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TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
CAPÍTULO I-II-III-IV-V E VI
Estupro
• O sujeito passivo pode ser tanto homem como mulher, desde que
maior de 14 anos e capaz de discernimento e defesa.
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas
no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência.
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza
grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12
(doze) a 30 (trinta) anos.
TÍTULO VI-DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE
SEXUAL-ARTIGO- 213-234
CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
Os crimes do § 2o
Ação penal
Formas qualificadas
Ato obsceno
Ato obsceno
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda,
para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito,
desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos
referidos neste artigo;
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação
teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer
outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter;
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio,
audição ou recitação de caráter obsceno.
TÍTULO VI-DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE
SEXUAL-ARTIGO- 213-234
• O art. 234 traz um tipo misto ou de conteúdo variado. No mesmo
contexto, a prática de duas ou mais ações descritas no dispositivo
constitui crime único.
• O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa.
• O sujeito passivo é o Estado ou a coletividade (crime vago).
• A consumação se dá conforme a espécie de conduta.
• Fazer se consuma com o fim do processo de fabricação do objeto.
• Importar se consuma com a entrada do objeto no país.
• Exportar se consuma com a saída do objeto do país.
• Adquirir se consuma com o recebimento físico da coisa.
• Ter sob sua guarda se consuma no primeiro instante em que se
recebe a coisa (é crime permanente).
• Vender se consuma com o acordo sobre o objeto e o preço,
independente da tradição da coisa e do recebimento do preço.
TÍTULO VI-DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE
SEXUAL-ARTIGO- 213-234
• Distribuir se consuma com o ato de despachar a coisa para o
destinatário.
Figuras assemelhadas
DISPOSIÇÕES GERAIS
Causas de aumento de pena
Bigamia
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com
pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com
reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou
o outro por motivo que não a bigamia, considera-se
inexistente o crime.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 1 – Crimes contra o casamento
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 1 – Crimes contra o casamento
http://mais.uol.com.br/view/pj4p9vzv54s1/falso-padre-faz-
casamento-fora-dos-padroes-da-igreja-
04024D1C3660E4B14326?types=V&
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 1 – Crimes contra o casamento
Simulação de casamento
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra
pessoa:
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 1 – Crimes contra o casamento
Tipo penal:
O crime de registro de nascimento inexistente está
previsto no art. 241: “Promover no registro civil a
inscrição de nascimento inexistente. Pena –
reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos”.
Objetividade jurídica:
O estado de filiação e a própria fé pública.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 2 – Crimes contra o estado de filiação
Sujeito do delito:
Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa, não
abrangendo apenas os familiares. Sujeito passivo:
o Estado.
Tipo objetivo:
Promover: provocar a inscrição de nascimento
inexistente ou realizar o registro de natimorto.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 2 – Crimes contra o estado de filiação
Tipo subjetivo:
O dolo, consistente na vontade de fazer falsa
declaração de nascimento.
Consumação:
Consuma-se inscrição no registro civil, com a falsa
declaração. Tratando-se de crime plurissubsistente,
isto é, crime cuja a conduta pode ser dividada, a
tentativa é admitida.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 2 – Crimes contra o estado de filiação
Objetividade jurídica:
Sujeitos do delito:
Tipo objetivo:
Tipo objetivo:
Tipo subjetivo:
Consumação:
Objetividade jurídica:
A família e o direito de filiação.
Sujeitos do delito:
Sujeito ativo: os pais, quando se trata de filho próprio,ou
qualquer pessoa, quando se tratar de filho alheio. Sujeito
passivo: o Estado e o menor.
Tipo objetivo:
Deixar: abandonar a criança. Embora o Código fale em asilo
de expostos, hoje se refere a instituições de caridade, de
abrigamento de crianças e adolescentes. O agente deve
ocultar a filiação (afirma desconhecer quem é o pai) ou
atribuir outra filiação (afirma que tal filho é de Maria quando
na verdade era de Joana).
