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EDUCAÇÃO E TRADICIONALISMO: UM ESPAÇO PARA A CULTURA GAÚCHA

NA ESCOLA

Cristiane Müller1
Jamily Charão Vargas2
Clóvis Renan Jacques Guterres3

Resumo

Este trabalho está embasado no projeto “Ressignificando o Folclore e a Cultura


tradicionalista gaúcha através do contexto escolar” que tem como tema central ressignificar a
tradição gaúcha, buscando na escola um espaço para preservá-la e vivenciá-la. Para isso
abordam-se aspectos culturais do Rio Grande do Sul no decorrer das aulas, articulando tais
questões aos conteúdos programáticos do currículo escolar. Assim, será possível instigar os
alunos da 4° série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Helena a resgatarem e
ressignificarem algumas vivências do tradicionalismo gaúcho em seu cotidiano, para
conhecerem e reconstruírem costumes e hábitos, passados de geração em geração e que, por
muitas vezes, são esquecidos no tempo, pela evolução da sociedade. Este trabalho está
fundamentado em teóricos como Barboza (1996) e Fagundes (1996) que apontam à
importância de resgatar aspectos da cultura de nosso estado, mostrando possibilidades de
inserir este assunto na educação formal do Rio Grande do Sul. Essa abordagem é possível
através da realização de oficinas que são desenvolvidas em horário de aula, durante uma hora
semanal. Cada oficina tem a duração de, aproximadamente, quatro encontros e contemplam
temas específicos ligados à cultura tradicionalista gaúcha, como danças, indumentárias,
lendas, poesias, brincadeiras, história, entre outros aspectos.

Palavras-chave: Cultura Gaúcha - Ressignificação – Currículo.

DESENVOLVENDO A PESQUISA

Neste artigo o objetivo é se exporem reflexões acerca da prática que vem sendo
realizada por acadêmicas preocupadas em ressignificar a cultura tradicionalista gaúcha dentro
do ambiente escolar, de modo que possa proporcionar aos alunos o conhecimento e as
vivências desta cultura, não deixando morrer sua presença em meio a tantas mudanças e
novidades da atualidade.
Desse modo, o presente trabalho começou a ser realizado neste ano, impulsionado pela
inquietação e necessidade em cultivar alguns aspectos da tradição gaúcha, dentro do espaço

1
Acadêmica do Curso de Pedagogia Habilitação Pré-Escola – CE/UFSM
2
Acadêmica do Curso de Pedagogia Habilitação Séries Iniciais – CE/UFSM
3
Professor Orientador. Prof. Dr°,UFSM.
2

