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Mulheres da Bíblia

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A mulher de Pilatos
Pôncio Pilatos era um militar romano que fora designado o quinto Procurador da
Judéia pelo imperador de Roma, Tibério César. No exercício dessa função, Pilatos tinha
pleno controle sobre toda a Província, estando encarregado do exército de ocupação.

Seus poderes de decisão na Judéia abrangiam julgamentos, de modo geral, e até


poderia reverter sentenças de morte dadas pelo Grande Sinédrio dos judeus, pois estas
deveriam ser avaliadas por Roma. Estava também sob o poder romano, por meio de seu
Procurador, a nomeação do sumo-sacerdote e o controle financeiro do templo, incluindo a
guarda das preciosas vestes sacerdotais. Estas vestes somente eram liberadas por ocasião da
comemoração das festas nacionais de Israel.

Geralmente o Procurador ficava em Cesaréia, cidade edificada em homenagem ao


imperador romano, tendo características pagãs em seus edifícios e templos. Somente nas
ocasiões festivas da nação judaica, nas comemorações das suas grandes festas, como:
Páscoa, Tabernáculos, Pentecostes, é que Pilatos viria a Jerusalém, trazendo consigo as
tropas romanas e as vestes sacerdotais dos judeus para as suas comemorações.

Era a festa da Páscoa, e Pilatos estava em Jerusalém. Ele teve de participar do


julgamento de Jesus. Sabemos que a sua tentativa de livrar a Cristo das mãos dos principais
dos judeus não se constituía um ato de bondade, senão a busca de se evitar problemas e
tumultos que certamente desagradariam ao imperador. E, assim, por ocasião da Páscoa,
naquele ano, ele levou sua esposa à Jerusalém.

Não temos tantos detalhes a respeito da vida da esposa de Pilatos, mas podemos
observar, por suas atitudes, que ela possuía o temor do Senhor. Em certo livro apócrifo,
escrito por alguém cognominado Nicodemos, encontra-se a esposa de Pilatos com o nome
de Cláudia Prócula, sendo neta do imperador Augusto. Este livro afirma que ela era
prosélita do Judaísmo, ou convertida ao Judaísmo, pertencendo à classe alta de mulheres da
sua época

Deus se revela a ela, possivelmente num sonho marcante, e lhe mostra que o doce
“Rabi da Galiléia” era um homem justo. A alma dela “sofreu” ao pensar qual seria o
destino dado a Jesus de Nazaré.

Sabemos que Deus manifestou seus planos a homens no passado, trazendo


revelações importantíssimas a reis e profetas. Assim foi com José do Egito, com
Nabucodonosor, com José, marido de Maria. Entretanto a única mulher que teve um sonho
especial relatado pela Bíblia foi a esposa de Pilatos. E os sonhos de Deus são importantes.
Eles se cumprem e levam os homens às reflexões e às decisões na carreira da vida.
Quem sabe foi ela, a esposa de Pilatos, quem lhe tenha mostrado que Jesus estava
sendo entregue pelos principais dos judeus por motivo de inveja? Quem sabe ela tenha
conversado com ele sobre a esperança dos judeus a respeito de seu “Messias” que seria rei
de Israel, rei dos judeus, e que aquele era precisamente o tempo referido nas Escrituras para
a sua vinda entre o seu povo?... Quem sabe a esposa de Pilatos lhe abrira os olhos para não
condenar Jesus, chamado “o Cristo”?

Ela já presenciara tremendas maldades do governo de Roma em tantas condenações


injustas e cruéis. A esposa de Pilatos sabia que era necessário ao seu marido o uso do bom
senso e um coração sensível, apesar da dureza inquestionável no cumprimento da lei
romana pelo exército sob seu comando.

Quem sabe, se pela influência de sua esposa, Pilatos tenha apenas mandado açoitar
Jesus, com intenção de soltá-lo em seguida... Quem sabe por causa dela ele tenha “lavado as
mãos” diante do povo de Israel e de seus representantes. Quem sabe, por suas palavras,
Pilatos tentara fazer o povo refletir em seus atos quanto a Jesus de Nazaré, mas ouvira suas
autoridades dizendo: “[...] caia sobre nós o seu sangue e sobre os nossos filhos.” (Mt
27.25.)

A esposa de Pilatos mostrou ser uma mulher humilde e ágil em tomar decisões. Ela
demonstrou submissão e respeito ao marido e procurou ajudá-lo em momentos difíceis
como aquele, pois Pilatos exercia a autoridade romana sobre a Palestina. Ela não se omitiu,
e a Bíblia relatou o seu sonho de sofrimento com o “justo Jesus de Nazaré”.

Sabemos que há casamentos cujos laços conjugais são tão frágeis que a esposa nada
sabe a respeito do trabalho do marido. Ela não se importa com isso. Não há diálogos sobre o
dia-a-dia de cada um. São dois desconhecidos que convivem e têm intimidade física, porém
suas almas estão distantes. Não são amigos de fato.

É inconcebível imaginar um casal que não conversa sobre a rotina do trabalho de


ambos. Situação pior ainda é quando um dos dois, ou ambos “emburram” e não se falam
por causa de alguma questão não resolvida entre eles.

A Bíblia nos mostra personagens anônimos, como a esposa de Pilatos, que agiram
da maneira correta na família e não se omitiram de suas responsabilidades. Apesar de não
sabermos muita coisa sobre ela, percebemos que era uma mulher presente na vida do
marido, e ousava ajudá-lo com conselhos. Pelo menos ela tinha acesso a ele em suas
decisões.

Pilatos era duro e inflexível. Tomou decisões brutais na Judéia. O povo de Israel não
gostava dele, como também não aceitava o domínio de Roma. Entretanto Pilatos deixou
uma pergunta no ar que alcançou a todas as gerações depois dele: “Que farei de Jesus,
chamado o Cristo?"

É certo que nem ele, nem sua esposa poderiam se omitir. Lavar as mãos
publicamente e dizer-se inocente daquela morte não o isentaria da sua resposta para a
eternidade...
Não sabemos se sua esposa se tornou cristã, é bem provável. Não sabemos como foi
a sua vida e como acompanhou a ressurreição de Jesus, mas temos o relato de sua palavra
ao marido “sofri por causa desse justo”. Deus lhe confiou uma revelação: a justiça de
Cristo. Ela anunciou o que recebera do Senhor. E você, tem anunciado o que também
recebeu do Senhor? Você tem falado de Cristo, mesmo em ambientes adversos e em
momentos difíceis?

Para refletir:
Como você agiria no lugar da esposa de Pilatos: contaria o seu sonho e lhe pediria
cautela no julgamento de Cristo?
Você é uma esposa amiga de seu marido? Você o ajuda em decisões difíceis no
trabalho?
Você ora e pede ao Senhor a sua ajuda e direção para o trabalho de seu esposo?
Você tem tido coragem para falar de Jesus, mesmo em situações embaraçosas, onde
há necessidade de muita ousadia?
Você já respondeu à pergunta de Pilatos: “Que farei de Jesus, chamado Cristo?” Ele
é o seu salvador e Senhor?

::Por Pastora Ângela Valadão Cintra

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