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 2 – Crimes contra o estado de filiação
Tipo subjetivo:
O dolo, consistente na vontade livre e consciente de
abandonar o menor em uma instituição, acrescido do dolo
específico de prejudicar o estado de filiação.
Consumação:
Ocorre com o abandono do menor somado à ocultação ou
falseamento de atribuição da filiação. Admite-se a tentativa,
mas se não houver prova de que o agente desejasse provocar
prejuízo ao estado de filiação, a conduta é desclassificada para
os delitos dos arts. 133 e 134 do CP.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Abandono material
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto
para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem
justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
gravemente enfermo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de
uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo
solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por
abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento
de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou
majorada.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Objetividade jurídica:
A proteção à família como garantia de alimentos (o tipo foi
alterado pela Lei nº 5.478/68).
Sujeitos do delito:
Sujeito ativo: a pessoa que possui o dever legal de assistir
materialmente o sujeito passivo, inclusive a mulher. Se o
empregador deixar de prestar as informações necessárias ao
processo de alimentos, não será partícipe, mas autor do crime
do art. 22 da Lei de Alimentos (Lei nº 5.478/69). Sujeito
passivo: a pessoa que deve ser assistida. Quanto aos filhos, o
dever se limita até os 18 anos, momento em que cessa o
poder familiar; exceto quando inapto para o trabalho.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Tipo objetivo:
1. Deixar sem justa causa a subsistência do sujeito passivo:
os alimentos são denominados stricto sensus e não no sentido
amplo que a lei civil fornece. Significa que a subsistência
ficará afetada se não houver alimentos para remédios, mas
não estará se não foi fornecido para o lazer;
2. Falta de pagamento de pensão alimentícia fixada pelo juiz
civil: deve-se aguardar todo o trâmite do processo de
alimentos, caracterizando a falta quando da execução. A
existência de prisão civil não afasta o crime, mas permite a
detração do tempo cumprido (Victor Eduardo Rios Gonçalves,
Dos crimes contra os costumes aos crimes contra a
administração, p. 45) em razão de analogia in bonam partem
da prisão administrativa (Celso Delmanto et al., Código penal
comentado, p. 82);
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Tipo objetivo:
3. Falta de amparo a ascendente ou descendente enfermo: o
tipo refere-se à falta de medicamentos, ida ao hospital etc.
Incluem-se também as pessoas envolvidas em união estável;
4. Frustração ou impedimento de pagamento de pensão (art.
244, § único). Ocorre com o abandono de emprego ou função
(§ único). Inocorre o crime com a existência de justa causa
(elemento normativo do tipo é aquele que depende de uma
apreciação do juiz, por exemplo, o que é justa causa?).
Agente desempregado (RT 744/659), doente (RT 553/376) ou
sem recursos (RT 543//380). Não é admitida como justa
causa a insolvência que não é provada (RT 433/424)
(Maximilianus Cláudio Américo Fuhrer et al., Resumo de
direito penal, parte especial, p. 150).
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Tipo subjetivo:
O dolo, consistente na vontade livre e consciente de praticar
uma das quatro condutas acima elencadas.
Consumação:
Como se trata de crime omissivo-próprio (previsto como tipo
penal) consuma-se quando o agente deixa de prover a
subsistência, exigindo-se a permanência da conduta
(demonstrações reiteradas de inadimplemento) ou quando
não efetua o pagamento da pensão. Tem-se entendido que se
trata e crime permanente, o que permite a prisão em
flagrante do agente. Ressalte-se que, uma vez consumado, o
posterior adimplemento (pagamento) das obrigações não
exclui o crime. A tentativa, tratando-se de crime omissivo,
não é admitida.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Objetividade jurídica:
A tutela da criança ou do adolescente.
Sujeitos do delito:
Sujeito ativo: trata-se de crime próprio podendo apenas ser
praticado pelo pai ou pela mãe, vez que o código fala em
“entregar filho”, de forma a limitar a conduta ao pai ou a mãe.
