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Canoas, 2008.
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL
Canoas, 2008.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecário Responsável
Ednei de Freitas Silveira
CRB 10/1262
TRATAMENTO DA GLICERINA BRUTA E SUBPRODUTOS
OBTIDOS DA REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO DE
SEBO BOVINO UTILIZADA PARA A PRODUÇÃO DE
BIODIESEL
POR
Mestre em Engenharia
Área de Concentração:
Coordenadora do PPGEAM
DEDICATÓRIA
A base da técnica deste trabalho é sugerida em grande parte por Van Gerpen
e Swearingen, sendo posteriormente adaptada e complementada.
This work deals whit the treatment of the crude glycerol generated as by-
product in the transesterification reaction of beef tallow. This by-product contains
beyond the glycerin, a great amount of soaps, fatty acids, alcohols, water, catalyst,
pigments. Depending on the plant that generates this by-product the crude glycerol
may also contain biodiesel and a fraction of non reacted raw material, that can be
easily removed. The purpose of the work is to evaluate the possibility of reuse the
mixture of products contained in the crude glycerol.
The original technical basis of this work was suggested by Van Gerpen and
Swearingen being later adapted and complemented.
The treatment given to the samples of crude glycerol consisted separating the
crude glycerol from what is not glycerin, like esters and noon reacted raw material
that can easily be recycled. The crude glycerol separated was hydrolyzed with
phosphoric acid, resulting into tree or four immiscible phases. These subsequently
were separated and treated individually leading to free fatty acids (larger fraction,
between 60% and 80% by volume of crude glycerol), raw glycerin and phosphates.
From the total volume of crude glycerol that entered in the treatment system,
less than 1/5 of it was recovered as treated glycerin or half-refined glycerin, indicating
that the crude glycerol , depending on its origin, must be treated before distillation or
other forms of reuse.
I
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Foto de um funil de separação contendo as duas fases liquidas
formadas pela reação de transesterificação do sebo bovino............................ 2
Figura 2: Fluxograma de algumas das possibilidades de tratamento
da glicerina bruta ............................................................................................. 3
Figura 3: Fluxograma básico da transesterificação ......................................... 4
Figura 4: Fluxograma dos produtos obtidos a partir de grãos de oleaginosas.. 5
Figura 5: Produtos que podem ser obtidos a partir da glicerina bruta.............. 7
Figura 6: Matriz Energética Brasileira .............................................................. 10
Figura 7: Modelo cinético da reação de esterificação ....................................... 21
Figura 8: Cinética da reação de esterificação ................................................... 22
Figura 9: Glicerina acidificada com H3PO4 ..................................................... 23
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Resumo das reservas internacionais de óleo e gás........................... 10
Tabela 2 - Grupos de I à III.................................................................................. 43
Tabela 3 - Grupos de IV à VII............................................................................... 44
Tabela 4 - Comparação dos resultados obtidos a partir da aplicação das 3
rotas utilizadas para o tratamento da glicerina bruta.......................................... 51
Tabela 5 - Produtos obtidos do tratamento da glicerina bruta........................... 79
IV
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1- Formação de um triglicerídeo .......................................................... 11
Equação 2- Reação de transesterificação .......................................................... 11
Equação 3- Sistema de equilíbrio entre esterificação e hidrólise........................ 14
Equação 4- Formação do metóxido de sódio....................................................... 14
Equação 5- Reação reversível entre a água e um alcóxido ............................... 15
Equação 6- Reação reversível entre triglicerídeos e álcalis ............................... 15
Equação 7- Reação reversível entre ácidos graxos e álcalis ............................. 15
Equação 8- Reação reversível entre ácidos graxos e alcóxidos ........................ 15
Equação 9- Reação anódica .............................................................................. 26
Equação 10- Reação catódica ........................................................................... 26
Equação 11- Reação secundária formando NaOCl............................................ 26
-
Equação 12- Reação secundária formando OCl ............................................... 26
Equação 13- Reação secundária formando água.............................................. 26
Equação 14- Leis de Faraday para a eletrólise .................................................. 27
Equação 15- Cálculo do índice de acidez .......................................................... 42
Equação 16- Formação experimental do fosfato de cálcio dibásico.................. 62
Equação 17- Reação não constatada experimentalmente, da formação de
fosfato de cálcio tribásico ................................................................................... 62
