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ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE EDUÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA

ANTIBIÓTICOS QUE INIBEM A SÍNTESE DE


ÁCIDOS NUCLEICOS
DISCENTES: MATHEUS RODRIGUES; ANNA KAROLLINA PACHECO; MARIANA
MEDEIROS
DOCENTE: Profª NEYRES ZÍNIA TAVEIRA DE JESUS

16 de Janeiro de 2018 1
Antibióticos que inibem a síntese de ácidos nucleicos
• Interferem em etapas da síntese de ácidos nucleicos e da
replicação, transcrição e tradução que são indispensáveis
para o bom funcionamento das células bacterianas;
• Exploram as diferenças bioquímicas entre os patógenos e
o hospedeiro:
• Síntese de ácido fólico X Ingestão de ácido fólico;

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Fonte: Google Imagens
Histórico
Domagk (1935) Isolou a
primeira molécula da
classe em experimentos
buscando corantes de
plástico

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Histórico

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Efeitos gerais sobre os agentes microbianos
• As sulfonamidas possuem ampla faixa de atividade antimicrobiana
contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas;
• Uso diminuído pelo aparecimento de muitas cepas resistentes nos
últimos anos;
• Efeito bacteriostático;
• Os mecanismos de defesa celular e humoral do hospedeiro são
indispensáveis para a erradicação final da infecção;

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Fonte: Google Imagens
Espectro antibacteriano
• Os microrganismos que podem ser sensiveis in vitro as sulfonamidas
incluem: Streptococcus pyogenes, Streptococcus pneumoniae,
Haemophilus influenzae, Haemophilus ducreyi, Nocardia.
Actinomyces, Calymmatobacterium granulomatis e Chlamydia
trachomatis;
• In vivo, porém a resistência tem sido um grande problema;

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Espectro antibacteriano
• Embora as sulfonamidas tenham sido utilizadas com sucesso no
tratamento de infecções meningocócicas durante muitos anos, a
maioria das cepas isoladas de Neisseria mineningitidis dos sorogrupos
B e C nos EUA e os isolados do grupo A de outros países tornaram-se
resistentes;
• Caso semelhante com a Shigella;
• Frequentemente cepas E. coli isoladas
dos pacientes com infecção urinária se
tornam resistentes as sulfas;
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Fonte: Google Imagens
Relação entre a estrutura química e a atividade
biológica da Sulfanilamida

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Mecanismo de ação
Síntese do ácido fólico

Fonte: Goodman & Gilman


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Mecanismo de ação

Fonte: Goodman & Gilman


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Absorção, destino e excreção
• Rápida absorção pelo TGI;
• 70% a 100% podem ser absorvidos em uma dose oral;
• Níveis plasmáticos máximos alcançados de 2-6 horas;
• Distribuem-se por todos os tecidos do corpo; Fonte: Google Imagens
• As sulfonamidas penetram facilmente nos líquidos pleural, peritoneal,
sinovial, ocular e outros líquidos corporais semelhantes, onde podem
atingir concentrações equivalentes a 50-80% da concentração
sanguínea;

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Absorção, destino e excreção
• As sulfonamidas sofrem alterações metabólicas in vivo, sobretudo no
fígado;
• São eliminadas do organismo em parte na forma de fármaco
inalterado e em parte como produtos metabólicos;
• Maior fração de excreção na urina;

Fonte: Google Imagens 12


Classificação
• Com base na rapidez com que são absorvidas e excretadas, as
sulfonamidas podem ser classificadas em 4 grupos:
1) Agentes absorvidos e excretados rapidamente: Sulfissoxazol,
sulfametoxazol*, sulfadiazina;
2) Sulfonamidas pouco absorvidas: sulfassalazina;
3) Sulfonamidas para uso tópico: Sulfacetamida, sulfadiazina de prata,
mafenida;
4) Sulfonamidas de ação longa: Sulfadoxina;

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Sulfametoxazol
• Ação intermediária, rápida absorção oral, excreção renal prolongada (Os rins
excretam ~ 95% de uma dose única em 24 h.);
• Atinge níveis séricos em duas horas, os quais são mantidos por 12 horas.
• Administrado por via oral;
• Utilizado no tratamento das infecções sistêmicas e do trato urinário;

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Fonte: Google Imagens
Sulfadiazina

• Distribui-se em todos os líquidos e tecidos (inclusive no humor aquoso,


lágrima e líquido cefalorraquidiano) e atravessa a barreira placentária e
as membranas celulares.
• Sulfadiazina + Pirimetamina é a terapêutica mais utilizada contra
toxoplasmose;
• Sulfadiazina + Trimetoprima trata infecções urinárias,
otites e sinusites.

