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B i lb i to ce a Es o t ré i a c V i r t lau
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SUMÁRIO
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A GRANDE ANESTESISTA
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TRANSPONDO O LIMIAR
Quando tudo o que a ciência médica pode fazer já foi feito, os que se
encontram junto ao leito do moribundo, aguardando o desenlace, são
tomados de uma avassaladora sensação de impotência; eles têm o desejo de
ajudar, mas vêem-se totalmente impossibilitados de encontrar qualquer
meio prático e adequado de fazê-lo. O consolo da religião pode confortar
aqueles para quem a vida espiritual é uma realidade, mas para muitos isso
não passa de uma vaga esperança, e para alguns é uma negação. Temos
alguma coisa para oferecer a esses?
Temos sim. Podemos oferecer-lhes conhecimento. Conhecimento derivado da
experiência de muitas, muitas almas que cruzaram o grande abismo e
voltaram para nos narrar suas aventuras; e também da experiência de
outros, que talvez constituam um menor número mas que, para nós, são mais
convincentes e que conseguem recordar-se de suas vidas passadas. Na
Europa, é raro encontrar tais pessoas entre adultos, mas muitas crianças,
antes que as sombras do cárcere das coisas mundanas se fechem sobre elas,
podem brindar-nos com lembranças de suas vidas passadas se lhas soubermos
pedir sensatamente. No Oriente, essas lembranças são comuns, sendo antes
regra que exceção.
Esse conhecimento referente à vida oculta da alma pode não só
proporcionar encorajamento e conforto aos que duvidam, mas também pode
constituir-se num meio de ajudar ativamente os moribundos. Já não
precisamos estar de mãos vazias ao lado de seu leito de morte. Conquanto
nossas mãos possam não ter mais o que fazer, nossa mente deve estar
ativa, e devemos estar prontos para acompanhar nossos amigos na primeira
etapa de sua jornada. Podemos literalmente "pô-los a caminho", como o
faríamos a um visitante que se vai.
Mas antes que consideremos exatamente o que pode ser feito para aquele
que nos deixa, devemos compreender primeiro o processo da desencarnação.
Há dois tipos de morte: morte natural e morte violenta; e há também dois
tipos de passamento: o passamento tranquilo, que é o normal, e o
tumultuoso, que é patológico. Porquanto, morrer não é um processo menos
natural do que nascer, e tem sua norma e suas patologias.
A morte natural é aquela que se verifica gradativa-mente, soltando-se a
alma do corpo antes de partir, assim como os dentes de leite de uma
criança amolecem em seus alvéolos e caem sem provocar dor. A morte
violenta, entretanto, é como o arrancar de um dente pelo dentista. Há um
repelão, um traumatismo, algum sangramento e dor. Normalmente, porém, a
Grande Anestesista assume rapidamente sua função, e com o primeiro sinal
de separação entre alma e corpo, o Grande Sono desce sobre nós e perdemos
a consciência. Mas onde há muito medo da morte ou um desesperado apego à
vida, a obra da Grande Anestesista é frustrada, e é, então, que se vêem
aqueles terríveis leitos de morte em que a alma parte se debatendo.
Isso nunca deveria acontecer, e não precisa acontecer nunca onde há
adequado conhecimento dos processos da morte e da vida após a morte. O
moribundo deve submeter-se às mãos do Anjo Misericordioso com a mesma
confiança e gratidão com que se submeteria à obra do médico que ministra
o anestésico que lhe poupará à consciência o trabalho do cirurgião. Tão
logo o éter inicie sua obra de misericórdia, a dor e o medo se
desvanescerão e ele dormirá por algum tempo, não tendo consciência de
nada. O mesmo ocorre com a morte, o Anjo das Trevas fecha uma a uma as
vias da consciência, e nós dormimos enquanto os processos da separação do
corpo e da alma prosseguem. Quando tudo estiver acabado, estaremos livres
do corpo; o Anjo reabrirá as portas da consciência num plano superior, e
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ofício aos mortos quando as orações fúnebres em favor deles houverem sido
ditas, mas o consolo da religião deve acompanhá-los durante toda essa
etapa de transição, até que estejam bem instalados em sua nova vida.
Enquanto subsistirem quaisquer fiapos de laços terrenos, a proteção e a
orientação da religião organizada devem ser oferecidas à alma.
Essa etapa intermediária entre a vida e a morte não é a mesma coisa que o
Purgatório. Ê, antes, uma etapa em que a alma faz uma escala e reúne as
bagagens e saúda os amigos. O Purgatório poderia ser descrito como uma
quarentena psíquica. Só depois que a consciência se acostumou com a vida
desencarnada é que a alma prossegue para enfrentar a purificação do
Purgatório. Mas fique bem entendido que o Purgatório não é uma etapa
punitiva nem é uma situação eterna, mas consiste em forçar a alma a
enfrentar a sua própria história. São as reações da alma a esse registro
histórico que constituem os fogos purificadores. O Purgatório não é um
lugar, e sim um estado de consciência, mas, porque, nos Planos
Interiores, todos os que têm a mesma aparência se aproximam uns dos
outros, o Purgatório, para todos os fins psíquicos práticos, tem uma
localização astral definida.
