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DOENÇAS DO SISTEMA

NERVOSO EM RUMINANTES

Universidade de Caxias do Sul- UCS


Curso de Medicina Veterinária
Disciplina de Clínica de Ruminantes
Prof. Dr. Gilson A. Pessoa
Alunos: Gabriel V. Martins e Helton J. Zatti
ANATOMIA
O SNC é dividido em quatro estruturas principais:

• Cérebro;

• Tronco cerebral;

• Cerebelo;

• Cordão espinhal;

• O tronco cerebral é dividido em diencéfalo,


mesencéfalo, metencéfalo e mielencéfalo;
• Telencéfalo = córtex cerebral e núcleos basais;

• Diencéfalo (parte mais rostral do tronco cerebral) = tálamo, subtálamo, hipotálamo, hipófise e núcleos dos I e II
pares de nervos cranianos (NC);

• Mesencéfalo = sistema reticular ativador (SRA), núcleo rubro, tratos ascendentes e descendentes e, núcleos do III
e IV pares de NC;

• Metencéfalo = ponte com os tratos ascendentes e descendentes, cerebelo e núcleos do V par de NC;

• Mielencéfalo = bulbo (ou medula oblonga) com os tratos ascendentes e descendentes e, núcleos do VI ao XII
pares de NC;

• Cordão Espinhal (ou medula espinhal) = formado pelas substâncias branca e cinzenta com os diferentes tratos
espinhais;
INTRODUÇÃO

• Muitos distúrbios neurológicos que ocorrem em


bovinos e em pequenos ruminantes, se apresentam
como surtos.

• Entretanto, a investigação de possível


envolvimento do SNC, requer uma avaliação
criteriosa do histórico do animal e um exame físico
e neurológico detalhados.
INTRODUÇÃO

• As funções do sistema nervoso são direcionadas à


manutenção da relação espacial do corpo no ambiente.

• E essa percepção depende:

• Sistema sensoriomotor- postura;

• Sistema nervoso autônomo- muscular liso e glândulas;

• Sist. Sensoriais e espaciais; e

• Sist. Psíquico.
INTRODUÇÃO
• É importante fazer a distinção entre;

• Doença primária; ou
• Doença secundária.

• E os achados clínicos que provocam suspeita de


distúrbios neurológicos são;

• Postura e andar;

• Perceptividade sensorial; e

• Estado mental.
INTRODUÇÃO

Principais manifestações clínicas

• Anormalidades no estado mental;

• Movimentos involuntários;

• Anormalidades de postura;

• Paralisia (espástica ou flácida);

• Distúrbios de sensação;

• Cegueira;

• Anormalidades no sistema nervoso autônomo.


INTRODUÇÃO

• A determinação do local da lesão do SNC em


grandes animais, por muitas vezes é dificultada
pelo comportamento (agressividade) e tamanho
dos animais.

• Muitas doenças são caracterizadas por lesões


difusas.

• Lesões discretas, que resultam em sinais


neurológicos bem definidos, não são comuns em
animais pecuários.
EXAME NEUROLÓGICO

• O objetivo primário do exame neurológico é


confirmar a existência da anormalidade
neurológica, bem como determinar o local da
lesão.

• Deve iniciar na cabeça e progredir até a cauda,


seguindo uma sequência lógica.
EXAME NEUROLÓGICO

• Histórico;
• Cabeça;
• Comportamento;
• Estado mental;
• Postura e coordenação da cabeça;
• Nervos cranianos.

• Andar e postura;
• Pescoço e membros anteriores;
• Tronco e membros posteriores;
• Cauda e ânus.
EXAME NEUROLÓGICO

• Embora o cérebro possa ser dividido, por conveniência,


em seis áreas, cada uma com uma síndrome
neurológica reconhecida, apenas quatro síndromes
preocupam o clínico veterinário (andar e postura):

• Cerebral;

• Cerebelar;

• Ponto-medular (tronco cerebral); e

• Vestibular.
SÍNDROME CEREBRAL

• Relacionada à doença metabólica em adultos e


meningoencefalite bacteriana em neonatos.

