação retida, bem como o modo como ela se organiza
na nossa mente.
Apesar de não haver receitas universalmente eficazes para bem estudar, visto que aquilo
que funciona com algumas pessoas não funciona tão bem com outras, vejamos rapida-
mente algumas regras básicas.

LER DE FORMA ACTIVA

Comece por uma leitura rápida


A leitura eficaz de um texto ou de um conjunto de textos processa-se em duas eta-
pas distintas.
Numa primeira etapa, lê-se "por alto", faz-se uma leitura rápida, dando particular
atenção a títulos, esquemas, anotações e frases em destaque. O objectivo é saber de que
assunto se trata e identificar os elementos mais importantes ou mais interessantes do texto.
Depois de obter uma visão geral do assunto, chega o momento de ler "em profundi-
dade". Nesta segunda etapa, o leitor aproxima-se do texto, de forma cuidadosa e crítica,
para compreender melhor o que se diz e como se diz. A compreensão do texto é funda-
mental para elaborar correctamente esquemas ou resumos e para fazer bons comentários.

Consulte o dicionário (geral e/ou especializado)


A ignorância das palavras constitui o primeiro obstáculo à compreensão de um tex-
to. Por isso, o estudante deve consultar o dicionário, sempre que encontre palavras desco-
nhecidas cujo significado não pode descobrir pelo contexto.

Divida o texto em blocos


A não ser que se trate de um texto muito pequeno, é sempre possível distinguir nele
várias partes, cada uma delas com uma certa unidade de sentido. Convém reler cada uma
dessas unidades separadamente, procurando destacar a(s) ideia(s) principal(ais). Por vezes
o próprio livro já explicita essa divisão; nesse caso, é só respeitá-la.

Faça sublinhados e anotações


Fazer sublinhados e anotações é um processo de leitura activa que desperta a aten-
ção e facilita a captação das ideias. Além disso, sublinhados e anotações são auxiliares
preciosos para tirar bons apontamentos e rever matéria.
Os sublinhados são muito úteis: obrigam-nos a uma leitura mais atenta e permitem
pôr em destaque os aspectos fundamentais de um texto. Com eles as revisões tornam-se
mais rápidas e produtivas.
A arte de sublinhar está na capacidade de seleccionar o essencial. Sublinhar tudo é
tão inútil como não sublinhar nada. Aconselha-se ao leitor que sublinhe, de preferência,
definições, fórmulas, esquemas, termos técnicos ou outras expressões que sejam a chave da
ideia principal.

Erros a evitar:
– Excesso de sublinhados (mais uma vez, sublinhar tudo é não sublinhar nada);
– Sublinhado por impulso (assinalar a primeira frase que nos desperta a atenção
pode ser um erro).

Procedimentos:
– Fazer uma primeira leitura, para apreender a ideia geral do texto;
– Numa segunda leitura, sublinhar as ideias que consideramos fundamentais;
– Se necessário, usar dois tipos de sublinhado (recto e ondulado, por exemplo), um
para as ideias mais importantes, outro para aspectos secundários.
As anotações são reacções do leitor, escritas à margem dos textos. Essas anotações podem
expressar-se através de palavras ou pequenas frases que resumam a ideia central de um
parágrafo. As anotações devem constituir uma espécie de sumário do fragmento e podem
chamar a atenção para outra parte do livro, relacionada com o assunto que está a ser tra-
tado. Não se esqueça que o uso de abreviaturas facilmente compreensíveis facilita a
redacção de notas.
Os sublinhados e anotações completam-se mutuamente.

Elabore esquemas e resumos


Os bons estudantes conhecem as vantagens de elaborar esquemas e resumos das
suas leituras. Esquemas e resumos facilitam a aprendizagem e permitem revisões rápidas
antes das provas.
Os esquemas permitem visualizar facilmente o conteúdo de um texto. São ideais
como "auxiliares de memória", mas podem perder o sentido com o decorrer do tempo. Daí
que os resumos se tornem mais aconselháveis, uma vez que neles se condensam as ideias
essenciais, usando frases bem articuladas.
Um bom resumo é a reconstrução abreviada do texto original, por palavras próprias,
seguindo o plano e o pensamento do autor. Isto exige a identificação e o registo das ideias
de cada parágrafo.
Resumir não é comentar. Um bom resumo diz apenas, com brevidade, clareza e
rigor, o que disse o autor do texto. O comentário vai além do resumo, na medida em que
implica:
– compreender a ideia central do texto e os argumentos utilizados pelo autor para
defesa dos seus pontos de vista;
– situar o texto na obra do autor e no seu contexto histórico, cultural ou filosófico;
– apreciar o valor das ideias apresentadas, comparando-as, por exemplo, com as
ideias defendidas por outros autores a respeito do mesmo assunto.

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