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Prólogo
1) Homossexualismo
1.1) Definições
1.2) Homossexualismo no contexto histórico
1.3) Homossexualismo e religião
1.4) Homossexualismo e medicina
1.5) Homossexualismo e psicanálise
1.6) Homossexualismo e o Direito no Brasil
2) Família
3) Adoção
3.1) Definições
3.2) Evolução histórica da adoção
3.3) Evolução histórica da adoção no Direito Brasileiro
3.4) Apadrinhamento
3.5) Guarda, tutela, adoção
3.6) Requisitos para adoção
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3.7) Passos e critérios para adoção
3.8) Efeitos da adoção
3.9) Adoção internacional
3.10) Dificuldades no processo de adoção
4) União estável
4.1) Definições
4.2) União homoafetiva
4.3) Relacionamento homoafetivo e união estável
5) Sucessão
6) O Direito e a homossexualidade
8) Bibliografia
9) Artigos
10) Sites
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Prólogo
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Homossexualismo
Definições de homossexualismo
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assumir os papéis masculino ou feminino. Quando isso não acontece,
a pessoa resolveria o problema assumindo o sexo oposto.
Carl Jung diz que temos duas energias sexuais: a animal, que seria a
energia feminina no homem e a ânimus, que seria a energia
masculina na mulher, sendo que a sobrecarga seria de uma dessas
energias na pessoa seria a razão da homossexualidade.
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Alguns acreditam que a relação macho-fêmea, com predominância do
macho no controle, é uma forma de condução ao homossexualismo,
visto que essa relação de dominância se estende através do sexo e,
portanto, se estende àqueles que tenham o mesmo sexo. É uma
relação dominante-dominado enfatizada através do sexo.
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isso for verdade, considerando que ele morreu por volta de 5.000
anos atrás, é provavelmente que a história do homossexualismo
anteceda essa era.
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Alexandre, o Grande, (356 a.C – 323 a.C.), da Macedônia, teve como
seu grande amor Hephaistion. Grande admirador da cultura grega,
conseguiu espalhar a cultura helênica através de suas conquistas.
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demonios y otros como de mujeres y otros de malas figuras, de manera que al
parecer, estaban haciendo sodomias los unos indios com los otros". Na
América do Sul, na região dos Andes, existem relatos que os espanhóis teriam
derretido, no Peru, estátuas em ouro representando cópula anal entre dois
homens. A coleção de cerâmica erótica da Família Larco, da cultura Mochica,
tem diversas representações de homossexualismo. Essas cerâmicas datam de
período anterior a 1.000 A.D. Os Códices Maias trazem referências à deusa
Xochiquetzal, uma entidade hermafrodita protetora do amor e da sexualidade
não procriativa. Quando representada sua forma masculina tinha o nome de
Xochipili e se tornava o protetor da sexualidade masculino e controlador das
doenças sexualmente transmissíveis. Fernão Cortez, na sua primeira Carta de
Relación, em 1519, dizia "Soubemos e fomos informados com certeza que
todos [os índios] de Vera Cruz sãon sodomitas e usam daquele abominavel
pecado”. Frei Bernardino de Sahagun, na sua História General de lãs cosas de
Nueva España, assim descreve: "O somético paciente é abominável, nefando e
detestável, digno de desprezo e do riso das gentes; o fedor e fealdade de seu
pecado nefando não se pode sofrer, pelo nojo que causa aos homens. Em tudo
se mostra mulheril e efeminado, no andar ou falar , e por tudo isso merece ser
queimado”. Cieza de Leon, em sua Crônica del Peru, relata: "para os ter o
demônio mais presos nas cadeias de sua perdição, nos oráculos e adoratórios
onde se falava com o ídolo e dava as respostas, fazia entender que convinha
para seu serviço, que alguns moços desde pequeninos estivessem nos
templos para que a seu tempo, cuando fossem feitos os sacrifícios e festas
solenes, os senhores e outros principais, usassem com eles no maldito pecado
de sodomia”.
No Tratado Descritivo do Brasil, de 1587, existem referências sobre a prática
do homossexualismo entre os nossos índios: "Não contentes em andarem tão
encarniçados na luxúria naturalmente cometida, são muito afeiçoadas ao
pecado nefando, entre os quais se não tem por afronta. E o que se serve de
macho se tem por valente e contam esta bestalidade por proeza. E nas suas
aldeias pelo sertão há alguns que têm tenda pública a quantos os querem
como mulheres públicas". Gandavo, em 1576, conta que: "Algumas índias há
que não conhecem homem algum de nenhuma qualidade, nem o consentirão
ainda que por isso as matem. Estas deixam todo o exercício de mulheres e
imitam os homens e seguem seus ofícios como se não fossem fêmeas. Trazem
os cabelos cortados da mesma maneira que os machos e vão à guerra com
seus arcos e flechas e à caça, perseverando sempre na companhia dos
homens. E cada uma tem mulher que a serve, com quem diz que é casada. E
assim se comunicam e conversam como marido e mulher".
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geração. O sexo era visto apenas como forma de reprodução e
qualquer prática fora desse conceito era considerada impura e sujeita
à penalidades. Embora existissem algumas penas leves para os
praticantes, como em Gales, onde o indivíduo era obrigado a três
anos de penitência e na Borgonha do século VIII, onde o prazo se
estendia por dez anos, o homossexualismo era passível de pena de
morte. O Concílio de Latrão, em 1179, declarou que o
homossexualismo era crime e nos séculos XII e XIII a morte era a
pena mais comum para sua prática. Devido aos vazios demográficos
e baixa expectativa de vida existentes na Idade Média, o
homossexualismo era visto como ato atentatório à vontade de Deus.
