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Dietoterapia nas

doenças
cardiovasculares
DIETOTERAPIA II
PROF. ª ME STHEFÂNIA REZENDE
NUTRIÇÃO/6º PERÍODO
 As doenças cardiovasculares (DCV) são de vários tipos, sendo
as mais preocupantes a doença das artérias coronárias
(artérias do coração) e a doença das artérias do cérebro.
 Quase todas são provocadas por aterosclerose, ou seja, pelo
depósito de placas de gordura e cálcio no interior das artérias
que dificultam a circulação sanguínea nos órgãos e podem
mesmo chegar a impedi-la.

DCV  Quando a aterosclerose aparece nas artérias coronárias,


pode causar sintomas e doenças como a angina de peito, ou
provocar um enfarte do miocárdio.
 Quando se desenvolve nas artérias do cérebro, pode originar
sintomas como, por exemplo, alterações de memória, tonturas
ou causar um acidente vascular cerebral (AVC ).
Síndrome em que o coração tem sua função de bombeamento
insuficiente para a demanda metabólica dos tecidos.
ICC - causas
• Cardiopatia isquêmica;

• Miocardiopatia dilatada idiopática;

• Cardiopatia hipertensiva;

• Cardiomiopatia da Doença de Chagas;

• Cardiopatia congênita.

• Estenose Aórtica.
ICC - consequências

• Remodelamento ventricular  dilatação


cardíaca
– ↑ estresse oxidatvo, ↑ inflamação local ↑ apoptose
– Sistemas envolvidos: SNS, RAA, ON, Endotelina, citocinas e TNF-α
IC - sintomas

– Fraqueza, fadiga;
– Cefaléia;
– Edema, anasarca;
– Hepatomegalia;
– Dispnéia;
– Estase jugular (Distensão
das veias do pescoço)
– Palpitações
– Sudorese e palidez;
– Perda de peso, tosse.
ICC – formação do edema
Redução da contratilidade do miocárdio

 Débito cardíaco

 Volume de sangue arterialefetivo
 
 Fluxo nervoso simpático   liberação da Renina
  
 Pressão venosa Mantém PA  Angiotensina II

Vasoconstrição renal Aldosterona
  
 Filtração Glomerular(néfron) Reabsorção tubular (Na e H2O)
 
 Excreção Renal (Na eH2O)

 (Na e H2O) corporais totais

Edema
ICC – Classificação Funcional

• Classe I - ausência de sintomas (dispnéia) durante


atividades cotidianas. A limitação para esforços é
semelhante à esperada em indivíduos normais;

• Classe II - sintomas desencadeados por atividades


cotidianas;

• Classe III - sintomas desencadeados em atividades


menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços;

• Classe IV - sintomas em repouso.
ICC - Tratamento
• Objetivo:
– Melhorar a contratilidade cardíaca (medicamentos);
– Tratar sintomas  melhorar QV (↑capacidade de exercícios,
 alterações neuro-hormonais)  evitar progressão da IC 
 mortalidade;

• Tipos de tratamento:
– Farmacológico
– Cirúrgico
– Não Farmacológico
ICC – Tratamento Farmacológico
• Betabloqueadores (BB)
• Inibidores da ECA, Antagonistas dos Receptores da AII, Antagonistas
da Aldosterona
• Diuréticos, Hidralazina e Nitrato
• Anticoagulantes e Antiagregantes plaquetários
• Antiarrítmicos, Bloqueadores de cálcio
• Ivabradina, Omega 3, Inibidores da Fosfodiesterase 5
• Moduladores do Metabolismo Enérgico Miocárdico

Efeitos benéficos da intervenção farmacológica:


–  carga no miocárdio
–  volume de líquido extra-celular
–  contratilidade cardíaca
–  velocidade de remodelamento cardíaco
Medicamento x nutriente
• Furosemida (diurético): limitar alcool, sede
aumentada, cólicas, contispação, vômitos.
Monitorar Mg, Ca, K, tiamina.

• Hidroclorotiazida (diurético): anorexia, boca


seca, constipação. Monitorar Mg, Ca, K,
tiamina.

• Enalapril (inbidor da ECA): perda de paladar,


estomatite, dor abdominal…

• propanolol (beta bloqueador): boca seca,


flatulência, trasntorno do TGI…
ICC – Tratamento Cirúrgico

• Cirurgia da Valva Mitral


• Revascularização Miocárdica
• Remodelamento Cirúrgico do Ventrículo Esquerdo
• Transplante Cardíaco
• Dispositivo de Assistência Circulatória Mecânica
• Dispositivos Implantáveis de Estimulação Cardíaca –
Desfibrilador Implantável
ICC – Tratamento não
farmacológico

• Dietoterapia  Nutricionista
 Vacinação (influenza e pneumococo)
 Tratamento com enfermagem
 Reabilitação com educador físico e fisioterapeuta
ICC - Dietoterapia
• Objetivo: fornecer calorias e nutrientes necessários para minimizar perda de peso,
recuperar estado nutricional e evitar carga cardíaca.