• SINAIS CLÍNICOS:
• Cegueira com reflexo pupilar à luz normal;

• Marcha compulsiva, andar em círculos, mastigação
constante, demência;

• Bocejos, pressão da cabeça contra obstáculos;



• Hiperestesia a estímulos auditivos e táteis e opistótono.
SÍNDROME CEREBELAR

• Relacionado com a coordenação fina dos movimentos


voluntários.

• SINAIS CLÍNICOS:
• Membros espásticos (rígidos), desajustados,
normalmente acompanhado por tremores intencionais;

• Postura de base ampla e ataxia (pélvicos) mas


preservação de tônus;

• Dismetria com hipermetria e casos graves opistótono.


SÍNDROME VESTIBULAR

• Lesões vestibulares periféricas unilaterais.

• SINAIS CLÍNICOS:
• Inclinação ipsilateral da cabeça, rotação e desvio da
cabeça, e oscilação para um lado ao caminhar;

• Marcha em círculos;

• Nistagmo horizontal espontâneo com fase rápida


oposta a lesão;

• Estrabismo, paralisia do nervo facial.


SÍNDROME PONTOMEDULAR (TRONCO
CEREBRAL)

• Múltiplos défcits de nervos cranianos.

• SINAIS CLÍNICOS:
• Andar em círculos, hemiparesia ipsilateral e
anormalidades proprioceptivas;

• Andar em círculos (vestibular);

• Ptose da orelha, ptose pálpebral superior e flacidez


labial;

• Paralisia da mastigação e redução sensitiva facial


cutânea;

• Listeriose é lesão classica.


EXAME NEUROLÓGICO

• Portanto, um exame neurológico metódico permite


a localização de lesões no SNC, em áreas
específicas.

• A partir da localização da lesão, as doenças que


comumente afetam essas áreas podem, então, ser
listadas.

• Um método auxiliar de diagnóstico bastante útil é a


coleta de Fluido Cérebro-espinhal.
ETIOLOGIA DAS DOENÇAS DO
SISTEMA NEUROLÓGICO
• Causas infecciosas- bactérias, vírus, fungos e
parasitas;

• Substância exógena- chumbo, sal, selênio,


inseticidas, ureia, plantas tóxicas, aditivos
alimentares;

• Substâncias endógenas- met. anormal, toxinas


bacterianas, amônia e CO2;

• Metabólicas ou nutricionais- hipóxia (cardio),


hipocalcemia, hipoglicemia, hipomagnesemia, def
cobre em gestantes;
ETIOLOGIA DAS DOENÇAS DO
SISTEMA NEUROLÓGICO
• Acidose associada a diarréia;

• Lesões traumáticas;

• Neoplasias;

• Doenças idiopáticas; e

• Malformações- teratógenos.
RAIVA

ETIOPATOGENIA:

• A raiva, causada pelo vírus Rabdo virus, em bovinos


é o maior problema econômico e de saúde
pública na América do Sul;

• Transmitida pelo morcego hematófago Desmodus


rotundus;

• Pode afetar animais de todas idades em contato


com morcegos (bovinos próximos a áreas de
encosta, morros ou furnas) são os mais afetados;
SINAIS CLÍNICOS

• Os sinais são progressivos, iniciando-se nos MP, estendendo-se


posteriormente aos MA e finalizando em decúbito
permanente;

• Incoordenação, febre, sialorréia, fraqueza;

• Olhar alerta e fixo, quedas, opistótono, hiperexcitabilidade,


tremores, dificuldade de apreensão;

• Otaxia, cegueira;

• Convulsões, dispnéia;

• Movimentos de pedalagem;

• Paralisia flácida da cauda;