São Tomas de Aquino justificava a prática sexual apenas como forma
de procriação e via no matrimonio um remédio de Deus para livrar o
homem de sua luxúria.
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condenação de Oscar Wilde, em 1895, a dois anos de trabalhos
forçados pela prática do mesmo.
Em 15 de março de 2001 foi aprovada em Portugal a lei que estende aos pares
homossexuais os mesmos direitos reconhecidos às "uniões de facto"
heterossexuais.
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poderá adotar o sobrenome de outro, alem de estabelecer questões sobre
herança, doações, impostos imobiliários, seguro de enfermidade e
desemprego.
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Existe uma tendência nos países ocidentais e alguns orientais a
considerarem o homossexualismo apenas como uma opção. Aqueles
cujos governos são teocráticos ou sofrem influência extrema da
religião, geralmente, são contrários à prática, quando não
determinam ilegalidade e penalidades sobre a mesma.
Homossexualismo e religião
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comportamentos que a ele se referem. O apóstolo Paulo declara
excluídos do Reino dos céus os «imorais, idólatras, adúlteros,
efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e
salteadores» (cf. 1 Cor 6, 9-10). Tal condenação — assumida pelo
Concílio de Trento 88 — enumera como pecados mortais ou práticas
infames, alguns comportamentos específicos, cuja aceitação
voluntária impede os crentes de terem parte na herança prometida.
De fato, corpo e alma são inseparáveis: na pessoa, no agente
voluntário e no ato deliberado, eles salvam-se ou perdem-se juntos”.
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b) A outra posição defende o homossexualismo como algo absolutamente
normal, sempre existente na história da humanidade. Tratar-se-ia de uma pré-
disposição da pessoa, impossível de ser corrigida. Nessa perspectiva, não há
nada de detestável nas relações homossexuais. As passagens bíblicas,
aduzidas como contra-prova, estariam se referindo não à orientação
homossexual como tal e, sim, a abusos nessa área. Caberia, portanto,
reconhecer a homossexualidade como equivalente à heterossexualidade e
destinar-lhe o mesmo amparo legal. Reivindicam tais grupos, enquanto
cristãos, o livre acesso ao ministério da Igreja e a bênção matrimonial das
parcerias do mesmo sexo. Lutam pelo fim de toda e qualquer discriminação em
Igreja e sociedade.
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Luciana Ferraz, coordenadora da Associação Espiritual Brahma
Kumaris, diz que os homossexuais são completamente aceitos, sendo
que, na Austrália, a associação tem um serviço espiritual que
promove retiros espirituais e cursos exclusivamente para
homossexuais.
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homossexualismo também são poucas e geralmente provocam
reações contrárias.
Homossexualismo e a medicina
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Até a década de 80, do século XX, a classificação mais usual para o
homossexualismo era a de perversão sexual. Na literatura médico-
legal brasileira, destacam-se as afirmações de Delton Croce e Delton
Croce Jr., de que a homossexualidade é aberração e perversão
sexual. Foram adotados os termos “uranismo” para a prática sexual
entre homens por falta de mulher, “pederastia” para as relações anais
entre um homem adulto e uma criança, “sodomia” para a prática
sexual entre homens adultos, “lesbianismo” para a prática sexual
masturbatória entre mulheres, “safismo” para designar a sucção do
clitóris entre mulheres e “tribadismo” para o atrito dos órgãos sexuais
femininos.
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será”. Os estudos sustentam que há maior incidência de
homossexuais entre canhotos e ambidestros, que suas digitais dos
polegares e mindinhos são mais espessas na mão esquerda e que o
sentido dos redemoinhos no cocuruto são anti-horários. Como se
pode perceber, parece que deram uma nova face à pseudociência da
Frenologia, que buscava estabelecer relação entre a “psique” a partir
de detalhes físicos da cabeça. Um estudo das formas da cabeça da
pessoa poderia identificar o seu caráter e portadoras de possíveis
perversões. As cabeças do cangaceiro Lampião e de sua companheira
Maria Bonita foram mantidas no Instituto Nina Rodrigues, em
Salvador, como objeto de estudos dessas estranhas teorias. Dizem
que, alem de cangaceiro, Lampião era bissexual.
Homossexualismo e a psicanálise
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Para Freud, a homossexualidade era uma variação do
desenvolvimento sexual.
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Em 1521 surgiram as Ordenações Manuelinas, que acrescentava à
pena de morte pelo fogo o confisco dos bens alem da infâmia dos
filhos e descendentes. O homossexualismo foi considerado como um
crime de lesa-majestade.
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O índio Tibira, um tupinambá, é executado pelos capuchinhos
franceses, sendo considerado como o primeiro homossexual
condenado à morte no Brasil, em 1613. Conforme dito anteriormente,
tibira era o nome que os nossos índios davam aos homossexuais,
devendo seu nome ser outro, portanto. Em 1678 um escravo é
acoitado até a morte pelo crime de sodomia.
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buscando-se sempre a aplicação da analogia e dos princípios gerais do
direito, relevados sempre os princípios constitucionais da dignidade
humana e da igualdade.".
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Em 14 de maio de 2002, a Câmara de São José do Rio Preto, em São Paulo,
aprova o projeto de lei 181/01 que proíbe discriminação por orientação sexual.
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contrário aos ditames igualitários da Constituição através de algumas
palavras tipificadoras de crimes, ao inseri-las em nossos Códigos.
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Família
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ligadas por descendência a um ancestral comum. Esse conceito pode
ser chamado de nuclear, pois considera apenas a família isolada da
sociedade.
