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LEI Nº 2.052/2006
ALBERTO BACCARIM
Prefeito do Município
1
QUADRO DE EMPREGOS PÚBLICOS A SEREM PREENCHIDOS PARA
ATENDIMENTO AOS PROGRAMAS PSF (Programa Saúde da Família), PACS (Programa
de Agentes Comunitários de Saúde), CEO (Centro de Especialidades Odontológicas) e CAPS
(Centro de Atendimento Psícossocial).
ANEXO I
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Quadro de Empregos Públicos – CAPSi (Centro de Atendimento Psicossocial Infantil)
CARGO VAGAS CARGA SALÁRIO
HORÁRIA
Assistente Social 01 150 1.155,37
Auxiliar Administrativo 01 220 580,91
Educador Social 02 220 580,91
Enfermeiro 01 220 1.694,54
Médico Pediatra 01 100 1.155,37
Psicólogo 04 150 1.155,37
Psico- Pedagogo 01 150 1.155,37
Terapeuta Ocupacional 01 150 1.155,37
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ANEXO II
No final do século XVIII surge a psiquiatria para fazer frente aos problemas
mentais, dando uma abordagem curativa. Surgem, então, os primeiros “hospícios”.
Acreditava-se que a melhor forma de tratamento era a reclusão e segregação dos “loucos” em
um espaço só deles – “É preciso isolar para conhecer, e conhecer para intervir” (Jean Tenon),
usando o mesmo conceito atribuído ao estudo de bactérias.
Já no século XX, as práticas das lobotomias, dos choques insulínicos e
cardiazólicos, da introdução feroz de farmacológicos, ganham espaço para a busca da cura.
Na década de 60, ocorre um aumento do número de vagas para internações
em hospitais psiquiátricos, pois nesta época o INPS passa a remunerar este procedimento, o
que faz com que doença mental seja uma porta para "lucros". E assim caminha a política de
Saúde Mental no país, até que se iniciem as ações que visam democratizar a saúde e reduzir
custos com a mesma.
Surgem os AIS, depois o SUDS e enfim, na década de 90, o SUS, que tem
por objetivo a descentralização política, administrativa e financeira, atribuindo a
responsabilidade de gestão aos municípios. O SUS, instituído pelas Leis Federais 8.080/1990
e 8.142/1990, tem o horizonte do Estado democrático e de cidadania plena como
determinantes de uma “saúde como direito de todos e dever de Estado”, previsto na
Constituição Federal de 1988. Esse sistema alicerça-se nos princípios de acesso universal,
público e gratuito às ações e serviços de saúde; integralidade das ações, cuidando do
indivíduo como um todo e não como um amontoado de partes; eqüidade, como o dever de
atender igualmente o direito de cada um, respeitando suas diferenças; descentralização dos
recursos de saúde, garantindo cuidado de boa qualidade o mais próximo dos usuários que dele
necessitam; controle social exercido pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de
Saúde com representação dos usuários, trabalhadores, prestadores, organizações da sociedade
civil e instituições formadoras.
Inicia-se, neste período, a reestruturação da assistência psiquiátrica como
política oficial do governo. Normas foram criadas para avaliação dos serviços de internações
psiquiátricas e logo foram retirados do sistema uns grandes números de leitos inadequados às
exigências mínimas de qualidade e respeito aos direitos dos pacientes.
Em substituição aos hospitais psiquiátricos, os Centros/Núcleos foram sendo
consolidados gradualmente. Se em 1990, existiam três serviços deste gênero, em 2001 eles
somavam cerca de trezentos, número ainda reduzido diante da demanda a ser atendida e
drenado dos hospitais psiquiátricos.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) atualmente,
transtornos mentais e neurológicos contribuem com 11% para a carga mundial de doenças e
em 2020, esta carga poderá alcançar o índice de 14,6%. No Brasil, dados do Ministério da
Saúde demonstram que cerca de 12% da população necessitam de algum tipo de atendimento
em Saúde Mental, seja ele contínuo ou eventual e, ainda que, 6% apresentam transtornos
graves decorrentes do uso de álcool e outras drogas e 3% sofrem de transtorno mental grave e
severo.
