You are on page 1of 119

ARRITMIAS CARDIACAS

FELIPE AUGUSTO DE OLIVEIRA SOUZA


R2 CLÍNICA MÉDICA – UNIFESP
DR. AÉCIO GOIS
SISTEMA DE CONDUÇÃO CARDÍACO
O ECG
O ECG NORMAL
O ECG NORMAL
O ECG NORMAL
EXTRASÍSTOLES

 Batimentos precoces que se originam fora do marca passo sinusal

 Manifestações clínicas
 Assintomáticas

 Palpitações, “falhas”, “soco no peito”

 Exame físico
 Sístole prematura geralmente sem onda de pulso

 Pausa prolongada pós extrassístole, seguida por B1 de intensidade maior

 A origem das extrassístoles só pode ser identificada pelo ECG


EXTRASÍSTOLES SUPRAVENTRICULARES

Origem: 
EXTRASÍSTOLES ATRIAIS

 Ritmo irregular
 Onda P’ de morfologia diferente da onda P sinusal ocorrendo antes
do batimento sinusal esperado
 As extra-sístoles que se originam no mesmo foco tem
morfologia semelhante ( a análise deve ser feita na mesma
derivação)
 O complexo QRS geralmente é normal
EXTRASÍSTOLES ATRIAIS

 Comum em pessoas normais

 Desencadeada por tensão emocional, café, fumo álcool

 Eventualmente pode iniciar


 Flutter atrial
 Fibrilação atrial
 Taquicardia Paroxística Supraventricular

 Tratamento
 Retirar café, fumo, álcool
 Medicamentos quando:
 Causar desconforto importante

 Desencadear arritmias mais sérias


EXTRASÍSTOLES JUNCIONAIS OU NODAIS

 Ritmo irregular
 Onda P:
 Geralmente ocorre despolarização atrial retrógrada, portanto temos
onda P’ negativa em D2 , D3 , aVF
 Pode ocorrer antes, durante ou após o QRS, dependendo do local
de origem da extra-sístole no nó AV
 Pode estar ausente
 O complexo QRS geralmente é normal
EXTRASÍSTOLES JUNCIONAIS OU NODAIS

 Bem menos comum que a extra-sístole atrial

 Desencadeada por tensão emocional, café, fumo álcool

 Eventualmente pode iniciar


 Flutter atrial
 Fibrilação atrial
 Taquicardia Paroxística Supraventricular

 Tratamento
 Retirar café, fumo, álcool
 Medicamentos quando:
 Causarem desconforto importante

 Desencadearem arritmias mais sérias


EXTRASÍSTOLES VENTRICULARES

 É um batimento precoce que se origina nos ventrículos


 É comum em pessoas normais e não tem mau prognóstico
 Quando ocorre como manifestação de uma cardiopatia pode aumentar
o risco de morte súbita
 Nas síndromes coronarianas agudas pode levar a fibrilação ventricular
 Quando associada a medicamentos ex. intoxicação digitálica pode
levar a um ritmo letal
EXTRASÍSTOLES VENTRICULARES

 Ritmo irregular
 Onda P sinusal geralmente está oculta pelo QRS, ST ou onda T da
extrassístole
 O complexo QRS
 Precoce
 Alargado, com mais de 0,12 sec
 Morfologia bizarra
 O segmento ST e onda T geralmente tem polaridade oposta ao QRS
EXTRASÍSTOLES VENTRICULARES

Extrasístole Ventricular Monomórfica

Extrasístole Ventricular Polimórfica
EXTRASÍSTOLES VENTRICULARES
EXTRASÍSTOLE VENTRICULAR PRECOCE
(R EM T) INICIANDO UMA TAQUICARDIA VENTRICULAR

 Taquicardia sinusal com EV precoces (R em T)


 A terceira EV inicia Taquicardia Ventricular
 Observe que a morfologia do QRS das EV é o mesmo da TV
TRATAMENTO DA EXTRASSISTOLIA
VENTRICULAR

 Pessoas normais
 Não necessitam tratamento
 Betabloqueadores para tratar os sintomas