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forma de família foi estável até o a Revolução Francesa onde o fluxo
migratório para as cidades se tornou mais freqüente.
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reconhece legalmente, no art. 147, o direito de reconhecimento e
herança para os filhos naturais. Quanto à educação dos filhos, o art.
149 garante o direito a todos e diz que deve ser ministrada pela
família e pelos Poderes Públicos, de forma gratuita, integral e
obrigatória no ensino primário.
O casamento foi, por muito tempo, a única forma legítima para a constituição
de família. Esse princípio foi mantido nos textos constitucionais de 1937, art.
124; 1946, art. 163, 1967, art. 167, 1969, art. 175. Em 1977, a Lei n.º 6515,
denominada Lei do Divórcio, acaba a indissolubilidade civil do casamento.
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II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
Em 1994, com a Lei n º 8971, que, junto com a Lei no. 9278, de
1996 estabeleceram procedimentos ao direito de alimentos e
sucessão, regulamentando o art., 226, § 3º da Constituição Federal
de 1988.
Súmula 382: “A vida em comum sob o mesmo teto, 'more uxorio', não é
indispensável à caracterização do concubinato".
Estruturas familiares
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estas” ou “a disposição dos elementos ou partes de um todo; a forma
como esses elementos ou partes se relacionam entre si, e que
determina a natureza, as características ou a função ou
funcionamento do todo”.
Funções da família
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processo devido ao fato de termos um tempo maior para o crescimento do
cérebro. Os seres humanos amadurecem sexualmente por volta dos 12 anos
de idade, mas nossos ossos do crânio se fundem aos 16. No entanto, nossa
capacidade de aprender não se reduz ao longo do tempo, exceto quando
sofremos restrições de ordem física, mental ou social. Temos o maior período
de amadurecimento conhecido entre os animais, uma dependência por grande
período dos nossos pais, mas podemos manter um padrão de conhecimento
acima dos outros animais por causa dessa característica.
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merecedora de boa reputação. Como diz o ditado “filho de peixe,
peixinho é”.
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jurisprudenciais incluindo as parcerias homossexuais estende a elas a
possibilidade de nomear patrimônio para evitar a penhora por dívidas,
bem como autoriza a invocar os benefícios da lei 8009/90.
Família e Estado
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se responsabilizaria pela educação de todos. O filósofo via na
ordenação das antigas famílias os alicerces para o exercício do poder
então reinante. Sua família coletiva impediria que algum clã tomasse
o poder. Nessa sociedade utópica, Platão condenou qualquer
diferença entre os sexos e colocou as mulheres fazendo tarefas em
comum com os homens. Elas também prestariam serviço militar e
acompanhariam os homens nas guerras, pois acreditava que sua
presença infundiria maior coragem aos homens.
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naturalmente com o advento das indústrias. Como a família não tinha
mais condições de bancar a educação dos filhos a esse nível, o Estado
passou a fornecer as condições necessárias para a instrução dos
mesmos.
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Adoção
Definições de adoção
No direito justinineu, "adoptio est actus solemnis quo in locum fili vel nepotis ad
ciscitur quei natura talis non est". Na tradução “adoção é o ato solene pelo qual
se admite em lugar de filho quem por natureza não o é”.
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Para BAUDRY-LACANTINERIE, a adoção é "um contrato solene, no qual o
ministro é o juiz de paz".
JOSSERAND via a adoção como "um contrato que cria entre duas pessoas
relações puramente civis de paternidade ou de maternidade e de filiação".
COLIN e CAPITAN definem como "um ato jurídico que cria entre duas pessoas
relações fictícia e puramente civis de paternidade e de filiação".
ZACHARIA, como "o contrato jurídico que estabelece entre pessoas, que
podem ser estranhas uma da outra, vínculos semelhantes àqueles que existem
entre o pai ou mãe unidos em legítimo matrimônio e seus filhos legítimos".
CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, "como ato jurídico pelo qual uma pessoa
recebe outra como filho, independentemente de existir entre elas qualquer
relação de parentesco ou afim".
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infortúnios até que lhe dessem o devido sepultamento da forma
adequada, seguindo os ritos fúnebres necessários. Notemos bem que
não bastava confiar o corpo à terra. Era necessário ainda obedecer a
ritos tradicionais, e pronunciar determinadas fórmulas. Em Plauto
encontra-se a história de uma alma penada, forçada a andar errante,
porque seu corpo fora lançado à terra sem o devido ritual. Suetônio
conta que o corpo de Calígula, enterrado antes de se completar a
cerimônia fúnebre, fez com que sua alma se tornasse errante,
aparecendo a diversas pessoas, até o dia em que o desenterraram,
sepultando-o novamente de acordo com as regras. Alem disso, ainda
existia a crença de que as necessidades humanas se mantinham
além-túmulo. Essas necessidades, como comida e bebida, deviam ser
providas pelos vivos, que deveriam levar aos sepultos oferendas para
que eles se saciassem e não se voltassem contra eles. Esse costume
ainda existe no México, no Dia dos Mortos, onde os familiares se
reúnem em torno da sepultura, trazendo comida para si e,
simbolicamente, para seus ancestrais. Em Eurípides, Efigênia diz:
“Derramo sobre as terras do túmulo leite, mel e vinho, pois só assim
podemos contentar os mortos”. Diante de cada túmulo, entre os
gregos e romanos, era colocado um local destinado à imolação e
cozimento de animais, oferecidos aos mortos. Uma das penas
máximas para os condenados era deixar seu corpo insepulto.