ë quando as almas estão passando por seu purgatório que as linhas de
comunicação com este mundo são cortadas. Cada alma deve entrar no
silêncio, a fim de passar pêlos fogos purificadores. Aí, ninguém as pode
ajudar. Elas precisam depender de si próprias e caminhar de acordo com as
suas próprias capacidades. De nenhuma outra forma poderão aprender as
suas lições. Não podemos aprender pêlos outros, da mesma forma como não
podemos comer pêlos outros. Quando se chega a esse ponto, devemos
entregar os nossos entes queridos nas mãos dos Senhores do Karma.
Entretanto, temos esse conforto, que o seu objetivo é edificar e não
destruir a alma, e a ninguém é dado mais do que pode suportar, nem mais
do que possa assimilar e converter em útil.
O esotérico não concordaria com o ensino católico segundo o qual as
missas pêlos mortos podem ajudar as almas no Purgatório. Ele sustenta que
o valor das preces do padre e dos amigos está na influência que têm sobre
a alma durante o período intermediário; uma vez que a alma tenha
ultrapassado essa fase, encontra seu lugar no grande ciclo da vida nos
Planos Interiores e terá quem dela cuide.
Depois que a alma saiu do Purgatório não só é possível mas legítimo
restabelecer comunicação com ela, contanto que se usem os métodos certos.
Se formos capazes de elevar a consciência até os planos psíquicos
superiores, poderemos voluntariamente entrar em contato telepático com os
que já se foram e ouvir-lhes a voz com o ouvido interior. Não é
aconselhável procurar vê-los com a visão psíquica, porque isto pertence a
um subplano inferior do Astral relativamente ao plano em que a alma bem-
aventurada, limpa de seu pecados, tem o privilégio de habitar. A
clariaudiência é o método certo para ser usado na comunicação com os que
passaram para o Mundo Celestial.
Notar-se-á que as descrições do Mundo Celestial são quase sempre de
segunda mão; o médium é informado de como esse mundo é, mas ele não chega
realmente a vê-lo. Há, é claro, excecões a essa regra geral, no caso de
médiuns excepcionalmente bem-dotados ou de circunstâncias excepcionais,
mas de um modo geral é a regra que prevalece, e podemos saber que se
virmos uma pessoa falecida, com visão psíquica, tal pessoa ainda estará
no mundo intermediário, e que, quando ela chegar com segurança ao Mundo
Celestial, poderemos ouvi-la, mas não vê-la, quando tenta uma comunicação
direta.
Quando tentarmos estabelecer contato com ela, devemos, portanto, ouvir,
mas não olhar; e na voz ainda fra-.ca da consciência interior podemos
sensatamente esperar ouvir ao menos uma palavra de saudação; uma vez que
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VENCENDO O PESAR
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que eles foram adiante de nós em direção da meta a que todos nos
destinamos. Se eles retomassem a nós, depois de transpor os Portais da
Morte, diriam, como o fez Cristo Ressuscitado aos discípulos que estavam
lamentando Sua perda: "Eis que vou adiante de vós para a Galiléia."
Para aqueles que estão unidos em espírito, a morte não passa de um
separação temporária. Haverá solidão e a pessoa passará a arcar sozinha
com encargos que antes eram partilhados com o outro, mas não haverá
aquela sensação de aniquilação espiritual que debasta os que ajuntaram
seu tesouro onde a traça e a ferrugem corroem.
É esta certeza interior de um elo duradouro que constitui a âncora-mestra
em tempos de luto. Para muitos, essa é uma certeza que nenhuma filosofia
materialista, nenhuma demonstração lógica de mortalidade pode afetar.
Eles podem não compreender as bases em que se assenta sua certeza. Para
eles, isso pode ser uma crença cega, reconhecidamente ilógica. Não
obstante, ela existe, é um fato da vida interior.
O místico, porém, com seu conhecimento dos Planos Interiores, é capaz de
explicar esse sentimento e de mostrar que se trata de uma verdadeira
intuição psíquica, e que de modo algum é desprovida de lógica. Nos Planos
Interiores não há tempo nem espaço como os entendemos. Estamos próximos
daqueles com quem estamos em relação emocional, e distantes daqueles com
quem estamos fora de sintonia. Quando há verdadeira sintonia de duas
almas, elas estão literalmente juntas nos Planos Interiores, onde ter uma
mesma mente é estar num mesmo lugar. Acaso não estamos cansados de saber
que é possível duas pessoas viverem juntas e, no entanto, estarem tão
separadas como as estrelas? é igualmente um fato da experiência interior
que, se houver verdadeira união espiritual, duas pessoas permanecem em
contato, não importando onde possam estar os seus corpos.