Doenças como, depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtorno
obsessivo compulsivo e alcoolismo fazem parte dos maiores fatores de incapacidade mundial
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e, portanto de queda de produtividade, o que para Saraceno*, ocasiona um prejuízo ao
desenvolvimento social econômico de um país, pois a relação entre este e doença mental é
muito clara e a carga econômica representada por estas patologias são imensas.
A OMS avalia que em termos de custo-benefício, o modelo comunitário é
vantajoso, pois o acesso ao tratamento é muito mais amplo e responde a mais pessoas,
enquanto que o modelo hospitalar atende a uma fração da demanda e ainda provoca um
grande custo social para o doente. No Brasil, em 2003, foram gastos 44 milhões em
internações psiquiátricas contra 2,5 milhões em serviços ambulatoriais de saúde mental, sendo
que 2,3% do orçamento anual do SUS é gasto com Saúde Mental.
A realidade das equipes de Atenção Básica demonstra que, cotidianamente,
elas se deparam com problemas de “saúde mental”: 56% das equipes de saúde da família
referiram realizar “alguma ação de saúde mental”. Por sua proximidade com famílias e
comunidades, as equipes da Atenção Básica são um recurso estratégico para o enfrentamento
de agravos vinculados ao uso abusivo de álcool, drogas e diversas formas de sofrimento
psíquico. Existe um componente de sofrimento subjetivo associado a toda e qualquer doença,
às vezes atuando como entrave à adesão a práticas preventivas ou de vida mais saudáveis.
Poderíamos dizer que todo problema de saúde é também – e sempre – mental, e que toda
saúde mental é também – e sempre – produção de saúde. Nesse sentido, será sempre
importante e necessária a articulação da saúde mental com a Atenção Básica.
Contudo, nem sempre a Atenção Básica apresenta condições para dar conta
dessa importante tarefa. Às vezes, a falta de recursos de pessoal e a falta de capacitação
acabam por prejudicar o desenvolvimento de uma ação integral pelas equipes. Além disso,
atender às pessoas com problemas de saúde mental é de fato uma tarefa muito complexa.
Nessa compreensão, baseamos a idéia de que urge estimular ativamente, nas políticas de
expansão, formulação e avaliação da Atenção Básica, diretrizes que incluam a dimensão
subjetiva dos usuários e os problemas mais graves de saúde mental. Assumir esse
compromisso é uma forma de responsabilização em relação à produção de saúde, à busca da
eficácia das práticas e à promoção da eqüidade, da integralidade e da cidadania num sentido
mais amplo.
Os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) – assim como os NAPS
(Núcleos de Atenção Psicossocial), os CERSAMs (Centros de Referência em Saúde Mental) e
outros tipos de serviços substitutivos que têm surgido no país, são atualmente regulamentados
pela Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002 e integram a rede do Sistema Único de
Saúde, o SUS.
Os CAPS são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos
mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da
autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é
buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”,
o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares. Um Centro
de Atenção Psicossocial (CAPS) ou Núcleo de Atenção Psicossocial é um serviço de saúde
aberto e comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é um lugar de referência e
tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e
demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num
dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. O objetivo
dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o
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acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer,
exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Os CAPS visam:
• prestar atendimento em regime de atenção diária;
• gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e
personalizado;
• promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que
envolvam educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de
enfrentamento dos problemas. Os CAPS também têm a responsabilidade de organizar a rede
de serviços de saúde mental de seu território;
• dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF
(Programa de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde);
• regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua
área;
• coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades
hospitalares
Psiquiátricas que atuem no seu território;
• manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam
medicamentos para a saúde mental.
Os CAPS devem contar com espaço próprio e adequadamente preparado
para atender à sua demanda específica, sendo capazes de oferecer um ambiente continente e
estruturado, como consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias);
salas para atividades grupais; espaço de convivência; • oficinas; • refeitório (capacidade para
oferecer refeições de acordo com o tempo de permanência de cada paciente na unidade);
sanitários; área externa para oficinas, recreação e esportes. Os projetos desses serviços, muitas
vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social,
potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito e sua singularidade, sua
história, sua cultura e sua vida quotidiana.