DIAGNÓSTICO

• Não há lesões macroscópicas e as lesões


histológicas na raiva paralítica localizam-se
principalmente no tronco encefálico e medula;

• Corpúsculos de Negri em neurônios confirma


diagnóstico;

• Imunofluorescência indireta;

• Inoculação em camundongos;

• Imuno-histoquímica;
TRATAMENTO

• Controle populacional dos vetores;

• Vacinação dos rebanhos;


ENCEFALOPATIAS HEPÁTICAS

• Normalmente os quadros de intoxicação são causados


por:

• Necrose hepática aguda

• Cestrum parqui (carboxiatractilosídeos);

• Fibrose hepática

• Senecio spp.(alcalóides pirrolizidínicos);

• No Rio Grande do Sul a maioria destes casos resultam da


intoxicação por Senecio spp.
ENCEFALOPATIAS H. TÓXICAS

• Intoxicação por Ateleia glazioviana (timbó)

• Abortos e fibrose cardíaca;

• Em bovinos pode causar sinais nervosos caracterizados por


letargia, depressão, cegueira e andar lento e cambaleante;

• Encefalopatia hepática (intoxicações por Senecio spp,


Crotalaria spp e Echium plantagineum)

• Agressividade, algumas vezes incoordenação, tenesmo retal


e, ocasionalmente, prolapso retal e diarréia.
ENCEFALOPATIAS H. TÓXICAS

• Intoxicação por Prosopis juliflora:

• Insuficiência do trigêmeo:

• paralisia e atrofia neurogênica do masseter, paralisia


mandibular, salivação, língua protusa e mastigação e
ruminação com a cara inclinada para que os alimentos não
caiam da boca;

• Intoxicação por Equisetum spp:

• Mau desenvolvimento e fraqueza do trem posterior, ataxia e


dificuldade de dar a volta;

• Causa fraqueza progressiva, com sinais de paralisia,


precedidos de inquietação ou excitabilidade temporária;
ENCEFALOPATIAS H. TÓXICAS

• Intoxicação por Pteridium aquilinum:

• Incoordenação, tremores musculares, ataques convulsivos,


opistótono e morte;

• Intoxicação por resíduos de cevada contaminados


com Aspergillus clavatus (aflatoxina):

• Incoordenação, tremores musculares, ataques convulsivos,


opistótono e morte;
ENCEFALOPATIAS H. TÓXICAS

• Intoxicação por chumbo:

• Cegueira, opistótono, nistagmo, estrabismo,


incoordenação e depressão;

• Pode ocorrer devido a carência de tiamina, intoxicação


por enxofre ou intoxicação por sal;

• Intoxicação por organofosforados e carbamatos:

• Causa salivação, miose, bradicardia, diarréia, tremores


musculares, tetania, ataxia, desorientação, convulsões e
coma.
ENCEFALOPATIAS METABÓLICAS

CETOSE:

• Bovinos de alta produção e ovinos com prenhez múltipla;

• Vacas prenhes gordas que sofrem restrição alimentar no último mês


de gestação;

• Pressionam a cabeça contra objetos;

• Apresentam tremores musculares e convulsões;

• Observam-se :

• hiperexcitabilidade, agressividade, atitude de alerta, tremores


musculares e incoordenação;

• 1- 4 dias decúbito permanente e posteriormente morte se não


tratadas;
ENCEFALOPATIAS METABÓLICAS

HIPOCALCEMIA:

• Vacas no período perinatal, principalmente nas primeiras 48


horas depois do parto;

• Excitação e hiperexcitabilidade com tremores musculares,


movimentos de cabeça, mugidos e dispnéia;

• Evoluem para o decúbito esternal;

• diminuição dos reflexos, midríase, decúbito lateral, perda da


consciência e coma;
MENINGOENCEFALITE (BHV-5)

ETIOPATOGENIA:

• BHV-1- respiratória ou genital (IBR);

