Após a exibição do filme “Verdade Inconveniente” de
All Gore é impossível não acordar para a realidade nele apresentada. Para mim, foi uma tomada de consciência por isso, dei esse nome ao meu trabalho, no mínimo assustadora pois, como os demais habitantes deste planeta pensam, e como o próprio filme demonstra, dizemos sempre… “Isso não é bem assim, também não é tão grave, estão a exagerar….” A verdade é que, não estamos a exagerar e, temos que pensar muito bem, o que queremos para o futuro da Humanidade. Sozinho, será impossível, em conjunto, será possível no mínimo, não estragar mais o que já está e, tentar conservar o que ainda se pode salvar, pois…
“Somos Nós que fazemos
parte deste Planeta e não o Planeta parte de Nós” Tomada de consciência….
Pode parecer incrível que, eu, aos 49 anos, tenha
tido uma tomada de consciência, no mínimo assustadora, no que o nosso belo Planeta azul, se pode vir a tornar, daqui a alguns anos, e, não serão tantos quanto isso. Dizer que não sabia que, o nosso planeta corre vários riscos ambientais, será talvez exagerado. Claro que sim, pois, devido à minha idade, já me foi permitido viver em duas realidades bem diferentes. Nasci numa região do Alentejo onde, os dias e as estações do ano corriam normalmente. Os alimentos na sua maioria, vinham da horta, o peixe do rio e a carne dos animais criados em casa. Tudo era saudável, sem grande necessidade de adubos ou pesticidas. As alterações climatéricas descontroladas, não se faziam sentir como agora. Os Invernos eram frios, chuvosos, os Verões quentes e secos, a Primavera existia e conseguia-se perceber quando chegava, pois as andorinhas não faltavam à sua chegada a 21 de Março, o Outono também, tudo isto na devida altura e de acordo com a nossa localização geográfica. As pessoas viviam de forma calma, sem o stress dos dias de hoje, não havendo tantos automóveis, as indústrias eram mais rudimentares, mas também menos poluentes. Existiam em menor número, não se sentia a necessidade de acelerar os processos de transformação. Os temas como a poluição ambiental, reciclagem, gases tóxicos, camada de ozono, dióxido de carbono, degelo, tornados ou furacões, era algo que não se falava, nem tão pouco aconteciam frequentemente como hoje em dia. Certo é que talvez já existissem alguns problemas, mas não com a dimensão que se faz sentir actualmente. Como é que, a humanidade chegou alguns anos depois, ao ponto assustador e dramático em que o nosso planeta se encontra? Onde é que errámos? Enquanto sociedade, mas mais importante e grave, enquanto países, a que todos nós pertencemos, neste mundo que teimamos em destruir, e tão poucos tentam salvar. A industrialização, o crescimento populacional, a tecnologia, a ciência, as experiencia no campo ambiental, os interesses económicos, todos têm contribuído para as alterações drásticas que o nosso sistema estrutural tem sofrido. A situação agrava-se com a revolução industrial e a explosão demográfica. Surgiu uma grande quantidade de indústrias, o seu desenvolvimento, levou a uma maior concentração populacional de forma desorganizada e pouco recomendável contribuindo assim para uma maior poluição por parte destas, nas imediações das mesmas, por necessidade das populações manterem o seu meio de sobrevivência (emprego). O não respeito pelas normas de segurança, na eliminação de gases como o dióxido de carbono, o dióxido de enxofre, o óxido de azoto e principalmente os CFC (Clorofluorocarbonetos), que está cientificamente provado, que a sua emissão para a atmosfera, é causada pelo ser humano e tem aumentado ao longo do tempo, fez com que todo o planeta se debruçasse sobre este fenómeno que, nos está a custar o aumento de temperaturas e consequente efeito de estufa. Para tal, os países reuniram-se e elaboraram, o tratado de Quioto, no qual, todos eles se comprometeram, a controlar a emissão de gases para a atmosfera. Os Estados Unidos, país talvez mais poluente e a Austrália, não assinaram o tratado. Um contra censo, pois os mais variadíssimos estudos partiram dos Estados Unidos, todas as analises feitas, em que se demonstra que o Planeta, corre vários riscos de não conseguir recuperar, foram feitos aí, e são precisamente, os seus governantes que contestam, as conclusões que os seus cientistas comprovam, achando que, estão a exagerar em relação aos dados e gráficos apresentados. A realidade não é nada reconfortante, para quem só tem este planeta para viver. O que acontece, é que a emissão de gases nocivos para a atmosfera, aumenta a temperatura à face da Terra, uma vez que, eles retêm o calor provocando o efeito de estufa e o aquecimento global, pois se analisarmos os gráficos, do dióxido de carbono e da temperatura, podemos ver que, eles encaixam na perfeição, ou seja, o aumento do dióxido de carbono leva a um aumento da temperatura e a diminuição do dióxido de carbono, a uma diminuição da temperatura. O efeito de estufa, não é só causado pela emissão de gases, como também, pelas partículas finas que retêm o calor. Ora a existência da camada atmosférica no nosso planeta é essencial e, apesar de ela ter que ser fina, para puder deixar passar o calor necessário e eliminar o excedente, nos últimos tempos a sua espessura tem vindo a aumentar. O calor, é-nos fornecido pelos raios solares que, incidem na Terra e são reflectidos através de raios infravermelhos, havendo uma maior espessura na camada da atmosfera, esses raios, ficam retidos, provocando uma subida da temperatura. Por estas razoes, há um aquecimento global que, tem variadíssimas consequências para o Planeta Terra. O degelo dos calotes polares leva-nos a uma diminuição de água doce acabando com os tempos por desaparecer, pondo em causa toda a vida existente no Planeta.