das salas de aulas, visto que a cultura e folclore de nosso estado são um legado muito forte,
acreditando-se, por isso, que deve ser mais valorizado entre os gaúchos. Assim, na realização
deste trabalho, procura-se responder ao seguinte problema: é possível resgatar e ressignificar
aspectos da cultura gaúcha dentro do contexto escolar, vinculando-os ao currículo
programático e aos saberes dos alunos?
Desse modo, procura-se estudar a cultura gaúcha, embasando-se em pesquisas de
teóricos gaúchos como Barboza (1996) e Fagundes (1996), quando esses resgatam aspectos da
cultura de nosso estado, mostrando as possibilidades e a importância de inserir tal assunto na
educação formal do Rio Grande do Sul.
No primeiro momento do trabalho, foi analisado o conhecimento que os alunos já
possuíam sobre a cultura gaúcha, bem como as vivências dentro de espaços tradicionalistas. A
partir dos saberes já construídos, oportunizaram-se às crianças vivências de aspectos da
cultura gaúcha dentro do ambiente escolar, de maneira lúdica e dinâmica, promovendo a
integração desses com os conteúdos programáticos do currículo da escola. Isso foi possível
por meio da articulação do currículo escolar com os valores e conceitos culturais como: a
elaboração de problemas matemáticos com os preços da indumentária; a interpretação de
textos a partir de poesias gauchescas, músicas nativistas e o Hino Rio-Grandense; a
introdução de aspectos da história e geografia do Estado a partir de músicas, lendas e
símbolos; a valorização do tema transversal pluralidade cultural, através do estudo das
influências étnicas que formam a cultura gaúcha.
Acredita-se que, oportunizando tais vivências para os alunos e professores, será
possível a valorização de questões de nossa terra em um espaço de ampliação e construção de
saberes que é a escola, o que ajudará para a valorização da essência do “ser gaúcho” na
sociedade de hoje. É importante destacar que, como a sociedade e a escola vivenciam um
processo de evolução tecnológica, econômica e social, também a tradição gaúcha passa por
inevitáveis mudanças. São essas transformações, decorrentes da evolução social que, muitas
vezes, fazem desaparecer questões, fatos e informações importantes referentes à cultura de
nosso povo, o que acaba por enfraquecer e empobrecer as manifestações gaúchas.
Uma vez que a escola é o reflexo da sociedade em que estamos inseridos e se deve
valorizar e trazer, para dentro da sala de aula, questões polêmicas e vivenciadas no cotidiano,
alerta-se para as existentes hoje em torno das questões pertinentes à identidade da cultura
gaúcha. Assim, estão sempre presentes nas discussões dos alunos o que a mídia está trazendo,
atualmente, como os conjuntos musicais que descaracterizam a cultura nativista e mesclam
traços culturais estranhos ao estado.
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Este trabalho, porém, não é contra a evolução e as mudanças dentro da cultura gaúcha,
desde que estas não venham a descaracterizá-la. Desse modo, reporta-se à importância de
preservá-la no tempo e espaço em que estamos, ou seja, não negando os avanços da
sociedade, mas reconstruindo o seu significado a partir das perspectivas atuais, ou seja,
ressignificando-a no contexto escolar.
Todavia, não se pode esquecer de aspectos que a cultura deve conservar para que não
perca sua identidade. Sobre isso Fagundes (1996, p. 9) afirma que “hoje é impossível, ao
simples olhar, distinguir a procedência de um conjunto, desses impropriamente chamados
folclóricos. Isso porque tais conjuntos perderam as peculiaridades regionais.” Assim, percebe-
se a necessidade de, embora aceitando a evolução e reconstruindo conceitos do tradicional,
conservar peculiaridades ligadas às heranças gaúchas, para que nossa cultura não acabe
substituída por “um americanismo maciço” como coloca o autor acima.
Desse modo, acredita-se na necessidade de cultuar o tradicionalismo do Rio Grande do
Sul para que esse não acabe apenas como um fato histórico ou pereça diante das
descaracterizações, mas permaneça vivo, de acordo com a sociedade contemporânea.
A cultura tradicionalista gaúcha, quando não cultivada em seus Centros de Tradições
Gaúchas (CTG), geralmente, apenas é lembrada pela sociedade na Semana Farroupilha,
quando aparecem as tradicionais comemorações, fandangos, cavalgadas e propagandas
comerciais referentes a este momento. Esta, muitas vezes, esquece o verdadeiro sentido da
tradição, não a vivencia em seu cotidiano ou também não valoriza questões referentes ao
tradicionalismo que, sem perceber, cultivam no seu dia-dia, como o simples fato de cevar e
tomar o mate, fazer o churrasco ou o carreteiro, escutar músicas nativas, recitar poesias,
conhecer lendas, participar de jogos e brincadeiras tradicionais, etc.
Também a escola, na maioria das vezes, não aproveita todas as possibilidades de
desenvolver trabalhos significativos abordando tais questões. A cultura tradicionalista acaba
sendo lembrada e trabalhada nas aulas apenas na semana do gaúcho, na pretensão de se
realizarem apresentações e festividades. Assim, muitas vezes, as crianças nem conhecem o
sentido desta comemoração, não atribuindo nenhum valor às atividades desenvolvidas durante
a semana. Algo tão importante como a nossa cultura, acaba sendo banalizado.
Segundo Brougère (1994, p.40):

Toda a socialização pressupõe apropriação da cultura compartilhada por toda a


sociedade ou parte dela. A impregnação cultural, ou seja, o mecanismo pelo qual a
criança dispõe de elementos dessa cultura passa, entre outras coisas, pela confrontação
com imagens, com representações e com formas diversas e variadas.
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O ser humano tem uma necessidade de dominar as representações, imagens, símbolos


ou significados e a cultura, além do real, é composta por estes elementos.
Todos conhecem a bandeira e o brasão Rio-Grandense, entretanto poucos sabem seus
significados; muitos conhecem e até criticam a indumentária, porém poucos percebem seus
detalhes e seu contexto; a grande maioria das pessoas toma chimarrão e come churrasco,
entretanto não sabem que estão preservando a tradição. São nos simples fatos do cotidiano e
nos conhecimentos do senso comum que está presente a essência do gaúcho e isso deve ser
lembrado e apreendido na escola, para que não passe como algo desvinculado à cultura.
Nesse sentido, é preciso desmistificar a premissa de que só é possível cultivar a
tradição gaúcha participando de espaços tradicionalistas e aceitar o fato de que podemos
cultuar nossas raízes em lugares e espaços variados, começando pelas próprias escolas,
instituições de construção de conhecimentos. Assim, os educadores, na variedade de funções
que lhe são atribuídas, podem e devem contribuir para a divulgação, ressignificação e cultivo
do folclore e tradição gaúcha. Como afirma Barbosa (1996, p.7 - 8)

Priorizo sempre o folclore e o tradicionalismo como intenção e recurso da educação


sistemática. Tenho convicção de que, cada vez mais, as instituições (escola, centro de
tradições, grupo comunitário) devem assumir o papel de resgate e transmissão de
nossas raízes mais autênticas, o que antigamente era quase que exclusiva das famílias
e do grupo social mais próximo.