 Intoxicação digitálica
 Monitorização
 Cloreto de Potássio oral / IV
 Antiarrítmicos
 Lidocaína
 Difenilhidantoina IV IV9 (100mg IV de 5 em 5 min até a supressão da arritmia (DM 1,gr)
 Miocardiopatias
 Tratar arritmias sintomáticas
 Amiodarona ?
TAQUICARDIA SINUSAL

ECG
 - Onda P: precede o complexo QRS em todas as derivações,
positiva nas derivações DII, DIII e aVF (parede inferior) e sem
mudança da morfologia em um mesma derivação.
 - QRS: estreito
 - QT: variável de acordo com a FC
 - FC: acima de 100 e geralmente não ultrapassa 160 bpm
TAQUICARDIA SINUSAL
TAQUICARDIA SINUSAL
TAQUICARDIA SINUSAL

SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

 Geralmente desenvolve-se devido a uma causa secundária e irá depender da


situação na qual se encontra o paciente (ansiedade, stress, infeccioso, estado
de abstinência, outros).
 - palpitações
 - dor torácica (angina de consumo em coronariopatas)
 - diaforese
 - dispnéia
TAQUICARDIA SINUSAL

ETIOLOGIA

- esforço físico; febre; drogas adrenérgicas; hipertireoidismo; anfetaminas;


abstinência a drogas; hipoglicemia; dor; hipoxemia; hipovolemia;
desidratação

TRATAMENTO
- variável conforme a causa precipitante (tratar a causa de base).
TAQUICARDIA ATRIAL

ECG
 - Onda P: apresenta no mínimo três morfologias em uma mesma
derivação. Geralmente elas são mais bem visualizadas em DII, DIII e V1.
São separadas por intervalos isoelétricos no traçado.
 - QRS: estreito
 - QT: variável de acordo com a FC
 - Freqüência atrial acima de 100
 - Intervalos P-P, duração P-R, intervalo R-R são variáveis.
TAQUICARDIA ATRIAL
TAQUICARDIA ATRIAL

SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

 - palpitações
 - dor torácica (angina de consumo em coronariopatas)
 - diaforese
 - dispnéia
 - vertigem
TAQUICARDIA ATRIAL

ETIOLOGIA

 - DPOC (principal)
 - pós operatório : cirurgia cardíaca
 - hipocalemia
 - prolapso de valva mitral
 - hipomagnesemia
 - drogas: teofilina, aminofilina, isoproterenol
 - insuficiência renal
 - sepse
 - doenças cardíacas congênitas
TAQUICARDIA ATRIAL

TRATAMENTO

a) Estabilidade hemodinâmica:

- reposição de potássio e magnésio se necessário

- beta bloqueadores (metoprolol, esmolol): evitar em DPOC com broncoespasmo

- antagonistas canais de cálcio (verapamil / diltiazem)

b) Instabilidade hemodinâmica:

- cardioversão elétrica sincronizada


 Monofásico: 100J > 200J > 300J > 360J
 Bifásico: iniciar com 100-120J > 200J
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL

ECG

 - Onda P: geralmente negativa e dentro do complexo QRS


 - QRS: estreito
 - QT: variável de acordo com a FC
 - Freqüência cardíaca entre 140 e 200 bpm
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL
SITUAÇÃO E QUADRO CLÍNICO

Série de casos de 167 pacientes que realizaram RAF :

 Palpitações – 98 %

 Tontura – 78 %

 Dispnéia – 47 %

 Dor Torácica – 38 %

 Fadiga – 19 %

 Síncope – 16 %

Frequency of disabling symptoms in supraventricular tachycardia. Wood KA; Drew BJ; Scheinman MM Am J Cardiol 1997 
Jan 15;79(2):145­9
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL
ETIOLOGIA

 Geralmente pacientes sem cardiopatia estrutural com alguns fatores precipitantes:

 - hipertireoidismo

 - uso de drogas ilícitas

 - estados febris

 - beta 2 agonistas inalatórios

 - anfetaminas

 -exercício físico
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL
TRATAMENTO

a) Estabilidade hemodinâmica:

- manobra vagal ou massagem carotídea

- adenosina doses 6 mg  12 mg 12 EV em bolus (rápido)

- antagonistas canais de cálcio (verapamil / diltiazem)

b) Instabilidade hemodinâmica:

- cardioversão elétrica sincronizada


 Monofásico: 100J > 200J > 300J > 360J
 Bifásico: iniciar com 100-120J > 200J
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA NODAL
TRATAMENTO

c) Episódios recorrentes e sintomáticos:

- ablação por cateter por radiofreqüência: opção de escolha, com taxas de


cura em torno dos 96%.