Equação 18- Kps do Ca(OH)2............................................................................. 62
Equação 19- Kw.................................................................................................. 62
Equação 20- Constante de dissociação.............................................................. 62
Equação 21- Reação anódica ............................................................................ 64
Equação 22- Reação catódica ........................................................................... 64
Equação 23- Neutralização do gás cloro ........................................................... 65
Equação 24- Formação do KH2PO4.................................................................. 74
Equação 25- Formação de Ca(HPO4) e KCl......................................................... 74
VI
H2O - Água
((CH3)2SO4) - Dimetilsulfato
1- INTRODUÇÃO...................................................................................................................1
1.2- OBJETIVOS...................................................................................................................8
1.2.1- OBJETIVO GERAL.....................................................................................................8
1.2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................8
OBJETIVOS ..........................................................................................................................8
2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................9
2.1- REAÇÕES QUÍMICAS UTILIZADAS PARA A PRODUÇÃO DO BIODIESEL...........11
2.2- PROCESSOS DE PRODUÇÃO DO BIODIESEL........................................................12
2.3- ESTADO DA TÉCNICA DOS PROCESSOS DE TRATAMENTO
DA GLICERINA BRUTA......................................................................................................16
2.4- CINÉTICA DA REAÇÃO DE ESTERIFICAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS
PROVENIENTES DA GLICERINA BRUTA.........................................................................19
2.5- RESULTADOS OBTIDOS POR SWEARINGEN E OUTROS APÓS O
TRATAMENTO DA GLICERINA BRUTA............................................................................23
2.6 - APROVEITAMENTO DA FASE CONTENDO OS SAIS............................................24
2.6.1 - Produção de Cloro e Álcalis pelo processo de diafragma.................................25
2.6.2 - Produção de Cloro e Álcalis pelo processo da célula de mercúrio..................28
3- MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................30
3.1- MATERIAIS..................................................................................................................30
3.2- SEPARAÇÃO DA GLICERINA EM FASES.................................................................30
3.3- A FASE CONTENDO A GLICERINA CRUA................................................................38
3.4 - USO DA GLICERINA SEMI-REFINADA NA PRODUÇÃO
DE DETERGENTES AUTOMOTIVOS...............................................................................39
3.5- A FASE CONTENDO OS SAIS....................................................................................39
3.6- A FASE DOS ÁCIDOS GRAXOS LIVRES - AGL........................................................41
3.7- ANÁLISE DA AMOSTRA DE COMPOSIÇÃO INDETERMINADA.............................43
3.8 – ELETRÓLISE DOS CLORETOS................................................................................45
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................46
4.1- RECEPÇÃO E SEPARAÇÃO DA GLICERINA BRUTA..............................................47
4.2- A HIDRÓLISE DA GLICERINA BRUTA.......................................................................49
4.2.1- Resultados obtidos na análise da quarta fase.....................................................52
4.3- OS FOSFATOS.............................................................................................................54
4.4- CONVERSÃO DO KCL À KOH OU NACL À NAOH .................................................64
4.5- A GLICERINA...............................................................................................................69
4.6- A ESTERIFICAÇÃO DOS AGL....................................................................................71
4.7- OBTENÇÃO DE ÁGUA ...............................................................................................73
4.7- OBTENÇÃO DE ÁGUA ...............................................................................................73
4.8- RELAÇÃO DE CUSTOS ENTRE MATÉRIAS-PRIMAS E PRODUTOS.....................74
4.9- ROTA POSSÍVEL DE TRABALHO..............................................................................76
5- CONCLUSÕES................................................................................................................82
7- BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................85
8- ANEXOS..........................................................................................................................94
1- INTRODUÇÃO
glicerina bruta adquira um maior valor comercial, Van Gerpen sugere o tratamento
da glicerina com um ácido forte, como o ácido clorídrico, sulfúrico, fosfórico, etc, e a
remoção do excesso de álcool e água o que aproxima o teor de pureza a 80%.
Holanda (2006), recomenda que a glicerina bruta seja destilada, resultando em
glicerina destilada (produto de bom valor comercial) e resíduo glicérico, para o qual
não há recomendação descrita de utilização.