Fonte: Google Imagens


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Sulfadiazina de prata.
• A sulfadiazina de prata inibe o crescimento in vitro de quase todas as
bactérias e fungos patogênicos;
• Esse composto é utilizado topicamente para reduzir a colonização
microbiana e a incidência de infecções das feridas decorrentes de
queimaduras;
• Uso tópico;

Fonte: Google Imagens 16


Sulfadoxina

• Possui meia vida longa (7-9 dias);


• Utilizada em combinação com pirimetamina (500 mg de sulfadoxina
mais 25 mg de pirimetamina) para profilaxia e tratamento da malária
causada por cepas de Plasmodium falciparum resistentes ao
medicamento padrão;

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Fonte: Google Imagens
Sulfametoxazol + Trimetropima
• Ilustra a aplicação prática do princípio de Sinergia em uma reção;
• Combinação conhecida como cotrimoxazol;
• Espectro semelhante ao da sulfa isolada, porém 20 – 100 vezes mais potente;
• Em torno de 50-95% das cepas de Staphylococcus aureus, Staphylococcus
epidermidis, S. pyogenes, estreptococos do grupo viridans, E. coli, Proteus mirabilis,
Proteus morganii, Proteus rettgeri, espécies de Enterobacter, Salmonella, Shigella,
Pseudomonas pseudomallei, Serratia e espécies de Alcaligenes. As espécies de
Klebsiella, Bruce/la abortus, Pasteurella haemolytica, Yersinia pseudotuberculosis,
Yersinia enterocolitica e Nocardia asteroides também são sensíveis.

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Sulfametoxazol + Trimetropima
• Indicações:
• Infecções bacterianas do trato respiratório;
• Infecções gastrointestinais e febre tifoide;
• Infecções por Pneumocystis jiroveci;
• Profilaxia para pacientes neutropênicos;

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Fonte: Google Imagens
Reações adversas
• Manifestações mais comuns:
• Sintomas digestivos;
• Farmacodermia: erupções mobiliformes e prurido cutâneo;
• Outros: Febre, cefaleia, tremores, nefrotoxicidade, flebite, vasculite e
hipercalemia;

• Manifestações com maior risco de vida:


• Anormalidades hematológicas: Leucopenia, trombocitopenia, agranulocitose,
anemia hemolítica e supressão da medula óssea;
• Hipercalemia (Para pacientes em uso parenteral;)
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Reações adversas
• Manifestações com maior risco de vida:
• Cristalúria com consequente insuficiência renal;
• Reações cutâneas graves: Dermatite esfoliativa, Síndrome de Stiven-
Johnson e a necrólise epidérmica tóxica;

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QUINOLONAS
• Antimicrobianos sintéticos
• Bactericidas
• Derivados do Ácido Nalidíxico
- primeiro fármaco
• Fluorquinolonas: melhor perfil Google Imagens
farmacocinético e maior atividade
bactericida
Classes das Quinolonas
• Ácido Nalidíxico
• Norfloxacina
• Ciprofloxacina
• Levofloxacina
• Moxifloxacina
• Gatifloxacina, Gepafloxacina e
Trovafloxacina
• Clinafloxacina, Sparfloxacina e
Gemifloxacina
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Mecanismo de Ação
• As quinolonas, inibem a síntese de as duas fitas de DNA para que novos
DNA das bactérias por meio da inibição nucleotídeos sejam adicionados,
das enzimas bacterianas DNA formando, assim, novas moléculas de
topoisomerase II (DNA girase) e DNA.
topoisomerase IV. A topoisomerase II
tem a função de esticar o enovelado de
DNA (desnovelação do DNA) para que a
ação da topoisomerase IV seja mais
eficaz. Sem a função da DNA-girase,
não é possível prosseguir com a
duplicação do DNA e a bactéria cessa
de se multiplicar. A topoisomerase IV,
por sua vez, é responsável por separar
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Aspectos Farmacológicos
• Boa concentração sérica
• Boa penetração na maioria dos
tecidos
• São concentração-dependentes
• Biodisponibilidade Oral ex.:
Levofloxacina - 90 a 100%
• Metabolização hepática parcial - alta [
] biliar e grande quantidade de
metabólitos nas fezes Google Imagens

