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ISEG – Análise Financeira

ANÁLISE FINANCEIRA

MÓDULO IV

•Metodologia de Análise
•Método dos rácios
•Outros Indicadores
•Qualidade dos Indicadores
•Sinais de Perigo

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E. Couto / J. Esteves – ISEG/UTL

PARTE I
METODOLOGIA DE ANÁLISE

• Conhecer a empresa
• Envolvente Económica da empresa
• As áreas em que inside a análise
• a área económica
• as finanças da empresa
• a área de risco
(processo de síntese / “cada caso é um caso”)
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E.Couto / J. Esteves

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A EMPRESA
Informação não financeira
A EMPRESA
– principais produtos/serviços
– características do processo produtivo
– canais de distribuição
– principais acontecimentos recentes da
empresa
– onde obter a informação necessária

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ENVOLVENTE ECONÓMICA
NÍVEL SECTORIAL
– posição da empresa no sector, evolução histórica
no sector, evolução futura prevista no sector

NÍVEL MACROECONÓMICO NACIONAL


– taxa de crescimento, taxa de desemprego,
inflação, rendimento disponível, taxas de câmbio

• NÍVEL MACROECONÓMICO INTERNACIONAL


– evolução dos países, questões geo-estratégicas,
acordos internacionais, política de alianças

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DEFINIÇÃO DE UM PLANO DE TRABALHO

• recolha de relatórios e demonstrações financeiras


• recolha sobre a envolvente económica da empresa
• recolha de informação não financeira
• “contacto com empresa” e 1ª leitura das
demonstrações financeiras (analista externo)
• 1ª análise da qualidade dos resultados
• seleccionar as técnicas e instrumentos adequados

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PRIMEIRA ANÁLISE DA
QUALIDADE DOS RESULTADOS
• Reservas colocadas pelos ROC
• Alterações aos métodos e procedimentos
contabilísticos
• Aumento das imobilizações incorpóreas e/ou de
acréscimos e diferimentos
• Aumentos das provisões para outros riscos e
encargos
• Dimensão das existências de produtos acabados
• Aumento dos trabalhos para a própria empresa
• A formação dos resultados
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A SÍNTESE ECONÓMICA

• Evolução da empresa ao longo do período


• Evolução das condições de exploração
– Os proveitos: evolução e estrutura
– Os custos: evolução e estrutura
• evolução das condições de funcionamento
• A rendibilidade
• a produtividade
• a empresa e o sector
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A SÍNTESE FINANCEIRA

– a liquidez
– a estrutura de capital
– o financiamento do crescimento

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Método dos rácios


• Os rácios relacionam valores para obter
informações sintéticas e úteis à gestão

• Comparações entre períodos e entre empresas

• Os rácios mostram as situações, mas isoladamente


não explicam as razões
• Os rácios servem também para: diagnóstico
económico-financeiro, controlo de gestão, análise de
crédito, estimativas do risco das empresas, análise de
desempenho e avaliação de estratégias

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Tipos de Rácios
• Rácios Económicos: relativos à rendibilidade (Ex:
rendibilidade das vendas)
• Rácios Financeiros: utilizados na análise financ.
restrita (Ex: capacidade de endividamento)
• Rácios Económico-Financeiros: aspectos econ.-
financ. (Ex: rendibilidade dos capitais próprios)
• Rácios Funcionamento: impactos no ciclo de
exploração (Ex: prazo médio de recebimentos)
• Rácios Técnicos: ligados ao ciclo de produção e
actividade (Ex: Unidades produzidas por hora)
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Tipos de Rácios
Outra classificação

• Rácios Efectivos ou reais (históricos)


• Rácios Orçamentais (feitos a partir dos
orçamentos)
• Rácios Sectoriais (das Centrais de Balanços:
Banco de Portugal, BPA, Dun & Bradstreet,
etc.)
• Rácios Ideais
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Comparação de Rácios
• Com anos anteriores, alterações ao longo do tempo
• Sector da empresa: rácios médios (Centrais de Dados ou
Associações de Indústria e Comércio, Relatórios de
empresas concorrentes)
• Comparações requerem harmonização de critérios
contabilísticos (Conhecer os critérios da Central de Dados)
• Conhecendo as médias, o desvio padrão e os quartis do
sector podemos posicionar a empresa
• O desempenho é relativo: a conjuntura económica não se
reflecte da mesma forma em todos os sectores
• Regularidade, disponibilidade, custo, semelhança com os
critérios da empresa, metódo de amostragem
• Diversificar as fontes de comparação
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Rácios de Endividamento

Passivo
Racio de Endividamento = (incluindo locação
Activo financeira)

Passivo MLP
Racio de Endividamento a MLP =
Activo

Passivo
Debt to equity =
C. Próprio

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Rácios de Endividamento

C. alheios ML prazo
Estrutura do endividame nto =
C. alheios

R. operacionais (1)
Cobertura dos enc.financeiros =
Enc. financeiros
(1) – ou R.oper + amort + prov.

R. oper + Amort. + prov


Cobertura do serviço da dívida =
Serviço da dívida

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Rácios de liquidez
Activo de curto prazo
Racio de Liquidez Geral =
Passivo de curto prazo

Disponibilidades
Racio de Liquidez Imediata =
Passivo de curto prazo

Activo circ.- exist.