Os profissionais que trabalham nos CAPS possuem diversas formações e
integram uma equipe multiprofissional. É um grupo de diferentes técnicos de nível superior e
de nível médio. Os profissionais de nível superior são: enfermeiros, médicos, psicólogos,
assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, pedagogos, professores de educação física ou
outros necessários para as atividades oferecidas nos CAPS.
Os profissionais de nível médio podem ser: técnicos e/ou auxiliares de
enfermagem, técnicos administrativos, educadores e artesãos. Os CAPS contam ainda com
equipes de limpeza e de cozinha.
Todos os CAPS devem obedecer à exigência da diversidade profissional e
cada tipo de CAPS (CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad) tem suas próprias
características quanto aos tipos e à quantidade de profissionais.
As equipes técnicas devem organizar-se para acolher os usuários,
desenvolver os projetos terapêuticos, trabalhar nas atividades de reabilitação psicossocial,
compartilhar do espaço de convivência do serviço e poder equacionar problemas inesperados
e outras questões que porventura demandem providências imediatas, durante todo o período
de funcionamento da unidade. O papel da equipe técnica é fundamental para a organização,
desenvolvimento e manutenção do ambiente terapêutico.
6
Focar o tratamento em bases comunitárias no Brasil, significa a criação de
Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) que consistem em uma rede que considera os
recursos já disponíveis na comunidade.
Com o redirecionamento da política em Saúde Mental, os CAPS vão
surgindo como dispositivos importantes para a consolidação das mudanças na assistência aos
portadores de doenças mentais, onde o maior objetivo é substituir o modelo hospitalocêntrico
por práticas renovadas de assistência, com inclusão social e familiar dos usuários favorecendo
ao efetivo exercício da cidadania.
Faixa etária
Tipo de usuário total
18-24 25-29 30-39 40-49 =/> 50
Uso de álcool/drogas
124 50 104 96 116 490
ilícitas
Portador de algum
80 44 94 88 160 466
transtorno mental
Egressos de internação 12 16 30 46 24 128
Tentou suicídio 06 06 12
Portador de transtorno
14 06 28 16 14 78
convulsivo
Fonte: Unidades de Saúde da Família de Ibiporã – 2005
OBJETIVOS:
• Geral
• Específico
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- Acolher o usuário que busca o serviço e lhe oferecer apoio, atendimento e
orientação.
- Proporcionar atendimento clínico e psicoterápico
- Promover condições para a reinserção social dos usuários e seus familiares
- Estabelecer procedimentos terapêuticos considerando os recursos já
disponíveis no território dos usuários
- Estabelecer procedimentos terapêuticos singulares, a partir da avaliação e
diagnóstico.
- Proporcionar melhoria na qualidade de vida dos usuários e seus familiares
através do desenvolvimento nos planos físico, social e cultural.
- Atender e orientar sobre o uso de medicamentos para melhor
resolutividade dos casos, com base nos princípios do uso racional de medicamento.
- Diminuir o índice de internação hospitalar em instituições psiquiátricas
- Trabalhar os conflitos, dificuldades e limitações da família do usuário.
- Oferecer apoio e orientação às famílias e comunidade no convívio diário
com os portadores de transtorno mental
- Promover uma mudança sócio cultural na população, no que se refere a
desmistificação da loucura e à tolerância com as diferenças das pessoas com transtorno mental
- Promover atenção integral à saúde do usuário
- Desenvolver ações na comunidade que promovam a prevenção de doenças
mentais, bem como a saúde em geral.
- Consolidar uma política de Saúde Mental integrada à rede básica
- Capacitar e supervisionar as equipes de atenção básica no âmbito de seu
território
- Reorganizar a referência entre os serviços de saúde que atendem
portadores de transtornos mentais
- Ser referência para instituições que oferecem os primeiros atendimentos
em momentos de crise
- Funcionar como referência e apoio às equipes das unidades de saúde da
família
- Realizar visitas domiciliares.
