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Curso de Formação Ecológica

Palestrante: Lara Moutinho da Costa – Bióloga, presidente dos Defensores


da Terra e Coordenadora da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da
ALERJ.

Tema: Problemas ambientais globais: efeito estufa; ozônio; chuva ácida;


transgênicos; PoP – Poluentes Orgânicos Persistentes.

PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS


- As Batalhas Perdidas –

Há algumas grandes questões ambientais que ocupam as atenções dos


governantes, políticos, comunidade científica, ecologistas e órgãos
internacionais como a ONU e OMS. Na verdade, se fôssemos enumerar os
problemas ecológicos globais relevantes a lista seria enorme, mas os que
resumimos a seguir são os que constituem o que se poderia chamar de
“Agenda do Dia” internacional. São os chamados “greenhouse problems”.

- Mudança Climática: O aquecimento global do planeta, que já provoca


indesejáveis e perigosos efeitos climáticos.

- O rompimento da camada protetora de ozônio, que a princípio se


concentrava sobre as calotas polares, mas que já está afetando maiores
áreas, muitos países incluindo o Brasil.

- A perda da biodiversidade do planeta, que está acontecendo justamente


nas reservas mais ricas, na faixa tropical, seja por destruição dos habitats
ou como consequência da caça e do comércio ilegal de animais.

- O desmatamento e destruição dos habitats e ecossistemas, que tem


ocorrido principalmente nas regiões tropicais do planeta e na costa oeste
dos EUA e Canadá.
- A desertificação, ou perda de fertilidade do solo, que faz com que haja
cada vez menos condições para produção de alimentos.

- O crescimento da população mundial, que requer mais consumo de


recursos naturais.
- Técnicas agrícolas predatórias, com uso de venenos e manipulação
genética irresponsável. Urge a implantação de uma produção agrícola
sustentável, isto é, como produzir mais alimentos para uma população
que cresce a taxas geométricas utilizando técnicas não poluidoras.

- A poluição tóxica. O que fazer com rejeitos industriais tóxicos, incluindo


o lixo nuclear, que hoje são despejados mais ou menos em qualquer lugar
e que envenenam os recursos hídricos e as pessoas.

- A poluição do oceano, berço da vida e um dos principais produtores de


oxigênio do planeta.

- A poluição dos rios e do lençol freático (as águas do subsolo), que estão
sendo envenenadas (agrotóxicos, mercúrio de garimpo, rejeitos
industriais e domésticos, etc) e ficarão incapacitadas para uso humano.

- A poluição do ar, especialmente nas grandes cidades, responsável por


grande quantidade de doenças respiratórias e outras mazelas.

- A chuva ácida que destrói florestas, animais e causa patologias no


homem.

- A destruição da diversidade étnica dos povos indígenas.

- O modelo predominante de consumo, de potencial altamente destruidor.

- O modelo energético mundial, que prioriza fontes e processos de


geração de energia altamente poluentes e de risco, como a queima do
petróleo e do diesel, da biomassa, as usinas nucleares e as grandes
hidrelétricas, que destroem ecossistemas inteiros com a construção de
barragens.

MUDANÇA CLIMÁTICA

Este assunto está nas agendas internacionais desde 1987, quando o


PNUMA, Programa de Meio Ambiente da Onu, criou um grupo de trabalho
para estudá-lo.

Os personagens principais dos processos que podem vir a causar


mudanças de clima significativos no planeta são alguns gases,
responsáveis pelo chamado Efeito Estufa. Os principais são:
Dióxido de carbono (CO2) – 50%
Metano (CH4) – 15%
Óxido Nitroso (NOx) – 10%
Ozônio (O3)
Hidrocarbonetos Halogenados (CFCs e Hálons) – 20/25%

O QUE É O EFEITO ESTUFA

O efeito estufa é uma característica natural de todas as atmosferas. Os


gases que as compõem tendem a aprisionar o calor que chega à
superfície do planeta na forma de radiação solar. Quanto maior a
concentração desses gases, maior é a capacidade atmosférica de
retenção de Calor.

O planeta Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos de idade, sendo


envolvido por uma atmosfera durante quase toda a sua existência. Foi
justamente o efeito estufa que assegurou, há milhões de anos, o
surgimento da vida na Terra. Através dele, foi possível a manutenção de
níveis de temperatura atmosférica e aquática adequados para o
aparecimento dos primeiros seres vivos.

A atmosfera da Terra é constituída por 78% de nitrogênio, 21% de


oxigênio e 1% de outros gases, como o CO2, argônio, hélio, hidrogênio e
outros.

QUAL O PAPEL QUE NOSSA ATMOSFERA REPRESENTA?

Em primeiro lugar o oxigênio que a compõe é indispensável à vida. Em


segundo lugar, ela nos garante uma temperatura bastante estável apesar
das variações dia/noite e das estações do ano.

Sem a atmosfera, a temperatura subiria a mais de 100 graus durante o dia,


devido a incidência da radiação solar, e cairia pelo menos a 100 graus
abaixo de zero durante à noite, como ocorre na superfície da Lua.
Os raios do Sol aquecem a Terra porque a atmosfera é transparente a
esses raios, exceto a uma fração de 30%, que é refletida de volta para o
espaço antes de atingir a superfície da Terra. (Ver figura ).

