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MENSURAÇÃO DA QUALIDADE DE

SERVIÇOS: UM ESTUDO DE CASO NA


INDÚSTRIA DE SERVIÇOS BANCÁRIOS

Joacir A. Machado Jr.


Doutor pelo Departamento de Engenharia de Produção da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Rua Correa de Lemos, 812, ap. 52,
CEP 04140-000, São Paulo, SP,
e-mail: joacir@unimedpaulistana.com.br

Roberto G. Rotondaro
Departamento de Engenharia de Produção da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo, Av. Prof. Almeida
Prado, 128, trav. 2, 2º andar, CEP 05509-900, Cidade
Universitária, São Paulo, SP,
e-mail: roberto.rotondaro@poli.usp.br

Recebido em 15/1/2002
Aceito em 27/3/2003
v.10, n.2, p.217-230, ago. 2003

Resumo

A indústria de serviços experimentou notável crescimento nas últimas duas décadas. As organizações
de serviços cresceram em tamanho e complexidade. Este artigo analisa a aplicação de indicadores de
desempenho da qualidade na indústria de serviços bancários. O método de pesquisa adotado é o
hipotético-dedutivo, aplicado por meio de um estudo de caso, em que os dados obtidos na pesquisa de
campo passaram por rigorosa análise estatística para comprovação dos resultados. A organização
estudada, um banco comercial, desenvolveu um modelo integrado de indicadores de desempenho da
qualidade, tornando-o seu principal instrumento de gestão de qualidade. A conclusão da pesquisa revela
que o desenvolvimento e a implementação de um modelo estruturado de indicadores do desempenho da
qualidade contribui para o aperfeiçoamento desta, proporcionando foco para o investimento de recursos
nas organizações de serviços.
Palavras-chave: gestão da qualidade, gestão de serviços, mensuração do desempenho.

1. Introdução avaliar esse modelo. Tradicionalmente as organi-


zações dispõem de conjuntos ou sistemas de

A questão inicial, que originou o tema deste


artigo, tem ligação com o modelo de admi-
nistração baseado na função qualidade, e de como
medidas de desempenho, direcionadas à ava-
liação do desempenho financeiro e, às vezes,
da produtividade. Não obstante, o processo
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competitivo exige que as organizações busquem financeiros e da produtividade, sem, contudo, apro-
novas formas de produzir e também de avaliar fundar a discussão. É essa lacuna que se pretende
seus resultados. Isso tem sido apontado como tratar no âmbito deste artigo.
questão de sobrevivência. O objetivo da mensuração é, na visão de Sink
Embora o conceito de qualidade, como um & Tuttle (1989), Eccles (1991), Kaplan & Norton
modelo gerencial, esteja em contínua atualiza- (1996), Struebing (1996) e Mari (2000), obter
ção, será adotado neste artigo o termo gestão pela conhecimento sobre o fenômeno medido. O conhe-
qualidade para designar a reunião das técnicas cimento obtido orienta a mudança do fenômeno
e modelos de gerenciamento pela função em direção a objetivos preestabelecidos. Então,
qualidade, em seu amplo sentido , quer seja no medir o fenômeno gestão da qualidade de serviços
setor de manufatura, quer seja no de serviços. significa obter conhecimento sobre o fenômeno
Adotou-se essa designação porque, apesar da e criar a possibilidade de mudança no mesmo. Este
tendência reducionista e de especialização do artigo é uma contribuição à questão da mensuração
conhecimento, a gestão pela qualidade é assunto da qualidade dos serviços na indústria de serviços
amplo e abrange atualmente todo tipo de bancários e de seu significado.
organização, tanto multinacionais quanto
nacionais, orientais ou ocidentais, grandes ou
2. A questão da mensuração
pequenas, de serviços ou manufatura, públicas
ou privadas (DeLazaro, 1998, 1997; FNPQ, 1998). Segundo Finkelstein (1994), a mensuração
Dentro da disciplina de gestão pela qualidade, e a instrumentação científicas compõem um
interessa aos autores os indicadores de desem- campo de conhecimento sistematicamente orga-
penho da qualidade. Esses indicadores são, na nizado, que abrange a tecnologia da mensuração
concepção de Takashina & Flores (1996), formas e da instrumentação, esse campo é a Ciência
de representar numericamente características de da Mensuração. Para esse autor um campo de
produtos e processos. Para Muscat & Fleury conhecimento precisa estar sistematicamente
(1993), indicadores de desempenho de qualidade organizado em uma teoria de conceitos e prin-
são mecanismos que apontam se a organização cípios genéricos, os quais orientam a ação dos
está sendo competitiva em relação às demandas praticantes do conhecimento.
de seus clientes. Na visão desses autores, os indica- Para Cropley (1998a), um objetivo imediato
dores da qualidade devem orientar a melhoria do da Ciência da Mensuração deve ser o desenvol-
desempenho operacional e competitivo. vimento de uma teoria que descreva o aspecto
Investigando a literatura acerca desse tema – qualitativo da mensuração, pois esta tem sido
modelos gerenciais baseados em um conjunto inte- abordada somente no aspecto quantitativo. A fim
grado de indicadores de desempenho da qualidade de desenvolver um sistema de mensuração que
de serviços – constata-se que a pesquisa está em trate a informação de maneira excelente, o claro
fase inicial nesse campo. Nesse contexto, há explí- entendimento da natureza da informação e de
cita recomendação de pesquisas sobre o tema nos como é gerada, processada e utilizada faz-se
trabalhos de: Nonaka (2000), Martins (1999), necessário, ou seja, a questão central no estudo
Santos Neto (1999), Ramos (1998), Bandeira da mensuração é o significado da informação,
(1997), Urdan (1993) e Silva (1993); o que sinaliza que expressa a relação entre o objeto representado
a crescente importância do tema. e os símbolos utilizados para representá-lo.
Esses autores comentam a necessidade de as A análise e a quantificação do significado da
organizações disporem também de um conjunto informação crescem em importância com o volume
de medidas e indicadores de desempenho da quali- de informação colhido no processo de men-
dade, integrados aos indicadores de desempenho suração; assim, é difícil compreender grandes
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volumes de informação e de dados. Cropley é intuitivamente relacionado ao significado da