• BHV-5- sistema nervoso;

• BHV-5 é um alfaherpesvírus associado com


meningo-encefalite de curso geralmente fatal, que
acomete principalmente bovinos jovens;
MENINGOENCEFALITE (BHV-5)

SINAIS CLÍNICOS:

• Tremores, andar em círculos, incoordenação,


corrimento nasal e ocular seroso e mucopurulento;

• Nistagmo, bruxismo, ataxia, convulsões, pressão da


cabeça contra objetos;

• Depressão profunda seguida de morte;

TRATAMENTO:

• Vacinação;
BABESIOSE CEREBRAL

ETIOPATOGENIA:

• Geralmente afeta animais de 2 a 8 anos;

• Ocorre principalmente nos messes quentes (carrapato);

• B. bovis;

SINAIS CLÍNICOS:

• Agressividade ou depressão, prostração, febre e ataques convulsivos;

• incoordenação, cegueira, opistótono, tremores, hipermetria, pressão


da cabeça contra objetos, agressividade;
BABESIOSE CEREBRAL

DIAGNÓSTICO:

• Achados macroscópicos e microscópicos;

• Esfregaço de córtex e histo-patológico;


POLIENCEFALOMALÁCIA

• ETIOPATOGENIA:

• Afeta normalmente animais jovens;

• Causa indeterminada;

• Porém, fontes de chumbo e enxofre devem ser investigadas;

• Pode ser ocasionada por intoxicação por sal, privação de


água e herpes-vírus bovino;

• SINAIS CLÍNICOS:

• Incoordenação, decúbito, cegueira, opistótono, m.


pedalagem, andar em círculos, ataxia, quedas, ranger de
dentes , sialorréia e nistágmo;
POLIENCEFALOMALÁCIA

DIAGNÓSTICO:

• Deve ser feito diferencial de Herpes-vírus bovino;


FEBRE CATARRAL MALIGNA

• ETIOPATOGENIA:

• Afeta normalmente animais acima de dois anos em


contato com ovinos (parição);

• Vírus do grupo da FCM pertencem ao gênero Rhadinovirus


da família Gammaherpesvirinae;

• FCM ovino-associada (FCM-OA), transmitida por ovinos, é


causada por herpes-vírus ovino-2 – OvHV-2;
FEBRE CATARRAL MALIGNA

• SINAIS CLÍNICOS:

• Afeta bovinos e cervos;

• Depressão profunda, incoordenação, pressão da cabeça


contra objetos, convulsões e paralisia;

• Causa também, ceratite, ulcerações dos sistemas digestivo e


respiratório com salivação e corrimento nasal e febre;

• DIAGNÓSTICO:

• Histopatológico;

• PCR, isolamento viral;


BOTULISMO

• ETIOPATOGENIA:

• Causado pela ingestão de alimentos em decomposição;

• Closrtidium Botulinum;

• SINAIS CLÍNICOS:

• Paralisia flácida generalizada, afetando também a língua, cauda e


mandíbula;

• Inicialmente observa-se dificuldade para a marcha seguida de


decúbito permanente;

DIAGNÓSTICO:

• Não apresenta lesões macroscópicas nem histológicas;


OTITE MÉDIA/SÍNDROME
VESTIBULAR
ETIOLOGIA E PATOGENIA

• Infecção do ouvido médio;

• Bezerros em crescimento até um ano de idade;

• Infecção ascendente da trompa de Eustáquio;

• Geralmente após uma infecção respiratória;


SINAIS CLÍNICOS/DIAGNÓSTICO

• Principal Sintoma: rotação e desvio da cabeça


Ipsilateral de 5 a 10º para baixo, em direção ao lado
afetado;

• Perda de equilíbrio;

• Cambaleio;

• Andar em círculos em direção ao lado afetado;

• Nistagmo horizontal espontâneo (periféricas);


