COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL II Profª Lucília Grando GRUPOS
• Conjunto de interações que ocorre entre duas ou mais
pessoas, as quais se diferenciam pela força de uso de poder, crenças, valores e tipo de tomada de decisão, com diversos graus de complexidade; • O grupo possui uma mentalidade coletiva, onde atuam a cultura e as emoções dos indivíduos e do grupo como um todo; • As crenças estão relacionadas ao modo como são resolvidas as dificuldades do grupo; as emoções, ao grau de envolvimento pessoal na situação de grupo. Dinâmica dos Grupos (Bion)
• Dependência: convicção de que alguém, externo ao grupo, irá
prover a satisfação das necessidades e desejos do grupo; • Ataque e fuga: ocorre quando o funcionamento do grupo está baseado na crença de que existe um mal que deve ser destruído ou evitado; • Acasalamento: crença de que os problemas e necessidades atuais são apenas um fato futuro, mantendo-se uma esperança de algum dia superá-los; • Grupo especializado de trabalho: envolve uma convivência baseada na cooperação e esforço, permitindo evolução de ideias e amadurecimento do grupo como um todo. Diferença entre Grupos e Equipes (Robbins 1998) • Grupo: interação de dois ou mais indivíduos interdependentes, que se juntam para atingir objetivos especiais;
• Equipe é um grupo de trabalho que interage, principalmente,
para partilhar informação e tomar decisões que ajudem cada membro a ter um desempenho dentro de sua área de responsabilidade. Em uma equipe, a interação entre os membros vai além da que ocorre em grupos, gerando sinergia positiva por meio de esforço coordenado. Os três tipos mais comuns de equipes em organizações: •Equipe solucionadora de problemas;
•Equipes autogerenciadas;
•Equipes de funcionalidade cruzada.
Todo grupo tem marcas psicológicas que explicam as relações, atitudes e motivações de seus membros. Grupos psicológicos Schein(1982)
Conjunto de pessoas que:
•Interagem umas com as outras; •São psicologicamente consciente uma das outras; •Percebem-se como grupo. Classificação dos grupos Robbins(1998):
• Grupos formais: aqueles definidos pela
estrutura da organização, com missões de trabalhos designadas, estabelecendo tarefas. • Grupos informais: alianças que não são formalmente estruturadas nem determinadas organizacionalmente. Subclassificação dos grupos: • Grupo de comando: é determinado pelo organograma da organização, sendo composto por subordinados que se reportam diretamente a um dado gerente. • Grupos de tarefas: são determinados organizacionalmente e representam aqueles que trabalham juntos para completar determinada tarefa. • Grupos de interesse: são constituídos por pessoas que podem ou não estar alinhadas em grupos comuns de comando ou tarefa e que se juntam para conseguir um objetivo específico no qual todos têm interesse. • Grupos de amizade: são grupos que frequentemente se desenvolvem porque os membros têm características em comum. Funções desempenhadas pelo Grupo
• Organizacionais formais: trabalhar em uma tarefa complexa e independente,
produzir novas ideias e soluções, desempenhar funções de ligação e coordenação, facilitar a implementação de decisões e como veículo de socialização ou treinamento. Atende às necessidades da organização. • Psicológicas individuais(informais): necessidade de associação, confirmar sentimento de identidade e manter a autoestima; estabelecer e testar a realidade social, reduzir insegurança, ansiedade e sentimento de impotência e tornar-se um mecanismo de resolução de problemas. Atende às necessidades dos membros. • Múltiplas ou mistas: a maioria dos grupos desempenha funções formais e informais, atendendo às necessidades da organização e de cada um de seus membros. Assim, os grupos se mostram fundamentais para o aumento da eficiência organizacional em longo prazo e para atender às expectativas e necessidades individuais. Desempenho dos grupos: Conflitos e Desafios
• Os grupos constituem-se em um fenômeno
humano universal; • Não são ideais para todo tipo de situação; • Definir nitidamente como e quando usá-los – principalmente no sentido formal. Os principais problemas de grupos nas organizações
• Como torná-los eficazes para atender às
necessidades da empresa e de seus membros; • Como estabelecer condições que melhorem o relacionamento entre grupos, aumentando sua produtividade sem destruir as relações intergrupais – evitando a competição predatória entre grupos. Recursos táticos para evitar a competição intergrupal • Achar um inimigo comum: grupos se unem contra outro “grupo de grupos” ou competição contra outra organização; • Estimular interação entre líderes ou subgrupos de grupos competidores: tentar criar um conceito de “objetivos comuns”, de “grande grupo” para todos os grupos; é a base das “reuniões de cúpula”; • Encontrar um objetivo superior; • Ter um treinamento experimental entre grupos que se caracteriza pelo treinamento entre os grupos competidores, lidando com suas percepções de si mesmo e do outro grupo. Prevenção de conflitos entre grupos
•Dar ênfase à eficiência da organização.