Os restantes 70% são responsáveis pelo clima e demais condições físicas


da superfície do planeta. Destes 70%, 23% são consumidos na
evaporação, precipitação e circulação de água no ciclo hidrológico. Esta
energia se dissipa em calor quando a água se precipita (sob a forma de
chuva, granizo ou neve) sobre a superfície da Terra ou sobre os oceanos.
Os 47% restantes são absorvidos pela atmosfera, pelos oceanos e pelo
próprio solo, sob a forma de calor. Esta parte determina a temperatura do
ambiente em que vivemos.

A parte da radiação solar incidente que não é refletida, após passar por
vários processos dissipativos, é reemitida pela Terra sob a forma de
radiação térmica (calor). As ondas reemitidas são ondas longas (parte
vermelha do espectro luminoso), enquanto as ondas refletidas são curtas
(parte azul do espectro incidente).

Uma pequena fração dos 70%, cerca de 0,2%, é dissipada na produção de


ventos, correntes oceânicas e ondas, isto é, na manutenção da circulação
do ar e da água.

Finalmente, uma fração pequeníssima de 0,02% da radiação solar


incidente é capturada pelas folhas das plantas, onde se processa a
fotossíntese. É esta fração que é responsável pela formação de matéria
orgânica e, portanto, pela vida em nosso planeta. A combinação do
carbono com o hidrogênio e o oxigênio através da fotossíntese dá origem
às plantas e ao resto da cadeia que leva aos animais a ao próprio homem.

O CO2 é o principal responsável pelo efeito estufa, que mantém a Terra na


temperaturas em que vivemos.

Antes da revolução industrial, há cerca de 200 anos, aproximadamente


0,028% da atmosfera (280 partes por milhão em volume) era constituída
por CO2; Em 1984 esta fração havia subido para 0,034% (340 partes por
milhão de volume), e continua subindo porque a queima de combustíveis
fósseis (carvão, petróleo, gás) e de madeira tem como resultado a
produção de CO2.

O AUMENTO DA QUANTIDADE DE CO2 NA ATMOSFERA PODE LEVAR A


IMPORTANTES VARIAÇÕES CLIMÁTICAS PORQUE ESTE GÁS AJUDA A
RETER MAIS CALOR NA SUPERFÍCIE DA TERRA.
A liberação de dióxido de carbono para a atmosfera é conseqüência da
combustão, reação química na qual o carbono, que é o principal
constituinte da madeira e dos combustíveis fósseis, se combina com o
oxigênio do ar, liberando calor e produzindo CO2. No caso de
combustíveis fósseis, sua queima lança grandes e crescentes
quantidades de CO2 na atmosfera porque seu consumo aumenta
continuamente.

Os principais responsáveis pela queima de combustíveis fósseis são as


usinas termoelétricas, que usam carvão ou petróleo para gerar
eletricidade, e os caminhões e automóveis cujos motores consomem
derivados de petróleo (óleo diesel e gasolina).

Há algumas poucas décadas, as atividades do homem vêm alterando


significativamente a composição da atmosfera. As melhores estimativas
que se tem hoje indicam que dentro de 40 ou 50 anos, quando a
concentração de CO2 deverá ser o dobro da atual, a temperatura média da
Terra deverá subir um mínimo de 1,5 e um máximo de 4,5 graus
centígrados. Isto pode não parecer muito, mas vai ocorrer num período
curto de tempo, sem dar chance para a Terra (e para a vida nela
presente)se adaptar. Temperaturas tão altas como as que esperamos
encontrar em meados do século XXI só tivemos na época dos
dinossauros, há cerca de 60 milhões de anos. Após a última glaciação, há
cerca de 18 mil anos, a temperatura média da Terra era 5 graus inferior à
atual, tendo depois subido gradualmente.

AS CAUSAS DO EFEITO ESTUFA

O CO2 não é o único gás responsável pelo efeito estufa, apesar de


atualmente representar 55% do fenômeno. O restante é causado pelo
metano (15%) e pelos clorofluorcarbonos que contribuem com 20%,
cabendo 10% ao dióxido de nitrogênio, ozônio e outros.

Os clorofluorcarbonos (CFCs) são substâncias artificiais, inventadas pelo


homem na década de 30 para serem usados em refrigeradores ou em
aerossóis (sprays) de produtos de beleza ou antissépticos.

A exemplo do CO2, tanto o metano quanto o dióxido de nitrogênio se


originam em boa parte da queima dos combustíveis fósseis.
1. CO2 – Dióxido de Carbono : A quantidade de carbono na atmosfera (730
bilhões de toneladas que correspondem a 346 partes por milhão de
volume) aumenta cerca de 1,5 partes por milhão por ano, o que
corresponde a 3,3 bilhões de toneladas ou 0,33% por ano. Este aumento é
devido aos seguintes processos:
- A fotossíntese, que no verão retira por ano 63 bilhões de toneladas de
carbono da atmosfera e que as devolve no inverno, através da
oxidação da biomassa;
- A desmatamento (queima de biomassa), que contribui com a emissão
de cerca de 1,8 bilhão de toneladas de carbono por ano;
- A queima de combustíveis fósseis, que contribui com a emissão de 5,3
bilhões de toneladas ano;
- A superfície dos oceanos, que emite 96 bilhões de toneladas e absorve
98,7 bilhões de toneladas por ano.

