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HISTÓRIA DA DANÇA

NO OCIDENTE
PROFESSORA LÍGIA
O Gruta de Pech-Merle: mulheres dançavam
para obter maior fecundidade; (mas é
mentira)
O Os registros se espalham por territórios e
tempos distintos (Pinturas, marcas, artigos);
O Infelizmente os cientistas da Pré-história
não se ocupam tanto com as questões do
movimento, mesmo que este interfira na
história geral, portanto, é preciso certo
cuidado e pesquisa na hora de inferir sobre
a dança na pré-história;
O Bem como devemos tomar cuidado quanto
à forma como interpretamos o passado
segundo a nossa consciência moderna!
A orquéstica madeleniana
O Significado de orquéstica: s. f. || entre os antigos
gregos, a arte dos movimentos rítmicos do corpo, a
arte da dança; coreografia. F. gr. Orkhestike.
O Cultura Magdaleniana: uma das culturas do
paleolítico; caracterizado pelo uso do osso como
forma de fabricar ferramentas e utensílios.
O O homem: predador, vive de caça, pesca e colheita,
nômade, desprotegido das intempéries do clima
glacial e dos animais; alimentava-se, vestia-se e
construía seus instrumentos com o que era fornecido
dos animais.
O De que forma as danças se relacionam com o
homem e o ambiente desse período?
O Se o homem, nesse período, tinha a
consciência de que o animal era seu meio
de sobreviver, o animal era reverenciado
como aos deuses. Algumas provas não
escritas sobre isso eram encontradas em
grutas, onde os homens se abrigavam
temporariamente: “As grutas são santuários,
pois existe o sentimento religioso. Comprova-
o o uso da sepultura ritual, com os crânios
salpicados de tintura ocre. As sepulturas de
crânios de animais, também tingidos de
ocre, levam a supor que os homens pré-
históricos cultuavam os animais.” (Bourcier,
2006, p. 04)
Documentos característicos do
paleolítico

Figura gravada na gruta de Gabillou,


12000 a.C
Figura gravada na gruta de Addaura
(Sicília, 800 0a.C)
É importante observar que
esses personagens marcam
muito mais de um movimento
por si só. A vestimenta, as
posições e o próprio fato de
retratarem a dança nas
paredes de grutas e cavernas,
nos auxiliam a compreender
que o ser humano tem um
aspecto cultural imbricado que
ultrapassa as temporalidades
distintas. Essa última figura
aparece em outros lugares do
mundo, distantes entre si, o
que nos permite refletir como
chegamos tão longe em
épocas tão transitórias e
difíceis. “Desde já, a dança
nos leva além do simples
Figura de Trois-Fréres (Ariége, 10000 a.C) movimento” (Bourcier, 2006,
p. 07).
Características gerais da Dança
O Danças ritualísticas;
O Cultualísticas;
O Sempre ligada a um ato cerimonial;
O Geralmente acompanha a despersonalização
tanto em relação aos grupos (devido às
danças grupais que aparecem, os homens
perdiam o caráter individual e passavam a
absorver-se em coletividade) quanto em
relação às vestimentas (uso de máscaras de
animais).
A Erosão do Sagrado
O O homem passa de predador a produtor, fixo
em moradias, agricultor e pecuário; organiza-
se em grupos para proteger os bens
adquiridos; as cidades surgem com suas
culturas diferentes, religiões, deuses e
danças ritualísticas.
O As grandes populações que não cabiam nas
cidades começaram a imigrar para outras
regiões e impor suas culturais estrangeiras
às culturas locais.
Danças Agrárias e danças
totêmicas
O Mais encontradas na Grécia e
África;
O Passaram da veneração do
‘espírito’ à imagem, aos ritos
cívicos exigidos pelas cidades;
O Danças em solo (sem muitos
giros) e coletivas
Oriente Médio
O Egito- do neolítico até o ano 30 d.C:
O Pratico a dança sagrada, litúrgica (funerária) e de
recreação;
O No período pré-faraônico- representações coreográficas
em armas rituais; dançarinos acompanhavam cortejos
fúnebres; danças para cultuar as visitas de deuses;
dançarinas participam dos cortejos dos faraós;
sacerdotes-dançarinos que auxiliavam os mortos no
outro mundo; evocação de demônios ou funcionários
sacerdotais.