• Avaliar precisamente o metabolismo energético (GET).


– Método prático: para pctes não desnutridos  28 Kcal/Kg; para indivíduos
desnutridos  32 Kcal/Kg (1,5 – 2 g ptna/kg/dia);

• ↑densidade calorica (+ Kcal em - volume)  módulos de nutrientes ou


suplementos;
• Consistência da dieta: Normalmente pastosa para iniciar;
• Fibras: 25 – 30 g (6 g solúveis);
• Potássio: 50 – 70 mEq;
• Líquidos: restringir somente se necessário. Avaliar BH;
• Baixo teor de sódio (2 g) foi associado à ↓ingestão de ptna, fe, zn, se, vit B12, e ↑ativação
neuro-hormonal  prejudicial para estado nutricional do paciente.
• Dieta com 6,6 g de sal ↓ativação neuro-hormonal.
• Dieta com 3 g só beneficiou pacientes com IC avançada.
• Dieta com teor normal de sódio foi associada à melhor evolução.
• Metanálise  restrição de sódio ↑mortalidade. Entretanto, outros estudos mostraram
benefício da restrição de sódio.
• Assim, ainda não está bem definido o valor ideal de sódio a ser usado na dieta de
pacientes com ICC, que deve ser adaptado à situação clínica do paciente!!!!!
ICC – consumo de Ômega 3

• Consumo de doses elevadas de Ômega 3, encontrados


no óleo de peixe, rico em EPA e DHA  pode ↓incidência
e mortalidade por IC.
• Cardiovascular Health Study (4.738 pctes)  correlação
inversa entre ingestão de peixe e incidência de IC.
• Estudo GISSI-Prevenzione, a adição de ômega 3 após
IAM ↓morte cardiovascular.
• Estudo GISSI-HF 1 g de ômega 3 adicionado à
terapêutica otimizada resultou em redução de mortalidade
e de hospitalização
IC - desnutrição

• Fatores que contribuem para menor ingestão:


– Alterações no trato GI;
– Compressão gástrica e Congestão hepática 
sensação de plenitude pós-prandial;
– Edema de alças intestinais  ↓ capacidade
absortiva;
– Náuseas;
– Dispnéia + fadiga  ↓aceitação alimentar;
– Hipermetabolismo  ↑consumo de O2 pelo
miocárdio hipertrofiado e ↑trabalho respiratório;

Desnutrição  caquexia cardíaca  deficit de


peso > 20%;
ICC – principais tópicos a discutir
Como é o perfil do paciente com ICC?

Como está o coração deste paciente e como isto impacta na sua saúde?

Com o que devemos nos preocupar na hora de prescrever a dieta do paciente com
ICC?

Como deve ser feita a evolução da dieta pós operatória?

Os medicamentos podem afetar o estado nutricional do paciente?


Infarto Agudo do Miocárdio

• Caracterizado pela necrose do músculo cardíaco em


resultado da insuficiência perfusão.

2015
IAM – Marcadores bioquímicos

• Necrose miocárdica  liberação de moléculas e proteínas


estruturais no interstício cardíaco.
• Dosagens úteis para estimar a extensão do infarto e
prognóstico:
– Creatina quinase (CK): enzima reguladora da produção e
da utilização do fosfato de alta energia nos tecidos
contráteis.
– Mioglobina: hemoproteína transportadora de oxigênio,
encontrada tanto no músculo esquelético como no músculo
cardíaco.
– Troponinas: proteínas presentes nos filamentos finos dos
músculos estriados.
IAM – Tratamento Farmacológico

• Antiplaquetários
• Heparina
• Anticoagulantes
• Nitratos
• Betabloqueadores
• Magnésio
• Bloqueadores de canais de cálcio
• Bloqueadores do SRAA
• Antitrombínicos
• Hipolipemiantes
• Células tronco
IAM – Fatores de risco
• Tabagismo
• Bebidas alcoolicas
• HAS
• DM
• Dislipidemia
• Obesidade
• Sedentarismo
• Fatores de risco indefinidos: LDL-oxidado,
homocisteína e marcadores inflamatórios
Fatores de risco
não modificáveis

 Idade
 Sexo
 Genética (inclui a história
familiar de doenças
cardiovasculares)
Tabagismo

• Maior fator de risco isolado para o


IAM.
• Abandono  ↓morbimortalidade
em mais de 35%.
• IAM ocorre com mais de 10 anos
de antecedência nos fumantes;
• O fumo ↓efeito de vários
medicamentos cardioprotetores
usados após o IAM, como
betabloqueadores.
HAS

• Prevalência em infartados = 40%-50%.