- antiarrítmicos: beta- bloqueadores, propafenona, sotalol ou amiodarona,


são as terapias alternativas nos casos de pacientes que não desejam se
submeter ao procedimento de ablação.
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR

ECG

 - Onda P: logo após o complexo QRS


 - QRS: estreito (se não apresentar aberrância de condução em um
dos ramos)
 - QT: variável de acordo com a FC
 - Freqüência cardíaca entre 140-280 bpm
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR

SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

 - palpitações (sensação na raiz do pescoço)

 - dor torácica (angina de consumo em coronariopatas)

 - diaforese / tremor de extremidades

 - dispnéia

 - hipotensão

ETIOLOGIA

 - presença de via de condução anômala atrioventricular (feixe de Kent)


TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR POR
REENTRADA ATRIOVENTRICULAR

TRATAMENTO

 É o mesmo proposto para a taquicardia supraventricular por reentrada


nodal, com ênfase na importância da ablação por radiofreqüência para
a cura.
FLUTTER ATRIAL

­ TIPO I (anti-horário)

- TIPO II (horário)
FLUTTER ATRIAL

ECG

 - Onda P: ausência de ondas P verdadeiras / ondas F em formato de


“dente de serra” / freqüência atrial entre 220 e 350 bpm
 - RR regular no Flutter tipo I / irregular no Flutter atrial tipo II (BAV
variável)
 - QRS: estreito
 - QT: variável de acordo com a FC
FLUTTER ATRIAL

CARACTERÍSTICAS TIPO I TIPO II

FREQUENCIA ATRIAL 240­340  bpm 340­400bpm

POLARIDADE DA ONDA P NEGATIVA POSITIVA

INTERVALO R­R REGULAR IRREGULAR

CIRCUITO ANTIHORÁRIO HORÁRIO


FLUTTER ATRIAL

SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

 - assintomático

 - palpitações

 - dor torácica (angina de consumo em coronariopatas)

 - diaforese / tremor de extremidades

 - dispnéia

 - hipotensão

 - descompensação de ICC: piora do edema, dispnéia paroxística noturna


FLUTTER ATRIAL
FLUTTER ATRIAL
FLUTTER ATRIAL
FLUTTER ATRIAL
FLUTTER ATRIAL

ETIOLOGIA

 - Hipertensão Arterial
 - doença coronária
 - valvulopatia mitral / tricúspide
 - ICC
 - hipóxia / embolismo pulmonar
 - Tireotoxicose
FIBRILAÇÃO ATRIAL

 Go, AS, Hylek, EM, Phillips, K, et al, JAMA 2001; 285:2370. 
FIBRILAÇÃO ATRIAL

 FA “lone”: idade<60 anos, sem evidência de doença estrutural


 FA Recorrente: 02 ou mais episódios de FA
 FA Paroxística: término espontâneo em 07 dias
 FA Persistente: sustentada por mais de 07 dias
 FA Permanente: duração maior que 01 ano sem cardioversão
elétrica (falha ou impossibilidade)
FIBRILAÇÃO ATRIAL

SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

 - assintomática (maioria dos pacientes quando não ultrapassam 100 bpm)


 - palpitações
 - dor torácica (angina de consumo em coronariopatas)
 - diaforese / tremor de extremidades
 - dispnéia
 - hipotensão
 - descompensação de ICC: piora do edema, dispnéia paroxística noturna
FIBRILAÇÃO ATRIAL

