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O cão tinhoso tinha uns olhos azuis que não tinham brilho
nenhum, mas eram enormes e estavam sempre cheios de
lágrimas, que lhe escorriam pelo focinho. Metiam medo
aqueles olhos, assim tão grandes, a olhar como uma pessoa
a pedir qualquer coisa sem querer dizer. (Honwana,
1964,p.1)
O cão Tinhoso tinha uma pele velha, ceia de pelos brancos
cicatrizes e muitas feridas. Ninguém gostava dele porque era
um cão feio. Tinha sempre muitas moscas e comer-lhes as
crostas das feridas e quando andava, as moscas iam com
ele a voar em volta e a pousar nas crostas das feridas.
Ninguém gostava de le passar a mão pelas costas aos outros
cães. Bem a Isaura era a única que fazia isso. (Honwana,
1964,p.2-3)
Mesmo decadente o sistema colonial
amedrontava a todos
“ O Faruk agarrava a minha espingarda com força e
apontava-a para mim com as pernas afastadas, mas olhava
para o Cão-Tinhoso, com os olhos grandes de medo. Os
outros todos ficavam também com os olhos cheios de medo
quando olhavam para os olhos azuis do Cão-Tinhoso”. p.18
Mas, não me olhes como se eu tivesse culpa, Cão –Tinhoso!
Desculpa, mas eu tenho medo dos teus olhos... p.21
A relação dialógica do Medo ( O medo da
ação do colonizador X medo de se libertar da
opressão do sistema colonial)
http://www.tirodeletra.com.br/Sumario-Literaturaepolitica.htm