Racio de Liquidez reduzida =
Passivo de curto prazo

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Rácios de Rendibilidade

Mg. cont.
Mg de contribuiç ão das vendas=
Vendas

Res. Oper.
Rend. operaciona l das vendas =
Vendas

Res. liq.
Rend. liquida das vendas =
Vendas

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Rácios de Rendibilidade
Importante para os accionistas

Res. liq.
Rend. C. Próprio =
C. próprio

É influenciado pelas políticas de financiamento. Para evitar isso

Res. oper.
Rend. Activo = (2 ) (2) – ou R.oper * (1-tx mp)
Activo

Comparando com o custo do Cap. Alheio mostra como o


endividamento influencia a rendibilidade dos Cap. Próprios

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Rácios de Funcionamento
Eficiência dos Recursos

Vendas
Rotação do activo =
Activo

Vendas
Rotação das existência s =
Exist. Médias

Exist. médias
Permanência média em Stock = * 365
Custo dos stocks

• Eficiência ou rupturas? Comparações só no mesmo sector


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Rácios de Funcionamento
Para comparações sectoriais

Saldo médio de Clientes.


P.M.R. = * 365
(Vendas + Prest. Serv.) * (1 + IVA)

• Reflecte a eficiência nas cobranças e o poder negocial

Saldo médio de Fornec.


P.M.P. = * 365
Compras * (1 + IVA)

• Reflecte o grau de financiamento dos fornecedores, o


poder negocial e/ou as dificuldades de pagamento

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Rácios baseados no mercado


• O PER poderá indicar o período de recuperação do capital

Cotação
PER =
Res. por acção

dividendo por acção


Dividend yield =
cotação

cotação
Market to Book ratio =
v. cont. por acção

• Reflecte o valor criado para o accionista face ao seu


investimento (V. Cont. por acção = C.Próprio/nº acções)

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Método dos rácios: Limitações


• Dados quantitativos, exclui factores como qualidade e
capacidade técnica da gestão
• Decisões anormais de CPrazo podem afectar os rácios
(Ex. venda intempestiva de existências)
• A comparação de rácios entre empresas ou com médias
do sector pode ser falseada por diferentes práticas
contabilísticas, apesar de alguma normalização
• Não existe uma definição normalizada de cada rácio
• O rácio deve analisar-se no seu contexto. O rácio mais
adequado depende do estado da economia, da indústria
e da estratégia seguida pela empresa
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MEIOS LIBERTOS

MEIOS LIBERTOS LÍQUIDOS (MLL)


• MLL = result. líquido + amortizações + provisões

MEIOS LIBERTOS BRUTOS


• MLB = result. de expl. + amortizações + provisões

• NOTA: provisões líquidas e com caracter de reserva

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Autofinanciamento

• Autofinanciamento ou Meios Libertos


Líquidos Retidos (MLLR)
• = Meios Libertos Líquidos - dividendos
MLLP = AF = MLL - RD

• Autofinanciamento
– relevante fonte de recursos financeiros
– suporte importante para o desenvolvimento
sustentado da empresa a longo prazo

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AUTOFINANCIAMENTO
Vantagens
• Acolher maiores investimentos em capital fixo
sem recurso ao endividamento
• Dispor de maiores disponibilidades
• Contribuir para uma mais conveniente estrutura
financeira
• Permitir uma acrescida facilidade de acesso ao
crédito (endividamento)
• Assegurar a possibilidade de adopção de políticas
conservadoras de distribuição de dividendos

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PARTE II
Qualidade dos resultados

– Factores de incerteza
– Factores de qualidade
– Sinais de perigo
– Análise do risco

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Factores de incerteza

• Instabilidade política e económica


• Alterações constantes da legislação
• Dificuldades na Justiça
• Controlo oficial de preços
• Restrições aos movimentos de capitais
• Risco de nacionalizações
• etc.

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Factores de qualidade
• Regras contabilísticas: prudência e consistência
• Origem dos resultados: da área operacional?
• Activos: activos fixos em condições de funcionamento
futuro e activos circulantes facilmente realizáveis
• Fiscalidade: situação muito favorecida pela lei fiscal?
• Situação financeira: endividamento e estrutura
financeira razoável; volatilidade de result. Financeiros?
• Meio envolvente económico: resultados sem grande
impacto da inflação ou de movimentos cambiais
• Volatilidade: resultados de evolução estável e mais
facilmente previsíveis
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Sinais de perigo
• Relatório dos auditores: excessivamente longo, com
palavras pouco usuais, mencionando incertezas, com
data tardia, ou ainda mudança de auditores.
Desacordo entre a gestão e os auditores?

• Mudança de métodos contabilísticos: adaptar-se aos


métodos correntes do sector ou prejuízos a
esconder? Por ex: sobrevalorização de existências,
amortizações mais baixas, rúbricas no activo que
deveriam ser custos do exercício, etc

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Sinais de perigo
• Redução dos custos geríveis (publicidade,
formação, I&D, etc): meio de atingir lucros a C.
Prazo.

• Aumento do tempo médio das existências: Serão


dificuldades de vendas, deficiente gestão das
existências ou falta de articulação do ciclo de
armazenagem–produção-vendas?

• Redução do tempo médio das existências: Pode


resultar em ruptura de stocks com perda de vendas
e, no extremo, de clientes
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Sinais de perigo
• Aumento dos empréstimos: falta de auto-
financiamento?

• Aumento do volume de créditos de cliente:


Ultrapassar dificuldades de vendas criando
dificuldades financeiras no C. Prazo. Não seleccionar
bem a clientela aumenta o risco de cobrança duvidosa

• Aumento das letras e outros títulos a pagar:


quando superior ao normal no sector pode identificar
dificuldades de liquidez

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Sinais de perigo

• Quebra da margem de contribuição em % das


vendas: competitividade agressiva? Falta de controlo
sobre os custos? Mudança na gama de produtos?

• Volume de despesas com custo diferido: aliviar os


custos do ano diferindo-os para os anos seguintes
(especialização dos exercícios)

• Aumento das provisões para riscos e encargos –


pode ser um sinal de dificuldades financeiras futuras

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