1 “We think morally it is inappropriate because what we are doing here is using food and turning it
into fuel. If you look at Africa, there are still countries that have a lack of food, people are starving,
and because we are more wealthy we use food and turn it into fuel. This is not what we would like
to see. But sometimes economics force you to do it”. Eric G. Holthusen
7
1.2- OBJETIVOS
2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Fonte: Energy Information Administration - EIA - Official Energy Statistics from the U.S.
Government. International Oil and Natural Gas Reserves as of December 31, 2005.
13% 14%
3% Madeira e outras
biomassas
Hidroeletricidade
15% Urânio
Carvão mineral
Gás natural
Derivados de petró-
1% leo
Outras fontes re-
nováveis
6%
Cana-de-açúcar
38%
9%
(1)
(2)
ser mais densa e pouco miscível em meio aos ésteres, a glicerina separa-se
fisicamente destes, podendo ser facilmente conduzida para outro recipiente,
enquanto que os ésteres são refinados para serem vendidos como biodiesel.
(3)
de um hidróxido alcalino, tem-se que para cada mol de NaOH que participa da
reação, um mol de água é gerado. Assim sendo, a reação de transesterificação de
10 mil quilos de sebo, que facilmente consome mais de 50kg de catalisador (1250
mols de NaOH), adiciona de forma indireta 1250 mols de água à reação, o que
equivale à cerca de 22,5kg de água ou um acréscimo de 0,22% de umidade na
reação.
De acordo com Van Gerpen et al. (2002), o percentual de ácidos graxos livres,
que este tenda a reagir com a umidade formando o ácido nítrico HNO3. O HNO3
contribui para a formação da chuva ácida, e pode também ser formado durante o dia
pela oxidação do NO2. O ácido nítrico é a principal rota para os óxidos de nitrogênio
serem removidos da atmosfera, tanto pela deposição seca, como pela deposição
úmida (saída por lavagem da chuva).
17
química de uma substância quando nela incide uma radiação eletromagnética) pela
radiação solar. Neste processo forma-se NO que é oxidado novamente em NO2 e o
ozônio pode ser envolvido neste ciclo. A principal razão para a invenção do
conversor catalítico para os automóveis foi reduzir as emissões de óxidos de
nitrogênio diminuindo a perturbação do equilíbrio atmosférico (UHEREK, 2003).
6. se o índice de acidez livre é maior que 0,5%, repetir o passo dois com o
novo índice de acidez. Se o índice de acidez livre é menor que 0,5%, prosseguir
para a sétima etapa;
A fase sólida, formada por fosfatos, pode ser tratada ou comercializada como
fertilizantes ou matéria-prima para detergentes. Os fosfatos são os sais e os ésteres
do ácido fosfórico, possuindo um átomo de fósforo cercado por quatro átomos de
oxigênio em forma tetraédrica. As aplicações dos fosfatos são as mais variadas
possíveis, graças ao grande número de compostos que o ácido fosfórico consegue
formar desde fertilizantes a tensoativos e biocidas.
De acordo com Lee (1999) o processo eletrolítico foi realizado pela primeira
vez por William Cruickshank e até sua substituição pelas atuais membranas
sintéticas no final do século XX não teve grandes alterações.
Na + e- → Na
2Na + 2H2O → 2NaOH + H2 (10)
ou
será explosiva. Na luz do dia (e ainda mais com a exposição direta à luz solar)
ocorre uma reação fotolítica, que produz átomos de cloro. Estes provocam uma
explosiva reação em cadeia. Desta forma se considera indesejável a mistura dos
gases ou a exposição do gás cloro a radiação solar.
(14)
Uma das maiores empresas químicas do mundo, a alemã Badische Anilin und
Soda Fabrik (BASF), com sede em Ludwigshafen foi fundada em 1865, é uma das
grandes produtoras de catalisadores de alto desempenho, alcóxidos, para a
produção de biodiesel. A BASF juntamente com a Deutsche Gold und Silber-
Scheide-Anstalt (DEGUSSA) são líderes mundiais neste setor.
na Alemanha e o produto é exportado para o Brasil, não há um bom motivo para não
se reproduzir estas reações, mesmo que em pequena escala no território nacional,
com o intuito de fortalecer o know how da indústria nacional.
De acordo com Zadra (2005), este é o processo utilizado pela BASF para
produzir alcóxidos, porém este método também serve para a produção de
hidróxidos.