SINAIS CLÍNICOS/DIAGNÓSTICO

• Paralisia facial;

• Nistagmo horizontal, vertical ou rotatório (central);

• Diferenciar lesões vestibulares de listeriose, em razão dos


diferentes protocolos de tratamento;

• O diagnóstico definitivo depende da timpanocentese


positiva ou na maioria dos casos, pela proliferação
óssea do osso temporal e parte proximal do estiloióide,
determinada por radiografia;
TRATAMENTO E PREVENÇÃO

• Lincomicina 6,5mg/kg combinada com


espectinomicina 10mg/kg IV 2 vx ao dia por 5 dias;

• A ocorrência da afecção é esporádica e não há


medidas de controle específicas;
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

• OTITE EXTERNA;

• ABCESSO CEREBRAIS;
CENUROSE / COENUROSE

Doença causada pela invasão do cérebro e


da medula espinhal por estágios intermediários da
Taenia multiceps;
ETIOLOGIA

• Coenurus cerebralis;

• Habita o intestino de cães e canídeos selvagens;

• Ingestão ovos presentes em alimentos contaminado pelas


fezes de cães infestados;

• Embriões eclodem no intestino passando para a corrente


sanguínea;

• Somente os Embriões que chegam ao cérebro ou a medula


espinhal atingem o estágio adulto;

• OVINOS, caprinos, bovinos, eqüinos, homem;


PATOGÊNESE

• Estágios iniciais passam despercebidos;

• Infecções graves podem produzir encefalite;

• Coenurus adulto (6 a 8 meses para se desenvolver e chegar


a 5 cm);

• Cisto do Coenurus desenvolve-se gradualmente causando


compressão do tecido nervoso;

• Irritação e eventual destruição;

• Ossos do crânio rarefeitos e amolecidos;


SINAIS CLÍNICOS

SURTOS AGUDOS DEVIDO À MIGRAÇÃO DE ESTÁGIOS


LARVARES:

• Cegueira;

• Ataxia;

• Tremores musculares;

• Nistagmo;

• Excitabilidade;

• Colapso;
SINAIS CLÍNICOS

COENURUS ADULTOS, ESTÁGIO AGUDO DE


FENÔMENOS IRRITATIVOS:

• Expressão Selvagem;

• Salivação;

• Corridas frenéticas;

• Convulsões;

• Desvio de cabeça e olhos;

• Podem morrer neste estágio;


SINAIS CLÍNICOS

ESTÁGIO DA PERDA DOS FENÔMENOS FUNCIONAIS:

• Desenvolvimento lento de cegueira parcial ou completa de


um dos olhos;

• Embotamento;

• Incoordenação;

• Pressão da cabeça contra obstáculos;

• Ataxia;

• Mastigação incompleta;

• Convulsões epiletiformes periódicas;


SINAIS CLÍNICOS

LOCALIZADOS:

• Desvio discreto de cabeça;

• Andar em círculos;

• Rotação de cabeça com o olho cego para baixo;

• Desvio de cabeça;

• ME envolvida (paresia, incapacidade de se levantar);

• a morte ocorre após o curso da doença por vários meses;


TRATAMENTO E CONTROLE

• Drenagem cirúrgica do cisto pode tornar possível a


engorda do animal;

• Remoção cirúrgica (bom prognóstico);

• Controle de cestódeos adultos em cães infectados;

• Não fornecer carcaça de animais infectados para


os cães;
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

• ENCEFALITE;

• ABCESSOS;

• TUMORES;

• HEMORRAGIAS;
ENCEFALITE/MENINGOENCEFALITE
CAUSADA POR LISTERIA
ETIOLOGIA

• Listeria monocytogenes;

• Cocobacilo flagelado gram-positivo microaerofílico


(ambientes úmidos);

• Humanos e outros animais domésticos;

• OVINOS;

• Esporadicamente acomete bovinos;