A queima de combustíveis fósseis é a principal responsável pelo aumento


da temperatura do planeta, e ocorre principalmente nos países
industrializados.
2. Metano (CH4) – É outro contribuinte importante ao efeito estufa. Ele
existe na natureza como gás natural, ou resulta de uma grande variedade
de fontes, que produzem cerca de 460 milhões de toneladas de gás por
ano , das quais 260 milhões se devem por ação antrópica.
3. Clorofluorcarbonos (CFCs) – Uma molécula de CFCl3 (um dos
cloroflurcarbonos) é responsável pela mesma contribuição ao efeito
estufa que 10 mil moléculas de CO2. Além disso, os CFCs são eficientes
em destruir a camada de ozônio na estratosfera. Quando emitidos, os
CFCs não regem com a atmosfera pois são inertes, mas são decompostos
na estratosfera pela radiação ultravioleta do sol, que libera o cloro da
molécula de CFC, que por sua vez destrói o ozônio. A principal
conseqüência disto é o aumento da radiação ultravioleta na superfície da
Terra, porque o ozônio é justamente um dos gases que absorvem a
radiação ultravioleta na estratosfera, impedindo que ela chegue até nós. O
buraco na camada de ozônio já é considerado responsável pelo aumento
de 2% ao ano dos casos de câncer de pele.
AS CONSEQUÊNCIAS DO EFEITO ESTUFA

A presença de CO2 na atmosfera é responsável pela temperatura em que


vivemos; o aumento de sua concentração provocará uma elevação
adicional da temperatura do ambiente. Estima-se que sua concentração
dobre nos próximos 40/50 anos, e provoque um aumento de temperatura
que variará de um mínimo de 1,5 graus centígrados à 4,5 graus
centígrados. Um aumento de temperatura de 4,9 graus ocorreu nos
últimos 18 mil anos. Corremos o risco de outro aumento igual nos
próximos 50 anos!!!!!

Dentro de algumas décadas viveremos, portanto, num mundo mais


quente. Quanto mais quente ele será? Quais as conseqüências deste
aumento de temperatura para o planeta ? Já é possível detectar estas
consequências ?

- mudanças do regime de chuvas e de umidade dos solos, trazendo


conseqüências imprevisíveis para a atividade agrícola e pecuária em
todo o planeta. No hemisfério norte existem indicações claras de
mudanças a partir de 1940. Em latitudes de 35 a 70 graus Norte (países
europeus e América do Norte), a precipitação aumentou; em latitudes
mais baixas, próximas ao equador (5 a 35 graus Norte), há diminuição
clara da precipitação.
- Aumento do nível dos oceanos, que se dá por dois fatores: dilatação
da água, devido o aumento de temperatura, e o gradual derretimento
das calotas polares. No século passado, o aumento do nível do mar foi
da ordem de 1,2 centímetros por década, que subiu para 6 centímetros
por década a partir de 1940. Se prosseguir tal evolução, o nível do mar
deverá subir cerca de 1,5 metros até o ano de 2050, o que resultará na
inundação das regiões litorâneas de muitas partes do mundo,
incluindo cidades como Santos e Rio de Janeiro. Países como
Bangladesh, que se situam praticamente no nível do mar serão
duramente afetados.
- Alteração acelerada dos processos ecológicos de diversos habitats
naturais, provocando o oumento das populações de pragas e o
desaparecimento de várias espécies vegetais, animais e de
microorganismos, com a conseqüente perda da diversidade biológica,
inclusive no plano da diversidade genética.
CONCLUSÂO

1. O Aumento da temperatura do planeta trará sérias conseqüências para


este século;

2. Se não for evitado, provocará desaparecimento de cidades, relocação


de populações e alteração na vida econômica de várias nações, com
custos igualmente elevados;

3. Os recursos necessários para combater as conseqüências do efeito


estufa, ou preveni-las, serão de centenas de bilhões de dólares;

4. Não se tem idéia das conseqüências desse aumento rápido de


temperatura para as formas de vida do planeta;

5. Parece difícil convencer as autoridades de países desenvolvidos a fazer


os investimentos necessários através de taxas adicionais a serem pagas
pelos grandes poluidores;

6. A contribuição mais importante que as nações industrializadas podem


dar ao combate ao efeito estufa é reduzir o consumo de combustíveis
fósseis, sobretudo através de medidas de conservação de energia,
investimento em tecnologias limpas e não poluentes;

7. A contribuição mais importante que os países em desenvolvimento


podem dar ao combate ao efeito estufa é reduzir a destruição de suas
florestas.

CHUVA ÁCIDA

São precipitações que podem ocorrer sob a forma de chuva, geada, neve
ou neblina.

Precipitam anualmente sob o planeta cerca de 120 trilhões de m3 de água,


fundamental à existência da vida. No entanto, em certos pontos da Terra,
a chuva adquiriu um caráter complexo e ameaçador: tornou-se ácida.

