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Presença Indígena em São

Paulo:
Uma história de silêncios
Problemas:
• A documentação para o estudo da História Indígena em São Paulo é
bastante restrita. Como os indígenas eram ágrafos, não há documentação
escrita produzida por eles nesse período.
• O olhar é do colonizador. As fontes que nos revelam indícios sobre os
indígenas são: relatos, relatórios, cartas, testamentos, material de
catequese, atas da câmara municipal, cartografia histórica, gravuras,
pinturas, entre outras.
• Atualmente, pesquisas arqueológicas podem nos trazer mais fontes e
inferências. Porém, a cultura material produzida pelos indígenas
dificilmente resistiu ao tempo.
• Além disso, existe a memória dos povos indígenas. Em geral, há uma
cosmologia diferente da nossa. Ela atualiza o passado constantemente, por
conta das relações com sua ancestralidade, indissociáveis do presente.
Peabiru
• Rede de caminhos ancentrais pré-cabralinos que ligavam o litoral
paulista à Cuzco, no atual Peru. Possuía diversas ramificações.
Peabiru – Leste (estimativa)
Peabiru - oeste
Indígenas de São Paulo, o olhar do
colonizador
• Tupi X Tapuia: homogeneização dos povos indígenas.
• Anchieta em 1587: 12 aldeias próximas à Piratininga.
• Tupis: Piratininga (atual centro - Tibiriçá), Jeribatiba (Santo Amaro-
Caiubi) e Ururaí (São Miguel - Piquerobi)
• Jês: Guianás (à leste), Maromomis (Guarulhos) e Kayapós (noroeste).
Também havia os Carajás e Ibirabaquiyaras, sem localização precisa
nas fontes.
• Haviam relações ora amistosas, ora hostis com outros povos,
principalmente das serras que circundam o território e litoral.
Escravidão indígena: a “riqueza” dos paulistas
• Colonos subiram a Serra Acima e alocaram-se juntamente aos jesuítas
no território de São Paulo.
• Com parcos recursos, diferentemente dos proprietários de engenhos
do litoral, viam na agricultura a possibilidade de subsistência e
acumulação de riquezas.
• Os indígenas tornaram-se a mão-de-obra que viabilizaria o projeto
colonizador.
• Jesuítas X colonos: catequização x escravidão
• Guerras “justas”: era permitida a escravidão de povos hostis aos
colonos e inimigos dos Tupis.
Transformações na demografia dos povos
indígenas
• Carijós (Guaranis): inimigos dos tupis do planalto. Maior alvo da
escravização indígena.
• Grande contingente de Guaranis trazidos a São Paulo.
• Dizimação dos povos vizinhos à Vila: doenças dos brancos (gripe,
varíola, etc), conflitos e fugas.
Apropriação de costumes nas relações de
trabalho
• Os colonos apropriaram-se de estruturas de divisão do trabalho nas
sociedades indígenas e as adaptaram para a agricultura paulista.
• Divisão sexual do trabalho
• Mulheres e crianças: trabalho na roça, no plantio e colheita.
• Homens: Transporte de mercadorias (função tradicionalmente
feminina) e apresamento nas expedições de escravização.
• Com o tempo, essas funções foram se alterando, distanciando ainda
mais os indígenas das estruturas pré-coloniais.
Resistência
• Ataques às propriedades dos colonos, assassinatos, fugas, sincretismo
religioso, etc
• Porém as fugas significavam um rearranjo da mão-de-obra, chegando
a ser formalizadas em muitas ocasiões.
Declínio da escravidão indígena
• Após a descoberta das Minas pelos colonos, um grande contingente
de escravizados indígenas e negros foram deslocados para a região
mineradora.
• O eixo econômico dos paulistas se modificara e a agricultura perdeu a
centralidade nesse cenário, juntamente com a escravização.
• A escravidão indígena foi definitivamente proibida no período
pombalino, em 1755, em ocasião da conformação do Tratado de
Madri, que suspendia a linha de Tordesilhas.
• A partir de então, houve aumento gradual do contingente de
escravizados de origem africana em São Paulo, que atingiu seu ápice
na introdução das lavouras cafeeiras do século XIX.
Indígenas no Império
• A escravidão indígena foi definitivamente proibida no período
pombalino, em 1755, em ocasião da conformação do Tratado de
Madri, que suspendia a linha de Tordesilhas.
• A partir de então, houve aumento gradual do contingente de
escravizados de origem africana em São Paulo, que atingiu seu ápice
na introdução das lavouras cafeeiras do século XIX.
• De maneira geral, a política indigenista desse período orbitava entre a
intenção de “civilizar” os nativos e a de exterminar os “índios ferozes”.
Identidade nacional a partir da perspectiva
paulista: os anos iniciais da República
Escultura de João Ramalho: Santo André
Glória imortal aos fundadores de São paulo
Indígenas na cidade, hoje:
• No Brasil, os dados mais recentes do Censo de 2010 indicam que a
população indígena atingiu 817,9 mil pessoas. Desse total, 36,2%
residiam na área urbana e 63,8% na rural. No Estado de São Paulo, os
dados do Censo de 2010 apontam uma população indígena de 37.915
índios vivendo em cidades, o que representa 91% da população
indígena do estado.
• Fonte: http://www.cpisp.org.br/indios/
• Em São Paulo encontramos os dois tipos de situação: três aldeias
Guarani localizadas na zona sul e oeste (Terras Indígenas Jaraguá,
Barragem, Krukutu e Tenondé Porã) onde vivem 867 índios.
• E uma grande população indígena distribuída por diversos bairros da
Grande São Paulo constituída por famílias que migraram de suas terras
de origem de diversas regiões do país, mas principalmente do
nordeste.(CPISP)
Pankararu (vários bairros e cidades da Grande são Paulo) Pankararé
(vários bairros e Osasco), Atikun (zona norte), Guarani Mbyá (Jaraguá e
Parelheiros) Guarani Nhandeva (zona leste), Tupi-Guarani (Guarulhos),
Kaingang (zona leste), Pataxó (Guarulhos), Potiguara (São Miguel, Santo
Amaro, Guarulhos), Fulni-ô (zona norte, Carapicuíba), Xukuru (zona
sul), Xukuru-Kariri (Osasco), Terena (Mogi das Cruzes, zona norte),
Kariri-Xokó (zona norte), Kaimbé (Ferraz de Vasconcelos e vários bairros
da capital), Xavante (alguns bairros), Tupinambá (zona leste), Kapinawá
(zona leste), Kaxinawá (centro), Karajá (zona sul)
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/node/5348/
Principais referências:
• CAMPOS, Eudes. A vila de São Paulo do Campo e seus
caminhos. Revista do Arquivo Municipal, São Paulo, Departamento do
Patrimônio Histórico, v.204, 11-34, 2006.
• MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra. Índios e bandeirantes nas
origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
• _________, Dos campos de Piratiniga ao Morro da Saudade: a
presença indígena na história de São Paulo. IN:___PORTA, P. (org.),
História da cidade de São Paulo.A cidade colonial.São Paulo: Paz e
Terra, 2004.
• http://www.cpisp.org.br/ - Comissão pró-índio de São Paulo

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