O Nota-se intercâmbio de movimentos com povos
hebreus, cretenses e gregos;
O Gosto pela dança acrobática.
A dança entre os Hebreus
O Proibidos de representarem seres vivos;
O Caráter paralitúrgico: está fora das celebrações,
espontaneidade das multidões e acontece em
contexto religioso;
O Acontece em rodas, fileiras, giros;
O Em multidões, aparece com caráter de socialização e
de transe individual;
O Praticada sem máscaras;
O A dança hebraica constituiu caráter
excepcionalmente religioso, não evoluindo para o
artístico;
O Danças acocoradas (dança “manca”)- com joelhos
flexionados, muito encontrado nas culturas antigas
do Mediterrâneo ocidental. (Boucier, 2006, p. 18)
Grécia
O A civilização grega tem uma marca profunda da dança
que acompanha toda sua trajetória;
O “Para os gregos, a dança era de essência religiosa,
dom dos imortais e meio de comunicação com eles”
(Bourcier, 2008, p.22)
O Nasceu em Creta, ilha onde os deuses ensinaram as
danças aos mortais para honrá-los e divertir os
homens;
O “[...] a dança tinha um papel importante na cultura
cretense: intervinha na liturgia oficial e também nos
grandes atos da vida particular”. (Bourcier, 2006. p.
20).
O Danças em rodas, cortejos fúnebres, movimentos
giratórios e saltos, gestos simbólicos com os braços
observados entre os egípcios e encontrados em grupos
dionisíacos são observados nessa época;
O A música, a poesia e o movimento
ocorriam em sintonia para honrar os
deuses e divertir os humanos;
O A dança é tida como fonte de saúde e
proporciona boa forma ao corpo, além do
quê, quem dança melhor ao honrar os
deuses, também tem sucesso nos
combates;
O “Povo admirável que não separou o corpo
do espírito, para quem o corpo também
era um meio de conquistar o equilíbrio
mental, o conhecimento, a sabedoria”.
(Idem, 2006, p. 23)
O A dança dionisíaca é a dança mais antiga da Grécia;
O Dionísio, Deus do vinho, das danças agrárias, da
fecundidade.
O Inicialmente tida como dança sagrada, passando à
dança da loucura quando da embriaguez por vinho pelos
participantes para se alcançar o estado de ditirambo
(interpretada pelas mênades, mulheres com a mena,
loucura sagrada), em seguida, torna-se cerimônia
litúrgica, passando para civil e morrendo em forma de
dança teatral e de diversão.
O Os movimentos eram dançados em formas de passos
corridos ou escorregados, braços estendidos,
geralmente em oposição, saltos com pernas esticadas
ou não, torço, e cabeça para trás
O “Da dança sagrada da mania a esta bufonaria (coro
satírico) bastante ousada, passando pela liturgia agrária,
pela festa cívica e pela peça de teatro, completa-se o
circuito de erosão do sagrado.
Foliões dionisíacos. (Desenho de vaso
grego da obra “Collection de vases
grecs de Mr. le Comte de Lamberg” de
Alexandre de Laborde).
Vaso grego com duas fiadas duma dança de roda.
A dança da roda, χορὸς κύκλιος, era possivelmente a mais
primitiva, simples e intuitiva forma de rapazes e raparigas se
divertirem a dançar.
Danças Pírricas- danças
guerreiras
O Começam em Creta, espalham-se pelo Peloponeso e Esparta,
chegando a Atenas a VI a.C.
O Considerada dança oficial de Esparta, elemento da educação em
geral e preparação para militar, além de sentido religioso.
O Ensinada às crianças desde os 5 anos.
O Compreendia exercícios preparatórios e de flexibilidade, junto de
movimentos acrobáticos (formato de ponte); quiromania, (porte
dos braços e das mãos) ensinando os gestos de combate.
O Todos os movimentos eram ritimados por um tocador de flauta
dupla (aulos).
O Em alguns cultos religiosos, era dançada por bailarinos nus;
O Também era a dança guerreira e militar de Atenas;
O Evoluiu igualmente às danças dionisíacas até se tornar dança de
representação.
