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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS UFRA DE CAPANEMA – PA


DISCIPLINA: CULTURAS INDUSTRIAIS I

Parte 6
FORMAÇÃO DE MUDAS DO CAFEEIRO

As sementes ou estacas para


formação de mudas devem ser
colhidas de plantas matrizes
oriundas de cafezais
produtivos e isentos de
doenças.
Construção do viveiro
Feito com cobertura superior e lateral de sombrite
(tela plástica), ou folhas de palmeiras ou ripado.
Os recipientes (sacolas plásticas) utilizados no
viveiro para mudas de seis meses são de 10 x 20 x
0,006 cm, devendo apresentar furos na sua metade
inferior.

VIVEIRO Para enchimento dos recipientes recomenda-se o


substrato: 700 litros de terra (de preferência do
subsolo), 300 litros de esterco de curral ou 80 litros
de esterco de galinha ou 15 litros de torta de
mamona, 5 kg de superfosfato simples, 0,5 kg de
cloreto de potássio e 1,5 kg de calcário.

É importante tratar o substrato após a mistura


com brometo de metila para controlar pragas e
doenças.
Muda de semente – a
semeadura pode ser direta nos
recipientes ou em germinadores
de areia.

A semeadura direta é a mais


usada e consiste em colocar
duas sementes por vaso e após
a germinação deixar apenas
uma.

As mudas desbastadas


podem ser repicadas.
Tratos culturais no viveiro –
irrigação, tendo-se o cuidado de que
não haja excesso nem falta de água;

adubação foliar nitrogenada após o


aparecimento do segundo par de
folhas, em duas aplicações com
intervalo de 21 dias, eliminação de
ervas daninhas e controle químico de
insetos e doenças quinzenalmente.

Manter as mudas a meia sombra


durante o desenvolvimento, retirando-
a trinta dias antes do plantio para
aclimatação.
Mudas de estaca (clonal) – na formação
de mudas por estaca é indispensável
mantê-las em ambiente úmido
principalmente no período inicial de
enraizamento.

Neste sistema, as estacas são mantidas a


meia sombra em viveiros com
microaspersão ou em estufins que devem
ser instalados dentro de um viveiro.

As estacas podem ser enviveiradas nos


próprios recipientes plásticos. Os tratos
fitossanitários, adubação e aclimatação das
mudas são os mesmos dispensados para
mudas a partir de sementes.
Estacas – são obtidas de
ramos ortotrópicos de matrizes
selecionadas. Normalmente se
obtém de 80 a 95% de
pegamento no café conilon.

Na formação de mudas por


estaca recomenda-se a
orientação de um técnico ou
obtenção de mudas certificadas
de viveiristas credenciados.
PLANTIO
Escolha da área – deve ser plana ou suavemente
ondulada. Não é aconselhável o uso de terrenos com
declividade acima de 18%.
Preparo da área – a depender da cobertura vegetal
da área (capoeira, culturas permanentes, pastagens ou
culturas anuais)pode ser manual, mecânica ou mista.
Em solos compactos a aração deve ser feita à
profundidade de 20 a 30 cm.
Espaçamento – depende de uma série de fatores:
cultivar a ser plantada, equipamentos a serem
utilizados, topografia da área e fertilidade do solo,
entre outros. Os espaçamentos convencionais (abaixo
de 2500 plantas/ha) variam de 1.5 a 2,5 m entre
plantas e 3,0 a 4,0 m entre linhas.
Coveamento – deve ser feito
manual ou mecanicamente nas
dimensões de 40 x 40 x 40cm,
separando-se a terra mais fértil
retirada da cova para misturar com
adubo no momento do plantio das
mudas.

Plantio das mudas – deve ser


realizado no período chuvoso com
mudas de quatro a seis pares de
folhas aclimatadas ao sol. É
importante o uso de cobertura morta
em volta da muda para manter a
umidade do solo e reduzir a
competição com ervas daninhas.
CULTURAS INTERCALARES E ARBORIZAÇÃO

A cultura intercalar é importante como fonte


adicional de rendas durante os dois primeiros anos de
formação ou de renovação do cafezal.