• Idade 2 a 3 anos;

• Consumo de silagem fermentada no inverno;


PATOGÊNESE

• Passagem centrípeta da bactéria ao longo dos


ramos do nervo trigêmeo à partir da cavidade
bucal;

• Lesão intracraniana inicia com um pequeno foco


de necrose na face lateral da ponte;

• O foco inicial pode ser unilateral;

• Infecção disseminada (intraneural), formação de


micro abcessos no mesencefálo e na parte mais
baixa da medula;
SINAIS CLÍNICOS

• T. 38,5º a 39,2º;
• Incoordenação;
• Anorexia;
• Decúbito;
• Perda da produção de
leite; • Movimentos de
pedalagem;
• Perda de peso;
• Paralisia facial;
• Desvio lateral da
cabeça; • Perda de saliva;

• Quedas;
DIAGNÓSTICO

• Sinais clínicos;

• Aumento no teor de proteínas no LCE e pleocitose


pelo aumento no nº de monócitos;

• Neurohistopatológico é o diagnóstico preciso;


TRATAMENTO/PREVENÇÃO

• Penicilina ou sulfa-trimetropin ATB de escolha;

• Penicilina G IV 44.000 UI 2 aplicações no 1º dia;

• Penicilina procaína IM 44.000 UI 2 vezes ao dia por


10 dias;

• Fluidoterapia;

• Manejo alimentar;

• Rodízio de pastagens;
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

• Doenças vestibulares;

• Intoxicação por chumbo;

• Abcesso cerebral;

• Doença da vaca louca (BSE);

• Acetonemia com sinais nervosos;


ABCESSO CEREBRAL/ENCEFÁLICO
ETIOLOGIA

• Arcanobacterium (Trueperella) pyogenes, mais


comumente isolado;

• Animais abaixo de 1 ano de idade;

• Originam-se de várias formas;

• Infecção por via hematógena é a mais comum;

• Porém a disseminação direta de lesões cranianas


ou via nasofaringe pode ocorrer;
PATOGÊNESE

Disseminação hematógena: as lesões podem ser


únicas, mas geralmente são múltiplas e
acompanhadas por meningite. A infecção
geralmente tem origem em outro local;

• Corynebacterium pseudotuberculosis em caprinos causa


abcesso encapsulado nos pedunculos;

• Actinomyces bovis e mycobacterium bovis de lesões


vicerais em bovinos;
SINAIS CLÍNICOS

• Depressão e andar lento;

• Inapetência >>>>> definhados;

• Cegos do olho contrário ao abcesso;

• Andar em círculo compulsivo ipsilateral pode fazer com


que o bezerro prenda a cabeça no canto da cerca;

• Déficits posturais >>>>> apoio nas articulações do


boleto;
DIAGNÓSTICO

• Sinais Clínicos;

• Aumento na concentração proteicas e elevação


na contagem leucocitária no LCE lombar
indicando meningite supurativa simultânea;
TRATAMENTO/PREVENÇÃO

• Penicilina 44.000 UI/kg 2 vx ao dia por 10 dias;

• Deter a progressão do abcesso;

• Prognóstico a longo prazo é ruim;

• Adequada transferência de imunidade passiva;

• Redução da exposição á bactérias do ambiente;

• Adotar padrões de higiene nas instalações de


parição;
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

• Listeriose;

• Otite média;

• Encefalites;

• Criptococose;
ALTERAÇÕES CONGÊNITAS
ALTERAÇÕES CONGÊNITAS
• Ocorrência esporádica no Brasil, alguns relatos no RS e paraíba;

• Animais jovens e fetos;

Dentre as alterações congênitas que afetam o SNC de bovinos,


podemos citar:

• Abiotrofia cerebelar;

• Porencefalia;

• Hipomielinogênese;

• Desmielinização;

• Hidrocefalia;