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“Essa religião dos mortos parecia ser a mais antiga existente entre os
homens. Antes de conceber ou adorar Indra ou Zeus, o homem adorou
os mortos; teve medo deles, dirigiu-lhes preces. Parece que é essa a
origem do sentimento religioso. Foi, talvez, à vista da morte que o
homem teve pela primeira vez a idéia do sobrenatural, e quis confiar em
coisas que ultrapassavam a visão dos olhos. A morte foi o primeiro
mistério; ela colocou o homem no caminho de outros mistérios. Elevou
seu pensamento do visível para o invisível, do passageiro para o eterno,
do humano para o divino.”
Partindo desse medo da morte e de ser esquecido, o homem passou a
adotar rituais para sepultamentos e regras para a manutenção dos
novos lares dos mortos. Os filhos, geralmente o primogênito, eram
responsáveis pela eternização dos ancestrais, principalmente através
de cultos. À mulher não cabia essa responsabilidade visto que era
considerada ser inferior e apenas um elemento de procriação.
Posteriormente, quando os cultos fúnebres se transformaram em
cultos religiosos, continuou existindo a necessidade de se mantê-los
através de um elemento masculino da família.
A antiga língua grega tinha uma palavra muito significativa para designar
a família; dizia-se epístion, palavra que significa literalmente aquilo que
está perto do fogo. Uma família era um grupo de pessoas às quais a
religião permitia invocar os mesmos manes, e oferecer o banquete
fúnebre aos mesmos antepassados.
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Essa necessidade de manter os rituais fúnebres e o culto aos deuses
domésticos da família e, por extensão, a própria família, gerou a
necessidade de se ter um filho homem para isso. Famílias que não
tinham descendentes do sexo masculino eram consideradas extintas.
Essa necessidade inicial foi uma das primeiras fontes para a adoção.
Um fato interessante nisso é que a linhagem familiar deixar de ter
consangüinidade, fato sempre considerado importante. O indivíduo
que não tem uma descendência masculina pode continuar a se
perpetuar através de seu nome que ele concede a um elemento
estranho que ele julga adequado à perpetuação do mesmo.
Na Bíblia existe a referência da adoção de Moises pela filha do faraó, que o fez
porque não tinha filhos e a de Ester. No Código de Urnamu (2.050 AC) e no
Código de Eshnunna, por volta de 1900 a.C., existem referências à adoção.
Art. 185. Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como
filho, criando-o, este filho crescido não poderá ser reclamado por
outrem.
Art. 186. Se um homem adotar uma criança e esta criança ferir seu pai
ou mãe adotivos, então esta criança adotada deverá ser devolvida à
casa de seu pai.
Art. 190. Se um homem não sustentar a criança que adotou como filho e
criá-lo com outras crianças, então o filho adotivo pode retornar à casa de
seu pai.
Art. 188. Se um artesão estiver criando uma criança e ensinar a ela sua
habilitação, a criança não poderá ser devolvida.
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Art. 189. Se ele não tiver ensinado à criança sua arte, o filho adotado
poderá retornar à casa de seu pai.
Art. 558º Um filho dado a uma pessoa não faz mais parte da família de
seu pai natural e não deve herdar de seu patrimônio; o bolo fúnebre
segue a família e o patrimônio; para aquele que deu seu filho não há
oblação fúnebre feita por esse filho.
Art. 584º Deve-se reconhecer como filho dado, aquele que um pai e uma
mãe, por mútuo consentimento, dão, fazendo uma libação d’água, a uma
pessoa que não tem filhos, sendo da mesma classe que essa pessoa e
demonstrando afeto.
Art. 585º Quando um homem toma para filho um rapaz da mesma classe
que ele, que conhece a vantagem da observação das cerimônias
fúnebres e o mal resultante de sua omissão, e dotado de todas as
qualidades estimadas em um filho, este filho é chamado filho adotivo.
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Art. 587º O menino, que um homem recebe como seu próprio filho,
depois que ele foi abandonado pelos pais ou por um deles, sendo o outro
morto, é chamado filho exposto.
Art. 588º Quando uma rapariga pare secretamente na casa de seu pai,
este filho, que se torna o do homem que esposa essa rapariga, deve ser
designado pelo nome de filho de uma senhorita.
Art. 589º Se uma mulher grávida se casa, seja sua prenhez conhecida
ou não, o filho macho que ela traz em seu seio pertence ao marido, e ele
se diz recebido com a esposa.
Art. 590º O menino que um homem desejoso de ter filho que cumpra o
serviço fúnebre em sua honra, compra ao pai ou à mãe, é chamado filho
comprado; que ele lhe seja igual, ou não, em boas qualidades; a
igualdade sob a relação da classe, sendo exigida para todos esses filhos.
Art. 593º O filho que perdeu seu pai e sua mãe ou que foi abandonado
por eles sem motivo, e que se oferece motu próprio a alguém, se diz
dado por si mesmo.
Na Grécia Antiga, a lenda de Édipo Rei conta que ele foi abandonado
pela família e alguns pastores o adotaram. Na tragédia escrita por
Sófocles, na tradução de J.B. de Mello e Souza, aparece sua condição
de adotado, em uma conversa com um mensageiro:
ÉDIPO - E como se explica que meu pai tenha sido para mim o
que é um estranho qualquer?
MENSAGEIRO - É que ele não era teu pai, como eu não sou!
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No Canto IX, da Ilíada, de Homero, o ginete ancião, Felix, chefe da
embaixada de Aquileu, recorda ao filho de Peleu, que quando
abandonado pelo pai, este o tomou aos seus cuidados.