Fonte:
8
ANEXO III
9
VII - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial,
utilizando instrumento de programação nacional ou correspondente local;
VIII - alimentar as bases de dados nacionais com os dados produzidos pelo
sistema de saúde municipal, mantendo atualizado o cadastro de profissionais, de serviços e de
estabelecimentos ambulatoriais, públicos e privados, sob sua gestão;
IX - elaborar metodologias e instrumentos de monitoramento e avaliação da
Atenção Básica na esfera municipal;
X - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de
qualificação de recursos humanos para gestão, planejamento, monitoramento e avaliação da
Atenção Básica;
XI - definir estratégias de articulação com os serviços de saúde com vistas à
institucionalização da avaliação da Atenção Básica;
XII - firmar, monitorar e avaliar os indicadores do Pacto da Atenção Básica
no seu território, divulgando anualmente os resultados alcançados;
XIII verificar a qualidade e a consistência dos dados alimentados nos
sistemas nacionais de informação a serem enviados às outras esferas de gestão;
XIV - consolidar e analisar os dados de interesse das equipes locais, das
equipes regionais e da gestão municipal, disponíveis nos sistemas de informação, divulgando
os resultados obtidos;
XV - acompanhar e avaliar o trabalho da Atenção Básica com ou sem Saúde
da Família, divulgando as informações e os resultados alcançados;
XVI - estimular e viabilizar a capacitação e a educação permanente dos
profissionais das equipes;
XVII - buscar a viabilização de parcerias com organizações governamentais,
não governamentais e com o setor privado para fortalecimento da Atenção Básica no âmbito
do seu território.
O Ministério da Saúde vem desde 1993, incentivando a criação do PSF,
propondo uma mudança no modelo assistencial, que é medicocêntrico e voltado para a doença.
Seus principais objetivos são: a atenção integral, contínua e humanizada, a vigilância antes da
doença e o aperfeiçoamento continuado dos profissionais. Ao longo dos anos, pesquisas
indicaram que unidades básicas de saúde, funcionando adequadamente, de forma resolutiva,
oportuna e humanizada, são capazes de resolver, com qualidade, cerca de 85% dos problemas de
saúde da população. O restante das pessoas precisará de atendimento em ambulatórios de
especialidades e apenas um pequeno número necessitará de atendimento hospitalar.
Por seus princípios, o PSF é, nos últimos anos, a mais importante mudança
estrutural já realizada na saúde pública no Brasil, pois promove a saúde da população por meio
de ações básicas, para evitar que as pessoas fiquem doentes, além da atenção integral em todos
os níveis de complexidade. Além do que a estratégia do PSF propõe uma nova dinâmica para a
estruturação dos serviços de saúde, bem como a sua relação com a comunidade e entre os
diversos níveis de complexidade assistencial. Assume o compromisso de prestar assistência
universal, integral, equânime, contínua e, acima de tudo, resolutiva à população, na unidade de
saúde e no domicílio, sempre de acordo com as suas reais necessidades, identificando os fatores
de risco aos quais ela está exposta, neles intervindo de forma apropriada.
O PSF representa ações combinadas a partir da noção ampliada de saúde e se
propõe a humanizar as práticas de saúde, buscando a satisfação do usuário pelo estreito
relacionamento dos profissionais com a comunidade, estimulando-a ao reconhecimento da saúde
10
como um direito de cidadania e, portanto, expressão e qualidade de vida. Por ser um projeto
estruturante, deve provocar uma transformação interna do sistema. Configura também uma nova
concepção de trabalho, uma nova forma de vínculo entre os membros de uma equipe, permitindo
maior diversidade das ações e busca permanente do consenso. O papel do profissional de saúde é
aliar-se à família no cumprimento de sua missão, fortalecendo-a e proporcionando o apoio
necessário ao desempenho de suas responsabilidades, jamais tentando substituí-la.