Culturas intercalares mais indicadas: feijão, milho,


soja, amendoim, arroz, abacaxi, batata doce e
hortaliças. O número de linhas de culturas intercalares
por rua de café depende da cultura a ser feita e do
espaçamento do cafezal.

É imprescindível a adubação tanto da cultura


intercalar quanto do cafezal.
A arborização ou sombreamento tem a
função de atenuar os extremos climáticos
no cafezal. O excesso de sombra reduz
drasticamente a produção, por isso o
sombreamento deve ser ralo visando
cobrir no máximo 1/3 da superfície do
terreno.

 Para árvore de grande porte os


espaçamentos devem ser
aproximadamente de 30 x 30 m.
A consorciação de café com
outras culturas perenes como
no caso da seringueira, coco e
abacateiro tem trazido
benefícios no aumento da renda
total do produtor quando
realizada tecnicamente.
TRATOS CULTURAIS
Controle de ervas daninhas – pode ser feito através de
capinas manuais, mecânicas, químicas (herbicidas) ou uma
associação entre estas. O método de controle vai depender
da topografia, tipo de solo, tamanho da lavoura,
espaçamento, custos dos herbicidas, entre outros.
Adubação - tanto no plantio como nos anos subsequentes
deverá ser realizada de acordo com análise química de solo
para orientar adequadamente a calagem e a adubação.
Entretanto, informações obtidas durante anos em solos de
baixa fertilidade sugerem as seguintes recomendações
práticas:
Adubação na cova – 150 a 200 g de superfosfato simples,
200 a 300 g de calcário dolomítico, 25 g cloreto de potássio,
5 a 10 litros de esterco de curral ou 3 a 5 litros de esterco de
galinha.
Adubação de cobertura – realizar no período chuvoso. O intervalo
entre uma adubação e outra deve ser de 45 a 60 dias. Aplicar
anualmente as seguintes doses por cova de plantio.
1º ano
- 5 g N – 3 vezes, aos 2, 4 e 6 meses do plantio.
- 10 g N e 10 g K2O – 2 vezes, aos 9 e 12 meses após o plantio.
2º ano
- 15 g N, 4 g P2O5 e 15 g K2O – 4 vezes (junho/julho – setembro –
novembro - janeiro/ fevereiro).
3º ano
- 30 g N e 35 g de K2O – 4 vezes (junho a fevereiro).
- 45 g de P2O5 – 1 vez, junto com a primeira aplicação de N e K2O.

Adubação Foliar – realizar duas a três vezes ao ano para corrigir


deficiências de micronutrientes. Deverá ser, sempre, realizada de
acordo os resultados anuais de análises de solo e folha.
Poda – é uma prática que requer
muitos cuidados. É utilizada para
corrigir o fechamento do cafezal, o
qual provoca queda de produção,
dificulta os tratos culturais e colheita. É
também importante na eliminação de
ramos pouco produtivos. A poda pode
ser: de formação (2º a 3º ano),
produção (a partir dos 3 anos) e poda
de renovação (recepa da parte aérea
da planta a uma altura de 20 a 40 cm
do solo).
COLHEITA E BENEFICIAMENTO
Colheita – deve ser iniciada quando a maior parte dos frutos
estiverem maduros. Em geral, quando se tem 70% dos mesmos na
fase denominada de cereja. O café verde causa prejuízo quanto ao
tipo e qualidade da bebida e interfere no valor do produto. A
colheita no país é feita praticamente por derriça no pano ou no
chão.
Produção – rendimento do café Conilon (sacos beneficiados/ha)
em lavouras bem conduzidas:
2º ano - 8 scs
3º ano - 25 scs
4º ano – 40 scs
5º ano – 60 scs.
Beneficiamento – a secagem pode ser feita em terreiros ou com
auxílio de secadores. A massa de café durante a secagem não
deve alcançar temperatura superior a 45º C. A umidade ideal para
armazenamento é de 13%.
CLASSIFICAÇÃO DO CAFÉ

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