(1998a) propõe como solução formular uma informação.
medida qualitativa da informação. A relação entre as quatro fontes de significado
Para Cropley (1998b), a semiótica é o estudo da mensuração é determinada por meio da quanti-
dos sistemas simbólicos, naturais ou artificiais, e ficação das formas do significado. A teoria também
da transmissão de informação por esses símbolos. incorpora a compreensão dos aspectos de signifi-
Assim, a semiótica é o método apropriado para cado e quantitativos da informação por meio da
descrever o mecanismo de transmissão de infor- aplicação dos conceitos da informação em outras
mação nos processos de mensuração. disciplinas. A Figura 1 ilustra a teoria semiótica
O modelo proposto por esse autor pode ser da mensuração da informação de Cropley (1998b).
utilizado para analisar e decodificar um processo Mari (1997) investiga a determinação e a asso-
de mensuração e a informação gerada nele. A ciação na mensuração com a seguinte questão: o
abordagem semiótica inclui o modelo de des- que caracteriza a mensuração em relação a uma
crição da mensuração da informação e a apli- avaliação genérica? Esse autor observa que há
cação dos conceitos de semiótica à mensuração. uma posição tradicional, baseada na situação
A informação, nessa abordagem, tem dois as- epistemológica da mensuração, que é: todas as
pectos: o significado simbólico, que estabelece coisas que podem ser acessadas por intermédio
o aspecto quantitativo da informação, e o signi- de nosso conhecimento possuem um número; pois
ficado qualitativo, que é orientado por três níveis sem os números não podemos compreender nem
da semiótica. Esses três níveis abrangem o que conhecer.