Principais causadores da acidez da chuva:


- Poluentes originados da queima de combustíveis fósseis (carvão,
derivados de petróleo), como o dióxido de enxofre e os óxidos de
nitrogênio.

Principais atividades que lançam esses poluentes acidificantes para a


atmosfera:

- Queima industrial de óleo e de carvão


- Uso de veículos movidos a gasolina e a óleo diesel.

De acordo com o nível de concentração na água de chuva, essas


substâncias acidificantes matam peixes e outras formas de vida aquática,
corroem edifícios, prejudicam florestas, lavouras e ameaçam a saúde
humana e animal.

As regiões industriais são muito mais afetadas por precipitações ácidas.


Estima-se que, por ação do homem, sejam lançados à atmosfera de 75 a
100 milhões de toneladas de enxofre por ano e cerca de 20 milhões de
toneladas de nitrogênio, que formam os principais gases liberados pela
queima de combustíveis fósseis.

- Na Suécia, a acidificação das chuvas chegou a comprometer a pesca


nos lagos;
- Nas cidades da costa do Atlântico Norte a água dos lagos tornou-se de
10 à 45 % mais ácida nos últimos 20 anos.
- Na Alemanha, segundo dados da Universidade de Frankfurt, mais de 4
mil crianças já morreram devido a problemas pulmonares decorrentes
da chuva ácida.

Além da contaminação da água e do solo a chuva ácida degrada


alimentos, causando problemas renais nos consumidores

Há pesquisas que buscam medir até que ponto tanto organismo humanos
como animais sofrem alterações genéticas irreversíveis em decorrência
da chuva ácida.

A chuva ácida já foi registrada no Brasil em cidades como Cubatão (SP),


Araucária (PR), regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e até no
Rio de Janeiro, na área da floresta da Tijuca.

Em Cubatão, a poluição atmosférica provocada pelo pólo petroquímico da


cidade destruiu parte da cobertura vegetal da Serra do Mar. Com isso, as
encostas da serra ficaram expostas às chuvas torrenciais da região, que
provocaram os enormes deslizamentos de terra que ocuparam as
manchetes dos jornais em janeiro de 1985.

DESTRUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO

A vida no planeta Terra, surgida nos oceanos, pôde aparecer


posteriormente fora do meio aquático graças à formação da camada de
ozônio há cerca de 400 milhões de anos durante o período Devoniano.

Antes deste período, a intensidade da radiação ultravioleta que chegava à


superfície terrestre impedia o estabelecimento de qualquer forma de vida
fora do meio aquático.

Durante centenas de milhões de anos, as algas azuis produziram oxigênio


em quantidade suficiente para formar grandes concentrações de ozônio
na atmosfera.
Na estratosfera, camada situada entre 16 e 50 km de altitude e com uma
espessura de 20 Km, esse gás, com densidade maior na faixa dos 28 km,
atua como um filtro, enfraquecendo a intensidade da radiação ultravioleta.
A estratosfera concentra algo em torno de 90% do ozônio existente.

Durante centenas de milhões de anos de sua existência, a camada de


ozônio tem se mantido estável na atmosfera graças ao fato do ozônio ser
um composto praticamente inerte, isto é, que não reage com outras
substâncias.

No início dos anos 70, pesquisas atmosféricas realizadas por cientistas


britânicos na Antártica constataram que substâncias poluentes estavam
agindo sobre o ozônio estratosférico. Estudos posteriores, realizados com
o auxílio de imagens de satélite, confirmaram na região da Antártica um
decréscimo significativo da concentração deste gás. Em 1985, os satélites
registraram uma redução de até 50% em alguns pontos do planeta.
Os principais causadores da destruição da Camada de Ozônio são os
átomos de cloro liberados pelos clorofluorcarbonos, que são substâncias
empregadas em equipamentos de refrigeração e de ar condicionado, na
fabricação de espumas de plástico, de material de limpeza para chips de
computadores, e, principalmente, como propolente em tubos de spray.
O PROBLEMA

O aumento da intensidade da radiação ultravioleta na superfície terrestre


pode alterar as estruturas moleculares das células dos seres vivos. Desse
modo, se continuar o atual ritmo de destruição da camada de ozônio, a
diversidade genética do planeta correrá sérios riscos. O aumento da
radiação ultravioleta tem sido associado ao câncer de pele.

A gravidade desta situação levou à necessidade de controle sobre os


agentes destruidores da camada de ozônio. Há um consenso na
comunidade científica e ambientalista de que os produtos à base de CFC
devem ter sua fabricação proibida.

Assinado em 1987 por 57 países, o Protocolo de Montreal estipulou uma


redução gradual de produção de CFCs, até atingir , no ano 2000, um nível
inferior ao de 1986. Em junho de 1990, o PNUMA/ONU propôs um emenda
ao Protocolo, determinando o fim total da produção de CFCs até o ano
2000, com carência até 2010 para as nações em desenvolvimento.