Danças de culto e de festas
O Hyakynthia- Ritmos lentos e dança rápida
com jovens nus;
O Geranos- Dança em fileira que
intercalava rapazes e moças
representando o labirinto do minotauro;
dançado à luz de archotes em torno do
altar de Afrodite, ornado com chifres de
touro;
O Partenéias- culto floral primaveril,
dançado por moças.
Danças da vida cotidiana
O Nascimento e pós-parto;
O Comemoração do título de
cidadãos;
O Danças nupiciais;
O Danças de banquetes
Técnicas de dança Gregas
O Meia-ponta, harmonia de simetria, arriére
basse;
O Mãos estendidas voltadas para o céu era o
gesto do suplicante; mãos estendidas diante
do espectador era apóstrofe ao público, mãos
estendidas horizontalmente ao chão era o
gesto de tristeza (gestos miméticos
considerados a partir de sua expressão);
O Gestos de corrida, turbilhão, imitação de
animais ou gestos humanos
Dança Etrusca e Romana
O Etruscos- encontrada a dança guerreira e
dionisíaca, acompanhados pelos aulos e a lira.
O Roma- a dança se destaca em 3 períodos:
Reis, República e Império.
O Reis- Danças de origem agrária; danças
guerreiras;
O República- Danças de interpretações e
recreação;
O Império- a dança estava presente nos jogos de
circo, dançavam a pantomima
Danças Folclóricas
O A erosão do sagrado provocou as manifestações
folclóricas de danças pelas populações.
O Essas manifestações continuavam com a desculpa
de serem sagradas, mas com caráter popular.
Aconteciam longe das cidade geralmente.
O Exemplos: Saturnálias (festas em honra do deus
Saturno, mitologia grega), bacanais (em honra ao
deus Baco, foram proibidas no império Romano);
Lupercálias (honra ao deus Pã)
O Boa parte dessas danças está ligada a determinado
momento na vida dos diversos povos.
O O folclore ganha impulso longe dos centros
urbanos, pois é onde se mantém mais
afastadas da influência e sofisticação da
cidade e da teatralização das danças. Apesar
de tudo, ainda sofrem influência do progresso.
O “Assim, as manifestações folclóricas nasceram
dentro desse ciclo de progresso como forma
de expressão popular que avançou no tempo e
no espaço, devido a uma soma de
circunstâncias de cunho sociológico” (Faro,
1986, p. 22)
Folclore Brasileiro
O Cultura rica em expressões;
O Resultado da mistura de diversas culturas;
O Pouco exploradas devido ao pouco interesse
por parte das competências;
O Algumas manifestações (como as africanas)
tiveram modificações por parte da igreja
católica. Porém, isso não os impedia de
expressarem-se em locais longe da vista da
igreja;
O Algumas culturas permanecem puras, como a
de algumas tribos indígenas.
Existem dois grupos do
Folclore Brasileiro
O Urbano- Existente principalmente no
Norte e Nordeste do país
O Rural- Ocupa a maior parte do Sul e
Centro-Oeste, desenvolvendo-se em
aldeias e vilarejos, longe dos grande
centros.
O “Essas danças permanecem mais puras
quando são interpretadas nos locais
mais distantes dos centros civilizados”
(Faro, 1986, p. 25)
Subdivisão
O Além da divisão geral, as danças folclóricas
ainda se dividem segundo o contexto (ambiente
em que se desenvolvem). Essa característica
influi tanto na coreografia, quanto nos temas e
personagens. As áreas são:
O Área da pesca;
O Área da agricultura;
O Área da mineração;
O Área do pastoreio;
O Região Amazônica
Bailado
O Danças dramáticas, geralmente de origem
africana e origem secular;
O Passaram de danças étnicas (características
de um povo) à folclóricas, ao serem
transportadas para o Brasil junto com os
escravos. Exemplos: Congada; Maracatu;
Reisado; Dança dos pássaros; Moçambique;
Caboclinhos; Quilombos, etc.
O Geralmente estão ligados a um fato religioso,
pois os padres ressignificavam a dança para
converter escravos.
O Apesar disso, não os impediu de festejá-las em
segredo.
O As danças, com o tempo, estão
correspondendo a um caráter turístico e
de espetáculo e suas origens estão se
perdendo no tempo. Reflita e escreva: De
que modo, a cultura corporal de
movimento, através dos conteúdos da
Educação Física, podem despertar na
escola o interesse pelo resgate e
manutenção dessas danças?

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