Figura 1 – Representação semiótica do processo de mensuração,


segundo Cropley (1998b).
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Mari considera que o significado da men- comparação empírica da coisa com referências
suração tem sido fundamentado na hipótese de dadas e representação do resultado de tal compa-
que os números estão na natureza e podem, então, ração de forma simbólica. O objetivo de qualquer
ser apropriadamente extraídos por procedimento Sistema de Mensuração é associar uma entidade
empírico. Desse modo, pode-se introduzir con- simbólica, assumida como resultado da mensu-
ceitos numéricos por meio da determinação de ração, com a coisa sob mensuração, gerando assim
um procedimento de mensuração. Os números um vínculo entre o que se chama de universo
são associados à natureza pelas pessoas, porque das entidades físicas e universo dos produtos da
os fenômenos apresentam somente as qualidades mente humana.
que observamos. Por isso, a visão antológica está
sendo substituída por uma interpretação mais
2.1 Mensuração do desempenho nas
pragmática, em que a mensuração é a associação
organizações
de números a objetos e eventos, de acordo com
alguma regra – qualquer regra por enquanto. Considerando que as abordagens gerenciais
Nessa nova interpretação do conceito de men- geralmente são falhas no aspecto da mensuração
suração, Mari (1997) sugere que nada justifica a do desempenho, Sink & Tuttle (1989) sugerem
hipótese usualmente aceita – que a mensuração o sistema de mensuração do desempenho organi-
é uma operação empírica que produz resultados zacional como uma função complexa, composta
objetivos. A separação entre mensuração e ava- pela inter-relação de sete critérios: 1. eficiência;
liação simbólica genérica desaparece. Em sua 2. eficácia; 3. qualidade; 4. produtividade; 5.
proposta, Mari (1997) sugere que a regra epis- qualidade de vida no trabalho; 6. inovação; e
temológica da mensuração seja analisada na 7. rentabilidade. Se a abordagem gerencial for
perspectiva alternativa, entre a posição clássica adequada à organização, o processo de mensu-
e antológica e a atual, pragmática. ração surge naturalmente, como parte do pro-
Para Mari (1997), as abordagens descritiva e cesso gerencial.
associativa podem ser interpretadas de forma aná- Sink & Tuttle (1989) argumentam que a men-
loga: teoria da mensuração é descritiva se a exatidão suração do desempenho significa, por definição:
do resultado é dependente do valor verdadeiro da 1. a criação de uma visão do futuro da organização;
mensuração, e é descritiva se sua exatidão está 2. o planejamento e a criação de estratégias para
associada à satisfação de regras formais e conhe- lograr esse futuro; 3. o planejamento e a imple-
cidas. Isto implica que uma sentença que expressa mentação de meios específicos para atingir objetivos
o resultado de uma mensuração descritiva é conhe- de mudanças; 4. o planejamento e a implementação
cida como tendo valor verdadeiro, às vezes des- de um sistema de mensuração do desempenho
conhecido, associado a ela. Por outro lado, uma associados a esses objetivos; e 5. o desenvolvimento
sentença contendo o resultado de uma mensuração de uma cultura organizacional que apóie o sistema
associativa não está sujeita à condição de existência de mensuração.
de valor verdadeiro, mas está sujeita ao reconhe- A mensuração do desempenho da qualidade
cimento de ser mais ou menos adequada aos obje- na proposta de Sink & Tuttle (1989) deve cobrir
tivos da mensuração. Conseqüentemente, a sentença toda a cadeia produtiva da organização. Para
contendo o resultado de uma mensuração é mais expressar essa visão, esses autores se valem de
verdadeira ou mais adequada. uma concepção sistêmica da organização, na qual
Mari (1997) propõe, então, uma definição para identificam cinco elementos: 1. o sistema a jusan-
mensuração como o processo empírico e objetivo te; 2. a entrada; 3. a transformação; 4. a saída;
de associar símbolos a objetos, em relação a atri- e 5. o sistema a montante. A esses elementos
butos presentes no objeto, realizado por sistemas os autores associam seis classes de indicadores
de mensuração que desenvolvem duas tarefas: de desempenho da qualidade, um para cada ele-
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mento da cadeia produtiva e o sexto ao próprio qualidade do processo gerencial da orga-


processo de gestão da qualidade. Cada classe nização.
contempla os seguintes aspectos: Esse modelo de Sink & Tuttle (1989) está
• Indicadores da qualidade classe 1: associados representado pela Figura 2 de forma esque-
ao sistema a jusante da organização, lidam mática. Zairi (1994) pesquisou 17 organizações,
com aspectos do desenvolvimento de novos de manufatura e de serviços, vencedoras do
produtos e serviços e seleção de fornecedores. Malcolm Baldrige National Quality Award
• Indicadores da qualidade classe 2: asso- (MBNQA) ou do European Quality Award
ciados à entrada do processo produtivo da (EQA), em busca da compreensão de seus
organização, apontam para os aspectos da sistemas de mensuração do desempenho no
programação e do controle da à produção contexto de gestão de qualidade. Nessa pesquisa
e dos estoques de matérias-primas. Sua esse autor identificou seis grandes classes de
função é indicar se o processo estará ou indicadores de mensuração do desempenho: 1.
não sob controle. no desenvolvimento de novos produtos; 2. a
• Indicadores da qualidade classe 3: associados cadeia de fornecedores; 3. em pesquisa e desen-
à transformação, ou seja, a produção em si volvimento; 4. a satisfação do cliente, 5. em
é a forma mais clássica de controle da qua- competitividade; e 6. da cultura para a qua-
lidade de processos e indicará se os requisitos lidade.
da qualidade estão sendo incorporados aos O argumento de Zairi (1994) é que a evolução
produtos e serviços. da filosofia da gestão da qualidade leva as orga-
nizações a mudarem sua mentalidade, passando
• Indicadores da qualidade classe 4: asso-
a focalizar áreas que agregam valor ao consumidor
ciados à saída do processo produtivo, são
final, isto é, o autor propõe que a medida de desem-
os processos de inspeção e verificação da
penho represente o valor agregado a produtos e
produção, armazenagem e distribuição.
serviços para benefício do cliente. Segundo Zairi
• Indicadores da qualidade classe 5: associados (1994), a adoção da gestão da qualidade propor-
ao sistema a montante da organização, lidam ciona benefícios financeiros de longo prazo às
com o atendimento às expectativas e necessi- organizações.
dades do cliente, são indicadores pró-ativos Neely et al. (1995) sugerem que os modelos
que subsidiam todo o sistema a jusante. de mensuração de desempenho usados pelas orga-
• Indicadores da qualidade classe 6: associados nizações estão desatualizados, pois são baseados
a todo o sistema produtivo, monitoram a somente no aspecto financeiro.