434 ... como podia ficar só e sem ti, filho querido? O ancião ginete Peleu
quis que eu te acompanhasse no dia que te enviou desde Ftia a
Agamenon, no entanto criança e sem experiência da funesta guerra,
onde os varões se fazem ilustres; e mandou-me te ensinar a falar e a
realizar grandes feitos...
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poder e pessoas alieni iuris, que eram sujeitas ao pátrio poder. Para
os romanos, a independência do pátrio poder não tinha relação com a
idade. Um recém-nascido, não tendo ascendente masculino, seria
considerado sui iuris, enquanto que um idoso poderia ser ainda
alienis iuris, caso ainda seu pai fosse vivo. A ad-rogação era
considerada uma forma extrema de adoção, pois implicava na
extinção da sua família e do culto privado. A fórmula usada pelas
assembléias, segundo Aulo Gelio, era a seguinte: “Queremos e
ordenamos, romanos, que Lucius Titius, seja por lei filho de Lucius
Valerius, como se fora nascido dele e de sua esposa; que Lucius
Valerius tenha sobre ele direito de vida e morte, como se fora seu
filho por natureza”. Existe ainda uma terceira forma de adoção que
era a testamentária, usada por Júlio César para adotar seu sobrinho
Otávio. No reinado de Justiniano, a adoção foi bastante simplificada,
bastando ao adotante e ao adotado expressarem sua disposição
perante um magistrado e lavrarem um documento comprobatório da
nova situação.
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sobrevivência era mais fácil sacrificar a criança, vende-la ou dá-la
para que fosse criada por outra família. Na Idade Média esse uso era
também adotado. As precárias condições de vida e o servilismo
aviltante a que as pessoas eram submetidas mantiveram os costumes
herdados dos romanos no que concerne às crianças. A quebra da
estrutura central de poder, com a queda do Império Romano, e a
quase imobilidade das pessoas devido às condições da época, foram
fatores relevantes para que os costumes e leis fossem mantidos
estáveis durante esse período. Nesse período, a adoção não rompia
os vínculos de parentesco do adotivo com a família natural. O próprio
instituto da adoção caiu em desuso, por influência dos princípios
religiosos vigentes à época.
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arts. 343 a 360, definiu alguns parâmetros para a adoção,
estabelecendo regras com respeito ao sujeito ativo da adoção, que
compreendia idade, sexo, descendência, estado civil e reputação. Um
deles está no art. 343:
art. 343, "a adoção não poderá ser feita senão por pessoa de um
ou de outro sexo, maiores de 50 anos, que não tenham na época da
adoção nem filhos, nem descendentes legítimos e que tenham, pelo
menos, quinze anos mais que o adotado".
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proteção legal, tanto antes quanto após seu nascimento"; Lembrando o
estabelecimento da Declaração sobre os Princípios Sociais e Jurídicos
Relativos à Proteção e ao Bem-Estar das Crianças, especialmente com
Referência à Adoção e à Colocação em Lares de Adoção, nos Planos
Nacional e Internacional; as Regras Mínimas das Nações Unidas para a
Administração da Justiça da Infância e da Juventude (Regras de
Beijing); e a Declaração sobre a Proteção da Mulher e da Criança em
Situação de Emergência ou de Conflito Armado;Reconhecendo que em
todos os países do mundo existem crianças vivendo sob condições
excepcionalmente difíceis e que essas crianças necessitam
consideração especial;Tomando em devida conta a importância das
tradições e os valores culturais de cada povo para a proteção e o
desenvolvimento harmonioso da criança;Reconhecendo a importância
da cooperação internacional para a melhoria das condições de vida das
crianças em todos os países, especialmente nos países em
desenvolvimento;
Os artigos 20 e 21 da Convenção estabelecem bases para a adoção, onde diz
que as crianças privadas temporária ou permanentemente de seu meio familiar
terão direito à proteção e assistência do Estado. Esses cuidados incluem a
colocação em lares de adoção, a adoção ou a colocação em instituições
adequadas de proteção à criança. A adoção será autorizada pelas autoridades
competentes, que darão à criança, de acordo com suas leis, o melhor
tratamento possível. Também se considera a adoção internacional, no caso da
criança não ter tratamento adequado em seu país de origem.
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Foram três as Ordenações portuguesas que viraram no Brasil:
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Art. 368. Só os maiores de 30 (trinta) anos podem adotar. (Redação
dada pela Lei nº. 3.133, de 8.5.1957);
Art. 370. Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem
marido e mulher.
Art. 371. Enquanto não der contas de sua administração, e saldar o seu
alcance, não pode o tutor, ou curador, adotar o pupilo, ou o curatelado.
I - quando as duas partes convierem; (Redação dada pela Lei nº. 3.133,
de 8.5.1957);
Art. 375. A adoção far-se-á por escritura pública, em que se não admite
condição, nem termo.
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Lafayete, "sendo a adopção uma instituição obsoleta, seria uma
verdadeira inutilidade tratar della". Na irônica e pertinente
observação de Omar Gama Bem Kaus, "a concepção moderna mudou,
como também mudou a ortografia...".
Art. 370. Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem
marido e mulher.
Art. 371. Enquanto não der contas de sua administração, e saldar o seu
alcance, não pode o tutor, ou curador, adotar o pupilo, ou o curatelado.
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I - quando as duas partes convierem; (Redação dada pela Lei nº. 3.133,
de 8.5.1957)
Art. 375. A adoção far-se-á por escritura pública, em que se não admite
condição, nem termo.
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Esse artigo visa dar à adoção a efetiva relação pais e filhos. Uma
diferença menor de idade poderia aventar possibilidades de
outras intenções em relação ao adotado.
