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MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO

PROBLEMÁTICAS E CONCEITOS IMPLICADOS

WORKSHOP:

• A MISSÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR NO CONTEXTO ESCOLA /


AGRUPAMENTO:

PRESPECTIVA DO CONCEITO DE BIBLIOTECA ESCOLAR,


SUBJACENTE À CONSTRUÇÃO DO MODELO

Realização da 1ª PARTE DA TAREFA Nº 1 (a disponibilizar no Fórum 1)

Maria Cândida Ferreira Cabral


1 – À GUISA DE INTRODUÇÃO:

• Maioritariamente, as nossas Bibliotecas Escolares (BE) estavam (e algumas


estão ainda) obsoletas, quer em fundos documentais ou recursos humanos e
tecnológicos não se sabendo tirar partido deles, aproveitando os seus ou
pobres ou ricos hipotéticos instrumentos em prol da sua valorização e,
consequentemente, e acima de tudo, no “construtivismo” em que o
sujeito/aluno é o actor activo e construtor do próprio conhecimento.

• Os Coordenadores (salvo honrosas excepções) não tinham formação para o


cargo; nem sempre eram empenhados; criativos; críticos; não revelando
muitas das vezes, entusiasmo pela função, entre outros pressupostos que
nem vale a pena explanar…
1 – À GUISA DE INTRODUÇÃO: (continuação)

• Deste modo, as BEs eram um serviço que se sabia existir (quando existia) mas que,
tradicionalmente, não tinham grande visibilidade nem projecção nas Escolas, a que não
“se ligava”, a começar pelos próprios Conselhos Executivos, que tinham a grande
responsabilidade de não “subestimar” o papel que as B.E. podem e devem representar
nas suas Escolas, como garante de um espaço formativo e de aprendizagem dos alunos
e, de “menorizar”, tantas das vezes, o cargo desses coordenadores, por mais esforçados
que fossem…
1 – À GUISA DE INTRODUÇÃO: (continuação)

• Além do mais, os próprios docentes, seus colegas, quase sempre


“desvalorizaram”, como sendo parte relevante, não só, a importância da B.E.
como um recurso de sucesso dos alunos plenamente desaproveitado, como
também, se chegava ao ponto, de se “desdenhar” a função destes
coordenadores, não lhes reconhecendo, maioritariamente, valor oficial e uma
falta de compreensão da natureza e as dimensões do papel, na
generalidade também, por parte da restante comunidade escolar, além do
“baixo estatuto” (status) pela sua posição.

…já vai sendo tempo de mudarem as mentalidades!...


1 – À GUISA DE INTRODUÇÃO: (continuação)

• Certamente que se uma B.E. estiver integrada na Rede das Bibliotecas


Escolares (R.B.E.) terá forçosamente de acompanhar os desafios do séc.
XXI, da mesma forma que os professores bibliotecários e sua equipa.
“Houve um aumento alarmante no número de coisas que eu não sei
nada sobre”…assim se expressou alguém.

• A filosofia das B.E. da actualidade é completamente diferente das bibliotecas


do séc. passado.

• Como Ross faz notar, “ a fusão do ensino, bibliotecas e literacias aposta na


dinâmica” que é preciso criar, a que não se podem escusar” professores
bibliotecários, docentes e administradores. É uma oportunidade para avaliar
e traçar impactos e resultados bem como um convite a formas de olhar e
pensar, ser e fazer”.
2 – PERTINÊNCIA DA EXISTÊNCIA DE UM MODELO
DE AVALIAÇÃO PARA AS BIBLIOTECAS
ESCOLARES
• Torna-se absolutamente necessário objectivar a forma como se está a concretizar
o trabalho das B.E.

• Vários estudos internacionais, como o Manifesto da Unesco/IFLA, como a


declaração da IASL, entre outros, apontam com destaque os factores:
- Os níveis de colaboração entre o professor coordenador da B.E. e os
restantes professores, na identificação e no desenvolvimento de actividades
conjuntas orientadas para o sucesso do aluno;
- a acessibilidade e a qualidade dos serviços prestados;
- a adequação da colecção e dos recursos tecnológicos;
- e a contribuição inequívoca, das B.E. contribuírem positivamente para o
ensino e aprendizagem.
2 – PERTINÊNCIA DA EXISTÊNCIA DE UM MODELO
DE AVALIAÇÃO PARA AS BIBLIOTECAS
ESCOLARES (continuação)
• Tradicionalmente, o impacto das bibliotecas assentava na relação directa
entre:
- os inputs:
colecção existente;
staff;
verba gasta com o funcionamento das B.E.