Figura 2 – Conjunto de indicadores da qualidade. Adaptado de Sink & Tuttle (1989).


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A mensuração do desempenho é definida por 4. Identificar tendências e progressos.


esses autores como o processo de quantificar a 5. Facilitar o entendimento das relações de
eficácia e a eficiência de uma ação. A medida causa e efeito.
do desempenho é definida como a métrica usada 6. Ser inteligível para os funcionários.
para quantificar essa eficácia e eficiência. E o
sistema de mensuração do desempenho é o con- 7. Abranger todo o processo, desde o forne-
junto de métricas utilizadas para quantificá-las. cedor até o cliente.
Para Neely et al. (1995), o sistema de mensuração 8. Ter as informações disponíveis em tempo
do desempenho deve ser focalizado em duas real, para toda a organização.
dimensões: uma interna, que é a própria orga- 9. Ser dinâmico.
nização, e outra externa, que aborda o ambiente 10. Influenciar a atitude dos funcionários.
em que a organização compete.
11. Avaliar o grupo e não o indivíduo.
O pressuposto básico desses autores é que o
sistema de mensuração de desempenho esteja Martins & Salerno (1998) consideram que, em
posicionado no contexto da estratégia competitiva geral, os modelos de mensuração do desempenho
da organização; e é relevante saber como ele influência não apresentam abrangência suficiente para a con-
as pessoas na realização de suas tarefas. Desse cepção de um modelo que possibilite a integração
ponto de vista, os autores depreendem que as vertical e horizontal das organizações, falta dina-
organizações, em geral, competem nos aspectos: mismo aos modelos. Esses autores sugerem que
qualidade, tempo de entrega, custo e flexibilidade. há lacunas na literatura a serem preenchidas com
Moreira (1996) define um sistema de men- pesquisas sobre os processos de implantação dos
suração do desempenho organizacional como: “o sistemas de mensuração do desempenho, da estru-
conjunto de medidas referentes à organização turação e uso das informações geradas nesses
como um todo, às suas repartições (divisões, sistemas.
departamentos, seções, etc.), aos seus processos, Neely et al. (2000) argumentam que a litera-
às suas atividades organizadas em blocos bem tura sobre mensuração do desempenho é super-
definidos, de forma a refletir certas características ficial e releva a complexidade que atualmente
do desempenho para cada nível gerencial inte- envolve o tema. Segundo esses autores, a questão
ressado”. fundamental da mensuração – como implementar
Para esse mesmo autor, o sistema de men- o sistema – permanece sem solução. Outra questão
suração do desempenho é uma espécie de roteiro, que permanece sem resposta é: como o resultado
em que a organização, tendo uma visão de seu da mensuração pode ajudar a dirigir a organização?
futuro, traça um plano estratégico para alcançá- Essas questões compõem para Neely et al. (2000)
lo, guiando-se pelas metas do sistema de men- uma agenda de pesquisa.
suração.
Martins & Salerno (1998) consolidam a visão 3. O estudo de caso
de diversos autores acerca das características
que um sistema de mensuração de desempenho A concepção metodológica desta pesquisa é
organizacional deve conter, considerando-se as baseada no método hipotético-dedutivo, aplicado
condições competitivas que as organizações por meio de um estudo de caso. Esse método é
enfrentam. São elas: descrito por Lakatos & Marconi (1986), sendo com-
1. Ser congruente com a estratégia competitiva. posto por quatro etapas: 1. expectativas iniciais; 2.
caracterização do problema; 3. conjecturas; e 4. crítica
2. Ter medidas financeiras e não financeiras.
e falseamento da solução. Esse método, segundo
3. Direcionar e suportar a melhoria contínua. os autores, inicia-se pela percepção de uma lacuna
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no conhecimento, acerca da qual se formulam hipó- Uma das frentes da ação da gerência era a
teses e, pela inferência dedutiva, testa-se a solução mensuração dos resultados das ações do
proposta na hipótese da pesquisa. programa da qualidade; para isso a equipe de
O modelo de pesquisa adotado neste trabalho projetos da gerência identificou os processos-
é o estudo de caso, tendo como referência meto- chave para a melhoria da qualidade. Tais
dológica o trabalho de Yin (1994). Esse autor processos passaram a ser monitorados pelo
reúne, em uma compilação simples, conceitos e sistema de mensuração da qualidade. Esse