ETIOLOGIA

 - Hipertensão Arterial
 - envelhecimento (degenerativo)
 - valvulopatia mitral
 - Apnéia do sono
 - Pós-operatório de cirurgia cardíaca
 - idiopática
 - Cardiopatias congênitas (CIA)
 - alcoolismo
 - Miocardites
 - Tireotoxicose (IDOSO)
FIBRILAÇÃO ATRIAL

PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO

 CONTROLE DO RITMO (RS X FA)


 CONTROLE DA RESPOSTA VENTRICULAR
 PREVENÇÃO DE FENÔMENOS TROMBOEMBÓLICOS
FIBRILAÇÃO ATRIAL
TRATAMENTO

Reversão farmacológica ao Ritmo sinusal (FA < 48hs e estabilidade hemodinâmica)

Amiodarona

 Dose: 150 mg IV em 10 minutos. Caso não haja resposta, fazer dose suplementar de 150
 mg a cada 10 minutos, seguido de uma infusão de 1 mg/min por 6 horas e 0,5 mg/min nas 18 horas
seguintes (dose total diária de 2,2g).
 Efeitos adversos: hipotensão e bradicardia.

Propafenona

 Dose: 2 mg/Kg IV em 20 min.


 Contra-indicado: cardiopatas (principalmente isquêmica); bloqueio de ramo esquerdo; FA com
resposta ventricular abaixo de 50bpm; ICC (classe funcional III/IV), disfunção moderada a
importante de ventrículo esquerdo, DPOC, hepatopatas e IRC (acúmulo da droga)
FIBRILAÇÃO ATRIAL

Roy, D, Talajic, M, Dorian, P, et al. N Engl J Med 2000; 342:913. 
FIBRILAÇÃO ATRIAL
TRATAMENTO

Controle da freqüência ventricular (agudo / crônico)
 
 
Controle rápido da freqüência ventricular:
 
 – Cedilanide 0,4 mg a 0,8 mg / dose
 – Verapamil 5,0 mg a 10 mg / dose
 – Diltiazem 0,25 mg a 0,35 mg / dose
 – Metoprolol 5,0 mg/ dose (total até 15 mg)
 – Amiodarona 5 mg/kg a 10 mg/kg (150 mg a 300 mg) 
 
Controle crônico da freqüência ventricular:
 
 – Digoxina 0,25 mg
 – Verapamil 160 mg a 240 mg por dia
 – Diltiazem 120 mg a 180 mg por dia
 – Propranolol 80 mg a 320 mg por dia
 – Atenolol 100 mg por dia
FIBRILAÇÃO ATRIAL
CONDUTAS PARA A REVERSÃO DO RITMO

Classe I - Não há provas e / ou concordância geral de que as seguintes abordagens são eficazes na
prevenção de tromboembolismo em pacientes com FA submetidos a cardioversão

FA > 48 horas ou duração desconhecida, anticoagulação com INR de 2,0 a 3,0, pelo menos, três
semanas antes e quatro semanas após uma cardioversão elétrica ou farmacológica.

FA > 48 horas que requer imediata cardioversão devido à instabilidade hemodinâmica:


1. HNF deve ser administrada concomitantemente, por um bolus IV inicial seguido por uma
infusão contínua de uma dose ajustada de modo a prolongar o tempo de tromboplastina parcial
ativada para 1,5 a 2,0 vezes o controle.
2. Anticoagulação oral com uma meta INR de 2,0 a 3,0 por pelo menos quatro semanas, enquanto
nos pacientes submetidos a cardioversão eletiva.
3. Dados limitados suportam a utilização de baixo peso molecular subcutânea heparina.

FA < 48 horas com instabilidade hemodinâmica (tal como se manifesta pela angina, infarto do
miocárdio, choque ou edema pulmonar), cardioversão imediata deve ser realizada com atraso para
o início antes de anticoagulação.
FIBRILAÇÃO ATRIAL
CONDUTAS PARA A REVERSÃO DO RITMO

Classe IIa - O peso das provas, ou parecer é a favor da utilidade das seguintes abordagens para a
prevenção do tromboembolismo em pacientes com FA submetidos a cardioversão

FA > 48 hs, a necessidade de anticoagulação, antes e após a cardioversão pode basear-se do


paciente risco estimado de tromboembolismo.
ECO TRANSESOFAGICO:

1. SEM TROMBO, CV após o início da HNF (bolus + IV continua TTPa para 1,5 a 2,0 vezes
controle). Dados limitados suportam a utilização de baixo peso molecular subcutânea heparina
para esta indicação. Fazer Warfarin com meta de INR entre 2,0 a 3,0 por no mínimo quatro
semanas.