- e os outputs:
número de empréstimos;
número de visitas;
sessões realizadas pela equipa;
a relação custo /eficiência foi ultimamente ultrapassada pela
necessidade de medir o impacto versus os benefícios
que os utilizadores retiram dos seus serviços e uso.
2 – PERTINÊNCIA DA EXISTÊNCIA DE UM MODELO
DE AVALIAÇÃO PARA AS BIBLIOTECAS
ESCOLARES(continuação)

• Hoje em dia a avaliação assenta no impacto qualitativo da


biblioteca na aferição das modificações positivas que o seu
funcionamento tem:

- nas atitudes;

- nos valores;

- e no conhecimento dos utilizadores.


3 – O MODELO ENQUANTO INSTRUMENTO
PEDAGÓGICO E DE MELHORIA.
CONCEITOS IMPLICADOS.
• O Modelo de Avaliação, enquadra-se na estratégia global do
desenvolvimento das B.E. que tem como objectivos:

- Facultar um instrumento pedagógico que permita aos órgãos


directivos e aos coordenadores avaliar o trabalho da B.E.

- Relacionar o impacto desse trabalho com o funcionamento global da


Escola e nas aprendizagens dos alunos.

- Identificar as áreas de sucesso e aquelas que, por apresentarem


resultados inferiores, requerem maior investimento;

- Determinar, nalguns casos, a necessidade de uma “marcha atrás” das


práticas implementadas.
3 – O MODELO ENQUANTO INSTRUMENTO
PEDAGÓGICO E DE MELHORIA.
CONCEITOS IMPLICADOS. (continuação)
• As ideias-chave ou conceitos que presidiram à sua construção e
aplicação são, segundo o documento, as que se apontam:
a) - A noção do valor
O valor tem a ver, sobretudo, com a experiência e benefícios que se retira
deles.
b) – A auto-avaliação
Que tem de ser encarada como um processo pedagógico e regulador
inerente à gestão na procura de uma melhoria da B.E.
c) – Aponta para áreas nucleares em que o trabalho das B.E.se deve
processar.
A avaliação não constitui um fim, antes pelo contrário, deverá ser entendida
como um processo que induza à reflexão e daí, originar mudanças
concretas.
3 – O MODELO ENQUANTO INSTRUMENTO
PEDAGÓGICO E DE MELHORIA.
CONCEITOS IMPLICADOS. (continuação)
d) – O Modelo pretende ser um instrumento pedagógico para orientar
as escolas através de factores críticos.
Os exemplos de acções para a melhoria e os próprios factores críticos de sucesso, já
aponta pistas importantes.

A recolha de evidências ajudará cada B.E. a identificar o caminho que deve ser
seguido, para atingir a melhoria do seu desempenho.

A criação do Modelo para avaliação das B.E. permite dotar as Escolas/Bibliotecas de


um quadro de referência e de um instrumento que lhes permite a busca de uma
melhoria contínua da qualidade e a busca de uma perspectiva de inovação.

Com ele, pretende-se induzir ainda a transformação das B.E. em organizações


capazes de aprender e crescer através de recolha sistemática de evidências e de
uma auto avaliação sistemática.
4 – ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL

• O conceito “Evidence-Based Practice” traduz-se no desenvolvimento de


praticas sistemáticas da recolha de evidências, associadas ao trabalho
quotidiano.
Ross Tod associa o conceito às praticas das bibliotecas escolares e à
necessidade que estas têm de fazer diferença na Escola que servem e de
provocar o impacto que têm nas aprendizagens.

• A quantidade e a qualidade das evidências recolhidas na pratica diária,


informam e fornecem, a informação acerca de determinada questão –chave
para a qual se procura melhoria ou solução.