orientações para a definição, a condução e a sistema cresceu e em sua maturidade contava
análise de um estudo de caso. com mais de 300 indicadores de desempenho
O objetivo desta pesquisa pode ser assim delimi- da qualidade de processos. O tamanho do
tado: avaliar a relevância e a pertinência de um sistema de mensuração da qualidade trouxe
modelo estruturado e integrado de indicadores de algumas dificuldades: Como analisar o conjunto
desempenho da qualidade, aplicado em uma orga- de indicadores de desempenho da qualidade de
nização da indústria de serviços bancários. Em processos? Como estabelecer prioridades?
outras palavras, o objetivo é constatar qual a impor- Quais indicadores eram, de fato, relevantes?
tância do modelo de indicadores de desempenho Tornara-se imperativo um conjunto repre-
para a gestão da qualidade dos serviços da orga- sentativo das operações fundamentais do banco
nização e investigar sua adequação ao propósito e evidentemente mais enxuto. Assim, a equipe
a que se destina. Desse objetivo emergem as de projetos da gerência da qualidade passou a
questões que serão analisadas no contexto desta trabalhar no conceito de um único indicador que
pesquisa. pudesse representar o conjunto de operações
A primeira questão emergente é: a aplicação relevantes para o banco, que atendesse ao escopo
do modelo promove a melhoria da qualidade do programa da qualidade e, principalmente,
dos serviços? E a segunda é: os resultados pudesse refletir, ainda que indiretamente, a per-
obtidos a partir de tal modelo podem ser cepção do cliente sobre a organização e seus
comprovados como relevantes sob o ponto de serviços.
vista estatístico? A solução encontrada pela gerência da qualidade
O objeto da pesquisa é uma organização de foi a composição e o agrupamento de nove indica-
serviços que atua na indústria bancária de inter- dores de desempenho da qualidade de processos-
mediação financeira, um banco comercial. A chave, organizados em uma lógica compatível à
organização ocupa posição de destaque na estrutura hierárquica do banco e que representam
indústria bancária nacional e detém parcela os diversos momentos de relacionamento com os
significativa do mercado bancário de varejo no clientes ao longo da cadeia produtiva. Assim surgiu
segmento das pessoas físicas. Em 1992 o banco o Índice da Qualidade de Serviços (IQS). O Quadro
lançou um arrojado programa de mudanças 1 apresenta esse índice e os respectivos subíndices
internas, em cujo escopo estava prevista a criação e indicadores de desempenho da qualidade. No
de uma área para a gestão da qualidade no banco, quadro estão apontados, entre parênteses, os pesos
além de outras ações que não estão no âmbito que cada índice tem na composição do IQS.
desta pesquisa. A área da gerência da qualidade, A hierarquia do banco comercial é assim
era responsável pelo desenvolvimento de um composta: presidente, vice-presidente do banco
programa da qualidade e de sua implementação comercial, seis diretores regionais, 24 diretores
no banco. Neste escopo foi criado o modelo de setoriais e aproximadamente 600 agências; este
indicadores de desempenho da qualidade que último número é aproximado, pois a cada mês
constitui o objeto deste estudo. há abertura de novas agências, fechamento de
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agências deficitárias e fusões de agências, em quisa do atendimento telefônico e porcentual de


um movimento que segue a dinâmica do setor. clientes que não reclamam, os quais compõem o
No Quadro 1 está a representação do IQS, que índice de pesquisas; tempo de espera na fila (do
é desdobrado em três níveis. Inicialmente, vê-se caixa), porcentual de correspondência entregue e
seu primeiro desdobramento, representado pelos porcentual de dados cadastrais corretos compõem
índices da qualidade da agência e da qualidade de o índice da qualidade de atendimento. Por fim, os
apoio. No segundo nível de desdobramento estão indicadores: porcentual de contas mantidas, aten-
os índices de pesquisa, qualidade do atendimento, dimento a pedidos na retaguarda e disponibilidade
contas mantidas, atendimento a pedidos e disponi- de sistemas eletrônicos confundem-se com seus
bilidade de sistemas. Finalmente, no terceiro nível índices. Os indicadores do terceiro nível são apura-
de desdobramento estão os indicadores de desem- dos mensalmente e consolidados por operações
penho da qualidade: pesquisa com o cliente, pes- aritméticas.