2. COM TROMBO, anticoagulação oral com uma meta INR de 2,0 a 3,0, pelo menos, três
semanas antes e quatro semanas após o restabelecimento do ritmo sinusal. (Discutivel manter
anticoagulação oral conforme o caso e ECO TE).

Flutter atrial submetido a CV manter metas e condutas conforme FA.


FIBRILAÇÃO ATRIAL
FIBRILAÇÃO ATRIAL

Antiarrítmicos para manutenção do ritmo sinusal em pacientes com FA


paroxística ou persistente

 J Am Coll Cardiol 2006; 48:e149. 
FIBRILAÇÃO ATRIAL
AFFIRM Trial Controle da Freqüência x Controle do Ritmo

IC 95%  (0,75 ­1,01)

 Wyse, DG, Waldo, AL, DiMarco, JP, et al. N Engl J Med 2002; 347:1825 . 
FIBRILAÇÃO ATRIAL
RACE Controle da Freqüência x Controle do Ritmo

IC 95%  (0,75 ­1,01)
FIBRILAÇÃO ATRIAL
 FA crônica: Antiagregação ou Anticoagulação ?

 
 RISCO BAIXO (0 pontos)  não há necessidade de antiagregação ou anticoagulação
 RISCO MODERADO (1­2 pontos)  indicado uso de AAS (85­325 mg/dia)
 RISCO ALTO (3 ou mais pontos)  indicado uso de anticoagulantes (warfarin)
MANOBRA VAGAL NAS TAQUIARRITMIAS
SUPRAVENTRICULARES

 Massagem carotídea
 Manobra de Valsalva
 Reflexo do Mergulho (água gelada na face) 
 Pressão sobre o globo ocular
  Segurar a respiração
 Toque retal
 Tosse
 Respirações profundas 
 Engasgo 
 Troca de Acessos intracardíacos
 Posição de Trendelenburg 
 Passagem de SNG / SNE
MANOBRA VAGAL NAS TAQUIARRITMIAS
SUPRAVENTRICULARES

INDICAÇÕES:

 Taquicardias  Supraventriculares : Reversão x Lentificação 

 BAV de 2 grau — SupraHissiano x InfraHissiano 

 Síncope — nos casos de hipersensibilidade do seio carotídeo.

CONTRA­INDICAÇÕES:

 História prévia de AVC / AIT em qualquer momento

 História de IAM há < 6 meses

 Sopro carotídeo presente

 História de TV ou FV revertida
MANOBRA VAGAL NAS TAQUIARRITMIAS
SUPRAVENTRICULARES
MANOBRA VAGAL NAS TAQUIARRITMIAS
SUPRAVENTRICULARES

Efetividade das Manobras Vagais  nas TSV
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

A. Taquicardia ventricular;

B. Taquicardia supra-ventricular com bloqueio de ramo preexistente;

C. Taquicardia supra-ventricular com condução aberrante;

D. Taquicardia supra-ventricular (Fibrilação atrial / taquicardia antidrômica) com pré-excitação


ventricular (Wolf-Parkinson-White),

E. Marcapasso ventricular em condições específicas

F. Uso de drogas que alargam o QRS (classe IA ou IC)

G. Artefatos técnicos
SIM
Ausência de complexos RS de
V1-V6
TV S= 21%
E= 100%
SIM
Intervalo RS > 100ms em uma
ou mais precordiais
TV S= 66%
E= 98%
SIM
Dissociação AV
TV S= 82%
E= 98%

SIM Critérios de
Critérios Morfológicos V1-V2 e Brugada
V6 S= 99%
TV
(padrão de BRD ou BRE) E= 97%

Taquicardia Supraventricular
com Aberrância S= 96%
E= 99%
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO

Algoritmo para distinção de TV de


TSV com pré-excitação ventricular.
TAQUICARDIAS DE QRS LARGO
CARDIOVERSÃO ELÉTRICA & DESFIBRILAÇÃO
CARDIOVERSÃO ELÉTRICA & DESFIBRILAÇÃO
CARDIOVERSÃO ELÉTRICA & DESFIBRILAÇÃO
BRADICARDIA SINUSAL

ECG

 - Onda P: precede o complexo QRS em todas as derivações, positiva nas


derivações DII, DIII e aVF (parede inferior) e sem mudança da morfologia em um
mesma derivação.
 - Intervalo PR normal (0,12 – 0,20 s)
 - QRS: estreito
 - QT: variável de acordo com a FC
 - FC: abaixo de 60 bpm
BRADICARDIA SINUSAL
BRADICARDIA SINUSAL
BRADICARDIA SINUSAL
BRADICARDIA SINUSAL

SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

 Pode estar presente em crianças e indivíduos jovens, particularmente


durante o sono quando atingem uma freqüência de cerca de 30 bpm com
pausas até maiores que 2 segundos, em alguns casos.
 -assintomático na maioria dos casos
 - sintomática (quanto menor a FC e a tolerabilidade do paciente): turvação
visual, pré-síncope ou síncope, descompensação da ICC, astenia, dispnéia.
BRADICARDIA SINUSAL

ETIOLOGIA

 - atletas
 - idosos / crianças
 - bradicardia sinusal assintomática familiar (mutação HCN4)
 - IAM parede inferior
 - Hipertensão intracraniana
 - apnéia obstrutiva do sono
 - hipotermia
 - hipotireoidismo
 - hipóxia
 - doença do nó sinusal
 - drogas: reserpina, metildopa, clonidina, cimetidina, amiodarona, digoxina, bloqueadores do
canal de cálcio, lítio, beta-bloqueadores
BRADICARDIA SINUSAL

TRATAMENTO

 - não indicado em pacientes assintomáticos


 - suspender ou diminuir dose da medicação supostamente bradicardizante
 - IAM parede inferior: responde na maior parte dos casos a atropina,
raramente necessitando de marcapasso temporário.
 - considerar marcapasso temporário naqueles pacientes em instabilidade
hemodinâmica decorrente da bradicardia e/ou que não responderam a
terapia farmacológica (atropina, dopamina).
 - variável conforme a causa precipitante (tratar a causa de base).
BAV DE PRIMEIRO GRAU

ECG

 - Onda P: precede o complexo QRS em todas as derivações, positiva nas


derivações DII, DIII e aVF (parede inferior) e sem mudança da morfologia
em um mesma derivação.
 - Intervalo PR aumentado > 0,20 s
 - QRS: estreito / alargado quando associado a bloqueio de ramo
 - QT: variável de acordo com a FC
BAV DE PRIMEIRO GRAU
BAV DE PRIMEIRO GRAU
SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

O Bloqueio de primeiro grau raramente é sintomático por si só, quando o faz está relacionado à
cardiopatia grave descompensada.

ETIOLOGIA

 - indivíduos saudáveis (intervalo PR geralmente não ultrapassa os 0,28-0,30s)


 - fibrose e esclerose idiopática do sistema de condução
 - doença isquêmica cardíaca
 - drogas: digital, bloqueadores do canal de cálcio, beta-bloqueadores, amiodarona
 - tônus vagal aumentado
 - doença cardíaca congênita
 - cardiomiopatias
 - valvulopatias
BAV DE PRIMEIRO GRAU

TRATAMENTO

 - geralmente não necessita de tratamento específico


 - pacientes com intervalo PR > 0,30s associado a bloqueio de ramo
apresentam maior chance de progressão do bloqueio atrioventricular para
o segundo ou até mesmo terceiro grau.
BAV DE SEGUNDO GRAU
 - Mobitz Tipo I (Wenckebach): presença de onda P precedendo o complexo QRS e
aumento progressivo do intervalo PR (por conseguinte diminuição do intervalo RR) em cada
batimento até que a próxima onda P não conduzirá. Geralmente o nível de bloqueio está no
nó AV.

