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humanos, são sem dúvida as oficinas da humanidade."
( Comenius )
Escola Secundária C/ 3º Ciclo João Gonçalves Zarco
Moção de apelo à suspensão do presente modelo de avaliação docente
Exmo Sr. Presidente da República
Exmo Sr. Primeiro Ministro
Srs Deputados da Assembleia da República
Srª Ministra da Educação
Srª Directora da Direcção Regional do Norte
Sr. Presidente do Conselho Geral Transitório
Sr. Presidente do Conselho Executivo
Sr. Presidente do Conselho Pedagógico
1. O CCAP, no relatório “Princípios orientadores sobre a organização do Processo de
Avaliação”, alertou expressamente o M. E. quanto “ao risco de a avaliação se
constituir num acto irrelevante para o desenvolvimento profissional dos docentes, sem
impacto na melhoria da aprendizagem dos alunos”.
2. A credibilidade do próprio modelo é posto em causa quando aponta para a inclusão
dos resultados dos alunos como factor relevante na avaliação de cada docente, como
se o sucesso escolar dependesse exclusivamente do professor.
3. Como é visível este modelo nem a distinção entre sucesso escolar e sucesso
educativo é capaz de fazer. O que é, no mínimo, estranho!
4. A avaliação entre pares, estabelecendo um sistema hierárquico artificial (através da
distinção entre professores titulares e não titulares – “apenas” professores ) dá lugar a
situações que descredibilizam o próprio processo e retiramlhe legitimidade.
4.1. Por exemplo, vejase o caso dos Presidentes dos Conselhos Executivos, e
simultaneamente dos Conselhos Pedagógicos, não precisarem de ser Titulares o que
entra em contradição com o facto de estar consagrado que cabe aos professores
Titulares desempenharem as funções de maior responsabilidade nas Escolas sendo,
por isso, tido como um grupo altamente qualificado.
Ou será que a presidência do Conselho Executivo e do Conselho Pedagógico não são
cargos de altíssima responsabilidade???
5. Este modelo de avaliação de desempenho é excessivamente burocrático, obrigando
ao preenchimento de um grande número de parâmetros e de fichas, à organização e
disponibilização de documentos diversos e a uma complexidade absurda de
indicadores. É, em vários aspectos, um atentado à legalidade, colidindo com
normativos consignados no Código do Procedimento Administrativo, nos Desp.
Normativos nº1/2005 e 10/2004 (avaliação dos alunos do Ensino Básico e Ensino
Secundário) e no próprio ECD.
6. A esta complexidade e burocracia, acresce a não atribuição às Escolas e aos
docentes de condições efectivas de trabalho para a sua implementação.
6.1 Estimase que para avaliar 130 professores (informação fornecida pela Escola D.
João V – referência objectiva para pensarmos o que poderá acontecer nesta escola
cujo número de docentes ultrapassa em dezenas aquele número!) é necessário
disponibilizar 1560 horas por ano (é só fazer as contas!). Ora, este impensável número
de horas não está enquadrado (é possível que esteja?) no horário dos
professores.
Assim (embora muito mais houvesse a acrescentar), e porque OS PROFESSORES (na
sua maioria) SÃO SÉRIOS! QUEREM ENSINAR E QUEREM QUE OS SEUS
ALUNOS APRENDAM PORQUE SERÃO ELES A COLHER AMANHÃ OS
FRUTOS DAS SEMENTES QUE LANÇARMOS HOJE, vimos solicitar que seja
seriamente tida em conta a sucinta e rigorosa reflexão que aqui expomos,
EXIGINDO, a bem da FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO EM PORTUGAL E
DIGNIFICAÇÃO DE QUEM AS OBTEM, ASSIM COMO DOS PROFESSORES
QUE PARA ELAS CONTRIBUEM DIARIAMENTE E ANO APÓS ANO, A
IMEDIATA SUSPENSÃO DO DECRETOLEI
Nº2/2008.