Quadro 1 – Índice da qualidade de serviços e seus desdobramentos em índices e


indicadores do desempenho da qualidade. Elaborado pelos autores.

3o nível de 2o nível de 1o nível de Índice da qualidade


desdobramento desdobramento desdobramento de serviços (IQS)
Indicadores de
processos-chave no Índices no âmbito das Índices no âmbito das Índice no âmbito da
âmbito de áreas gerências diretorias vice-presidência
operacionais e agência
Pesquisa com o
cliente
Pesquisa do
atendimento Índice de pesquisas
telefônico (peso – 25%)
Porcentual de
clientes que
não reclamam
Índice da
Tempo de espera
qualidade da agência
na fila do caixa
(peso – 80%)
Porcentual de Índice da qualidade do
correspondência atendimento Índice da qualidade de
entregue serviços
(peso – 25%)
Porcentual de
dados cadastrais
corretos
Porcentual de Índice de contas mantidas
contas mantidas (peso – 50%)
Atendimento a Índice de atendimento a
pedidos de pedidos
retaguarda (peso – 40%) Índice da
qualidade do apoio
Disponibilidade Índice da disponibilidade (peso – 20%)
de sistemas de sistemas
eletrônicos (peso – 60%)
GESTÃO & PRODUÇÃO, v.10, n.2, p.217-230, ago. 2003 225

3.1 Uso do IQS como instrumento modo, os processos reproduzidos no IQS passaram
gerencial a receber ações específicas de melhorias; nessa
A vice-presidência, responsável pela gestão atividade, a organização utilizou os instrumentos
da rede de agências do banco, adota o IQS como de gestão pela qualidade, o treinamento e os grupos
instrumento de avaliação do desempenho em de melhoria, por meio da criação de Círculos de
qualidade das agências. Essa avaliação ocorre Controle da Qualidade (CCQ).
no âmbito dos comitês da qualidade das agências, O Plano Anual considerou prioritárias as se-
comitês da qualidade das diretorias e comitê da guintes ações: a) o esforço pela manutenção de
qualidade da vice-presidência do segmento banco clientes na carteira, com resultados evidentes no
comercial. Esses comitês articulam-se hierar- índice de contas mantidas; b) o esforço para atua-
quicamente, de tal forma que as decisões tomadas lização da base de dados cadastrais de clientes,
no comitê da vice-presidência desdobram-se em com resultados no índice da qualidade do aten-
ações nos comitês das diretorias. Que, por sua dimento; e c) treinamento no atendimento tele-
vez, determinam ações no âmbito da rede de fônico para os colaboradores que trabalham nas
agências e departamentos. Os resultados dessas agências, com resultado positivo no índice de
ações são avaliados pelos índices que compõem pesquisas.
o IQS, cada um avaliado em seu respectivo nível Para o índice da qualidade do apoio, subor-
organizacional. Os ciclos são semestrais para dinado à diretoria administrativa, não foram
a vice-presidência e mensais para os demais. encontradas evidências de ações específicas para
Em junho de 1996 a vice-presidência do banco melhoria nos índices desse âmbito. O Gráfico
comercial estabeleceu o Plano Anual de Acom- 1 exibe o IQS para o nível da vice-presidência
panhamento da Qualidade, valendo-se dos níveis e o Gráfico 2 representa os índices da qualidade
dos comitês da qualidade, em que foram propostas da agência e da qualidade do apoio para o mesmo
ações nos diversos níveis organizacionais. Desse nível hierárquico.

Gráfico 1 – Reprodução do índice da qualidade de serviços para o nível de vice-


presidente. Elaborado pelos autores.
226 Machado & Rotondaro – Mensuração da Qualidade de Seviços...

Gráfico 2 – Reprodução dos índices da qualidade da agência e da qualidade do apoio.


Elaborado pelos autores.