A subida do nível das águas do mar, provocando
inundações e submergindo parte da costa. O aumento da temperatura origina fortes tempestades, furacões, tornados (ex: E.U.A., Japão etc.) havendo destruição, mortes, refugiados. Quando a temperatura da água aumenta, aumenta também a velocidade do vento, havendo maior evaporação. A diminuição da espessura dos glaciares, que sem eles o urso polar não poderá sobreviver pois são necessários para se refugiar não conseguindo nadar por tempo indeterminado à procura de um sítio para descansar.
Os ecossistemas desequilibrados, e as condições de
vida do Planeta afectadas. A falta de alimentos, as alterações dos ciclos reprodutivos, a extinção das espécies, as novas doenças, os insectos, os parasitas, enfim, tudo o que poderia ser evitado, caso as sociedades respeitassem mais o planeta onde habitam. O nosso planeta está a caminhar para a destruição. Daqui a uns anos, poderemos deixar de respirar ar puro, logo os problemas respiratórios que já se vão sentido agravar-se-ão, e com eles novas doenças que a humanidade terá que enfrentar desconhecendo-se se terão a capacidade de se adaptar a uma nova realidade ou se acabará por se extinguir. É certo, que cada vez mais, as populações vão tomando consciência, corrigindo alguns maus hábitos, levantando também, cada vez mais, por todo o Mundo, as suas vozes de protesto, perante a destruição passiva, a qual, vamos assistindo como principais intervenientes, mas pensando ser, apenas meros espectadores. Os países, também estão a adoptar novas medidas, para a redução da emissão de gases, tentando evitar certas situações previstas, contudo, todos sabemos que, cada país tem a sua política, e cada política, tem a sua maneira de pensar, encarar e resolver os problemas ambientais. Só com o esforço de todos, se poderia talvez minimizar os danos. Criar mais espaços verdes, plantar mais árvores, fazer mais campanhas de sensibilização, não destruir os espaços verdes para neles construir, aumentar os transportes públicos e utiliza-los mais, investir em energias renováveis cumprindo com os valores de emissão de gases estipulados, embora estes se continuarmos voltados de costas para o problema tenham que vir a ser revisto e como consequência diminuídos, são alguns dos pequenos gestos que podemos fazer, em favor da natureza e deste modo evitar alguns problemas futuros. A minha “revolta” é igual `minha pergunta assim como ao meu espanto… O porquê dos Estados Unidos da América não ter assinado o tratado, sendo este, a maior potência mundial e uma das mais poluentes, mas mais incrédulo é, também esta, ser uma das mais afectadas, por todas as alterações climatéricas, é assolado várias vezes ao ano, por tornados, furacões, inundações, levando a que as suas populações sofram a cada catástrofe.
Não teriam que ser eles os primeiros a assinar?
Na minha opinião acho que sim.
Conclusão
Todos nós assistimos à destruição do nosso planeta
e temos consciência da sua gravidade. A pergunta que fica é… O que é que teremos que fazer, para além do que está a ser feito, para evitar tal acontecimento? Muito pouco tem se feito e a um ritmo muito lento e de acordo com interesses políticos, económicos dos grandes lóbis existentes, são eles os principais responsáveis por tudo aquilo que estamos a viver, são eles que detêm o poder de alterar o rumo que estamos a traçar para o planeta. Possivelmente, nada do que façamos agora, nos poderá salvar dos anos que levámos a maltratar, e a contribuir para o ponto do não retorno em que nos encontramos. Agora, cabe-nos salvar o pouco que resta, pois tudo o que para trás foi destruído não terá forma de recuperação. A Greenpeace, há anos que alerta para a destruição do planeta, para a extinção das espécies, para a destruição dos oceanos, e nunca foi ouvida, levou a cabo situações estremas e nunca teve nenhum governo que lhe desse ouvidos. Porquê? Porque não interessava, porque os países, as sociedades, as pessoas têm necessidades de consumo, cada vez mais urgentes, cada vez mais modernas. O progresso, o satisfazer das necessidades, do conforto, não pode esperar, estes têm sido suportados à custa do planeta onde vivemos. Mesmo agora, o que fazemos, as medidas que tomamos são poucas para o estado de destruição em que se encontra o Planeta. Não basta definir medidas, estratégias, fazer conferências, mostrar gráficos, há que agir, e estar dispostos a alguns sacrifícios. Pensarmos no progresso, bem-estar, conforto, evolução, mantendo presente que tudo isto só tem razão de existir se tivermos Planeta para viver, assim sendo, teremos que ter em conta os impactos ambientais e evitar deste modo o fim de um Planeta que poderá vir a existir sem nós mas nós nunca poderemos viver sem ele. De todas as espécies que o habitam o ser humano foi aquele que mais interferiu na sua alteração estrutural, em nome da sua evolução. Porque precisamos de melhores condições de vida, destroem-se florestas para construir casas, porque precisamos de conforto constroem-se barragens para produzir electricidade, porque necessitamos de nos deslocar cada vez mais longe, inventamos meios de transporte cada vez mais rápidos e poluentes e porque queremos evoluir criamos indústrias. Só agora, passados alguns anos, damos conta que, com todas essas necessidades evolutivas, destruímos sem ponto de retorno, o Planeta onde vivemos.