Se observarmos a vida, veremos quão verdadeiro é isto. Há uma sutil
diferença entre uma pessoa, homem ou mulher, bem casada e alguém que não
o é. Eles não precisam estar juntos para isto transparecer, pois tal fato
constitui uma sutil diferença psicológica, e a separação não a afeta. A
pessoa que ama e que é amada conserva essa sensação de realização
espiritual, mesmo quando separada por longo tempo de seu par. Os
psicólogos bem sabem que a falta dessa união, que os esotéricos chamam de
Polarização, é responsável por muitas doenças nervosas, e que tais
doenças podem ocorrer mesmo em pessoas casadas, se não tiverem nenhuma
afinidade e comunhão com o parceiro. Se continuarmos a amar e a ser
amados, mesmo após a perda da pessoa amada, essa viuvez espiritual não
acontece, e não ficamos descasados. A influência intangível do amor
continua a se fazer sentir, e a personalidade continua polarizada.
O vínculo da união física se enfraquece com o passar da juventude. O
vínculo da união emocional se rompe com o desaparecimento da
personalidade da visão física, mas o vínculo da união espiritual
sobrevive a toda separação, seja de espaço ou de tempo, e continua a
inspirar e a proteger aqueles a quem liga, qualquer que seja o plano em
que se encontrem.
O laço da união espiritual revela-se num comum idealismo, numa
camaradagem nas coisas do espírito. Onde isto existir, perdurará enquanto
o espírito durar, pois é tão eterno quanto Deus, que o proporcionou. Essa
comunhão espiritual continua ininterrupta através da morte do corpo e de
todas as experiências da alma após a morte. Não é preciso poderes
psíquicos para trazê-la ao âmbito da consciência mundana. é como o som de
um regato; podemos não dar por ele quando estamos ocupados com nossas
tarefas do dia, mas na quietude da noite, quando todos os ruídos são
abafados, ouvimos o rumor da água corrente, regular, hora após hora, e
sabemos que esteve soando o dia todo, embora não o ouvíssemos.
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Quando o amor espiritual vem a nós dos Planos Interiores, só temos que
aquietar nossos sentidos externos por um momento para ouvi-lo rumorejar
como um regato, num fluxo regular, vindo até nós continuamente, desde a
alma eterna e inabalável que adentrou antes de nós a Futura Morada. E
nós, de nosso lado, se ainda amarmos, poderemos emitir também um fluxo
igualmente inabalável para confortar nosso ente querido. Reunamos, pois,
toda a nossa coragem para que o regato do amor não carregue consigo os
detritos das esperanças mortas para os Planos Interiores, de modo a serem
percebidos psiquicamente pelo nosso ente amado, vindo a contristá-lo.
Mantenhamos vivas as nossas esperanças, lutando pêlos ideais que nos eram
caros a ambos. Assim abriremos uma via pela qual esses ideais ainda
possam ser fruídos, pois nossa convivência com nosso ente amado pode
continuar na Senda do Serviço.
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O TEMPO DETERMINADO
Não queremos ter para com a morte a atitude fatalista dos muçulmanos, por
muito que lhes admiremos a coragem; nem tampouco o apego à vida, cheio de
pânico, de muitos que se consideram cristãos. Quem quer que tenha algum
conhecimento de astrologia sabe que o tempo em que a morte pode
provavelmente ocorrer pode ser predito com considerável grau de
segurança; mas se a pessoa teve alguma experiência prática dessa mesma
arte, saberá também que aquilo que se prevê não acontece necessariamente.
Há muitos fatores que devem ser tomados em consideração num horóscopo, e
o julgamento é, acima de tudo, não o resultado de uma soma aritmética, da
qual só pode haver um total, mas sim a opinião do astrólogo referente ao
resultado final de um número indefinido de fatores que se contrabalançam.
A astrologia é muito mais uma arte do que uma ciência, e o fator pessoal,
tanto no consulente como no astrólogo, é muito importante.
Mas ninguém pode negar que há marés de morte em todos os horóscopos,
marés em que a alma pode facilmente transpor a barra e ganhar o Grande
Além. As cordas, nessa ocasião, estão frouxas, e se surgir uma tensão
súbita, elas podem partir-se. Por outro lado, uma força com-pensatória
pode entrar em ação; a fé ou a força de vontade do próprio interessado ou
de alguém que lhe seja próximo pode ser suficiente para manter a alma no
corpo até que a maré tenha passado e o nó da vida se refaça
automaticamente. Nesse caso, podemos literalmente dizer que se entrou
numa nova vida e que haverá pouca probabilidade de morte enquanto os
planetas não tornarem a assumir uma posição fatídica. é muito instrutivo
examinar retrospectivamente um horóscopo, para observar como estavam os
planetas durante períodos de crise no passado. Veremos que pode ter
havido mais de uma ocasião em que o Anjo da Morte se aproximou de nós,
mas passou ao largo. O que aconteceu uma vez pode acontecer de novo, e é
tão insensato contar com a morte antes de se exalar o último suspiro como
é insensato contar com os pintos antes de seus ovos terem sido chocados.
Uma coisa é certa se a vida estiver pendendo na balança, o fato de se
saber que um astrólogo já nos deu sentença de morte será um poderoso
fator de depressão e pode servir para fazer virar a balança. A meu ver,
por muito nítida que a ameaça de morte apareça num horóscopo a ser
escrito, nenhum astrólogo deveria revelar esse fato, mas deve antes
contentar-se em dizer que o período em questão será crítico para a saúde
do consulente. Isto bastará para servir de advertência, sem induzir
nenhuma auto-sugestão paralisadora.