Como crime próprio e não de mão-própria, admite-se a
coautoria (aquele que entrega junto) ou a participação
(aquele que, por exemplo, empresta o veículo – auxilio
material). Pai é aquele que consta da certidão de nascimento
da criança ou adolescente, sendo assim, não responde o pai
natural que não assumiu a criança ou adolescente. Sujeito
passivo:o filho menor de 18 anos, pois maior dessa idade não
está mais submetido ao poder familiar.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Tipo objetivo:
Entregar: não tem conotação de definitividade, admitindo a
entrega por breve período. Abrange tanto a guarda
(transferência da posse que pode ser judicial ou de fato) ou o
cuidado (posse breve). Embora seja crime de perigo, este é
concreto, exige a demonstração do prejuízo moral (deixar com
prostituta, com criminoso) ou material (deixar com
tuberculoso).
Tipo subjetivo:
O tipo subjetivo comporta duas modalidades: (1) o tradicional
dolo que é a vontade de entregar o filho, sabendo do perigo
de colocar sob os cuidados de pessoa inadequada; (2) e
também o dolo eventual, expressada no “deve saber”. Aqui
existe a exigência da previsibilidade. Embora o evento não
seja previsto, o “homem médio” é capaz de prever a
inadequação de deixar com determinada pessoa. Há posição
minoritária indicando o “deve saber” como culpa.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Consumação:
Consuma-se o delito, uma vez se tratando de crime de perigo,
com a simples entrega, desde que esta seja inadequada. A
tentativa é admitida.
Qualificadoras:
O crime qualificado está previsto no art. 245, § 1º: A pena é de 1
(um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito
para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior.
1. Lucro é a vantagem econômica do agente. Trata-se do
elemento subjetivo do injusto ou dolo específico. O exemplo é de
entregar a criança ou o adolescente para pedir esmolas;
2. O envio para o exterior, exigindo-se a efetiva saída para outro
país.
O art. 245, § 2º (incorre, também, na pena do § anterior quem,
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação
de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de
obter lucro) foi revogado tacitamente pelo art. 239 do ECA.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à
instrução primária de filho em idade escolar:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Objetividade jurídica:
Tutela-se o direito à educação (primária).
Sujeitos do delito:
Sujeito ativo: tratando-se de crime próprio , já que a lei fala
em “filho”, somente podem agir como sujeito ativo os pais. E
também de mão própria, pois só os pais podem ser autores,
não existindo coautoria. No entanto, inclui também aquele que
não está com a guarda; basta possuir o poder familiar. O tipo
permite que estranho seja partícipe, instigando, induzindo ou
auxiliando. Exemplo: pessoa muito amiga do pai diz
continuamente que é besteira matricula seu filho em escola.
Em razão disso, pai deixa de matricular o filho. Sujeito
passivo: o filho em idade escolar (4 aos 17 anos) (Lei nº
9.394/96, art. 6º com a redação fornecida pela Lei nº
12.796/2013).
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Tipo objetivo:
Deixar de prover a instrução primária: deixar de providenciar
(crime omissivo). Já se entendeu que a condição econômica
extrema pode afastar o crime (RT 275/601). A falta de vaga
também torna atípica a conduta (JUTACRIM 22/376).
Tipo subjetivo:
O dolo, consistente na vontade de não prover a instrução de
primeiro grau. Frise-se que, nas camadas mais humildes da
população, não se caracteriza o dolo, mas verdadeiro crime
culposo, furto da negligência ou desconhecimento do
mandamento legal.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Consumação:
Consuma-se o delito com a prática de conduta omissiva
inequívoca (o que exige certo lapso de tempo) para consumar
o delito em face de filho em idade escolar (a partir de 4 anos).
Se o pai, estando a criança com sete anos, não a matricula no
ensino primário, comete o crime de abandono intelectual. A
tentativa não é admitida, tratando-se de crime omissivo
impróprio.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Objetividade jurídica:
A moral da criança ou do adolescente.