 - Mobitz Tipo II: a onda P precede o complexo QRS e o intervalo PR e o RR é constante até
a onda P ser bloqueada em algum ponto abaixo do nó AV, não havendo condução para os
ventrículos.
BAV DE SEGUNDO GRAU

SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

 Mobitz I pode ocorrer em indivíduos saudáveis, atletas, idosos ou em


pacientes em uso de drogas bloqueadoras do nó AV. Os sintomas estão
relacionados quanto mais lenta a FC e o grau do bloqueio atrioventricular
(ex. 2:1 ou 3:2).

 Mobitz II os pacientes costumam ser mais sintomáticos, as falhas de


condução atrioventricular levam a pré-sincope, tontura, vertigem,
hipotensão e até mesmo síncope (chamada de Stokes-Adams).
BAV DE SEGUNDO GRAU

ETIOLOGIA

 - indivíduos saudáveis (Mobitz I)


 - fibrose e esclerose idiopática do sistema de condução
 - doença isquêmica cardíaca (IAM inferior)
 - drogas: digital, bloqueadores do canal de cálcio, beta-bloqueadores, amiodarona
 - doença cardíaca congênita
 - cardiomiopatias (Chagas)
 - valvulopatias
 - doenças neuromusculares com acometimento progressivo do sistema de
condução cardíaco (Síndrome de Sayre, Distrofia muscular miotônica, Distrofia
de Erb’s)
BAV DE TERCEIRO GRAU

Topograficamente o bloqueio pode se localizar:

 Nó AV (supranodal ou juncional)
 Feixe de His
 Ramos do feixe de His (infranodal)

ECG

 - Onda P: típicas quanto ao tamanho e forma


 - Intervalo PR: inexistente (não existe relação entre P e onda QRS)
 - QRS: estreito (Bloqueio supranodal) ou alargado (bloqueio infranodal)
 - QT: variável de acordo com a FC
BAV DE TERCEIRO GRAU
BAV DE TERCEIRO GRAU

ETIOLOGIA

 - IAM (parede inferior / artéria coronária direita)


 - fibrose e esclerose idiopática do sistema de condução
 - doença isquêmica cardíaca
 - intoxicação digitálica
 - doença cardíaca congênita
 - cardiomiopatias
 - Lupus neonatal (BAVT congênito)
 - Abscesso perivalvar
BAV DE TERCEIRO GRAU

SITUAÇÃO E QUADRO CLINICO

 - dor torácica
 - dispnéia
 - astenia
 -diminuição do nível de consciência
 -hipotensão
 -choque cardiogênico
 - ICC / congestão pulmonar
BAV DE TERCEIRO GRAU
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Taquicardia com pulso no PS  MOV / PA / ECG
 Instabilidade Hemodinâmica  dor precordial anginosa, hipotensão, 
choque, confusão mental  CVE sincronizada
 TAQUI QRS LARGO  é TV (prove que NÃO !!)
  QRS estreito e RR regular  TSPV, Flutter, Taqui Atrial
  QRS estreito e RR irregular  FA, Taqui BAV, TAM
  FA aguda : amiodarona ou CVE sincronizada 200j M (100­120j bifásico) 
escalonar após
 TV monomórfica estável, TV polimórfica com QTc de base normal ou 
qquer taqui QRS largo (a/e) : AMIODARONA
  Não USAR PROPAFENONA, IBUTILIDE se CARDIOPATA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 INTOXICAÇÃO DIGITÁLICA: qualquer ARRITMIA (exceto 
condução AV 1:1 ) – Taqui atrial com BAV variável, Taqui 
Bidirecional, Extrasístoles ventriculares (+ comuns) !
 TSPV : manobra vagal e ADENOSINA
  TV polimórfica tipo  torsades : magnésio IV, lidocaína (?)
 TV polimórfica com QTc de base normal: amiodarona ou lidocaína 
ou CVE sicronizada com 200j; se não reverter 300j  360j
 NUNCA use verapamil, diltiazem, digitálicos ou betabloqueadores 
nas taquicardias associadas à síndrome de WPW.

You might also like