3.2 Resultados e b são apresentados na Tabela 1. Para visualizar


Os dados do IQS obtidos na pesquisa de cam- as diferenças de desempenho do IQS em relação
po foram submetidos à análise estatística com às diretorias regionais e ao tempo, aplicou-se o
o objetivo de encontrar evidências de que os teste de comparação de médias de Ryan, Einot,
estilos gerenciais, impostos pelos diretores às Gabriel e Welsch, calculado pelo programa SAS,
suas agências, são diferentes; além disso, foi apresentado nas Tabelas 2 e 3. Esse teste ordena
investigado se tais estilos modificam o com- e agrupa as médias consideradas iguais, do ponto
portamento dos indicadores de desempenho e de vista estatístico, sob o nível de confiança de
do IQS. A suposição inicial é de que os estilos 95%.
gerenciais não afetam o desempenho do IQS e
de seus indicadores, sendo seus resultados pura- 4. Conclusão e discussão
mente casuais e não dependentes da ação geren-
cial dos diretores. Considerações sobre a primeira questão: o
Para investigar esses fenômenos foram testadas Plano Anual de Acompanhamento da Qualidade,
as seguintes hipóteses: a) os estilos gerenciais dos estabelecido pela vice-presidência do banco comer-
diretores de níveis regional e setorial afetam o cial, centralizou no IQS a avaliação do desempenho
desempenho da região e do setor comercial em em qualidade, possibilitando a implementação de
relação ao IQS; e b) o tempo (medido em meses) melhorias concretas nos processos-chave repre-
afeta o desempenho do IQS. Para testar essa última sentados pelo IQS. Nesse sentido, a análise da
hipótese, a variável tempo foi dividida em três variável tempo, na Tabela 2, revelou-se importante
blocos de nove meses consecutivos cada. Os testes para a comprovação da melhoria do desempenho
de hipóteses estão baseados na abordagem de do IQS. Nos nove primeiros meses de uso do IQS,
Hocking (1996) para análise estatística multivariada. sua média foi de 75,9 pontos; nos nove meses
Para aplicar esses testes de hipóteses, os autores seguintes, foi de 77,4 pontos; e nos últimos nove
valeram-se do programa de computador para meses pesquisados, de 80,4 pontos. Essas médias
análise estatística Statistical Analysis Sistem são diferentes entre si, o que equivale dizer que
(SAS). Os resultados dos testes das hipóteses a a qualidade melhorou nesses períodos.
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Tabela 1 – Tabela de análise de variância do índice da qualidade de serviços. Elaborada


pelos autores.

Fonte de Graus de Soma de Quadrados F crítico Probabilidade do


variação liberdade quadrados médios F crítico
Modelo 68 4.518,9 66,4 26,4 0,0001
Região (A) 5 915,5 183,1 72,6 0,0001
Setor (A) 18 810,3 45,0 17,9 0,0001
Tempo (B) 2 2093,6 1.046,8 415,0 0,0001
Int. Reg/Tem 10 339,2 33,9 13,5 0,0001
Int. Set/Tem 33 360,3 10,9 4,3 0,0001
Erro 546 1.377,2 2,5
Total 614 5.896,1
2
R = 76,6%

Tabela 2 – Teste comparativo de médias de Ryan, Einot, Gabriel e Welsch do IQS em


relação à variável tempo. Elaborado pelos autores.

Tempo Média Agrupamento N (quantidade de pontos)


Julho/95 a março/96 75,9 A 216
Abril/96 a dezembro/96 77,4 B 210
Janeiro/97 a setembro/97 80,4 C 189

Tabela 3 – Teste comparativo de médias de Ryan, Einot, Gabriel e Welsch do IQS em


relação às diretorias regionais. Elaborado pelos autores.

Região Média Agrupamento N (quantidade de pontos)


Região 6 74,9 A 97
Região 4 72,3 B 108
Região 3 71,7 B 97
Região 1 69,1 C 81
Região 5 68,4 C 81
Região 2 67,9 C 151
228 Machado & Rotondaro – Mensuração da Qualidade de Seviços...