Ao contrário do efeito estufa, cujo agravamento é objeto de polêmica e de


uma dose razoável de incerteza, o dano causado à camada de ozônio não
só é comprovado como tem sofrido uma aceleração inesperada, conforme
relatório da ONU em 1991.
Defensores da Terra – Curso de Formação Ecológica
Poluentes Orgânicos Persistentes – POP´S

POP´S
- POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES -

O processo de industrialização vem ocorrendo de forma rápida e


crescente e, hoje, poucos são os lugares no mundo que não possuem
uma planta industrial. Para alimentar essas industrias, milhares de
substâncias químicas são usadas e outras tantas novas são criadas e
manipuladas nos processos industriais. Entretanto, pouco se conhece a
respeito do perigo que a maioria desses compostos representa ao ser
humano e ao meio ambiente.

Quantas dessas substâncias químicas tóxicas são despejadas no meio


ambiente? Que danos causam ao meio ambiente natural e a saúde
humana?

POP´s – O que são:

Os Poluentes Orgânicos Persistentes – POP´s são substâncias químicas


extremamente tóxicas produzidas em diversas atividades industriais.
Entre elas:
• Produção de PVC: plástico utilizado em embalagens de alimentos,
brinquedos, utensílios domésticos, tubos e conexões, etc;
• Produção de papel: através do processo de branquiamento com
cloro;
• Geração e composição de produtos agrícolas: um grande número de
herbicidas, inseticidas e fungicidas;
• Incineração de lixo: doméstico, industrial e hospitalar;
• Processos industriais: todos os que empregam cloro e derivados do
petróleo.

Os POP´s são lançados no meio ambiente através das chaminés das


industrias, dos canos de eliminação de efluentes ou com as pulverizações
nas plantações agrícolas. Desta forma, podem contaminar a flora, fauna e
solo. Ainda podem ser encontrados em itens destinados ao consumo,
como computadores, tintas e utensílios domésticos.

Os POP´s são altamente tóxicos aos seres vivos. Acumulam-se, ao longo


do tempo, nos microorganismos, plantas, animais e no homem, não sendo
eliminados. São chamados de persistentes e bioacumulativos porque não
se degradam na natureza e têm uma atração muito forte por gorduras. Em
contato com os tecidos gordurosos dos seres vivos, se acumulam,
“viajando” pela cadeia alimentar. São resistentes à degradação química,
biológica e fotolítica (da luz), afetando a saúde humana mesmo em
pequenas concentrações.

ONDE SÃO ENCONTRADOS?

Em todos os lugares: na água, no ar, nos alimentos. Uma vez liberados na


natureza, podem viajar a grandes distâncias, por correntes aéreas e
aquáticas, contaminando regiões distantes de sua fonte de origem e em
locais sem nenhuma atividade industrial. Têm um efeito devastador e
podem levar séculos para se decomporem. Como permanecem na
natureza, continuam contaminando durante décadas após serem
utilizados uma única vez.

EFEITOS NA SAÚDE HUMANA:

Os POP´s produzem uma ampla gama de efeitos tóxicos em animais e


seres humanos, inclusive nos sistemas reprodutivos, nervoso e
imunológico, além de causar diversos tipos de câncer (no fígado, trato
digestivo, no pâncreas, no pulmão, na mama, no útero, etc). Alguns POP´s
são capazes de mimetizar ou bloquear determinados hormônios,
particularmente hormônios sexuais, além de afetar enzimas que controlam
reações bioquímicas no organismo. Há POP´s que atingem os
neurotransmissores (substâncias químicas do sistema nervoso) e as
células do sistema imunológico.

EFEITOS NA VIDA SELVAGEM:

Em várias partes do mundo, os POP´s têm sido responsabilizados pelo


declínio de populações da fauna selvagem. Relacionou-se estas
substâncias com o aumento do número de deformidades e morte de
embriões, a feminilização de machos, o déficit de desenvolvimento dos
órgãos sexuais, a infertilidade e o comportamento anormal no cuidado
com as crias. Afinamento nas cascas de ovos de aves, como o falcão
peregrino, anomalias em espermatozóides de panteras, morte de
embriões de trutas, são alguns dos casos estudados.
PROTOCOLO DOS POP´s:

Em Novembro de 2000, representantes de mais de 100 países de reuniram


em Johannesburg, África do Sul, para discutir a eliminação de 12 tipos de
POP´s. São eles:
• Aldrim
• Chlordane
• Dieldrin
• DDT
• Dioxinas
• Furanos
• Endrin
• Heptachlor
• Hexachlorobenzeno
• Mirex
• PCB´s
• Toxapheno
OS PRINCIPAIS POP´S

• PCB´s - Bifenilas Cloradas, comercialmente conhecido como


Ascarel. Composto químico industrial usado como óleo isolante em
transformadores elétricos. Pode ser produzido de modo não
intencional em processos como a queima de lixo, na siderurgia, etc;

• DIOXINAS E FURANOS - Subprodutos industriais. Grupo de


substâncias químicas mais tóxicas produzidas pelo homem. Se
formam na incineração de lixo urbano, industrial e hospitalar, na
produção de PVC, no branqueamento de papel utilizando cloro ou
compostos clorados, nos processos siderúrgicos, entre outros.

• ALDRIN, ENDRIN e DIELDRIN – Utilizados nas décadas de 70 e 80.


Os Drins, como são chamados, estão ligados a um grave caso de
intoxocação no Brasil. Em Paulínia (SP), vizinhos da fábrica da Shell
tiveram a água contaminada com Drins durante anos.