• O reconhecimento de que a biblioteca escolar é usada enquanto espaço


equipado, com um conjunto significativo de recursos e de equipamentos em
que as condições externas, as condições físicas e a qualidade da colecção
são fundamentais e além disso, como espaço formativo e de aprendizagem,
intrinsecamente relacionada com a escola, com o processo de
ensino/aprendizagem, com a leitura e com as diferentes literacias.
4 – ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL
(continuação)

• Estes domínios, podemos agrupá-los em três áreas chave:

- Integração institucional e programática;


- Desenvolvimento de competências de leitura e de um programa de literacia
da informação;
- Articulação com departamentos, professores e alunos na planificação e
desenvolvimento de actividades.

• Na Gestão da B.E. apontam-se como directrizes:

- Afectação de um professor bibliotecário qualificado e uma equipa que


assegure as rotinas inerentes à gestão, que articule e trabalhe com a escola,
professores e alunos.
- Liderança do professor bibliotecário e da equipe.
- Desenvolvimento de estratégias de gestão e de integração da B.E. na Escola
e no desenvolvimento curricular.
5 – INTEGRAÇÃO/APLICAÇÃO À REALIDADE DA
ESCOLA/BIBLIOTECA ESCOLAR:
OPORTUNIDADES E CONSTRANGIMENTOS
• De entre os factores críticos de implementação, do modelo é fundamental
que:

- Tenha reconhecimento e apropriação por parte das Escolas e das equipas


e se assuma como um instrumento agregador, capaz de unir a Escola e a
equipe em torno do valor da B.E. e do impacto que pode ter na Escola e nas
aprendizagens.

- Tenha pontos de intersecção com a avaliação da Escola e venha ser


objecto de avaliação por parte da Inspecção Geral de Educação.
Aliás o modelo indica o caminho, a metodologia, a operacionalização. Para
se obter uma melhoria contínua de qualidade exige-se que a organização
esteja preparada para a aprendizagem contínua além de pressupor a
motivação individual dos seus membros e a liderança forte do professor
coordenador que tem de mobilizar a Escola para a necessidade e
implementação do processo.
6 – GESTÃO PARTCIPADA DAS MUDANÇAS QUE A
SUA APLICAÇÃO IMPÕE.
NÍVEIS DE PARTICIPAÇÃO DA ESCOLA
• Esta gestão exige uma metodologia de sensibilização e de readiness que requer:

a) A mobilização da equipa para a necessidade de fazer diagnósticos/avaliar o


impacto e o valor da B.E. na Escola que serve;

b) Jornadas formativas para a equipe e para outros na Escola.


Definição precisa de conceitos e processos.

c) A comunicação constante com o órgão directivo justificando a necessidade e


o valor da implementação do processo de avaliação.

d) A apresentação e discussão do processo no Conselho Pedagógico.

e) Aproximação/diálogo com departamentos e professores.


Criação e difusão de informação/calendarização sobre o processo e sobre o
contributo de cada um no processo.
7 – CONCLUSÃO
• O Modelo adopta uma aproximação à realidade por etapas que, tendo em
conta o contexto interno e externo de B.E, deve levar o professor
coordenador a seleccionar o domínio, e a ser objecto da aplicação dos
instrumentos.
• O ciclo completa-se ao fim de 4 anos e deve fornecer uma visão holística e
global de B.E.
Cada etapa compreende um ciclo a saber:

- Identificação de um problema ou de um desafio;


- Recolha de evidências;
- Interpretação da informação recolhida;
- Realização das mudanças necessárias;
- Recolha de novas evidências acerca do impacto dessas mudanças.
7 – CONCLUSÃO (continuação)

• A Avaliação não é um fim em si mesma.


É um processo de melhoria que deve facultar informação de qualidade
capaz de apoiar a tomada de decisões.

• Os resultados devem ser partilhados com o director e, posteriormente,


divulgados e discutidos nos Órgãos de Gestão Pedagógica. Esses
resultados têm impacto no processo de planificação e na gestão.

FIM !!!...UFA!!!!
8 - BIBLIOGRAFIA

• Texto da sessão, disponibilizado na plataforma.

• Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “


This Man Wants to Change Your Job”, School Library Journal. 9/1/2002 <
http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [08/11/2009].

• Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and


evidence-based practice”. 68th IFLA Council and General Conference
August. http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf [08/11/2009].

• Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”.


School Library Journal. 4/1/2008. <
http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html> [08/11/2009].

• Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação

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