Podemos presumir, então, que há períodos em que a alma está sujeita, mas
não necessariamente condenada, a sair do corpo. Esses períodos são
necessariamente épocas de ansiedade, mas não precisamos adotar uma
atitude fatalista relativamente a eles, deitando-nos e nos deixando
morrer sem luta, só porque nossos planetas são adversos. Marte pode ter
algo a dizer a Saturno, e pode dizê-lo eficazmente.
Mas será uma infelicidade se a morte ocorrer antes da idade de setenta
anos, porquanto, em cada encarnação, tem-se que passar por um longo
período de preparação antes de atingir o amadurecimento das faculdades e
de podermos começar a ceifar aquilo que semeamos. Ter de passar por outro
período de infância, meninice e juventude antes que se tenha obtido pleno
retorno dos valores vitais investidos no presente período é uma
verdadeira desgraça, conquanto não seja necessariamente uma tragédia
quando encarada sob o prisma amplo da evolução da vida. Devemos,
portanto, reforçar por todos os meios a nosso alcance a batalha contra
uma morte prematura; mas, esgotado nosso prazo, a menos que tenhamos
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sobre a terra nua para simbolizar a vida que é dada por Deus? Pois há uma
lenda segundo a qual o trigo não pertence à evolução de nossa Terra, mas
foi aqui trazido de outro planeta pelo Grande Uno que veio sem pai, sem
mãe, sem genealogia, não tendo nem princípio de dias nem fim de vida.
Em algum lugar da decoração de uma sepultura ou de um esquife encontra-se
invariavelmente a Cruz. Infelizmente, em nossa ignorância da ciência do
simbolismo, é quase invariavelmente a Cruz do Calvário que é
representada. Há, porém, muitas formas diferentes de Cruzes, e a Cruz do
Calvário representa o sacrifício e a renúncia; é a Cruz Céltica, com sua
longa haste afilada e pequenos braços, sobre a qual se sobrepõe um
círculo, que é o signo da Vida Triunfante para a Salvação. Esta é a Cruz
sob a qual todos os restos mortais de um iniciado deveriam repousar.
Encerrar um corpo num envoltório de chumbo é um resquício de barbarismo.
A alma terminou sua relação com o corpo e o abandonou. Por que haveríamos
de tentar preservá-lo? O melhor esquife para os restos daqueles a quem
amamos é aquele que os restitua à Terra, o mais depressa possível. Por
esse motivo, o tradicional olmo é melhor do que o carvalho, pois este
último é muito durável. Se não for possível confiar o corpo ao fogo
rápido e purificador, deixe-se a boa Terra fazer o seu trabalho à sua
própria maneira, devolvendo cada um dos elementos de mortalidade a seu
devido lugar na Natureza. A alma não estará verdadeiramente livre
enquanto isto não for feito. Alguma sombra da Terra permanecerá para
toldar seu despertar.
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A MORTE DO CORPO
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Há vários modos pêlos quais a morte natural pode sobrevir. À medida que o
tempo passa, o coração encontra dificuldade cada vez maior para bombear o
sangue pêlos canais cada vez menos elásticos das artérias; o suprimento
de sangue para os vários órgãos torna-se inadequado, e um ou outro pode,
conseqüentemente, desarranjar-se ou deixar de funcionar, privando assim o
sistema de algum produto ou serviço essenciais e, desse modo, paralisando
a máquina. Ou uma das menores artérias, geralmente no cérebro, pode ficar
tão enfraquecida que não possa mais fazer face à pressão cada vez maior
do sangue bombeado por um coração ainda adequado, vindo finalmente a
romper-se, provocando o conhecido fenómeno do "derrame". Da mesma forma,
o coração, por sua vez, talvez não consiga mais vencer a resistência das
artérias, e finalmente pare seus impulsos rítmicos no momento de mais
baixa vitalidade, geralmente nas primeiras horas da madrugada, e, então,
a pessoa "morre durante o sono". Essa é a forma verdadeira, normal e
harmoniosa de morte. Ela sobrevêm, não por alguma doença definida, mas
pela tendência gradativamente crescente da fadiga, revelada (e
compensada) pelo aumento regular do ciclo do sono, com uma proporção cada
vez maior do dia passada em tranquilo esquecimento, até que finalmente a
consciência se esvai e não retorna mais. ê assim que ocorre o passamento
da alma quando cumpriu suas tarefas e já não tem o que fazer na vida
terrena, nessa encarnação.
A morte não natural ou patológica do corpo é produzida por algum motivo
externo; seja o comprometimento mecânico de uma parte vital, seja o
envenenamento dos processos vitais por alguma substância absorvida pelo
corpo ou por excreções de bactérias que se alojaram nos tecidos, seja a
privação de um adequado suprimento de algum fator necessário ao
fornecimento de combustível para a máquina, isto é, alimentos, vitaminas,
água, ar ou luz solar.
