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Língua Brasileira de Sinais

Comunicando com as mãos


História do surdo
A surdez consiste na ausência
total ou parcial de sons, decorrente de
problemas auditivos. As primeiras
referências aos surdos são encontradas
na Lei Hebraica, na época do povo
Hebreu.
“Não amaldiçoarás ao surdo,
nem porás tropeço diante do cego; mas
temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR.”
Levítico 19:14
No Egito, os surdos eram
adorados, como se fossem
deuses, serviam de mediadores
entre os deuses e os faraós,
sendo temidos e respeitados
pela população. Na Antiguidade,
alguns povos os lançavam ao
mar ou em penhascos.
Na Grécia, os surdos eram tratados
como seres incompetentes e que por não
possuírem uma linguagem, não eram
capazes de raciocinar. Assim, não tinham
direitos, eram marginalizados e muitas
vezes condenados à morte. Sócrates, em
360 a.C., declarou que era aceitável os
surdos se comunicarem com as mãos e o
corpo.
Os Romanos, influenciados
pelo povo grego, também viam os
surdos como seres imperfeitos e
os excluía da sociedade. Mais
tarde, Santo Agostinho defendia a
ideia de que os pais de filhos
surdos pagavam por algum
pecado que haviam cometido.
Acreditava que os surdos podiam
se comunicar por meio de gestos,
que, em equivalência à fala, eram
aceitos para a salvação da alma.
John of Beverley, em 700 d.C., foi
o primeiro a ensinar uma pessoa surda a
falar (em que há registro). Por essa razão,
ele foi considerado por muitos como o
primeiro educador de surdos. Foi na
Idade Moderna que se distinguiu, pela
primeira vez, surdez de mudez. A
expressão “surdo-mudo” deixou de ser a
designação do Surdo. Entretanto, foi o
monge beneditino espanhol Pedro Ponce
de León que recebeu créditos como o
primeiro professor para surdos ao
desenvolver um alfabeto manual, que
ajudava os surdos a soletrar as palavras.
Juan Pablo Bonet, padre espanhol,
deu continuidade ao trabalho de León,
ensinando os surdos a lerem e a falarem,
utilizando outra metodologia, o método
oral.
Já, John Bulwer, médico
britânico, publicou vários livros
defendendo o uso de gestos entre os
surdos. Nesse sentido, John Wallis
(1616 a 1703) desistiu de ensinar os
surdos a oralidade, dedicou-se
somente a ensiná-los a escrever
usando gestos.
Institut
National des
Jeunes Sourds

O primeiro Instituto
Nacional de Surdos-Mudos foi
criado em Paris, por Charles
Michel de L’Épée, nascido em
1712. Este instituto reconhecia a
pessoa surda como um ser que
tem a sua própria língua.
Na Idade Contemporânea,
Pierre Desloges publicou o
primeiro livro escrito por um
surdo. Ele se tornou surdo ao
adquirir varíola aos sete anos,
aprendendo a comunicar-se
apenas por gestos. Em 1880, com
a realização da Convenção
Internacional de Milão, os
educadores presentes
determinaram a supremacia dos
métodos orais puros. Sendo
assim, qualquer forma de
comunicação sem ser oral era
proibida, sendo esses surdos
rejeitados.
O século XX assistiu uma abordagem quase
exclusivamente oralista entre as escolas de surdos e nesta
década estudos demonstraram insuficiente eficácia destes
métodos no desenvolvimento linguístico e cognitivo da pessoa
surda.
Só nos anos 50 é que apareceram as primeiras escolas
normais e jardins de infância para crianças surdas. Após esse
período começou um movimento pelo resgate da língua de
sinais, de forma bimodal (dois modos de linguagens), como uma
fala de instrução, por meio da Filosofia da Comunicação Total
(fazer uso simultâneo da língua de sinais e da língua oral).
Nos anos 80 e 90 teve início um movimento reivindicatório
dentro da comunidade surda, advogando a primazia da língua de
sinais na educação dos surdos, concomitante com o aprendizado
da linguagem oral de forma diglóssica (duas línguas
independentes, ensinadas ou praticadas em momentos distintos).

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