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DIREITO DE ACESSO À JUSTIÇA

Art. 5º, XXXV, da Constituição Federal.

Acesso à justiça como garantia fundamental – a lei [e isso


significa, preponderantemente, o Poder Legislativo] não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito.

O acesso à justiça é uma garantia dos cidadão contra violações


ou ameaças a seus direitos, inclusive e principalmente aquelas
originadas do próprio Estado (Legislativo e Executivo).

Garantia prevista nas principais Convenções de Direitos


Humanos (Declaração Universal, Pactos Internacionais da ONU,
Convenção Americana).
O QUE SIGNIFICA TER “ACESSO À JUSTIÇA”

Basta a “apreciação do Poder Judiciário...”?

Conceito clássico (formalista) – Acesso ao tribunal (acesso a


uma decisão), assistência judiciária gratuita (Defensoria
Pública) e celeridade (demanda do Banco Mundial – EC/45).

Conceito moderno (democrático e constitucional) – Agrega aos


aspectos formais uma dimensão material, ou seja, uma noção
de acesso à justiça como direito a uma “decisão justa”, apta a
pacificar os conflitos sociais e garantir os direitos fundamentais
em risco.
Esse segundo começa a ser desenvolvido, no Brasil, apenas
depois de 1988 e aos poucos começa a aparecer na retórica
dos tribunais.

Em 2008, realizou-se, no Brasil, a XIV Cúpula Judicial


Iberoamericana. Na Declaração de Brasília sobre acesso à
justiça, assinada pelo Presidente do Superior Tribunal de
Justiça brasileiro e dezenas de outros Presidentes de Tribunais
Superiores e Cortes Supremas Ibero Americanas, consta o
seguinte:

“CONVICTOS da transcendental importância que nas nossas


sociedades tem o acesso à justiça, entendido não só como
acesso aos tribunais, mas também como o acesso ao
exercício pacífico e pleno dos direitos, e, em especial, dos
direitos fundamentais, bem como as diversas alternativas
para a resolução pacífica dos conflitos.”
GRUPOS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE

Grupos vulneráveis – principais destinatários dos direitos


humanos – direitos humanos como ultima ratio (último
recurso) daqueles que viram seus direitos serem negados nas
mais diversas vias institucionais ordinárias (as vítimas da
violência institucionalizada).

As regras de Brasília sobre acesso à justiça de pessoas em


situação de vulnerabilidade definem um conceito desses grupos

“…Se consideram em condição de vulnerabilidade aquelas


pessoas que, em razão de sua idade, gênero, estado físico ou
mental, ou por circunstâncias sociais, econômicas, étnicas e/ou
culturais, encontram especiais dificuldades para exercitar com
plenitude perante o sistema de justiça os direitos reconhecidos
pelo ordenamento jurídico.”
E continua:

“…Poderão constituir causas de vulnerabilidade, entre


outras, as seguintes: a idade, a incapacidade, o
pertencimento a comunidades indígenas ou a minorias,
a vitimização, a migração e o deslocamento interno, a
pobreza, o gênero e a privação da liberdade.”
O QUE IMPEDE O ACESSO À JUSTIÇA?

Uma palavra sobre o Judiciário brasileiro e os direitos


humanos: “insensibilidade”.

Na retórica, diz a Carta de Brasília...

“Afirmamos nosso compromisso com um modelo de justiça


integrador (?), aberto a todos (?) os setores da sociedade, e
especialmente sensível (?) com aqueles mais desfavorecidos
ou vulneráveis (?).”

Por outro lado, na realidade, nos deparamos com os seguintes


obstáculos.
Por que se diz que o Judiciário é “insensível” aos direitos
humanos?

1. Direitos humanos – e principalmente os Dhesca – são


direitos políticos e envolvem conflitos sociais – O Judiciário
historicamente procurou se manter “neutro” e “distante” das
questões sociais.

2. O Judiciário deve assumir sua função (política) de serviço


público e instituição garantidora dos direitos fundamentais e
solucionadora de conflitos coletivos, para além de mero órgão
burocrático de aplicação de leis.

3. Para isso, juízes, devem, antes de qualquer outros agentes


políticos, serem humanísticas. Devem compreender de
maneira mais próxima o sofrimento humano.
Por que se diz que o Judiciário é “insensível” aos direitos
humanos?

Os agentes da justiça, em geral, não possuem formação em


direitos humanos e não se “identificam” com os problemas da
população, salvo “raras exceções” (...vimos algumas no Xingu).

A postura distante do Judiciário deve mudar !!! Pois, embora


os juízes não se mostram preocupados com as demandas
sociais, essas demandas avançam portas adentro dos
tribunais.

A importância do controle social do Judiciário.


O déficit de controle dos tribunais de 2ª instâncias.
As relações políticas nos tribunais e as influências do
Executivo e do Legislativo.
DIREITO A UM MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE
EQUILIBRADO E À SAÚDE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Os direitos à vida, ao meio ambiente equilibrado e à saúde (sadia


qualidade de vida) estão inteiramente ligados.

O meio ambiente inclui ainda o “patrimônio cultural brasileiro”,


formado pelos bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira (art. 216).
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e


prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas.

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio


genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa
e manipulação de material genético.
(...)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou
atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade.
Meio Ambiente e Economia

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do


trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento


diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e
serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (...)
Meio Ambiente e Saúde pública
A saúde é direito de todos e dever do Estado (art. 196 da CF/88).

Para executar as políticas públicas em saúde e prestar o


atendimento médico-hospitalar, a Constituição estruturou o Sistema
Único de Saúde (SUS).

Entre as atribuições do SUS, encontramos: executar ações de


vigilância sanitária e epidemiológica; formulação da política e
execução das ações de saneamento básico; colaborar na proteção
do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Seria interessante que o SUS interviesse nos processos de


licenciamento, quando estiverem em jogo questões de saúde
pública?
UM BREVE OLHAR SOBRE O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Princípios do licenciamento ambiental

1. Princípio da precaução/prevenção.

2. Princípio da informação.

3. Princípio da democracia ambiental (gestão compartilhada


do meio ambiente).

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