Desse modo, este trabalho vai ao encontro das idéias da autora citada, pois se acredita
na importância e até mesmo na necessidade de a escola manter viva a autenticidade da cultura
regional, utilizando os recursos e os elementos presentes no cotidiano.
No pressuposto de que a sobrevivência dessa cultura acontece mais facilmente e
verdadeiramente no momento em que ela é conhecida e vivenciada desde cedo pelas crianças,
acredita-se ser relevante a disseminação e ressignificação do tradicionalismo gaúcho dentro
do espaço escolar, abordando aspectos culturais do Rio Grande do Sul no decorrer das aulas e
articulando tais questões aos conteúdos programáticos do currículo.
Do mesmo modo, este trabalho vem ao encontro dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN), quando esse aponta como tema transversal a Pluralidade Cultural. Segundo
esse documento (1997, p. 15)

Esse é um trabalho que, embora complexo, pode ser prazeroso e motivador na sala de
aula, por falar de perto da realidade de vida daqueles que ali ensinam e aprendem, pela
enriquecedora oportunidade de conhecer as histórias de dignidade, de conquistas e de
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criação, de culturas e povos que constituem o Brasil, de tudo que, sendo diverso,
valoriza a singularidade de cada um e de todos.

A justificativa do tema transversal Pluralidade Cultural, segundo os Parâmetros


Curriculares Nacionais, alerta para as manifestações de racismo, as discriminações social e
étnica por parte de professores, alunos e da equipe escolar, ainda que de maneira involuntária
e inconsciente. Segundo esse documento (1997, p. 15), “esse é um trabalho que, embora
complexo, pode ser prazeroso e motivador na sala de aula, por falar de perto da realidade de
vida daqueles que ali ensinam e aprendem”. Nesse sentido, a escola deve tratar do
desenvolvimento de atitudes e valores e da formação de novos comportamentos, tendo como
desafio interligar os conteúdos que se aprendem na escola à vida da sociedade.
Assim, por meio de atividades que envolvem os elementos da cultura gaúcha, também
é possível o desenvolvimento desse tema transversal, uma vez que contribui para o processo
de valorização de uma cultura que, muitas vezes, vem a ser discriminada por falta de
conhecimento.
Tratando-se da cultura vista como um viés para a educação, esta deve, portanto, estar
inserida na escola. Kramer; Leite (1998, p.07) colocam que “sabemos que a cultura é
produzida nas mais diferentes instâncias da vida social, mas a escola – por seu caráter de
obrigatoriedade – desempenha, em relação à disseminação da cultura, um papel fundamental”.
Esse comentário traz, em suas entrelinhas a importância de espaços que proporcionem
vivências, pois uma vez que isso for feito, a instituição estará disseminando a cultura.
A cultura gaúcha é peculiar uma vez que é constituída pelas influências de várias
outras culturas, como a indígena, espanhola, portuguesa, a negra, entre outras. Esse trabalho
em sala de aula releva, direta ou indiretamente, a realidade social e cultural do aluno, pois traz
imbricada, relações com muitas outras culturas.
Ao comentar sobre essa interação do indivíduo no meio social, Rego (1995, p. 55)
declara que:

A partir de sua inserção num dado contexto cultural, de sua interação com membros
de seu grupo e de sua participação em práticas sociais historicamente construídas, a
criança incorpora ativamente as formas de comportamento já consolidada na
experiência humana.