3- MATERIAIS E MÉTODOS
3.1- MATERIAIS
sebo bovino, recomendado por Van Gerpen (20028) e Swearingen (2006), foi
adaptado para as características da matéria-prima, considerando que a glicerina
bruta utilizada neste trabalho teve origem animal enquanto que os demais autores
trabalharam com glicerina de origem vegetal.
A purificação efetuada sem água (procedimento 11) foi feita com a argila
montemorilonita e com sílica. Ambos agentes de purificação funcionam de forma
similar, e o processo consiste em aquecer previamente o biodiesel à 120°C para a
remoção do excesso de álcool e da umidade residual da reação de
transesterificação utilizando-se hidróxidos como catalisador. Após a remoção destes
líquidos, a argila foi adicionada à 120°C e permaneceu em contato com o éster por
2h sob agitação. Quando a purificação foi feita com sílica, esta foi adicionada à 90°C
34
A etapa inicial (procedimento 1), consistiu na remoção das fases que não
eram parte da glicerina bruta, como os ésteres e os triglicerídios, para que a reação
de hidrólise apresentada tanto por Van Gerpen (2002) quanto por Swearingen
(2006) possa ser aplicada. Estes foram tratados conforme o procedimento descrito
acima., originando biodiesel.
separação da glicerina bruta em quatro fases distintas (procedimento 4), que foram
separadas por meios físicos, com o uso de um de funil de Büchner e um balão de
separação9. O funil de Büchiner foi utilizado para facilitar a separação da fase líquida
de alta viscosidade, a glicerina crua, da fase sólida formadas nesta rota.
glicerina bruta que ocorreu com 3 fases distintas (procedimento 8), que foram
separadas por meios físicos, com o uso de um de funil de Büchner e um balão de
separação.
efetuar a hidrólise da glicerina bruta. Nesta rota também foi observada a formação
de 3 fases.
37
A glicerina crua, fase de alta viscosidade, que foi separada da glicerina bruta
através do processo de hidrolise (pelas Rotas 1, 2 e 3), foi tratada adaptando-se os
métodos descritos por Shreve apud Salvador (2005), Bruère-Perrin apud Chevallier
(1853) e Milcharek (2006).
Após sua purificação, a fase glicérica foi testada através da oxidação com
permanganato de potássio (BOSCHETTI, 2002). A presença de glicerina pode ser
comprovada pela reação de oxidação com permanganato de potássio, detectada
pela produção de chama. Este teste foi executado adicionando-se cerca de 10g de
permanganato de potássio em um copo de Becker e algumas gotas da glicerina
purificada aguardando-se a reação de oxidação. Repetiu-se o teste com glicerina
analítica e compararam-se os resultados.
Sendo originados do ácido fosfórico estes sais são fosfatos. De acordo com o
MERCK Index (1976) os fosfatos são pouco solúveis em etanol, desta forma o sal foi
lavado com etanol para a remoção de impurezas e filtrado em um funil de Büchner.
(2004).
O reator foi construído durante este trabalho com tubos de PVC, eletrodos de
aço inox e resinas, nos Laboratórios de Protótipos e de Medições Mecânicas da
ULBRA . O diafragma foi elaborado como um compósito a base de asbestos, nylon,
resinas e outros polímeros.
46
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 19: Representação geral resumida dos processos de tratamento da glicerina bruta
47
Neste trabalho, nos resultados de laboratório, as fases obtidas foram duas fases de
aspecto sólido, a temperatura ambiente, fosfatos (fundo) e ácidos graxos (topo), e
uma fase líquida âmbar (glicerina, intermediária) (Figura 24). Observou-se a
ocorrência da fase líquida de glicerina entre duas fases sólidas constituídas por
fosfatos e ácidos graxos, o que indica que os ácidos graxos da fase superior
apresentam baixa densidade em relação a glicerina.
● As duas bandas 1117 e 1204cm-¹; podem indicar uma ligação do tipo O-C
54
Figura 26: Espectro obtido pela análise de FTIR do produto observado na Figura 24.