Toda doença que afeta o corpo se enquadrará numa dessas três categorias,
e o esotério as considera todas como formas de morte patológica, já que,
sob diferentes condições, poderiam ser evitadas. Se o mal não ocorresse,
a pessoa continuaria viva. Se não entrasse em contato com o germe
virulento, o problema não teria tido início. Se tivesse o suprimento
adequado do necessário à vida, nem demais, de modo a sobrecarregar os
tecidos, nem de menos, de modo a enfraquecê-los, a pessoa estaria viva
ainda hoje. Sempre podemos dizer acerca dessas formas patológicas de
morte que, se tal ou qual coisa não tivesse ocorrido, o óbito não se
consumaria. Por conseguinte, dizemos que essas mortes não são naturais, e
se estivéssemos vivendo na idade de ouro da perfeição terrestre, elas não
teriam ocorrido. A forma normal de morrer é durante o sono, em idade
extremamente avançada.
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Até mesmo os processos da morte física não são, nem de longe, tão simples
como crê a imaginação popular, e foi o conhecimento dos aspectos mais
sutis da morte que deu origem a muitas práticas fúnebres dos antigos, que
hoje consideramos mera superstição.
Com o passamento do alento vital, a própria alma se vai e não está mais
relacionada com o despojo do corpo do que o pinto com a casca do ovo. Mas
aqueles que ficaram ainda estão relacionados com esse corpo, e alguns dos
problemas mais sutis do choque do falecimento se devem aos processos
pouco compreendidos por que passa a argila descartada.
Temos duas tarefas a realizar antes que nosso auxílio a nosso ente
querido seja dado por concluído; devemos tomar providências para que o pó
torne ao pó o mais rápido e harmoniosamente possível, não dando ocasião a
nenhum daqueles acontecimentos que se pode chamar de patologias da morte,
e devemos acompanhar a alma que se retira com o tipo certo de comunicação
telepática, até que ela se estabeleça em segurança no Outro Lado e queira
entrar em seu descanso por certo período. Esses dois aspectos dos últimos
serviços prestados ao que se foi são de muito grande importância,
merecendo de nossa parte a mais séria atenção. Além disso, nada nos
ajudará mais em nossa dor do que sentir que ainda há algo a fazer por
aqueles que nos deixaram, e que não estamos livres para embarcar numa
imoderada demonstração de emoção, como o faríamos se não tivéssemos que
pensar mais do que em nós mesmos.
Estudemos primeiro o que acontece com o corpo abandonado e vazio
imediatamente após a partida da alma, pois isso orientará nossa atitude
para com ele e nossa maneira de com ele lidar. Em primeiro lugar, a
partida da alma significa apenas a morte do sistema nervoso central, pois
ainda resta muita vida orgânica no corpo. Ele não morre todo de uma vez.
Na verdade, já alguns dias antes da morte, ou mesmo muito antes, a alma
pode ter estado fora do corpo, flutuando no fim do cordão prateado,
alguns centímetros acima da cama, com aparência de fantasma adormecido e
claramente visível a qualquer médium. Enquanto perdura essa condição, há
profunda inconsciência em todos os planos è nenhum sofrimento. Só quando
o cordão prateado é rompido é que a alma parte e a morte efetivamente
ocorre. A súbita recuperação das forças e o retorno da consciência no
final se devem ao fato de que a alma, que recobra a consciência em seu
próprio plano à medida que o fim se aproxima, faz um último esforço para
se concentrar no corpo a fim de que o processo conhecido pêlos ocultistas
como gravação do átomo-semente possa ocorrer com eficiência.
Esse átomo-semente é um núcleo de força, do mesmo tipo existente no plano
físico, que é conservado pela alma em todo o decorrer de sua evolução e
que representa um papel importante no processo do renascimento. O termo
gravação é obviamente metafórico e representa a sintonia desse núcleo com
um certo tipo de vibração e sua impressão com certas imagens. Se isto já
tiver ocorrido, a alma está madura para morrer e a última recuperação de
forças pode não ocorrer; portanto, a ausência desse derradeiro esforço
não significa que o processo de morte não esteja ocorrendo como deveria.
Por outro lado, quando ocorre uma morte violenta, se o corpo for de tal
modo destroçado que a morte venha a ser instantânea, nenhuma gravação do
átomo-semente será possível. Por conseguinte, os esotéricos sustentam que
a alma busca de imediato o renascimento, antes que a segunda morte
ocorra, e de maneira igualmente rápida torna a passar, tendo assumido um
corpo físico pelo tempo apenas necessário para permitir-lhe deixar a vida
na devida forma. Mães e parteiras costumam dizer que recém-nascidos com
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mortal, que se chama duplo etéreo. Pode-se muito bem chamá-lo de corpo de
eletricidade, pois é um sistema organizado de tensões ele-tromagnéticas e
em suas malhas toda célula e fibra do corpo físico está como uma garrafa
numa prateleira. Ele transmite a toda molécula do corpo a força vital que
impede a desintegração e mantém os compostos instáveis de matéria
orgânica em suas formas elaboradas e fugidias. A retirada desse duplo
etéreo é que marca o momento crítico da morte, em que se vê cessar o
alento vital. Incorporada nele, a alma permanece em estado de
inconsciência durante um breve período, de algumas horas a três dias; se
a retenção do corpo etéreo se prolongar além desse prazo, ou se a alma
despertar para a consciência enquanto ainda estiver no duplo etéreo, terá
ocorrido uma das patologias da morte.