Visando a reorientação do modelo assistencial brasileiro, o Ministério da
Saúde assumiu, a partir de 1994, como resposta intencional a esta conjuntura, a implantação
do Programa Saúde da Família – PSF. Em alguns contextos, ela se motivou mais pelo resgate
de valores profissional; em outros, pela capacidade de melhorar os indicadores de saúde; e
ainda em alguns países como uma estratégia ampla de completa reordenação do modelo
assistencial.
A inserção do PSF como uma estratégia possibilita a concretização de um
modelo de atenção que efetivamente melhora as condições de vida da população.
No ano de 2001, a administração de Ibiporã, optou por reorientar o modelo
assistencial implementando a Estratégia Saúde da Família, já existente no município desde
2000. A implementação da estratégia deve ser compreendida, como tática de mudanças, na
qual procurou-se preservar os aspectos positivos do atual modelo e incorporar novas práticas
sanitárias visando superar os problemas mencionados. Hoje o município conta com 12
equipes de saúde da família, sendo duas destinadas ao atendimento de pacientes da zona rural
garantindo 78% de cobertura da população.
A partir de outubro de 2001, as ações de Saúde Bucal passaram a integrar a
Equipe Saúde da Família, tornando-a mais completa observando o paciente em todos os seus
aspectos, desempenhando um papel decisivo nos bons resultados do Programa Saúde da
Família. Junto à população, são desenvolvidas ações específicas ao nível de educação,
informação e orientação em saúde bucal, proporcionando a co-responsabilização entre equipes
e comunidade no enfrentamento dos problemas e agravos de saúde e, principalmente,
motivando-os a se tornarem agentes promotores de sua própria saúde, melhorando
significativamente sua qualidade de vida.
As equipes realizam atendimento a todas as faixas etárias desenvolvendo
atividades curativas, preventivas e educativas dentro da área de abrangência das Unidades
Básicas de Saúde. Dentro da visão de saúde familiar preconizada pelo Ministério de Saúde, as
crianças matriculadas nas escolas municipais, antes assistidas pelo plano incremental
passaram a ser atendidas na Unidade Básica de Saúde, mais próxima de sua residência
juntamente com seus pais, valorizando o exemplo e a responsabilidade desses para com a
saúde de seus filhos. Na reorganização de serviço, elaborou-se um instrumento para verificar
a situação que se encontra a saúde bucal da população. De acordo com esses resultados
direcionou-se o planejamento das ações em saúde bucal, priorizando o atendimento a
pacientes especiais, tais como acamados portadores de deficiência, gestantes e idosos. O
atendimento domiciliar, realizado por uma equipe multidisciplinar, é voltado às necessidades
do paciente ou da família. Há também o atendimento da livre demanda e de situações
emergenciais em todas as Unidades Básicas de Saúde que têm o consultório odontológico.
Fonte:
• Portaria No. 1.886/GM, de 18 de dezembro de 1997;
• Portaria No. 650, de 28 de março de 2006;
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ANEXO IV
PROGRAMA DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE - PACS
Fonte:
• Portaria No. 1.886/GM, de 18 de dezembro de 1997;
• Lei No. 10.507, de 10 de julho de 2002;
• Portaria No. 650, de 28 de março de 2006;
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ANEXO V
13
os efeitos desejados. A gama de profissionais egressos das instituições de ensino em saúde,
em geral, não atende às reais necessidades da população.
Apesar dos municípios terem serviços estruturados no atendimento a
crianças e adultos através da implantação de equipes de Saúde Bucal no Programa Saúde da
Família, com conseqüente aumento na produção de atividades de promoção de saúde e
controle das doenças bucais mais prevalentes, não houve melhora na resolutividade dos
tratamentos mais complexos, o que tem gerado uma expectativa na população.
A melhoria no indicador epidemiológico da cárie dentária aos 12 anos, o
Programa Saúde da Família, não têm impedido a extração de dentes cariados, e recuperáveis
de adultos e também, dentes traumatizados de crianças e adolescentes. A alta demanda por
serviços especializados no setor de odontologia, a busca ativa realizadas através das visitas
domiciliares trouxeram a tona problemas até então não detectados sendo a maior dificuldade o
subsistema de referência e contra-referência.
