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A TEOLOGIA LITÚRGICA

DO VATICANO II
INTRODUÇÃO
Liturgia e História da Salvação.

A natureza da liturgia
não podia ser confundida
com os aspectos jurídicos,
institucionais e com as rubricas,
emanados todos da hierarquia.

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Liturgia e História da Salvação.

Em Cristo
acontece a atuação concreta
do desígnio salvífico do Pai.
Em sua plenitude, essa atuação se inicia
na Encarnação e se completa na morte
e ressurreição de Cristo.
.
4
Liturgia e História da Salvação.

A natureza da liturgia se fundamenta


na História da Salvação,
É o momento
no qual se situa a Obra da Redenção
(SC 2).

5
Teologia e presença
de cristo
Teologia e Teologia e presença de Cristo. de Cristo

As várias presenças de Cristo,


especialmente na liturgia:
♦ No sacrifício da Missa;
♦ nos sacramentos,
♦ na Bíblia;
♦ na oração comunitária;
♦ no irmão; etc.
SC 7.
7
Teologia Teologia e presença de Cristo. de Cristo

As presenças de Cristo
são todas reais,
Em todos eles,
Cristo realiza a sua obra salvífica,
de modo próprio a cada um.

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Teologia e Teologia e presença de Cristo. de Cristo

Todas as presenças de Cristo são reais.


Dado que a presença eucarística é
especialmente real,
sob as espécies de pão e de vinho,

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LITURGIA:
ATUAÇÃO
DO MISTÉRIO PASCAL
Liturgia: atuação do Mistério Pascal de Cristo.

Em Cristo
acontece a atuação concreta
do desígnio salvífico do Pai.
Em sua plenitude, essa atuação se inicia na
Encarnação e se completa na morte e
ressurreição de Cristo.

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Liturgia: atuação do Mistério Pascal de Cristo.

A Páscoa de Cristo,
ou a Redenção operada por Cristo,
está no centro da História da Salvação
e, por conseguinte,
no centro da liturgia.

12
Liturgia: atuação do Mistério Pascal de Cristo.

Por essa razão,


todos os sacramentos,
ainda que realizando cada qual
uma particular participação
no mistério de Cristo,

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LITURGIA
E
SACRAMENTALIDADE
Liturgia e sacramentalidade.

Além das realidades que fazem parte do


conceito de liturgia, é necessário analisar
a liturgia sob o plano sacramental.

De fato a liturgia é constituída


essencialmente pelos sacramentos.

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Liturgia e Bíblia.

A liturgia era, e continua sendo,


um lugar, um momento privilegiado
da leitura pública e oficial
da Sagrada Escritura
e de sua explicação.

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Liturgia e Bíblia.

A Sagrada Escritura
é o anúncio perene
do Plano de Salvação.
.
e Salvação.
Por sua vez, é a atuação ritual desse plano.
17
Liturgia e Bíblia.

1.
Exatamente
por esse seu aspecto
de acontecimento, de anúncio,
a liturgia exige a proclamação
da Sagrada Escritura,

18
Liturgia e Bíblia.

2.
A liturgia é sempre, no sentido pleno,
revelação em ato,
(Jo 1,14).

19
Liturgia e Bíblia.

Na Liturgia,
a Sagrada Escritura deixa de ser uma
palavra morta, uma escrita morta,
para assumir sempre mais a função de
anúncio e proclamação
de um acontecimento,
da salvação presente

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RITO E LITURGIA
Liturgia e rito.

A liturgia não se resume a um conjunto de


ritos.

O rito, porém, traduz aquela exigência


natural do homem de servir-se de sinais,
palavras e gestos para exprimir os
próprios sentimentos e atitudes interiores.

22
Liturgia e rito.

Na liturgia
o rito
assume outra conotação,
própria da religião revelada
e, em particular,
do cristianismo.

23
Liturgia e rito.

Cristo,
de fato,
é o sinal dado por Deus
(Jo 6,28).

24
Liturgia e rito.

Por esse motivo,


a liturgia se distingue de qualquer
outra forma de culto existente
nas outras religiões naturais.

25
Liturgia e rito.

Há uma presença da ação divina


sob a forma ritual.