É esse despertar da alma ainda no duplo etéreo que, na fraseologia
popular, faz o seu fantasma vagar no espaço. Mas, no tempo determinado, a
menos que aconteça alguma coisa anormal, as forças magnéticas desse corpo
de eletricidade ter-se-ão esgotado; será como uma bateria que se gastou e
a alma deslizará para fora de suas malhas, não tendo mais nenhum elo de
ligação com a matéria.
Mas não é a isto que chamamos de Segunda Morte; é, antes, a segunda
metade da morte física, e, enquanto ela se processa, a alma está
adormecida no mais profundo estado de inconsciência. Ver-se-á agora por
que não convém tentar entrar em contato com uma alma logo que ela tenha
partido, pois poderemos despertá-la de seu sono etéreo e fazê-la "vagar".
Não se conclua daí que os esotéricos condenem a comunicação com os
mortos; mas há uma forma certa e uma errada de efetuar essa comunicação.
Há ocasiões em que ela pode ser feita com segurança e utilidade, e há
ocasiões em que seria melhor adiá-la, e precisamos saber essas coisas
para podermos lidar com a morte da maneira certa. Nosso pensamento
moderno coloca os adultos em relação com os mistérios da morte, na mesma
posição que as crianças em relação com os mistérios do nascimento; há uma
conspiração de silêncio que confunde a questão e nos põe em grave
desvantagem no trato de nossos problemas.
* Ou, no original: "Four angels round my bed, / Two at the foot and two
at the head. / Matthew, Mark, Luke and John, / Guard the bed that I lie
on."
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O PURGATÓRIO
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que o ouro é provado na fornalha até que toda sua escória seja consumida
pelo fogo e o metal se torne puro e precioso. Não se afirma, entretanto,
que a escória de uma evolução possa, toda ela, ser consumida no
purgatório de uma única morte. Poucas almas serão tão puras e vigorosas
que possam suportar uma provação tão severa sem que suas fibras se
desintegrem. Por isso, num único processo de purificação não nos é
mostrado mais do que podemos suportar e aproveitar. É-nos permitido
desfazer certa proporção de nosso Karma, e depois voltarmos à Terra com o
karma restante ainda atado ao pescoço, e é esse karma ainda não expiado
que causa os nossos sofrimentos na vida seguinte. E assim,
gradativamente, com o que compreendemos no Purgatório e com o que
corrigimos na Terra, compensamos o nosso karma e ajustamos o equilíbrio.
Assim a alma promove o seu desenvolvimento.
Mas, conquanto o Purgatório seja antes de tudo uma experiência subjetiva,
ela não é totalmente subjetiva. Os sonhos e as sensações vívidas das
almas submetidas a essa experiência criam uma atmosfera muito definida em
seu redor. No plano astral não há tempo e espaço como os compreendemos,
mas um estado de espírito representa um lugar, e aqueles que estão no
mesmo estado emocional são atraídos mutuamente. Acaso não podemos
facilmente entender que a atmosfera criada por todas as almas, atualmente
desencarnadas, que estão lutando com o ódio frustrado ou com a luxúria
insaciada, compõe o cenário do seu próprio Inferno com os éteres
plásticos astrais?
Todos os que odeiam, todos os que cobiçam, se congregam entre si, e é em
grande parte a atmosfera cumulativa que eles criam o que causa a catarse
do tipo superior de alma, a alma com possibilidades de redenção. A menor
transgressão, que parece desculpável para nós, afigura-se muito diferente
quando nos vemos no meio de uma esfera onde inúmeras almas a levam a
todos os extremos e nos vemos obrigados a viver em sua atmosfera. Os
prazeres da carne, que podem não parecer nocivos quando praticados por
uma pessoa num ambiente de outra forma imaculado, provocarão náuseas até
a seu mais empedernido habitue quando este é compelido a praticar o vício
de sua escolha em companhia de milhares de outros que estão fazendo
exatamente a mesma coisa, e não lhe é permitido parar quando saciado,
porque o impulso irresistível o impele, quer queira quer não. Este é o
meio mais eficaz de curar os pecados da carne, e os Senhores do Karma
fazem pleno uso dele.
Se, entretanto, uma alma se colocou em grande parte acima de suas
fraquezas durante a vida, ou se não estiver profundamente imbuída delas,
sua visita ao ardente remoinho do Purgatório será breve, pois sua luta
para resistir à corrente, depressa fará que seja atirada à praia, livre.
Mas, ninguém pode escapar à experiência de encarar as próprias fraquezas
em companhia de outros com pendores semelhantes. Nenhuma quantidade de
missas, velas e orações lhe poupará isso. Podemos, no entanto, concentrar
sobre as almas uma corrente telepática que focalizará as forças
espirituais sobre elas, assim fazendo-as chegar à compreensão e a reagir
mais rapidamente. Em suma, podemos aplicar a cura espiritual às almas no
Purgatório.