• Excreção renal sob forma ativa

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Aspectos Farmacológicos
• São bem absorvidas após compromete a absorção -
administração oral e entretanto pode retardar o
distribuem-se amplamente momento da concentração
pelos tecidos do corpo. máxima.
• Níveis séricos máximos das
fluorquinolonas são
alcançados 1-3 horas após
um dose oral de 400mg.
• O alimento não
Espectro de Ação
• Espectro principal: BGN aeróbios
• E. Coli, Klebsiella, Proteus, Citrobacter, Serratia, Providencia, Morganella
morganii, Salmonella, Shigella, Campylobacter sp., Yersinia enterocolotica;
• Neisseria gonorrhoeae, Haemophyllus influenzae, Moraxella catarrhalis
• Pseudomonas aeruginosa - atividade menor do que as demais BGN
• Cocos Gram-positivos - Staphylococcus aereus e S. Epidermidis, Streptococcus
pneumoniae e pyogenes
• “Atípicas" - Legionella pneumophilla, Chlamydia sp., Mycoplasma pneumonia,
Vibrio cholerae e Mycobacterium tuberculoses.

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Indicações Clínicas Gerais
• Infecção do trato urinário
• Infecção pele e partes moles
• Infecção gastrintestinais e
intrabdominais (+ anaerobicidas)
• Infecção respiratórias altas e
pneumonias
• Prostatites e DST’s (exceto sifilis)

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Norfloxacina
• Baixa absorção oral
• Baixa concentração sérica
• Biodisponibilidade oral - 30 - 45%
• INFECÇÕES NÃO COMPLICADAS DO TRATO URINÁRIO BAIXO
• Profilaxia de peritonite bacteriana
• Espectro para E. coli e outros BGN

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Ciprofloxacina
• Apresentação oral e parenteral
• Biodisponibilidade oral - 70%
• Concentração urinária e biliar
• Infecções do trato urinário e vias biliares - pielonefrite e colescistites
• Infecções intestinais - Salmonelose e Shigelose
• Possui atividade anti-pseudomonas e neisseria (alt. p profilaxia)
• NÃO USAR EM PNEUMONIAS
• Útil em infecções polimicrobianas envolvendo Gram (-) - “pé diabético"

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Ofloxacina
• Biodisponibilidade oral: 90%
• Espectro e indicação clinicas
similares ao da Ciprofloxacina
• Menor atividade anti-
pseudomonas
• Brasil: Esquema alternativo para
tratamento de Tuberculose em
pacientes hepatotoxicos

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Levofloxacina
• “Respiratórias"
• Adm em DU diária
• Boa atividade contra cocos Gram (+)
• Biodisponibilidade oral - 100%
• Eliminação Renal - 80%
• Excelente distribuição por todos os
tecidos e fluidos do corpo
• PRINCIPAL INDICAÇÃO: Pneumonias
Adquiridas na comunidade e
hopitalares precoces (até 5 dias)

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Efeitos Adversos

• TGI (3 - 17%): náuseas leves, vômitos e/ou desconforto abdominal - rara a


ocorrência de diarréia e colite associada a antibióticos;
• SNC (0,9 - 11%): cefaléia leve e tonturas, Convulsões (RARAS);
• Idosos: delirios e alterações do nível de consciência
• Efeito tóxico sobre cartilagem epfisárias - contra-indicado para crianças
menores de 12 anos e gestantes.
Efeitos Adversos
• Drogas que Foram retiradas do mercado:
• Trovafloxacina - hepatotoxicidade grave;
• Grepafloxacina
• Gatifloxacina - alteração no metabolismo de insulina/glicose.