Art. 1.622. Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se
forem marido e mulher, ou se viverem em união estável.
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Parágrafo único. Os divorciados e os judicialmente separados
poderão adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a
guarda e o regime de visitas, e desde que o estágio de convivência
tenha sido iniciado na constância da sociedade conjugal.
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Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o
disposto nesta Lei.
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do
pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
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Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu
alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá
certidão.
56
Art. 48. A adoção é irrevogável.
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder dos pais
naturais.
Apadrinhamento
57
da criança e responsáveis, também, pela caminhar da criança dentro
da fé.
58
adotante passa de bem intencionado à condição de criminoso,
perante a justiça (art. 242 do Código Penal).
Tutela, nos dizeres de Antonio José de Souza Levenhagen, é o poder que a lei
confere a uma pessoa capaz para proteger e administrar os bens de um menor
que não esteja sob o pátrio poder, representando-o ou assistindo-o em todos
os atos da vida civil. Uma das intenções do tutelamento é a guarda dos bens
59
materiais da criança ou adolescente até o momento em que ele tenha
condições de administrá-lo pessoalmente.
- todo adulto maior de 18 anos (desde que seja pelo menos 16 anos
mais velho que o adotando), de qualquer sexo, estado civil ou
nacionalidade;
- todo casal casado ou que viva em união estável, desde que pelo
menos um dos cônjuges seja maior de 18 anos e 16 anos mais velho
que o adotando;
60
- quem não ofereça ambiente familiar e vantagens consideradas
adequadas
61
A desistência da adoção somente é possível durante o chamado
“estágio de convivência”. Nesse período, onde o adotante e o adotado
não se compatibilizarem ainda é possível a desistência, visto que ela
não foi ainda formalizada. Também é possível que o juiz revogue
concessões de guarda se entender que o fato é danoso para a
criança. Depois de formalizada a adoção é irrevogável.
Efeitos da adoção
62
com sua família de origem. Importante é frisar que a extinção,
suspensão ou destituição do pátrio poder dos adotantes não restaura
o dos pais biológicos (Art. 49º., ECA).
Adoção internacional
63
O Estatuto da Criança e do Adolescente diz:
64
Art. 52. A adoção internacional poderá ser condicionada a estudo prévio e
análise de uma comissão estadual judiciária de adoção, que fornecerá o
respectivo laudo de habilitação para instruir o processo competente.
65
66
União estável
União estável
O art. 19, do ECA, diz que toda criança tem direito a ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurada a convivência família e comunitária.
1) Pública
2) Contínua
3) Duradoura
67
5) Entre homem e mulher
União homoafetiva
68
á essa parcela da população que, conforme estudos, gira em
torno de dez por cento, o que é uma quantidade extremamente
significativa. Algumas entidades familiares não reprodutivas já
são reconhecidas por lei, como as famílias monoparentais.
69
De certa forma, podemos comparar uma família com uma empresa
ou um empreendimento para o qual nos disponibilizamos e juntamos
forças para atingir objetivos comuns. Isso é família.
70
Sucessão
71
Ela caracteriza-se por produzir efeitos diversos, pela morte do titular
da herança e da existência de herdeiros: a abertura da sucessão; a
devolução sucessória, ou delegação, e a aquisição da herança ou
adição. Abertura é o momento em que surge o direito sucessório;
devolução é o oferecimento da herança a quem de direito, e aquisição
é a investidura dos herdeiros nas relações jurídicas do autor da
herança.
72
reconhecimento de uma sociedade de fato, da qual se originou, em
esforço comum, bens e direitos. A existência de herdeiros
estabelecidos em lei é, a priori, a forma pela qual a herança é
distribuída. O art. 1829 do CC declara que concorrem na sucessão
legítima o “cônjuge sobrevivente”. Como as uniões homoafetivas não
são equiparadas ao casamento, não se reconhece o vínculo de
cônjuge ao sobrevivente nas mesmas. No entanto, julgando-se
merecedor da herança, o sobrevivente pode peticionar demanda
reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da
herança, ou parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou
mesmo sem o título, a possua (art. 1824).
Alguns casos isolados como nos autos da Apelação Cível no. 70001388982,
em 14 de março de 2001, tendo por Relator o Desembargador José Carlos
Teixeira Giorgis, a 7ª. Câmara Cível do Tribunal de Justiça, determinou a
divisão igualitária do patrimônio, concedendo a meação ao parceiro
sobrevivente e a herança à filha adotada pelo de cujus durante o convívio.
Desembargadores gaúchos reconhecem que há relacionamentos que, mesmo
sem a diversidade de sexos, atendem aos requisitos da afetividade,
estabilidade e ostensividade estabelecidos pelo artigo 226.
73
sobre o patrimônio formado por ele e seu companheiro, indeferindo
as pretensões de Dolores Bosshard, mãe de Jorge Guinle Filho.
74
tutela antecipada, garantiu, até o julgamento do mérito, a percepção
de auxílio-reclusão e pensão por morte do beneficiário. Embora tenha
um caráter administrativo, é a primeira normatização que contempla
vínculos homoafetivos. A instrução Normativa 25, de 07 de junho de
2000, do próprio INSS, regulou concessão de benefícios para
companheira ou companheiro homossexual, atendendo a
determinação da 3ª. Vara Previdenciária de Porto Alegre.
Além disso, há decisão que manda planos de saúde incluir o parceiro como
dependente do companheiro. Por outro lado, existem tribunais que não
reconhecem a união estável de par homossexual, por entender que juridicamente
este tipo de união não existe.