Muitas pessoas experimentam grande ansiedade com relação ao destino de
algum ente querido que morreu em pecado e sem arrependimento. Talvez lhes
sirva de conforto saber que forças espirituais curativas podem ser
aplicadas de maneira tão eficaz às almas do Purgatório quanto o
"tratamento ausente" pode ser ministrado às almas encarnadas. Recordemos
sempre que, se podemos nos comunicar telepaticamente durante a vida, não
teremos dificuldade em fazê-lo após a morte. Pois, se as mentes podem
comunicar-se sem meios materiais enquanto estão sobre a Terra, essa
faculdade não será materialmente afe-tada quando qualquer delas não mais
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O MUNDO CELESTIAL
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sofre essas limitações, e por isso dá corpo a sua visão tal como a vê.
Isso lhe adestra a faculdade, e quando ele reencarna já terá feito alguns
progressos no sentido de criar para si mesmo um veículo físico em que
mãos e olhos cooperarão com a visão interior para lhe darem forma. O
esforço de uma vida após outra, juntamente com os períodos intervalares
de meditação nos Planos Interiores, aos poucos leva a alma a tornar-se
aquilo que ela deseja ser. Se os seus desejos forem indignos ou falsos,
os períodos regulares que passar no Purgatório lhe neutralizarão os
esforços. Como a tela de Penélope, o que foi tecido de dia é desfeito à
noite.
As coisas que chegamos a compreender na vida terrena, mas não obtemos,
são alcançadas no Céu. Essa realização subjetiva constrói a faculdade e
voltamos à reencar-nação com o poder de realização latente em nós. A vida
já terá realizado sua obra em nosso favor quando proporciona compreensão,
embora não sejamos capazes de alcançar essa compreensão, pois só na vida
seguinte isso estará a nosso alcance.
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AS PATOLOGIAS DA MORTE – I
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AS PATOLOGIAS DA MORTE – II
O medo intenso, como já vimos, impede que a alma concilie o sono da morte
e passe pêlos processos de morte de maneira normal e harmoniosa. Mas
devemos ter em mente que há dois tipos de medo, o da pessoa que não quer
defrontar-se com a morte quando sua hora chega, e o da pessoa que está
sendo atacada. Neste último caso, o medo não é da morte, e sim do
atacante. As almas que desse modo são arrancadas violentamente à vida
ficam impossibilitadas de cair no sono da morte por seu medo, e não
compreendem que estão desencarnadas nem que estão fora do alcance do
atacante. Por algum tempo, há terror e confusão, mas a alma é logo
apaziguada pêlos serviços dos Auxiliares Invisíveis. Não precisamos ficar
preocupados quanto ao bem-estar das almas de vítimas inocentes da
violência. Elas passam ao seu próprio lugar e são rapidamente acalmadas e
restauradas à normalidade.
A forma-pensamento de seu medo, porém, é outra coisa, esta pode
permanecer no lugar onde o crime ocorreu como uma imagem terrivelmente
vívida na atmosfera mental do local. Se ali vier alguém cujo duplo etéreo
esteja frouxamente atado, de modo que tenha alguma capacidade como médium
materializador, essa forma-pensamento pode até assumir uma feição
espectral e os ruídos da luta ainda poderão ser ouvidos. Entendamos
claramente, porém, que a infeliz vítima de um crime não está presa à
Terra e não é compelida a frequentar o local de seu assassínio; o que ali
permanece é somente a imagem mental formulada tanto pelo assassino como
pela vítima. Ninguém está sofrendo; é uma coisa alarmante e desagradável
mas não é perigosa e pode ser rapidamente dispersada pelo uso de métodos
apropriados, alguns dos quais, adequados ao uso de pessoas que não sejam
ocul-tistas treinadas, apresento em meu livro 'Autodefesa psíquica'.
A prática de celebrar um serviço fúnebre no local em que ocorreu uma
morte violenta é também de grande valor, pois decompõe quaisquer formas-
pensamento que tenham ficado refletidas no éter. Em primeiro lugar,
permite que o pensamento se concentre em meditação de um modo muito mais
eficaz do que se não houvesse nenhum ponto focal para aplicar a mente. Em
segundo lugar, permite que a meditação de várias pessoas se sincronize,
reforçando, desse modo, grandemente o efeito de sua operação. Em tempos
de tensão e de choque emocional não é fácil concentrar a mente e romper a
trilha circular de tristes pensamentos que sempre nos assediam, mas a
mente pode seguir um formulário de palavras que já tenha pronto diante de
si, numa ocasião em que seria totalmente incapaz de articular qualquer
meditação por si mesma.
O pequeno serviço fúnebre que se segue pode vir a ser útil para levar o
descanso à alma daquele que passou desta vida de modo súbito e
despreparado, bem como para apaziguar e reconciliar os corações dos que
aqui ficaram. Ainda que não haja ninguém para assistir à realização da
cerimónia, ela deve ser feita em voz alta, com as ações apropriadas
executadas tais como estão aqui instruídas. Não será nem de longe tão
eficaz se for realizada em silêncio.