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Rifampicina

Rev. Bras. Farm., 86(3), 2005

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Rifampicina
História
• Ansamicinas
• 1957 cepa de Streptomyces Mediterranei
• 1970 Tratamento para Tuberculose

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Rifampicina
Espectro de Ação
• Bactérias gram-positivas (incluindo os estafilococos
resistentes à penicilina e à oxicilina)
• Bactérias gram-negativas (como E. coli e Proteus)
• Maior aplicação clínica: M. tuberculosis e ao M. leprae

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Google Imagens
Rifampicina
Transcrição Bacteriana
• Bactérias necessitam de
transcrição e tradução:
• Transcrição: informação genética
é copiada no DNA em uma
sequência de bases de RNA
• Tradução: sintetização de
proteínas essenciais a partir das
informações codificadas no RNA
• Ambos os processos dependem de
diversas enzimas, dentre elas a
RNA polimerase
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Rifampicina
Mecanismo de Ação
• Inibição da síntese de RNA
• Liga-se à RNA-polimerase, formando complexos firmes e
irreversíveis, impedindo a ação da enzima
• Impede a formação de RNAm, RNAr e RNAt

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Rifampicina
Absorção
• Bem absorvida pela via oral
• É lipossolúvel e os alimentos interferem em sua absorção
• Sua absorção é rápida e quase completa
• Difunde-se por todos os fluidos corporais, incluindo o LCR

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Rifampicina
Metabolização e Excreção
• É metabolizada parcialmente, sofrendo desacetilação no
fígado, sob ação da citocromo P-450
• É eliminada principalmente pela via biliar

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Rifampicina
Indicações
• Uso combinado para o tratamento da Tuberculose (Isoniazida)
• Profilaxia de infecções ósseas
• Tratamento tópico de queimaduras
• Úlceras e feridas infecionadas
• Leishmaniose cutânea e tegumentar

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Rifampicina
Efeitos Adversos
• São pouco frequentes
• Os mais comuns são:
• Erupções cutâneas
• Febre
• Distúrbios Gastrointestinais

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Rifampicina
Disponibilidade da Droga
• Spray
• Solução tópica
• Sal Sódico IV (Rifocina Intravenosa)

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Rifampicina
Interação Medicamentosa
• Fígado – CYP450

• Metadona • Quinidina
• Hipoglicemiantes orais • Cetoconazol
• Corticosteróides • Anticoncepcionais orais
• Diazepam • Anticoagulantes orais
• Barbitúrios • Estrogênios
• Dapsona • Progestogênios

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Metronidazol

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Metronidazol
Espectro de Ação
• Nitroimidazólicos
• Atividade contra bactérias anaeróbicos (gram-negativas e
gram-positivas)
• Certos protozoários

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Metronidazol
Mecanismo de Ação
• Após penetra por difusão passiva, o metronidazol (pró-
fármaco) é ativado por um processo de redução
• Lesam o DNA por liberação de radicais livres e compostos
tóxicos
• Impedem a síntese enzimática das bactérias
• As bactérias aeróbicas não possuem enzimas que reduzem a
droga

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Metronidazol
Absorção
• É quase totalmente absorvido no tubo digestivo
• Apenas 10% se liga a proteínas plasmáticas
• Distribuindo-se amplamente, atingindo níveis terapêuticos em
diversos fluidos orgânicos

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Metronidazol
Metabolização e Excreção
• Ele é metabolizado principalmente pelo fígado
• A maior parte é excretada pelos rins (60 a 80%) e o restante
nas fezes

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Metronidazol
Indicações
• Amebíase
• Tricomoníse
• Giardíase
• H. pylori
• Vaginose bacteriana (Gardnerella vaginalis)

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Metronidazol
Efeitos Adversos
• Raramente são graves
• Cefaléia, náuseas, secura e gosto metálico na boca
• Zumbidos, vertigem, convulsões, ataxia cerebelar

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Referências
• Walter Tavares. Antibióticos e Quimioterápicos para o clínico.
1ª ed. São Paulo: Atheneu; 2006
• Amato Neto V, Nicodemo AC, Lopes HV. Antibióticos na
prática clínica. 6ª ed. São Paulo: Sarvier Editora; 2007.
• KATSUNG, B. Farmacologia Básica e Clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: Mc-
graw-hill interamericana, 2010;
• GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11. ed. Rio de
Janeiro: McGraw-Hill, 2006;

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