4.3- OS FOSFATOS
Para remover a glicerina residual contida nos fosfatos, estes foram lavados
com etanol, por serem insolúveis em meio alcoólico, e novamente filtrados, restando
no filtro fosfatos com maior teor de pureza.
difração de raios-X, exposto na Figura 30, pode explicar por que não ocorreu a
formação de K3PO4. Isto é, devido ao fato do H3PO4 ou do metilfosfato formarem
KH2PO4 por outro metal, neste caso o cálcio. O cálcio foi fornecido ao KH 2PO4 sob
De acordo com Malavolta (1967), dois mols de KCl equivalem a 1 mol de K 2O,
desta forma, caso o KCl (figuras 31 e 32) não venha a ser convertido à catalisador
ele pode ser comercializado como um fertilizante com cerca de 63,5% de K 2O e o
apresentada na equação 17. A análise por difração de Raios-X (DX) das amostras,
apontou que a reação tende a ocorrer conforme o descrito pela equação 16.
Tendo em vista que o sal formado na reação de hidrolise foi o KH2PO4 havia
uma formação muito baixa de precipitado (CaHPO4). Isto é explicado por Masterton
e Hurley (1997): hidróxidos de metais alcalinos e sais insolúveis em água podem ser
transformados em soluções aquosas utilizando-se um ácido forte. Desta forma os
fosfatos ácidos agem como ácidos fortes, fazendo com que a solubilidade do cálcio
aumente. Este fenômeno pode ser observado ao se estudar a solubilidade do
Ca(OH)2 em meio ácido, com as equações 18, 19 e 20.
25
20
15
Log(S)
10
-5
-10
PH 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
pH
sobre o CaCl2, que é muito mais solúvel em água (CaCl2, MERCK INDEX 1976) que
o Ca(OH)2.
separado por este processo foi conduzido para o Reator Experimental – 1, onde foi
submetido a eletrolise para formar KOH. O fluxograma da Figura 17 resume o
processo de tratamento sugerido para os sais recuperados e produzidos neste
processo.
64
NaCl à NaOH ou NaOCH3 pode ser uma boa opção, como recuperação do
catalisador.
ou
O gás cloro foi conduzido para fora do reator, onde reagiu com uma “solução”
de cascas de ovos. O objetivo desta reação foi consumir o gás cloro e ao mesmo
tempo produzir cloreto de cálcio, um item de consumo intensivo e valor elevado,
utilizado na quarta etapa do fluxograma da Figura 35. Uma vez que a casca do ovo
contém aproximadamente 94% de carbonato de cálcio (GOMES, 2005) é possível
realizar a reação de neutralização do gás cloro (23):
65
A conversão de NaCl à NaOH ou o KCl à KOH foi feita com relativa facilidade.
Como o primeiro processo funcionou bem, produzindo cerca de 3g de NaOH, a partir
68
de uma solução saturada de NaCl e com uma corrente elétrica próxima à que 1
Ampére por cerca de 1 hora de reação era natural testar a produção de um alcóxido.
Para este processo o reator experimental assumiu a configuração apresentada na
Figura 38.
4.5- A GLICERINA
Foi realizado o ajuste do pH da glicerina crua entre 7,5 e 9, o que serviu para
remover traços de ácidos graxos e ácido fosfórico através da formação de sais
insolúveis na glicerina.
A adição de sulfato de alumínio foi feita para tentar adsorver impurezas que
possam ser removidas por filtração, no entanto os resultados alcançados não foram
significativos para este método.
ácidos graxos livres oriundos da reação de hidrólise da glicerina bruta. Este éster foi
limpo com água e argila Montemorilonita. De acordo com Tyson (2003), a cor não é
um indicativo de qualidade técnica do biodiesel. Biodiesel com qualidade ASTM
pode variar de preto a incolor. As condições reacionais seguiram basicamente as
recomendação de Van Gerpen et al. (2004).
2500 KH2PO4+2500 KOH+2500 CaCl2 = 2500Ca(HPO4) +5000 KCl +2500 H2O (25)
será consumida para neutralizar o KH2PO4 e a massa de Ca(HPO4) e KCl que será
graxos e menos de 2800 kg de glicerina purificada. O ácido graxo pode gerar pode
gerar cerca de 12087 litros de biodiesel. Considerar 2500kg de glicerina purificada.
Total = +R$18.000,00
A fase contendo sais (18) é purificada (28) com álcool e pode reagir com
CaCl2, produzindo fosfatos (29), que podem ser utilizados (31) em etapas anteriores
a etapa 1 para a produção de biodiesel, e cloretos (30) que também podem ser
conduzidos a etapas anteriores a etapa 1, ou a um reator eletrolítico (etapa de custo
elevado) produzindo catalisadores (33), gás hidrogênio (34), cloreto de cálcio e gás
carbônico (33).