26
Liturgia e rito.

A liturgia não
é, em primeiro lugar,
ação pela qual Deus,
em Cristo,
vem ao encontro dos homens.

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LITURGIA:
CULTO DA IGREJA
Liturgia: culto da Igreja

Antes do Concílio, a afirmação


“liturgia, culto da Igreja”
era frequentemente entendida
no sentido de que à Igreja (hierarquia)
cabia organizar o culto litúrgico.

29
Liturgia: culto da Igreja.

Os fiéis,
ainda hoje,
não são considerados sujeitos da liturgia.
Não é suficientemente
levada a sério
a noção de
sacerdócio dos fiéis.

30
Liturgia: culto da Igreja

As ações litúrgicas
não são ações privadas,
mas celebrações da Igreja,
que é sacramento de unidade,

31
Liturgia: culto da Igreja

As ações litúrgicas,
enquanto pertencem a todo corpo da Igreja,
dizem respeito
a cada um dos seus membros,
ainda que de modo diferente.

32
Liturgia: culto da Igreja

A liturgia é eclesial
não apenas
porque se destina à comunidade,
mas porque a Igreja é litúrgica
por constituição íntima.

33
Liturgia: culto da Igreja

A Igreja existe no tempo e no lugar


onde o povo de Deus
responde ao chamado
que o reúne,
de fato e concretamente
em torno de Deus (culto).

34
Liturgia: culto da Igreja

Daí as designações do povo de Israel:


reino de sacerdotes (Ex 19,6);
sacerdotes de Deus (Is 61,6).
o povo se reúne em assembleia litúrgica
(Ez 12,16; Lv 23,2ss; Nm 28,25).

35
Liturgia: culto da Igreja

No Novo Testamento
a Igreja se estenderá a todos os povos
e se apresenta não apenas
como uma realidade sociológica,
mas sobretudo como
uma comunidade cultual,

36
Liturgia: culto da Igreja

Aqueles que se constroem sobre Cristo


formam uma casa
(Ef 2,22; 1Pd 2,5);
um templo do Senhor
(1Cor 3,16-17; 2Cor 6,16; Ef 2,21);
o templo de Deus
(2Cor 6,16).

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Liturgia: culto da Igreja

Pela encarnação, o corpo humano de Cristo


substitui os antigos lugares de culto e as formas
antigas de culto.

O corpo humano de Cristo torna-se


o único lugar de culto espiritual
que o Pai deseja.

Cristo é sacerdote, altar e vítima.


38
Liturgia: culto da Igreja

A comunidade eclesial primitiva


tomou consciência
de que Deus não pode habitar
num templo feito por mãos humanas
(At 7,48).

39
Liturgia: culto da Igreja

Os Cristãos,
mediante sua união com Cristo,
transformados em espírito vivificante
por Sua ressurreição,
tornam-se espírito (1Cor 6,16-17)
templos de Deus,
pela força do mesmo espírito (1Cor 6,19).

40
Liturgia: culto da Igreja

A Igreja,
povo de Deus,
por sua união com Cristo ressuscitado,
torna-se, enquanto assembleia dos fiéis,
“lugar” do verdadeiro culto espiritual
de Cristo ao Pai.

41
Liturgia: culto da Igreja

A Eucaristia faz a Igreja.


A Igreja faz a Eucaristia.

42
Liturgia: culto da Igreja

A Igreja é o “lugar”
onde a salvação acontece,
aqui e agora.

43
Liturgia: culto da Igreja

A Igreja define-se
como comunidade litúrgica,
antes de tudo ao nível local.

A Igreja local realiza o evento


da Igreja universal.

44
Liturgia: culto da Igreja

A Comunidade sacerdotal da Igreja


torna-se realidade
a partir de três sacramentos,
cada um a seu modo:
batismo, ordem e Eucaristia.

45
Liturgia: culto da Igreja

O batismo é o primeiro sacramento,


conferido, igualmente, a todos,
pelo qual todos os fiéis são incorporados a Cristo
e participam do seu ofício sacerdotal,
de modo a estarem aptos a realizar aquele culto
ao qual são destinados
pelo caráter batismal.