75
O Direito e a homossexualidade
76
cento do seu tempo para o sexo e a fêmea está eventualmente
disponível para o sexo. Embora tenha características femininas, o
homossexual, dentro de seu corpo masculino, teria essa mesma
predisposição do homem e estaria disponível para o sexo em todas
as oportunidades e com vários parceiros. Alguns estereótipos como o
do prostituto reforçariam essa concepção de que a homossexualidade
estaria ligada à promiscuidade.
77
efeminado e não se considerar homossexual por isso. O fato dele
fazer o papel de macho e outro fazer o papel de fêmea lhe confere a
identidade que julga ter, ou seja, a de homem. Provavelmente a
identificação de dominante em uma relação sexual onde o homem
permanece em cima da fêmea, por quase natural disposição, lhe
confere tal assertiva. Se considerarmos que o homem ainda tem a
imagem de ser o cabeça do casal, de dominante dentro de uma
família e do seu trabalho, e onde a mulher é relegada socialmente a
segundo plano, é fácil supor que aqueles que rejeitam a
masculinidade da forma como a conhecemos, é fácil supor que
aqueles que não se enquadram dentro desse padrão é visto como ser
subalterno ou inferior e passível, portanto, de dominação nas suas
mais variadas formas. A identificação de um homossexual dito ativo
se dá quando ele se junta com outro na forma de um casal.
78
que nossa vivência se extinga por falta de sucessores. Talvez os
preconceitos que tenhamos contra os homossexuais se derivem
desse nosso desejo de imortalidade através de nossos descendentes
e para os quais eles não se mostram aptos.
79
O Direito e a homossexualidade
80
isso. O problema recai sobre a sucessão, visto que a criança seria
apenas herdeira de seus bens e não daqueles conseguidos em
conjunto com seu parceiro. A solução mais viável, enquanto não se
legisla sobre o assunto, seria a adotar a forma testamentária para
transmissão dos bens de ambos, para um e outro, e, também para a
criança adotada por um deles.
81
internações, é comum nessas crianças, sem contar que elas podem
desenvolver um estado psicotizante, devido à insegurança produzida
pela insegurança advinda da falta de pais. Trata-se mais da quebra de
um paradigma, pois se um fato social se torna corriqueiro e normal,
passamos a aceita-lo como os demais. A convivência com pessoas
diferentes, com pensamentos e comportamentos diferentes faz parte
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, como diz o preâmbulo de nossa
Constituição. Convivermos com pessoas que não se encaixam em
nossos padrões que chamamos “normais” deveria ser um estímulo
para nossa própria evolução como seres humanos e não uma barreira
para isso.
82
sucessivamente, nunca chegaríamos ao final dele. Isso é algo tão
indiscutível que se pode calcular. Percorrendo meios caminhos nunca
se pode chegar ao final dele. Se Aquiles não desse uma vantagem às
tartarugas ele chegaria sempre antes delas. Para percorrer uma
distância de dez metros se quiséssemos fazê-lo apenas caminhando
metade dele de cada vez, não chegaríamos ao final. Metade de dez é
cinco. Estando a cinco passos do final, percorreríamos apenas dois e
meio e assim sucessivamente. Nunca chegaríamos ao final dele.
Talvez isso seja um lembrete de que não devamos deixar nada sem
um término. Talvez nossos problemas sejam iguais à tartaruga.
Nunca devemos lhes dar vantagens. Quando se tem que fazer algo,
devemos percorrer todo o caminho até seu final. Se somarmos todas
as meias-medidas, meias-verdades, meias-ações, nunca poderemos
ter algo completo. Um primeiro passo sempre é difícil e caminhar
muito mais, mas nada disso valerá a pena se pararmos onde o
caminho não é aquele onde queremos chegar. A soma das partes
nunca é igual ao todo. Pode ser menos ou pode ser mais. Ser mais é
um atributo que somente nós podemos lhe dar.
No que tange à sociedade, o Direito deve ser o principal mentor das reformas.
Ao termos a noção correto de como deveríamos ser e sabendo que somente
conseguiríamos isso através de uma base legal, nada mais certo que o Direito
se adiantasse e estabelecesse as reformas necessárias, baseando-se nas
pretensões que queremos ter como país soberano. Você pode estar imerso na
água, mas se dela não beber, sua sede continuará.
83
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08:45
92
Leis
LEI Nº. 10.948, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2001 - DISPÕE SOBRE AS
PENALIDADES A SEREM APLICADAS À PRÁTICA DE DISCRIMINAÇÃO EM
RAZÃO DE ORIENTAÇÃO SEXUAL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
Artigo 1º - Será punida, nos termos desta lei, toda manifestação
atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual,
bissexual ou transgênero.
Artigo 2º - Consideram-se atos atentatórios e discriminatórios dos
direitos individuais e coletivos dos cidadãos homossexuais, bissexuais
ou transgêneros, para os efeitos desta lei:
I - praticar qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória
ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica;
II - proibir o ingresso ou permanência em qualquer ambiente ou
estabelecimento público ou privado, aberto ao público;
III - praticar atendimento selecionado que não esteja devidamente
determinado em lei;
IV - preterir, sobretaxar ou impedir a hospedagem em hotéis, motéis,
pensões ou similares;
V - preterir, sobretaxar ou impedir a locação, compra, aquisição,
arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis de qualquer
finalidade;
VI - praticar o empregador, ou seu preposto, atos de demissão direta ou
indireta, em função da orientação sexual do empregado;
VII - inibir ou proibir a admissão ou o acesso profissional em qualquer
estabelecimento público ou privado em função da orientação sexual do
profissional;
VIII - proibir a livre expressão e manifestação de afetividade, sendo
estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos.