• DDT – Agrotóxico, inseticida utilizado no Brasil até a década de 80,


quando teve seu uso restrito ao combate da malária.

• HEPTACLORO e CLORDANO – Agrotóxocos utilizados na madeira. O


governo brasileiro solicitou uma exceção na Convenção de
Estocolmo, assinada em maio de 2001, para que uma única empresa,
a Action Agro, comercializasse estes produtos em território nacional
por no mínimo mais 5 anos, mesmo em detrimento da saúde da
população.

• HEXACLOROBENZENO (HCB) – Utilizado como inseticida até a


década de 80. Assim como as Dioxinas, furanos e PCB´s, é
produzido como subproduto em diversos processos industriais. Um
caso de contaminação grave com esta substância é o da “Cidade
dos Meninos”, em Duque de Caxias, RJ, onde estima-se que mais 2
mil pessoas tenham sido contaminadas.

• MIREX – Usado no combate a formigas, teve seu uso restrito em


1985 pela vigilância sanitária. Hoje seu uso é proibido no Brasil.

• TOXAFENO – Agrotóxico. Não foi fabricado no Brasil.

Defensores da Terra – Curso de Formação Ecológica


Poluentes Orgânicos Persistentes – POP´s
Casos de Acidentes

CASO RHODIA
Uma história ainda sem final

O Brasil tem um histórico de contaminação por POP´s. Um dos casos


mais graves é o de Cubatão.

Um dossiê preparado pelo Sindicato dos Trabalhadores Químicos informa


que a Rhodia (concessionária da multinacional francesa Rhône-Poulene),
desde 1976, despejou na baixada santista 12 mil toneladas de resíduos
químicos persistentes, comprometendo de forma irreversível o
ecossistema local.

Os operários também foram expostos a riscos. O dossiê destaca que


mesmo a morte de trabalhadores e os sintomas graves de doenças
provocadas pelos produtos tóxicos, não fez a Rhodia mudar de
comportamento. Erupções dolorosas na pele, conhecidas como cloracnes
(também chamadas de caroços), além de disfunções no fígado e
alterações do sistema nervoso comprometeram trabalhadores e
moradores da região.
Além da poluição durante o processo produtivo, o lixo gerado e espalhado
irresponsavelmente pela Rjodia em 11 lixões, intoxicou o solo, o ar e a
água da região de Cubatão. Pelas características persistentes destes
poluentes, fica fácil concluir que a comunidade da baixada santista está
ameaçada pela água e alimentos contaminados.

A areia, fortemente contaminada em função do despejo impróprio do lixo


tóxico, foi utilizada, mais tarde, na construção civil. A vila dos pescadores,
em Cubatão, foi aterrada com toneladas de areia tóxica. Somente em 1993,
com a intervenção do Ministério Público, a extração e comercialização de
areia das margens do rio Cubatão foi proibida.
POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS

O QUE SÃO OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS?

São produtos criados em laboratório, combinando duas ou mais espécies


diferentes de animais, vegetais ou micróbios. O nome técnico que os
cientistas usam é “Organismos Geneticamente Modificados” (OGM´s).
Com esta tecnologia pode-se introduzir um gene humano em porco, um
gene de bactéria em milho ou soja, arroz com genes de peixe, etc..

A transgenia é uma tecnologia muito cara e por isso é controlada por


pouquíssimas empresas, como a titânica Monsanto, AgrEvo e Novartis,
que fabricam sementes, remédios e venenos. O negócio delas é ter lucros
em dois campos essenciais de nossas vidas: alimentação e saúde. Estas
empresas gastaram muito dinheiro nos últimos anos pesquisando os
transgênicos, e agora, estão buscando um retorno o mais rápido possível.
Por isso, querem que seus produtos cheguem logo aos agricultores de
todo o mundo.

Os “Transgênicos” podem possuir substâncias que venham a acarretar


problemas a saúde humana e ao meio ambiente. A comunidade científica
ainda tem muitas dúvidas quanto aos riscos desses alimentos. Por isso a
importância da precaução na tomada de decisões governamentais quanto
à liberação dos OGM´s para comercialização no Brasil.

RISCOS PARA A SAÚDE:

1. Aumento das alergias.

Quando se insere um gene em outro, novos compostos são formados nesse


novo organismo, como proteínas e aminoácidos. Se este organismo modificado
geneticamente for um alimento, seu consumo pode desencadear processos
alérgicos em parcelas significativas da população, por causa dessas novas
substâncias. Recentemente, um laboratório de pesquisa do reino unido
constatou o aumento de 50% de alergia a produtos à base de soja em
consumidores, relacionando-o ao consumo de soja geneticamente modificada.
Nos estados Unidos, uma soja que recebeu um gene de castanha-do-pará não
pode ser comercializada porque provocou reações alérgicas em pessoas que
tinham alergia à castanha-do-pará.
2. Aumento de Resistência aos Antibióticos.

Para saber se a modificação genética deu certo, os cientistas inserem nos


alimentos transgênicos genes marcadores, que podem ser genes de bactérias.
O consumo desses alimentos pode conferir resistência a antibióticos que
combatem infecções no homem e em animais, ou seja, reduzir ou anular a
eficácia dos remédios à base de antibióticos.