Caso não seja possível realizar a cerimónia no local que serviu de palco
à tragédia, então que alguma coisa intimamente associada ao morto seja
segurado por quem exercer o papel de celebrante.
O ritual pode ser realizado por uma só pessoa, mas é mais belo e eficaz
se o for por duas, uma reforçando a outra. Em nossa terminologia elas são
chamadas de celebrante e leitor.
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Ritual Para a Paz da Alma Que Passou Por Morte Súbita ou Violenta
Hino 223 (A. & M.) "Ouve, ouve, minha alma, cânticos angelicais num
crescendo."
Celebrante: (ajoelhando-se):
Senhor, permite agora que Teu servo parta em paz, de acordo com a Tua
palavra, que ele possa entrar em Teu repouso até que sejas servido
convidá-lo a sair de novo a Teu serviço.
Todos: Amém.
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É máxima da Senda que aqueles que venceram são agora conhecidos por sua
serenidade, o Adepto morre como viveu, serenamente. A morte não
representa nenhum pavor para aquele que conhece a realidade da reen-
carnacão por suas próprias recordações de vidas passadas. Ele já morreu
muitas vezes e o processo lhe é familiar. Está acostumado a diariamente
retirar a consciência do cérebro e entrar no Ser Superior em meditação.
Ele sabe que agora chegou o momento de passar por aquela porta familiar e
fechá-la após si, não tornando a voltar. Através de longos anos de
disciplina na Senda para atingir a condição de Adepto ele esteve
amealhando um tesouro no Céu; está acostumado a pensar em si mesmo como
sendo espírito, não como corpo físico; para ele o corpo é apenas um posto
de observação que, para si mesmo, ele construiu no plano terrestre.
Ele sabe que o chamado para retirar-se lhe chegou por uma de duas razões:
seu corpo físico pode não ser mais uma máquina obediente, e é melhor e
mais barato deitá-lo fora e obter outro novo do que tentar remendar o que
não tem conserto. Ou bem pode ser que tenha completado a sua tarefa na
Terra e está sendo chamado a se elevar. Aceita a morte livremente e sem
objeções frívolas, pois sabe que, se não fosse o mandado de seu Mestre
que o chama, todos os poderes da Morte e do Inferno não poderiam
prevalecer contra ele para arrastá-lo para fora de sua habitação de
carne.
Enquanto espera os processos do corpo que lhe abrirão as portas, mergulha
mais profundamente em meditação, procurando destilar a essência das
experiências da vida; observando as lições que ela lhe deu, as que
aprendeu e as que ainda não foram perfeitamente aprendidas, e procurando,
por um esforço intenso, completar a compreensão dessas lições, antes que
chegue a hora da partida. Em breve saberá se completou sua tarefa ou se
está destinado a voltar à Terra para concluir sua missão.
Se verificar que a vida terrestre para ele ainda não acabou e que terá de
voltar, aplicará suas energias à tarefa de construir o arquétipo do molde
etéreo que dará forma ao seu corpo e direção ao seu destino quando voltar
uma vez mais à Terra; ele procura gravar sobre o átomo-semente a memória
dos Mistérios em que foi iniciado, circundando-os desse modo com aquele
"rasto de nuvens de glória" com que a alma do Iniciado é revestida ao
passar uma vez mais por aqueles Portais que, vistos de cima, são os
Portais do Nascimento e, vistos de baixo, são os Portais da Morte.
Clara e persistentemente, ele formula seu ideal, de modo que sua alma, ao
partir, será dirigida para seu alvo e não errará sem rumo no outro mundo.
Ele sabe que num ciclo de três vidas tem um completo livre-arbítrio. Se
esta vida produziu os frutos de um esforço passado, então ele poderá
contar, com razoável certeza, que na próxima vida verá a realização de
seu objetivo. Tão logo percebe que os laços que o prendem a esta vida
estão se afrouxando, o Adepto se prepara para a vida seguinte. Para ele,
não há separação daqueles a quem ama; há muito ele aprendeu a amar a
essência espiritual de cada alma, e o afrouxamento do cordão prateado e a
quebra da taça dourada significa para ele a eliminação das barreiras que
o separam de uma perfeita união com aquilo que ele ama em cada um
daqueles que lhe são caros.
O que será melhor: estar em contato físico com aqueles cujas almas estão
remotamente afastadas de nós por falta de simpatia, ou estar em união
espiritual de perfeita simpatia e compreensão com o real, imortal e
indestrutível Ser Superior de alguém que nos é querido? O primeiro caso,
não o segundo, representa a verdadeira separação. Aqueles que têm a
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A Society of the Inner Light, fundada por Dion Fortune, ministra cursos
aos que desejem seriamente empreender o estudo da Tradição Esotérica
Ocidental; conta também com uma ampla Biblioteca. Eventuais consultas
devem ser dirigidas a:
THE SECRETARY
THE SOCIETY OF THE INNER LIGHT
38,STEELE'S ROAD,
LONDON, N.W.3. – ENGLAND
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