Produto Aplicações
AGL Industrias de velas, sabões,
biocombustíveis, química fina (separação
dos constituintes), aminas, esteres,
plásticos, detergentes, cosméticos,
borracha, papel, lubricantes, graxas.
Biodiesel Combustível
Glicerina crua Matéria-prima para glicerina semi-
refinada, compostagem, ração animal,
combustível.
Glicerina semi-refinada Matéria-prima para glicerina bidestilada,
compostagem, ração animal, industria de
agentes saneantes, combustível, agente
redutor, industria de biocombustíveis.
CH3OH – Álcool metílico Combustível, reagente orgânico,
solvente.
KH2PO4 - Dihidrogenofosfato de Industria química de transformação,
Produto Aplicações
H2 – Gás Hidrogênio Combustível, síntese de Fisher-Tropsch,
biocombustíveis de segunda geração,
Síntese da amônia, Metalurgia: Cobre
(redução das soluções de sal de cobre
sob pressão, produzindo pó de Cu),
Níquel (redução seletiva durante a
produção do Cobalto, produzindo pó de
Ni), Molibdênio e Tungstênio (redução
dos óxidos ou dos Molibdatos e
Tungstatos, produzindo pó de Mo e W),
Tálio (redução do cloreto do tálio, TaCl5,
Produto Aplicações
do cálcio, suplemento), manufatura de
CaCl2 – Cloreto de Cálcio (continuação) borracha (coagula emulsões do látex),
tratamento de águas residuais
(precipitação de fluoretos, ruptura de
emulsões oleosas).
* Fontes consultadas: Ullmann's Encyclopedia of Industrial Chemistry (2004);
MERCK Index (1976); Van Gerpen (2002).
82
5- CONCLUSÕES
fosfato ácido.
7- BIBLIOGRAFIA
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GARGALOS TECNOLÓGICOS NA AGROINDÚSTRIA PARANAENSE, 2004,
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8- ANEXOS
8.1- Especificação do Biodiesel B100
CARACTERÍSTICA UNIDADE LIMITE MÉTODO
- 5453
- - EN 14109
Nota:
(1) LII – Límpido e isento de impurezas.
(2) A mistura óleo diesel/biodiesel utilizada deverá obedecer aos limites
estabelecidos para massa específica a 20(C constantes da especificação vigente da
ANP de óleo diesel automotivo.
(3) A mistura óleo diesel/biodiesel utilizada deverá obedecer aos limites
estabelecidos para viscosidade a 40(C constantes da especificação vigente da ANP
de óleo diesel automotivo.
(4) O método EN ISO12937 poderá ser utilizado para quantificar a água não
dispensando a análise e registro do valor obtido para água e sedimentos pelo
método ASTM D 2709 no Certificado da Qualidade.
(5) Temperatura equivalente na pressão atmosférica.
(6) Estas características devem ser analisadas em conjunto com as demais
constantes da tabela de especificação a cada trimestre civil. Os resultados devem
ser enviados pelo produtor de biodiesel à ANP, tomando uma amostra do biodiesel
comercializado no trimestre e, em caso de neste período haver mudança de tipo de
matéria-prima, o produtor deverá analisar número de amostras correspondente ao
número de tipos de matérias-primas utilizadas.
(7) A mistura óleo diesel/biodiesel utilizada deverá obedecer aos limites
estabelecidos para ponto de entupimento de filtro a frio constantes da especificação
vigente da ANP de óleo diesel automotivo.
(8) Os métodos referenciados demandam validação para as oleaginosas nacionais e
rota de produção etílica.
(9) Não aplicáveis para as análises mono-, di-, triglicerídeos, glicerina livre e
glicerina total de palmiste e coco. No caso de biodiesel oriundo de mamona deverão
ser utilizados, enquanto não padronizada norma da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT para esta determinação, os métodos: do Centro de Pesquisas da
Petrobrás – CENPES constantes do ANEXO B para glicerina livre e total, mono e
diglicerídeos, triglicerídeos.
Fonte: ANP
http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/resolucoes_anp/2004/dezembro/ranp
%2042%20-%202004.xml?
f=templates$fn=default.htm&sync=1&vid=anp:10.1048/enu
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Espectro 1
Espectro 2
Espectro 3
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