• Importante papel na progressão da doença
pós-infarto.
• Contribui para remodelação ventricular, ICC
e aceleração da aterosclerose.
• Deve ser rigorosamente controlada.
DM

↓atividade física, ↑obesidade e dieta à

↑prevalência de DM

Pacientes com DM2 têm maior morbimortalidade por doença microvascular (retinopatia, nefropatia e
neuropatia) e macrovascular (acidente vascular encefálico, doença arterial periférica e doença
cardiovascular).

Deve ser feito o controle de hemoglobina glicosilada e glicemia de jejum


Dislipidemia

• Deve ser controlada por medicamentos: estatina para


hipercolesterolemia, e fibratos para HDL baixo e
triglicérides altos.
• Dietoterapia da dislipidemia.
Sobrepeso/Obesidade

Obesidade central
Relação quase
- ↑CC, Resistência Adipocitocinas,
linear entre IMC e
à insulina, estado angiotensinogênio
risco de DAC, a
pró inflamatório e e cortisol.
partir de IMC ≥ 25;
pró trombótico.
Sedentarismo

• ↓condicionamento físico, ↓redução do


consumo de oxigênio e ↓tônus
muscular,↑peso corporal, ↑TG e
↓HDL, compromete a autoestima;
• Exercícios regulares (mín 40 min, 5-
6x/semana) em academias ou
caminhadas no plano, sempre sob
recomendação médica.
• A prescrição de exercícios mais
vigorosos prevê sempre a realização
de um teste ergométrico prévio.
Álcool

 O álcool, além de causar doenças do fígado,


como a cirrose, também prejudica muito outros
órgãos, como o coração, o cérebro e os
testículos, enfraquecendo as artérias e
danificando, ou mesmo matando, as células.
 O consumo de um copo de vinho tinto por dia
tem sido descrito como sendo bom para o
coração. Porém, o consumo de quantidades
superiores está diretamente associado ao
aumento dos trigliceridos e, por vezes, também
do colesterol, além de prejudicar o
funcionamento de vários órgãos.
Acidente Vascular Encefálico*

• AVC ou AVE? Stroke


• Decorrentes da obstrução de uma artéria que
irriga o encéfalo (isquêmico) ou
“extravasamento” de sangue (hemorrágico).
Isquêmico: não há morte de tecido
cerebral, mas a falta de suprimento
sanguíneo  rápida degeneração do Hemorrágico: ~ 20% dos casos. Ocorre
pela ruptura de um vaso sanguíneo
tecido (O2 e glicose)
intracraniano  inflamação e pressão
Ataque isquêmico transitório: tipo de
exercida pelo coágulo no tecido nervoso
AVE isquêmico  isquemia passageira
 degeneração  perda da função
que não chega a constituir uma lesão
encefálica.
neurológica definitiva e não deixa
sequela.
Aterosclerose
Processo inflamatório crônico da parede arterial, com depósito de
colesterol, restos celulares, plaquetas, fibrina e cálcio na camada íntima de
artérias de médio e grande calibre

Etiologia

Multifatorial

 Ingestão dietética aumentada de AGS e colesterol

 Alteração do metabolismo dos lipídios aliada a mudanças do endotélio

 Acúmulo de gordura nos vasos coronarianos e suas


ramificações, levando a obstrução progressiva
Fatores de risco
Imutáveis: idade, sexo, raça, herança genética

Mutáveis: Hipertensão arterial


Dislipidemias (hipercolesterolemia)
Tabagismo e Etilismo
Diabetes
Sedentarismo e Obesidade
 ingestão AGS, colesterol, sódio
 consumo de CHO simples
 consumo de fibras
Fisiopatologia
Artéria
coronária
normal

Lúmen

Íntima

Média

Adventícia
LDL

LDL

Célula T
Monócito Célula endotelial
Células
Moléculas Receptores espumosas
de adesão scavengers Gotas lipídicas
Quimiocinas

Lâmina elástica Agentes


Macrófago inflamatórios

Média Células musculares lisas


Lesão intermediária
Migração de Capa fibrosa
células musculares
Centro lipídico
Lesão avançada
Trombo
Enzimas que degradam a matriz

Ruptura

Fator tecidual
Tratamento
 Dietoterapia para dislipidemia

 Micronutrientes  Vitamina E, A e C

 Combate ao tabagismo  Fator de risco de DAC

 Exercício físico  Seguir as orientações do Consenso sobre


Normas e Orientações de Atividades Físicas

 Tratamento farmacológico

Vastatinas  Estatinas, inibem HMG-CoA redutase


Aumentam a formação dos LDL-receptores

Resinas de troca iônica  Ligam-se aos ácidos biliares, bloqueando


seu ciclo êntero-hepático
Estudo dirigido
• Diferencie IAM, ICC e AVE quanto a sua
fisiopatologia.
• Elabore uma orientação nutricional de 1800 Kcal a um
paciente com DCV.
• O que é angina, como ocorre e como pode ser
classificada?
• Quais recomendações em relação ao consumo de
ovos, manteiga, chocolate e ômega 3 para pacientes
cardiopatas?
Muito Obrigada!!

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