3. Aumento das substâncias tóxicas.

Muitas plantas possuem substâncias tóxicas para se defender de seus inimigos


naturais (dos insetos, por exemplo). As quantidades encontradas naturalmente,
na maioria das vezes, não fazem mal ao Homem. Micróbios também possuem
substâncias que matam insetos. No entanto, se o gene de uma dessas plantas
ou de um desses micróbios for utilizado em um alimento, é possível que o nível
dessas toxinas aumente inadvertidamente e cause mal às pessoas, aos insetos
benéficos e a outros animais. Isso já foi constatado com o milho transgênico Bt
(Bacillus thuringiensis), cujo pólen pode matar lagartas de uma espécie de
borboleta (a borboleta monarca). Por essa razão o governo da Áustria proibiu o
plantio desse tipo de milho.

RISCOS PARA O MEIO AMBIENTE

Além dos riscos para a saúde, podem ocorrer sérios riscos ao meio
ambiente.

- Com a inserção de genes resistentes a agrotóxicos em certos


alimentos transgênicos, as pragas e ervas-daninhas combatidas
poderão desenvolver a mesma resistência, tornando-se superpragas,
o que vai causar o desequilíbrio dos ecossistemas. A utilização
desses genes implicará na aplicação de maiores quantidades de
veneno nas plantações, resultando no aumento de resíduos nos
alimentos que nós comemos, rios e solos, e prejudicando ainda mais
o equilíbrio do meio ambiente;
- Plantas fabricadas para serem mais fortes podem extinguir as
plantas naturais, ameaçando a biodiversidade;
- Os genes das plantas transgênicas podem ir para outras plantas e
causar uma enorme confusão na natureza; Com os transgênicos, as
variedades tradicionais serão menos plantadas. Plantas silvestres
que podem conter a cura de doenças sofrem o risco de acabar ou de
ficarem contaminadas;
- Plantas produzidas para controlar um determinado inseto podem
exterminar outros, causando desequilíbrio ecológico. Por exemplo: já foi
comprovado que o milho Bt, criado para matar determinados insetos, está
matando também a lagarta da borboleta monarca, que não causa nenhum
mal a agricultura. Isto mostra que os transgênicos podem afetar muitos
outros insetos benéficos para a vida;
- A riqueza da vida no planeta vai empobrecer, num processo que já vem
acontecendo de outras formas (desmatamentos, uso de agrotóxicos,etc.),
conhecido como erosão genética;
- Os transgênicos são seres vivos e por isso podem sofrer mutações, se
multiplicar e se espalhar no meio ambiente, manifestando outras
características que não aquelas previstas e desejadas por seus
“inventores”.

CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS:

- Os alimentos orgânicos são aceitos no mundo inteiro, os transgênicos


não. Com a liberação do cultivo de transgênicos no Brasil, os agricultores
brasileiros poderão perder o mercado.
- Com os transgênicos, o agricultor vai perder o controle sobre seu principal
insumo – a semente, que sairá da mão do agricultor para ficar na mão das
multinacionais.
- Como a técnica de fabricação dos transgênicos é muito cara, as
pequenas empresas de sementes serão excluídas do mercado e os
grandes grupos passarão a dominá-lo através de patentes, ditando preços
e regras.

A Terra possui milhões de espécies de seres vivos, que se relacionam uns


com os outros, como se todos fizessem parte de uma rede, que levou
bilhões de anos para se formar. Cada uma dessas milhões de espécies
possui seu próprio código genético. Como tudo está interligado, mexer na
genética de uma espécie pode afetar milhares de outras. Por tudo isso, a
ciência não tem como prever os efeitos dos transgênicos. O que estão
fazendo é uma irresponsabilidade. O mais grave é que a ação dos
transgênicos na Natureza é irreversível, ou seja, não tem volta.

TRANSGÊNICOS NO MEU PRATO, NÂO!

POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS


CONSUMO CONSCIENTE

Infiltração na parede, luzes acesas na casa inteira, torneira pingando, vaso


sanitário vasando, frutas e legumes apodrecendo... Você vai ao supermercado
para comprar 2 itens e volta com 30 a mais, e cada um numa embalagem
diferente que depois vão todas para no lixo...Escova o dente, lava a louça, toma
banho com a torneira ou chuveiro o tempo todo abertos... Essas situações são
familiares a você? Então multiplique isto por milhões de pessoas, 365 dias do
ano, e você terá a dimensão do nível de desperdício de água, eletricidade,
alimentos e outros recursos naturais que ocorre no mundo inteiro e provoca,
direta ou indiretamente, um impacto negativo no meio ambiente.

Agora me diga uma coisa: quando você vê televisão, sente-se atraído por itens
de anúncios que ficam martelando na sua cabeça e só desaparecem quando
você os adquiriu..... Sente-se vazio e infeliz porque não possui o último modelo
de celular lançado pela mídia, ou o carro do ano mais cobiçado pelo seu grupo
de amigos, ou aquela marca de tênis, mochila ou sandália bombardeada
maciçamente pelos meios de comunicação? E às vezes você compra não
apenas um, mas dois ou três itens seja lá do que for porque não conseguiu
decidir-se pela cor, modelo, tamanho, etc... Atenção....Cuidado... Você pode
estar contaminado pelo vírus do consumo, que gera uma doença terrível e
muito comum no atual mundo globalizado: a compulsão.