46
Liturgia: culto da Igreja

Os cristãos são chamados a formar


um templo espiritual
e um sacerdócio santo.

47
Liturgia: culto da Igreja

O sacramento da Ordem,
Constitui um poder-serviço,
uma participação na autoridade
e na diaconia de Cristo
com a qual Ele faz crescer,
santifica e pastoreia o seu corpo.

48
Liturgia: culto da Igreja

Os que são escolhidos para esse ministério,


são igualmente assinalados
com um caráter particular,
e de tal modo configurados
a Cristo sacerdote,
que passam a agir em seu nome:
“in persona Christi”.

49
Liturgia: culto da Igreja

A Eucaristia constitui
não apenas
fonte e cume de toda evangelização,
mas também como meio,
através do qual os fiéis
são plenamente inseridos
no Corpo de Cristo.

50
Liturgia: culto da Igreja

Em outros termos:
O sacerdócio de Cristo está presente em
cada um dos cristãos,
por causa de uma inserção em Cristo
pelo batismo.
No âmbito litúrgico, porém,
atuam em dimensões diferentes.

51
Liturgia: culto da Igreja

A participação dos fiéis na liturgia


não constitui um privilégio
que lhes é concedido,
mas um direito.
A liturgia é culto de toda a Igreja
e todos os membros que dela participam,
cada um a seu modo.

52
Liturgia: culto da Igreja

O sacerdócio ministerial
e o sacerdócio comum dos fiéis
são explicitações
do único sacerdócio de Cristo,
embora expressem uma diversa relação
de participação desse sacerdócio.

53
Liturgia: culto da Igreja

Não se trata apenas


de uma distinção de grau,
mas de natureza
- essência -
(LG 10).

54
Liturgia: culto da Igreja

A diversidade de participação
não se limita a uma graduação
dentro do mesmo sacramento (batismo),
mas se fundamenta
em um novo sacramento (ordem).

55
Liturgia: culto da Igreja

O sacrifício espiritual
realizado pelos cristãos
na santidade de vida
não se opõe ao sacrifício eucarístico,
Cristo une ao seu sacrifício
a oferta da Igreja,
seu Corpo.

56
Liturgia: culto da Igreja

O sacerdócio dos fiéis


adquire pleno sentido
no sacrifício eucarístico.

57
Liturgia: culto da Igreja

A hierarquia não entra


como elemento constitutivo da liturgia,
mas como elemento organizativo
(Cân 838 par. 1).

58
LITURGIA
E
EXERCÍCIOS DE PIEDADE
Liturgia e exercícios de piedade.

O que faz com que a liturgia


seja um ato público de culto
e os exercícios piedosos
não o sejam?

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Liturgia e exercícios de piedade.

Em consequência da natureza da liturgia,


todo o povo de Deus
tem direito e dever
de tomar parte na Celebração,
por força do batismo.

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ELEMENTOS ESSENCIAIS
DA
AÇÃO LITÚRGICA
Liturgia e exercícios de piedade.


A liturgia é o culto público do corpo de
Cristo na sua totalidade de Cabeça e
Membros.

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Liturgia e exercícios de piedade.


O culto público não é, simplesmente,
aquele é exercido de forma pública oficial,
mas aquele que constitui
uma ação
na qual o povo de Deus
age como comunidade cultual.

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Liturgia e exercícios de piedade.

Se os exercícios de piedade
realizarem os dois elementos essenciais
de uma ação litúrgica
- culto da Igreja
e atuação do mistério de Cristo -
por que não podem ser considerados
liturgia?

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Liturgia e exercícios de piedade.

Exemplos:

◥ A prática do “Ângelus”
◥ O Rosário

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Liturgia e exercícios de piedade.

Sabemos
que a organização da liturgia
é unicamente da competência
da autoridade da Igreja,
mas isto não é elemento constitutivo
e, sim, declarativo da liturgia.

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Liturgia e exercícios de piedade.

Cabe à autoridade da Igreja


declarar que o pio exercício
contém tudo aquilo que é necessário
para que seja considerado liturgia,
mas não pode alterar os elementos
que constituem uma ação litúrgica
(culto da Igreja
e atuação do mistério de Cristo).

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