A análise da Tabela 1 permite inferir que há propósito; desse modo, o IQS é auto-referente.
diferenças de desempenho do IQS em relação à Acima de tudo, são representações da ação hu-
estrutura hierárquica. A natureza das ações de mana.
melhoria da qualidade é diferente entre as diretorias O IQS apresenta estrutura semelhante à proposta
regionais e também entre as diretorias setoriais. por Sink & Tutlle (1989), por meio da abordagem
Essas ações são diferentes em intensidade e poder sistêmica da operação da organização. A divisão
de mudança, em outras palavras, o desempenho do IQS em subíndices procura reproduzir o caminho
do IQS muda, segundo as diretorias. A Tabela 3 da realização dos serviços entregues aos clientes,
informa quais as regiões com melhor desempenho serviços cujos níveis de desdobramento representam
do IQS. A região 6 obteve melhor desempenho as instâncias decisórias da organização. A con-
do IQS com média de 74,9 pontos. Em seguida cepção do IQS levou em consideração processos
estão as regiões 4 e 3, com médias iguais do ponto que agregam valor aos serviços oferecidos aos
de vista estatístico, e, por último, as regiões 1, 5 clientes, como a gestão do tempo de espera na fila,
e 2 que apresentam o mesmo desempenho do IQS, na direção da proposta de Zairi (1994) para a men-
esses resultados indicam que os estilos gerenciais suração de desempenho da qualidade.
dos diretores são diferentes entre si. O IQS pretende reproduzir toda a operação da
A segunda questão pode ser assim encami- organização que represente valor agregado ao clien-
nhada: os resultados de melhoria do IQS são te. Ele pretende, portanto, ser abrangente, integrando
significativos do ponto de vista estatístico, com- os níveis gerenciais e as unidades operacionais da
provados pelas Tabelas 1, 2 e 3. As hipóteses organização. Isto aponta para potenciais soluções
a e b são aceitas como verdadeiras, com mais ao problema identificado por Martins & Salerno
de 99,90% de confiança (na coluna probabilidade (1998) – a falta de abrangência dos sistemas de
do F crítico, Tabela 1) e os testes de médias, nas mensuração do desempenho das organizações –
Tabelas 2 e 3, estão padronizados a 95% de que possibilitem a integração horizontal e vertical
confiança. das organizações. No entanto, a solução desse
Se for adotada a abordagem de Cropley (1998a, problema não é simples; parece pouco provável
1998b) para interpretar o IQS, pode-se considerar que modelos predefinidos, oriundos de algum recei-
que esse modelo é uma sintaxe, isto é, uma forma tuário, apresentem soluções suficientemente abran-
de ler e reescrever a organização; o modelo possui gentes para qualquer organização. Talvez soluções
uma semântica, que é o discurso gerado pela re- personalizadas, para cada organização, apresentem
criação da organização; e seu pragmatismo é a melhores resultados.
melhoria da qualidade, envolto em um simbolismo, Lidar com indicadores de desempenho da qua-
a cultura da excelência. A semântica e a sintaxe lidade traz o problema de quais e quantos indica-
dizem respeito à forma da mensuração do desem- dores são necessários para gestão e melhoria da
penho e o pragmatismo e o simbolismo referem- qualidade eficientes. A experiência vivida pela
se ao conteúdo e ao significado dessa mensuração. organização, objeto desta pesquisa, ajuda na com-
Se adotada a abordagem de Mari (1996, 1997, preensão dessas questões. Inicialmente, a orga-
2000) para analisar o IQS, constata-se que ele nização dispunha de grande número de indicadores,
é uma representação simbólica, concretizada por mais de 300, com finalidades e objetivos não neces-
meio da representação de um universo empírico, sariamente congruentes. Reduzir o conjunto de
o do fenômeno da gestão pela qualidade. Essa indicadores, procurando aqueles com maior poder
representação se dá por meio de uma medida representativo das operações, foi uma solução que
associativa, que não tem valor verdadeiro (ou proporcionou foco nas ações de melhorias e no
esperado), mas é considerada adequada a seu investimento dos recursos. É razoável supor que
GESTÃO & PRODUÇÃO, v.10, n.2, p.217-230, ago. 2003 229

o IQS evoluirá, adaptando-se às novas realidades Essa experiência pode ser estendida a outras
da organização. organizações que operem serviços padronizados
Esta pesquisa tratou da análise de um conjunto e com grandes redes de distribuição, como bancos,
integrado de indicadores de desempenho da qua- escolas públicas ou privadas, saúde pública ou
lidade em serviços, adotado por uma organização privada, telecomunicações, fornecimento de ener-
da indústria de serviços, um banco comercial. Nessa gia, transporte público, dentre outros, os quais
organização, o conjunto de indicadores, o IQS, poderiam se beneficiar sobremaneira de um mo-
serviu ao propósito de orientar melhorias da qua- delo semelhante ao IQS, proporcionando foco no
lidade em atividades importantes para o relacio- investimento de recursos e na identificação de
namento entre o banco e seus clientes. problemas localizados.

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MEASUREMENT OF SERVICE QUALITY: A CASE STUDY IN THE


INDUSTRY OF BANKING SERVICES

Abstract

The service industry tried notable growth in the last two decades. The service organizations had
grown in size and complexity. This work analyzes the application of performance indicators of quality in
the industry of banking services. The adopted method of research is the hypothetical-deductive one,
applied through a case study, where the data gotten in the field research had passed for rigorous statistical
analysis, for corroborate of the results. The studied organization, a commercial bank, developed an
integrated model of performance indicators of quality, becoming its main instrument of management of
the quality. The conclusion of the research discloses, that the development and implementation of a
structured model of performance indicators of quality, contribute for the improvement of quality, providing
focus for the investment of resources in the service organizations.
Key words: quality management, service management, performance measurement.

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