•Manter uma comunicação intergrupal elevada e frequente. •Estimular a rotação de membros. •Evitar situações de vence-perde. Vantagens e desvantagens dos grupos Vantagens Desvantagens Mais fontes de informação A equipe pode pressionar demais o indivíduo Maior criatividade Alguém pode dominar a situação Trabalho em equipe Alguém pode sobrecarregar-se incrementa a de tarefas aprendizagem e o autoconhecimento Maior satisfação Menor tempo para cumprir a individual(por decidir) tarefa Relações interpessoais em pequenos grupos
A convivência entre as pessoas é um fato
marcante, em termos de destino da vida de cada um. O sucesso ou fracasso na formação de vínculos interpessoais é inegavelmente fonte de alegria e sofrimento, e pode, consequentemente, ser um poderoso determinante dos mais diferentes níveis de sentimentos de autoestima de cada um. Fases de amadurecimento dos pequenos grupos Will Schutz(1966)
1- Todo indivíduo têm três necessidades
interpessoais: a)Inclusão; b)Controle e; c)Abertura 1ª fase Inclusão: as associações entre duas ou mais pessoas Ao se associarem, as pessoas logo buscam: • Fazer parte de um grupo; • Sentir que significam alguma coisa para o outro; • Que têm algum valor; • O sentimento de “estar junto” e ao mesmo tempo querem ser conhecidos e adquirir uma identidade; • Receber atenção, de interagir e ser único. Ser único implica estar interessado o suficiente em si mesmo para descobrir quem se é; • No início há um aspecto comum identificado como uma espécie de comprometimento em deixar-se envolver; Há três maneiras de se comportar na fase inclusão:
•Comportamento hipossocial: caracterizado
como introvertido e retraído; •Comportamento hipersocial: possui uma orientação extrovertida e empática; •Comportamento social: uma posição mais equilibrada entre esses dois extremos. Ao nível do sentimento:
• A necessidade de inclusão: é a necessidade de
estabelecer e manter um sentimento mútuo de interesse com as pessoas;
• Ser capaz de ter interesse por outras pessoas
em um nível satisfatório e conseguir também que as outras pessoas tenham interesse por si, em um nível igualmente satisfatório. Equilíbrio do relacionamento nessa fase:
• Quando há pessoas que querem ser incluídas ou se
deixam incluir no grupo a partir da ação de outras, que tomam a iniciativa de incluí-las;
• O excesso de um estilo, em detrimento do outro, retém
o grupo nessa fase inicial e permanecer muito tempo nessa etapa, precipita desajustamento para aqueles que fazem parte deste grupo. 2ª fase: Controle
• A fase seguinte de amadurecimento é quando os
relacionamentos têm o objetivo de estabelecer as relações de poder, influência e autoridade entre as pessoas;
• Os papéis sociais se definem, cada membro do grupo
faz o possível para conquistar o seu lugar e desempenhar aquele tipo de papel que o identifica. Nesse momento, provavelmente o líder do grupo aparece e assume a sua posição Três estilos diferentes:
• Abdicrata: quando o participante mostra baixa
necessidade de controlar e assume posição de subordinação. • Autocrata: possuidor de alta necessidade de controle e dominação; • Democrata: o ponto de equilíbrio entre os dois extremos, a pessoa se sinta à vontade, tanto dando como recebendo ordens. Possuir esse estilo significa que a pessoa é confiante de que os demais respeitam sua habilidade de tomar decisões. Com relação aos sentimentos: • A necessidade de estabelecer e manter um sentimento mútuo pela competência e responsabilidade dos outros; • Ser capaz de respeitar os outros, bem como merecer o respeito dos outros com relação a si próprio, em nível satisfatório. Após cada um ter assegurado sua presença no grupo, procura fazer-se conhecer em termos da sua competência pessoal e responsabilidade por determinado papel comportamental assumido, até o ponto em que naturalmente seja estabelecido um clima de respeito mútuo. O equilíbrio na fase:
• A medida em que haja participantes que queiram deixar-se
controlar, enquanto outros desenvolvem sua ação no sentido de assumir a responsabilidade pelo controle das demais; • Caso todos queiram controlar e não existam membros do grupo dispostos a se submeterem, o equilíbrio não aparecerá; • Ou se só existir quem queira se deixar controlar, o grupo se fixa nessa fase de maturidade, gerando igualmente desconforto; • Podem aparecer tensões, e ultrapassá-las significa um passo além na maturidade do relacionamento das pessoas que compõem o grupo. 3ª fase: Abertura
Três estilos ou tipos de trocas entre as pessoas:
• Hipopessoal: alguém que evita revelar-se aos demais, mantém um tipo de contato superficial e distante, sente-se bem quando os demais também o tratam de forma distante. • Hiperpessoal: esse estilo leva a pessoa a “borboletear” no seio do grupo, “conversando com todos a respeito dos seus sentimentos e emoções mais profundas”. • Estilo pessoal: a pessoa se sente à vontade tanto dando como recebendo afeto. O próprio autor adverte que o grau de abertura inegavelmente varia de pessoa para pessoa. Ao nível do sentimento
•Necessidade de estabelecer e manter um
sentimento de mútua afeição com outras pessoas; •Ser capaz de amar as outras pessoas a um nível satisfatório e ter amor dos outros também a um nível satisfatório; Equilíbrio da fase
O conforto na convivência se dá na medida em
que alguns membros do grupo estão prontos para receber a afeição, enquanto outros tomam a iniciativa de dar essa afeição e proximidade no relacionamento. É nesse momento que o grupo atinge sua real produtividade, desenvolvendo vínculos eficazes. Problemas de Trabalho em Equipes Virtuais
• Atividades devem ser bem estruturadas;
• Metodologia clara e definida, que facilite o processo de comunicação e interação entre os membros; • A informação precisa ser explícita e contínua, para evitar que a comunicação se torne desordenada, subjetiva e dispersa; • Outros aspectos a serem considerados: as diferenças culturais, pessoais e de horários ao redor do mundo. Problemas de Trabalho em Equipes Virtuais • Em um chat muitas vezes é possível usar os recursos disponíveis, mas esses se mostram ineficientes para estabelecer uma comunicação adequada; • Nas discussões via email, as principais frustrações referem-se à falta de sincronia das ações: os horários de um indivíduo podem deixá-lo fora da discussão e sem oportunidade de opinião; • O fato de os membros trabalharem isolados por várias horas também parece gerar frustrações e esvaziamento no fluxo das decisões. • Experimentos com grupos virtuais revelam altas taxas de desistência, de formação e participação de seus membros.