Artigo 3º - São passíveis de punição o cidadão, inclusive os detentores
de função pública, civil ou militar, e toda organização social ou empresa,
com ou sem fins lucrativos, de caráter privado ou público, instaladas
neste Estado, que intentarem contra o que dispõe esta lei.
Artigo 4º - A prática dos atos discriminatórios a que se refere esta lei
será apurada em processo administrativo, que terá início mediante:
I - reclamação do ofendido;
II - ato ou ofício de autoridade competente;
III - comunicado de organizações não-governamentais de defesa da
cidadania e direitos humanos.
Artigo 5º - O cidadão homossexual, bissexual ou transgênero que for
vítima dos atos discriminatórios poderá apresentar sua denúncia
pessoalmente ou por carta, telegrama, telex, via Internet ou fac-símile ao
órgão estadual competente e/ou a organizações não-governamentais de
defesa da cidadania e direitos humanos.
§ 1º - A denúncia deverá ser fundamentada por meio da descrição do
fato ou ato discriminatório, seguida da identificação de quem faz a
denúncia, garantindo-se, na forma da lei, o sigilo do denunciante.
§ 2º - Recebida a denúncia, competirá à Secretaria da Justiça e da
Defesa da Cidadania promover a instauração do processo administrativo
devido para apuração e imposição das penalidades cabíveis.
93
Artigo 6º - As penalidades aplicáveis aos que praticarem atos de
discriminação ou qualquer outro ato atentatório aos direitos e garantias
fundamentais da pessoa humana serão as seguintes:
I - advertência;
II - multa de 1000 (um mil) UFESPs - Unidades Fiscais do Estado de
São Paulo;
III - multa de 3000 (três mil) UFESPs - Unidades Fiscais do Estado de
São Paulo, em caso de reincidência;
IV - suspensão da licença estadual para funcionamento por 30 (trinta)
dias;
V - cassação da licença estadual para funcionamento.
§ 1º - As penas mencionadas nos incisos II a V deste artigo não se
aplicam aos órgãos e empresas públicas, cujos responsáveis serão
punidos na forma do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado
- Lei nº. 10.261, de 28 de outubro de 1968.
§ 2º - Os valores das multas poderão ser elevados em até 10 (dez)
vezes quando for verificado que, em razão do porte do estabelecimento,
resultarão inócuas.
§ 3º - Quando for imposta a pena prevista no inciso V supra, deverá ser
comunicada a autoridade responsável pela emissão da licença, que
providenciará a sua cassação, comunicando-se, igualmente, a
autoridade municipal para eventuais providências no âmbito de sua
competência.
Artigo 7º - Aos servidores públicos que, no exercício de suas funções
e/ou em repartição pública, por ação ou omissão, deixarem de cumprir
os dispositivos da presente lei, serão aplicadas as penalidades cabíveis
nos termos do Estatuto dos Funcionários Públicos.
Artigo 8º - O Poder Público disponibilizará cópias desta lei para que
sejam afixadas nos estabelecimentos e em locais de fácil leitura pelo
público em geral.
Artigo 9º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
94
I - Constrangimento;
IV - Atendimento diferenciado;
Art. 4º - Ao infrator desta Lei ou agente do Poder Público que por ação
ou omissão for responsável por práticas discriminatórias, serão
aplicadas as seguintes sanções:
I - suspensão;
II - afastamento definitivo.
IV - interdição do estabelecimento.
95
Art. 9º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas
todas as disposições em contrário.
96
averiguada por meio de procedimento apuratório, instaurado por órgão
competente, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
Art. 5º - Fica assegurada, na composição do Conselho Estadual de
Defesa dos Direitos Humanos, a participação de um representante das
entidades civis, legalmente reconhecidas, voltadas para a defesa do
direito à liberdade de orientação sexual.
Art. 6º - Fica o Poder Executivo autorizado a criar, na estrutura da
administração pública estadual, um centro de referência voltado para a
defesa do direito à liberdade de orientação sexual, que contará com os
recursos do Fundo Estadual de Promoção dos Direitos Humanos.
Parágrafo único - Até que se crie o centro de referência de que trata este
artigo, os valores pecuniários recolhidos na forma do inciso II do artigo
3º serão destinados integralmente ao Fundo Estadual de Promoção dos
Direitos Humanos.
Art. 7º - O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de sessenta
dias contados da data de sua publicação, por meio de ato em que se
estabelecerão, entre outros fatores: I - o mecanismo de recebimento de
denúncia ou representação fundada nesta Lei; II - as formas de
apuração de denúncia ou representação; III - a graduação das infrações
e as respectivas sanções; IV - a garantia de ampla defesa dos
denunciados.
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º - Revogam-se as disposições em contrário.
97
A necessidade da evolução
Dizem que nossa evolução será mais cerebral que física e aqueles que
detêm um maior número de conexões em seu cérebro são aqueles
que terão mais facilidades em sobreviverem ao nosso próprio meio
ambiente onde a necessidade de lidar com muitas situações
diferentes ao mesmo tempo é cada vez maior. Temos que ter sintonia
com diversos pontos no mesmo instante e cada informação que nos
chega é processada em vários centros dentro de nosso cérebro o que
induz e provoca reações físicas.
98
se sintam como se viessem de outro planeta. Talvez isso explique
porque algumas pessoas não consigam assimilar a lógica básica que
rege as demais. Talvez elas saibam que não são mais neanderthais ao
mesmo tempo em que não sabem o que são.
www.jurisway.org.br.
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