Os adultos que integram os programas dos serviços odontológicos públicos
em alguns municípios, apresentam um volume muito grande de necessidades acumuladas
quanto ao tratamento dentário, pois a maioria não teve a oportunidade e acesso a uma
odontologia conservadora e recuperadora ou mesmo preventiva na infância. Os adultos
constituem a larga maioria da população que demanda fortemente por serviços odontológicos
e influenciam decisivamente o comportamento de seus dependentes.
Uma avaliação dos relatórios de atividades odontológicas do Município de
Ibiporã revela que em adultos é predominante tratamento curativo como restaurações grandes
(reconstruções), exodontias de permanentes e raízes residuais, além da indicação de prótese
totais e removíveis, uma vez que muitos optam ainda pela extração, ao invés da permanência
através de tratamento endodôntico e de outros procedimentos, já que não há oferta de
tratamento destas especialidades dentro da Unidade Básica.
Através da prática clínica observa-se que a população apresenta uma série
de necessidades acumuladas de tratamento que não são resolvidas na atenção básica, como os
problemas cirúrgicos mais complexos, periodontais, endodônticos, diagnóstico de lesões
bucais, atendimento aos portadores de necessidades especiais e de prótese dentária.
Assim sendo, sente-se a necessidade de avançar no sentido de oferecer o
acesso dos pacientes a serviços especializados como a endodontia, periodontia, e outras
especialidades no sentido de se preservar dentes que seriam recuperáveis, e que se organize
um fluxo de atendimento com implantação de Centros de Especialidades nos municípios
pólos das microrregiões com as especialidades de maior demanda para complementar os
tratamentos realizados na rede básica, viabilizando o princípio da integralidade.
Atualmente a Universidade Estadual de Londrina, a Associação
Odontológica do Norte do Paraná (AONP) e a UNOPAR atendem a pacientes através da
procura direta e aos referenciados, com número de atendimento limitado e bem restrito, com a
finalidade de ensino aos seus alunos, e que se esgotam rapidamente no início de cada ano
letivo. Diante disto, é possível concluir que estas instituições de ensino não são suficientes
para dar cobertura à demanda necessária dos municípios.
A Portaria nº 74/GM, de 20 de janeiro de 2004, indica a necessidade de
suporte de uma rede de serviços odontológicos especializados, a regionalização dos serviços
de saúde no Sistema Único de Saúde – SUS, e o disposto na Portaria nº 1570/GM, de 29 de
julho de 2004, estabelece as condições para identificação e habilitação de Centros de
Especialidades Odontológicas – CEO. Ainda no que diz respeito a esta portaria, o MS, definiu
14
a implantação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), em todo território
nacional, para prestação de serviços especializados em odontologia para a garantia do acesso
integral às ações de saúde bucal.
Considerando que a maioria dos municípios não apresenta infra-estrutura
para a instalação de serviços especializados por limitação de recursos financeiros e/ou
ausência de recursos humanos especializados optou-se por viabilizar a implantação de um
serviço de especialidades no Município de Ibiporã, a exemplo do existente para as
especialidades médicas, o que beneficiará as cidades pertencentes à microrregião de Ibiporã.
Na área odontológica a referência para especialidades é quase inexistente,
portanto, requer a implantação de um fluxo de modo a garantir o acesso dos pacientes já
atendidos nos programas básicos que necessitam de atenção em nível de especialidades, por
isso a presente proposta busca recursos financeiros para a implantação do CEO, tipo 1, e
LRPD (Laboratório Regional de Prótese Dentária) no Município de Ibiporã.