Assim, percebe-se que o homem é visto como um ser essencialmente social, não sendo
desvinculado de uma cultura e de um grupo, o que lhe atribui a qualidade de ser histórico, que
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deve ser respeitado seja qual for sua cultura ou etnia. É a partir dessa interação que a criança
vai desenvolver e introduzir comportamentos referentes à sociedade em que vive.
Dessa forma, é inerente à escola o fato de respeitar todas as manifestações populares
vindas das diversas culturas e, principalmente, aqui no Rio Grande do Sul, é muito importante
contribuir para a divulgação da nossa cultura gaúcha devido à sua formação diversificada.
Para isso se concretizar, é possível a realização de diversas atividades, as quais resgatam e dão
oportunidade de vivenciar fatos folclóricos, sabendo reconhecê-los como históricos (os que já
perderam a função, não sendo mais vividos, somente simbolizando o passado), vigente (os
que continuam resistindo ao tempo há mais de 25 anos) e nascentes (os que não possuem
característica de tradicionalidade, tendo menos de 25 anos).
Assim, considera-se muito importante que os alunos conheçam os principais
acontecimentos históricos que marcaram o Rio Grande do Sul, grandes nomes da história e os
órgãos oficiais que cultivam e regulamentam a prática tradicionalista, pois assim, constroem-
se sujeitos conscientes, críticos e ativos na nossa sociedade.

ABORDAGEM METODOLÓGICA
Essa abordagem vem sendo possível por meio da realização de oficinas que são
desenvolvidas em horário de aula, no período de uma hora semanal para cada turma. Cada
oficina tem a duração de, aproximadamente, quatro encontros e contemplam temas
específicos ligados à cultura tradicionalista do Rio Grande do Sul, como símbolos, danças,
indumentárias, lendas, poesias, brincadeiras, história, etc.
A metodologia segue uma abordagem qualitativa, baseando-se, entre outros, nos
estudos de Bogdan; Biklen, utilizando o método de pesquisa-ação. Esses autores (1994, p.
296) afirmam que “quando os investigadores da investigação-ação recolhem os dados a bem
de uma determinada causa social, fazem-no com o objetivo de modificar as práticas existentes
de discriminação”.
Dessa forma, procura-se ir além da investigação sobre o tema em questão, para
também suprimir ações de preconceito e promover ações conscientes que relevam o seu
contexto e suas práticas, proporcionando um maior entendimento dessas, de modo que se
construam novas concepções a respeito da cultura gaúcha, não permitindo ações que
desvalorizem ou discriminem o legado histórico, cultural e folclórico do Estado.
Sobre a pesquisa-ação, Thiollent (1994, p.14) acredita que,
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[...]a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e
realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema
coletivo e na qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou
do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

Desse modo, na medida em que se pesquisa acerca do conhecimento cultural dos


alunos, os pesquisadores interagem de forma participativa com eles, desempenhando um
papel ativo. Assim, através de um aprofundamento teórico sobre a constituição do legado
histórico gaúcho e de elementos do tradicionalismo, é possível a inserção desses temas na
educação formal, articulá-los de forma coesa ao currículo das escolas, considerando as
práticas sociais.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer destas práticas, pôde-se perceber que a turma envolveu-se bastante nas
questões ligadas à cultura tradicionalista gaúcha, trazendo materiais e relatos de histórias
vivenciadas por eles e por familiares. Também os professores da escola mostraram-se sempre
muito disponíveis em colaborar e afirmam que este é um trabalho que vem mostrando
resultados significativos, principalmente através da programação da Semana Farroupilha que
envolve os alunos, a direção da escola e os familiares.
A partir dos conhecimentos proporcionados por este trabalho, as crianças passaram a
ter um posicionamento mais crítico em relação às polêmicas que envolvem o tradicionalismo,
bem como nas questões referentes ao cotidiano. Muitos que tinham vergonha de usar a
indumentária, hoje a reconhecem como um traje respeitado e a vestem até para ir à aula;
alguns que não tinham conhecimento dos símbolos dos Rio Grande do Sul, hoje além de
preservarem, transmitem para a família.
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Referências Bibliográficas

BARBOZA, Maria Cândida. Aspectos de Folclore – Tradição – Cultura do Rio Grande do


Sul: Fundamentos básicos para quem quer conhecer e divulgar a cultura gaúcha. Passo Fundo:
Gráfica e Editora Pe Berthier, 1996.
BOGDAN, Robert C.; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação Qualitativa em Educação: uma
introdução à teoria e aos métodos. 4 ed. Porto: Porto, 1994.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
pluralidade cultural, orientação sexual. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e Cultura. São Paulo: Cortez, 1995.
FAGUNDES, Augusto Antônio. Indumentária Gaúcha. 7. ed. Martins Livreiro-Editor,
1996.
KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel Ferraz Pereira. Infância e produção Cultural.
Campinas, SP: Papirus, 1998.
REGO, T. C. Vigotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1995.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-ação. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1994.
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Nome da apresentadora: Cristiane Müller


CPF: 007.695.220-76
Vinculo institucional: acadêmica do 7° Semestre do Curso de Pedagogia Pré-escola da
Universidade Federal de Santa Maria.
Modo de apresentação: comunicação oral.
Recurso necessário: data show.

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