Sujeitos do delito:
Sujeito ativo: os pais, tutores e também quem
possui a guarda ou a ele foi confiado o menor,
como os professores, os responsáveis por
“acampamentos de férias” etc. Sujeito passivo: é o
menor de 18 anos.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 3 – Crimes contra a assistência familiar
Tipo objetivo:
Tipo objetivo:
Tipo subjetivo:
O dolo, consistente na vontade de permitir ou tolerar qualquer
das quatro possibilidades acima descritas.
Consumação:
A consumação pode-se dar por duas formas: (1) o responsável
primeiro consente e depois o ato é realizado; (2) o ato é realizado e
depois o responsável consente. No primeiro caso, o crime se
consuma com uma das condutas. Nota-se que todas as condutas
contêm o caráter de habitualidade, com exceção da participação de
representação que admite por exemplo a participação uma só vez.
Nesse caso, com uma só vez, consumou-se o crime (Damásio,
Código penal anotado, p. 818). Nos demais casos, a vítima realiza a
conduta e depois o responsável consente. Nesse caso, o crime só se
consuma com o assentimento. Exemplo: filho freqüenta casa de jogo
e o pai, sabendo depois, permite. Nesse caso, a tentativa não é
admitida para a doutrina (Cezar Roberto Bitencourt, Tratando de
direito penal, parte especial, v. 4, p. 158).
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 4 – Crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela
Objetividade jurídica:
Tutela-se o direito ao poder familiar, à tutela e à
curatela e também os incapazes.
Sujeitos do delito:
Sujeito ativo: qualquer pessoa, podendo ser os pais
que, por exemplo, tiverem o poder familiar
suspenso. Sujeito passivo: o pai, tutor, o curador e
o incapaz. Na expressão “pai” inclui-se a mãe
(interpretação extensiva).
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 4 – Crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela
Tipo objetivo:
Induzimento à fuga: nesse caso, o agente faz
nascer a ideias ao incapaz de fugir. Exemplo:
sugerir ao menor que fuja da casa onde reside com
os pais.
Entrega arbitrária: nesse caso, o agente entrega a
outra pessoa não autorizada a receber o incapaz.
Sonegação de incapaz: nesse caso, o agente deixar
de entregar, sem justa causa, a quem
legitimamente o reclama. Nessa hipótese, o agente
possui a posse do incapaz, mas se recusa a
entregar a quem de direito o requer.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 4 – Crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela
Tipo subjetivo:
O dolo, consistente na vontade de praticar uma das
três condutas antes mencionadas.
Consumação:
Consuma-se o delito com a fuga e não com o
simples convencimento, exigindo um real
afastamento e uma certa duração. Na segunda
conduta, com a entrega e na terceira, com a recusa
em entregar. A tentativa é permitir nas duas
primeiras condutas, mas não na terceira, já que se
trata de crime omissivo puro.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 4 – Crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela
Subtração de incapazes
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou
interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda
em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o
fato não constitui elemento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor
ou curador do interdito não o exime de pena, se
destituído ou temporariamente privado do pátrio
poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do
interdito, se este não sofreu maus-tratos ou
privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 4 – Crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela
Objetividade jurídica:
Sujeitos do delito:
Tipo objetivo:
Subtrair significa retirar o incapaz. Existe o crime
mesmo diante da concordância do incapaz. Comete
tal delito o pai que se aproveita de visita aos filhos
e os subtrai da guarda da mãe (RT 520/416).
Tipo subjetivo:
O dolo, bastando a vontade de retirar da vítima o
incapaz.
TÍTULO VII - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAP. 4 – Crimes contra o pátrio poder, tutela e curatela
Consumação:
Consuma-se o delito com a subtração. A doutrina
entende como crime instantâneo. Mas Mirabete entende
como crime permanente, sendo que a consumação se
prolonga no tempo (Mirabete, Manual de direito penal,
parte especial, v. 3, p. 52). A tentativa é possível.