• Hipoplasia cerebelar.
CAUSAS

• Infecciosas:
• ex: hipoplasia cerebelar está associada ao BVD;

• Não-infecciosas:
• Incluem genes autossômicos recessivos e ingestão de
plantas tóxicas;
ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS
ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS

• Animais jovens ou idosos;

• Em bovinos, a descrição de neoplasias do sistema nervoso é


rara;

• Dentre as neoplasias do sistema nervoso podemos citar:

• Astrocitoma;

• Oligodendroglioma;

• Ependimoma;

• Papiloma e carcinoma do plexo coróide;

• Gangliocitoma;
ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS
• Ganglioglioma;

• Neuroblastoma;

• Meduloblastoma;

• Meningioma;

• Schwanoma;

• Paraganglioma ;

• Ganglioneuroma ;
ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS

• O diagnóstico dos tumores no SNC, assim como em


outros tecidos, pode ser realizado pela avaliação
macro e microscópica da área afetada;
CONCLUSÃO

O diagnóstico diferencial das enfermidades do


sistema nervoso de bovinos torna-se cada vez mais
necessário pelos sinais clínicos serem muito
semelhantes, escassez de informações e devido à
importância crescente dessas enfermidades na
pecuária brasileira;
REFERÊNCIAS

RISSI, D. R. et al. Abordagem diagnóstica das


principais doenças do sistema nervoso de
ruminantes e equinos no Brasil. Pesq. Vet. Bras.
[online]. 2010, vol.30, n.11, p.958-967
GALIZA, G.J.N. et al. Doenças do sistema nervoso de
bovinos no semiárido nordestino. Pesq. Vet.
Bras. 30(3):267-276, março 2010.
RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.;
HINCHCLIFFE, K.W. Clínica Veterinária um
Tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos,
Suínos, Caprinos. 2002, 9ª ed. 448- 492.
QUESTÕES

1. Em relação ao reconhecimento das síndromes neurológicas


assinale a alternativa correta:
a) A síndrome cerebral normalmente está relacionada à
doença metabólica em adultos e meningoencefalite
bacteriana em neonatos.

b) A síndrome cerebelar esta relacionada com a


coordenação fina dos movimentos involuntários.

c) Na síndrome vestibular os animais apresentam: paralisia da


cabeça, rotação e desvio auricular, e marcha dismetrica.

d) Na síndrome pontomedular os animais apresentam défcit


no diencéfalo (I e II).
QUESTÕES

2. Em relação e meningoencefalite assinale a alternativa


correta.
a) É causada pela bactéria E. colli.

b) O herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1) é o causador


desta enfermidade.

c) Causa claudicação e úlceras nasais.

d) Normalmente acomete animais jovens e é causada


pela cepa viral BHV-5.

e) Tem causa desconhecida.


QUESTÕES

3. Sobre a Poliencefalomalácia assinale a alternativa


incorreta:
a) Os animais apresentam febre e ranger de dentes.

b) Tem causa indeterminada e pode ser ocasionada por


intoxicação por sal, privação de água e herpes-vírus
bovino.

c) Fontes de chumbo e enxofre devem ser investigadas.

d) Seu diagnóstico definitivo é feito através dos sinais


clínicos apresentados pelo animal.
QUESTÕES

4. Com relação à coenurose assinale a alternativa


correta.

a) Embriões eclodem no intestino passando para a


corrente sanguínea;

b) A infecção se dá pela penetração da larva na pele


do animal;

c) Somente os Embriões que chegam ao cérebro ou a


medula espinhal atingem o estágio adulto;

d) Cisto do coenurus desenvolve-se rapidamente


causando compressão do tecido nervoso;
QUESTÕES

5. Qual o agente mais comumente isolado no


abcesso cerebral:

a) Listeria monocytogenes;

b) Arcanobacterium (Trueperella) pyogenes;

c) Coenurus cerebralis;

d) Mycobacterium bovis;
OBRIGADO!!!!

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