You are on page 1of 16

Protecção e

valorização do
Património Natural

Póvoa de Varzim
O concelho da Póvoa de Varzim está
inserido numa das regiões mais
profundamente humanizadas do
Noroeste Peninsular . Com efeito, a
ocupação humana permanente
desta região remonta
comprovadamente ao Neolítico e
desde aí a riqueza e produtividade
dos solos levaram à sua exploração
continuada.
Destes milhares de anos de
povoamento intenso não sobrou
muito de paisagem natural,
podemos mesmo dizer que no
concelho não haverá um
centímetro de terreno, cujo
revestimento vegetal, aspecto e
fauna não tenha sido directa ou
indirectamente resultado de
acção humana.
Esta humanização da paisagem
teve aspectos que beneficiaram
o ambiente, diversificaram os
ecossistemas e criaram novos 
nichos ecológicos. Durante
milénios o Homem manteve a
região um sábio equilíbrio entre
forças da natureza e as suas
necessidades. O Mar também foi
explorado de forma equilibrada,
fazendo da Póvoa o grande
centro abastecedor de pescado
ao Norte de Portugal.
A riqueza da região fez com que esta
zona se tornasse uma das mais
densamente povoadas
As viagens marítimas e a emigração
foram canalizando os excessos
demográficos para outras paragens.
Desde meados da década de 50 o
equilíbrio com a Natureza sofreu uma
viragem. A introdução dos adubos
químicos em larga escala, a que se
seguiram os pesticidas e herbicidas,
provocaram autênticas mortalidades
nas espécies animais.
desaparecimento de sebes e bosques, que
existiam entre os campos, sustentando e
protegendo uma numerosa fauna
selvagem. Por sua vez o abandono das
práticas agrícolas e pecuárias tradicionais,
trouxe a desvalorização dos espaços
florestais como elemento imprescindível
da economia rural, acarretando o desleixo
e descuido sobre esses locais. O aumento
dos incêndios florestais, favorecido pelos
tojos e giestais, levou o agricultor e
proprietário florestal a encarar esses
espaços como pouco rentáveis e
susceptíveis de serem abandonados e
transformados em matagais, ou pior,
convertidos em eucaliptais que se tornam
autênticos desertos ecológicos, não
Ao abandono e decadência da floresta
sucedeu o florescimento exagerado de
espécies intrusivas e infestantes, como
a mimosa e austrália, que hoje ocupam
largos sectores da floresta dentro do
Concelho, com consequências graves
para o equilíbrio natural, dado serem
espécies que não só toleram o fogo
como na sequência de incêndios
invadem os terrenos antecipando-se ao
desenvolvimento e colonização de
outras espécies botânicas.
O desenvolvimento da prática da caça
ao longo deste século, bem como as
campanhas contra os "nocivos", veio
igualmente reduzir a diversidade
zoológica da região. Quantas vezes não
sabemos da existência desta ou aquela
espécie cinegética pelas recordações
de antigos caçadores quando
relembram as perdizes, as lebres, os
patos bravos, narcejas e galinholas ou
até impensáveis abetardas e sisões que
do Sul demandavam os campos do
Norte. Quantas espécies
desapareceram ser deixar rasto.
Na actualidade a destruição ainda é
mais rápida e violenta. Numerosas
espécies animais desapareceram,
porque, pura e simplesmente, os seus
habitats foram de tal forma
modificados que assim não mais
poderão aqui voltar. Os campos
masseira de Aguçadoura e Estela
(notáveis peças de engenharia
ambiental, já que, aliavam notáveis
qualidades na produção de hortícolas e
vinha, ao equilíbrio com a fauna e flora
locais, que eram perpetuadas e até
incrementadas nos taludes e áreas
envolventes às masseiras) hoje são
sumáriamente abatidas.
Os taludes substituídos por muros de
blocos e a agricultura enfiada em
estufas não dando hipóteses à
Natureza de sobreviver.
As zonas húmidas desapareceram
quase totalmente, encaradas como
locais sem interesse e que se impunha
sanar. As poças e lagoas anteriormente
existentes na zona urbana da Póvoa, ou
as de Amorim, Beiriz, Gândara e outras,
onde largas centenas de aves
migradoras e invernantes se acolhiam,
desapareceram ou sobre elas pende a
ameaça de se tornarem vazadouros de
esgotos ou lixos.
Cividade de terroso
A Póvoa de Varzim prepara-se para
receber o primeiro parque mundial de
conversão de energia das ondas, com o
recurso a uma tecnologia única
conhecida como pelamis. A construção
deste cluster é da responsabilidade de
uma das maiores empresas no mercado
nacional das energias renováveis a
Enersis e da empresa escocesa Ocean
Power Delivery. A Póvoa de Varzim vai
receber o primeiro parque mundial de
aproveitamento da energia das ondas.
O projecto Okeanó , será um
importante pólo de energia alternativa
não só para o concelho, mas também
para todo o país.
Trabalho elaborado por:
Mafalda Marques e Tânia Faria

You might also like