Mas tem mais: Você conhece as empresas que produzem os produtos que
você consome? Sabe se elas respeitam as leis ambientais do país, se não
perderam ações na justiça pelo uso de trabalho escravo ou infantil, se são
corretas com seus funcionários e se desenvolvem projetos de ação e
responsabilidade social?

Todas estas questões são importantes de se ter em mente hoje em dia, antes
de pensarmos em consumir algo, pois o consumo atual é o maior e mais
danoso problema ecológico da atualidade. E a questão da cidadania no século
XXI passa pela discussão do consumismo. Somos uma família de 6 bilhões de
habitantes, partilhando um futuro comum.

O relatório Planeta Vivo 2004, da organização americana WWF, diz que


consumimos 20% a mais do que o planeta consegue renovar. E se nada for
feito para mudar o padrão de consumo global, será necessário mais meio
planeta Terra de recursos naturais para suprir este consumo, mas se todos os
povos do planeta passarem a consumir como os americanos e europeus, serão
necessários mais 4,5 planetas Terra. Ou seja, já não temos recursos naturais
atualmente para alimentar este padrão de consumo. É preciso, então,
mudarmos imediatamente a maneira como nos comportamos enquanto
consumidores. E acredite, não nos comportamos muito bem, pois não apenas
consumimos muito, como também desperdiçamos muito!

Os Números do Desperdício
O Brasil desperdiça 14 milhões de toneladas de alimentos por ano, enquanto 44
milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. 44% de tudo o que é
plantado se perde desde a colheita até a distribuição e a comercialização. A
cada ano, o Brasil joga fora R$ 12 bilhões de reais com o desperdício de
alimentos. Com isto, 8 milhões de famílias, ou 30 milhões de pessoas poderiam
ser alimentadas com cestas básicas no valor de um salário mínimo. Uma casa
brasileira desperdiça, em média, 20% dos alimentos que compra
semanalmente. Isto representa uma perda de 1 bilhão de dólares por ano, ou o
suficiente para alimentar 500 mil famílias. Se uma família desperdiça 350 grs de
alimentos por dia, em um mês acaba jogando fora pouco mais de 10 kg de
comida, quantidade suficiente para fornecer uma refeição para 30 pessoas...E
tudo vai para no lixo.

Os 5 R´s do Cidadão Consciente para Combater o Desperdício


Reduzir o consumo e, conseqüentemente, o lixo produzido; Reaproveitar
embalagens e recipientes sempre que for possível; Reciclar utensílios e
materiais que ganham cara e uso novos; Respeitar o ambiente que freqüenta e
usa e Responsabilizar-se pelo lixo deixado lá, recolhendo-o sempre são 5
práticas ecológicas necessárias hoje em dia. Faz bem a todo mundo.

Um consumidor consciente sabe bem o que quer, tem autonomia de


pensamentos, não se deixa levar pela cabeça dos outros e nem pelas seduções
do mundo moderno, não desperdiça alimentos, não compra mais do que de fato
precisa, usa racionalmente a água e a luz e não apenas consome, mas também
busca soluções criativas para dar conta do lixo que produz, responsabilizando-
se pelo meio ambiente em que vive. Sabe que sua felicidade não está naquilo
que tem, nem que seu vazio afetivo pode ser preenchido com a posse de bens
materiais. Escolhe consumir preferencialmente produtos que não sejam
agressivos ao meio ambiente e/ou a saúde humana, preferindo empresas de
credibilidade comprovada, socialmente justas e ambientalmente corretas.

Agora é Com Você


• Programe as compras semanais, pois isso permitirá a aquisição apenas
do essencial para a alimentação da família, evitando a perda de alimentos
que se estragam ou ficam com a data de validade vencida;
• Ponha no prato apenas aquilo que realmente você tem certeza de que vai
comer;
• Se sobrar algum alimento do almoço, recicle: bem temperadas as sobras
podem se transformar em ótimos bolinhos, sopas, risotos e outros pratos
novos e criativos;
• Não jogue fora talos e folhas: são ingredientes preciosos para acrescentar
às saladas, sopas e recheios de tortas;
• Compre apenas aquilo que for necessário, evitando os supérfluos
excessivos e de última hora;
• Informe-se sobre as empresas que produzem os produtos que você mais
consome. Procure saber que tipo de postura ela adota com relação ao
meio ambiente e com seus trabalhadores, e se ela desenvolve algum
projeto de ação social;
• Evite a compulsão de levar vários itens de um mesmo produto;
• Para reeducar o impulso e combater a compulsão adote o seguinte
método: Quando vir algo numa loja, supermercado ou num site de
compras, não o compre no mesmo dia. Vá embora e pense sobre o
assunto. Você realmente quer ou precisa daquilo? Pense nisso primeiro
por 3 dias. Se após este tempo você ainda quiser comprar este produto,
faça-o então, e seja feliz.

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