OBJETIVOS:
Objetivo Geral:
Objetivos Específicos:
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O CEO será composto de profissionais com especialização, aperfeiçoamento
e/ou experiência nas áreas de especialidades exigidas pelo Ministério da Saúde. Os cirurgiões
- dentistas realizarão atendimento a todas as faixas etárias desenvolvendo suas respectivas
especialidades, e serão responsáveis por uma população de 108.102 habitantes, e
disponibilizará vagas para os seguintes municípios: Ibiporã, Alvorada do Sul, Bela Vista do
Paraíso, Jataizinho, Primeiro de Maio, Sertanópolis.
Este Centro de Especialidades oferecerá a população citada às
especialidades de: cirurgia oral menor, atendimento a pessoas com necessidades especiais,
além de fazer gratuitamente tratamento de canal (endodontia) e de doenças da gengiva
(periodontia). No Brasil, apenas dois em cada dez adultos têm gengivas sadias. No caso dos
idosos, a situação é ainda mais grave: mais de 90% precisam do tratamento de periodontia. Os
dados são do SB Brasil, o mais completo levantamento sobre saúde bucal, concluído em
março de 2004.
Além das especialidades citadas anteriormente, também oferecerão
diagnóstico oral, com ênfase na identificação do câncer de boca. Esta doença pode ser tratada
com sucesso, mas em 65% dos casos são identificadas já em fases mais avançadas. A cada
ano, cerca de 3 mil pessoas morrem no Brasil por câncer de boca. No país, 30 milhões de
brasileiros nunca foram ao dentista. Todos os cidadãos têm direito aos serviços oferecidos
pelos CEOs, mas, para isso, precisarão ser atendidos previamente pelas equipes de atenção
básica, nas unidades básicas de saúde. As equipes de saúde avaliarão a gravidade do
procedimento e agendarão a consulta, em nome do paciente, no centro de especialidades. Os
Centros funcionarão, assim, como uma continuidade ao trabalho feito pelos profissionais do
Programa Saúde da Família (PSF) ou da atenção básica.
O atendimento a cada Município para utilização dos serviços oferecidos
pelo CEO será por uma cota mínima mensal, de acordo com os critérios estabelecidos em: a
população do município coberta pelos serviços públicos, pactuação, com pagamento por
procedimentos odontológicos ou por índice populacional.
O paciente somente poderá ser agendado para o tratamento se estiver
enquadrado dentro dos critérios estabelecidos no protocolo de encaminhamento. O município
base deverá ter seu serviço odontológico estruturado em condições para efetuar o tratamento
restaurador do paciente contra referenciado. Será ofertada uma produção mínima mensal,
conforme Portaria nº 1570/GM, de 29 de julho de 2004 (vide anexa).
O CEO contribuirá fundamentalmente, para a ampliação e qualificação da
atenção básica, possibilitando o acesso a todas as faixas etárias e a oferta de mais serviços,
assegurando atendimentos nos níveis secundário e terciário de modo a buscar a integralidade
da atenção.
Com os serviços de maior complexidade que passarão a ser ofertado, será
possível proporcionar a população um melhor sorriso e, sem dúvida, uma melhor qualidade de
vida, assumindo o compromisso de prestar assistência universal, integral, equânime, contínua
e, acima de tudo, resolutiva, sempre de acordo com as suas reais necessidades, neles
intervindo de forma apropriada.
Considerando a dimensão da mudança necessária para rever o atual modelo
de atenção à saúde, fica evidente que as atividades propostas necessitarão do fator tempo para
serem totalmente implementadas, uma vez que busca mecanismos que ampliarão as ações em
Saúde Bucal, e viabilizará a melhoria do quadro epidemiológico no Brasil, e principalmente,
na microrregião de Ibiporã, contribuindo com a melhora na saúde bucal.
16
Fonte:
• Portaria No. 1.570/GM, de 29 de julho de 2004;
• Portaria No. 1.571/GM, de 29 de julho de 2004;
• Portaria No. 1.572/GM, de 29 de julho de 2004;
• Portaria No. 566/SAS, de 06 de outubro de 2004;
• Portaria No. 283/GM, de 22 de fevereiro de 2005;
• Portaria No. 1.063/GM, de 04 de julho de 2005;
• Portaria No. 117/GM, de 19 de janeiro de 2006;
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