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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

IMPACTOS DO PÓS-GOLPE NA POLÍTICA


HABITACIONAL NO GOVERNO TEMER

Thiago Nunes da Silva


Prof.ª Dra. Edna Tânia Ferreira da Silva
Orientadora

João Pessoa – PB
2019
JUSTIFICATIVA
O interesse pela temática surgiu devido a vivência no
Estágio Supervisionado I e II, do curso de Bacharelado em
Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba, na
Secretaria Municipal de Habitação (SEMHAB) de João
Pessoa, no setor social, que é responsável pela execução do
Trabalho Técnico Social com as famílias beneficiadas pelo
Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). A referida
experiência possibilitou o contato com várias famílias que
buscam o acesso à política habitacional, assim como as já
contempladas, constatando as formas de precarização da
política em seu ingresso ou permanência.
OBJETIVOS
• Geral
• Analisar os impactos na atual política habitacional durante o
governo Temer, cuja condução diminuiu os investimentos
financeiros e os subsídios para a área, colocando em
patamares mais elevados os riscos de acesso à moradia para
as famílias de baixa renda e a precarização do PMCMV
• Específicos
• Apontar tendências em torno da Política habitacional, diante
da ofensiva capitaneada pelo Governo Temer;
• Caracterizar as formas de precarização da política
habitacional inseridas, a nível nacional, pelo Governo
Brasileiro.
METODOLOGIA

• O referido estudo configura-se como uma pesquisa


bibliográfica, de viés qualitativo, sendo complementada
pela dimensão quantitativa.
• A pesquisa foi realizada através de consultas a dados
secundários em livros, teses, dissertações, artigos
científicos, jornais, revistas e sites acadêmicos que
abordam o tema.
• A pesquisa utiliza conceitos, variáveis e aspectos
históricos analisados na literatura clássica e
contemporânea a cerca da problemática.
CAPÍTULO 1: QUESTÃO URBANA E
QUESTÃO SOCIAL NO CAPITALISMO
1.1 - A formação do espaço urbano e a questão da moradia:
uma análise histórica
• Passagem do modo feudal para o modo de acumulação
capitalista;
• Revolução Industrial e êxodo rural;
• Crescimento desordenado das cidades e pauperização da
classe trabalhadora;
• Industrialização no Brasil e o crescimento das cidades com o
êxodo rural;
• Espoliação Urbana resultante deste processo legitimada pelo
Estado
CAPÍTULO 1: QUESTÃO URBANA E
QUESTÃO SOCIAL NO CAPITALISMO
1.2 - A questão urbana na contemporaneidade
• Crise do capital e o agravamento da crise urbana;
• Produção do espaço urbano como uma mercadoria do
capital;
• Autoconstrução como modo de sobrevivência e
reprodução da classe trabalhadora;
• Especulação imobiliária como sustento do déficit
habitacional;
• Divisão societária da cidade pelo poder aquisitivo;
CAPÍTULO 2: A POLÍTICA
HABITACIONAL NO BRASIL
2.1 – A política social da habitação nos governos do Brasil
• A falta do planejamento urbano prejudicou o controle e
ocupação do solo;
• Déficit habitacional crescente;
• Políticas públicas higienistas que agravavam o déficit;
• Início de uma política habitacional para determinadas
áreas de trabalhadores;
• Direcionamento das camadas de baixa renda para as
periferias;
• Ditadura Militar / SFH / BNH
CAPÍTULO 2: A POLÍTICA
HABITACIONAL NO BRASIL
2.2 – A Reforma Urbana e o direito à moradia
• Redemocratização e a participação das camadas sociais
na política;
• Constituição Federal de 1988 e a participação do MNRU
na Constituinte;
• Instituição da política urbana na Constituição;
• Estatuto da Cidade (2001) e o direito à cidade;
• Plano Diretor e a regulação do crescimento e uso das
cidades;
CAPÍTULO 2: A POLÍTICA
HABITACIONAL NO BRASIL
2.3 – Os governos Lula-Dilma e a política urbana
• Ministério das Cidades (2003) e a ampliação da política
urbana;
• Desenvolvimento da política habitacional e urbana (PNH,
PlanHab, FNHIS, SNDU, ConCidades);
• PAC e o desenvolvimento da infraestrutura das cidades;
• PMCMV como política habitacional brasileira;
CAPÍTULO 3: A EXPANSÃO DA
FINANCEIRIZAÇÃO DA MORADIA NO
BRASIL
3.1 – Antecedentes: a política habitacional nos governos Lula-
Dilma e o PMCMV
• PMCMV, criado em 2009, como medida anticrise à crise
mundial de 2008 no sistema financeiro imobiliário dos
Estados Unidos;
• O PMCMV tem como direcionamento a redução ao déficit
habitacional, 7,2 milhões na época, com 90% destes
inseridos numa faixa inferior a 3 salários mínimos;
• O TTS, inserido a execução do PMCMV, tem como objetivo a
seleção da demanda do programa e a
organização/acompanhamento da comunidade na
perspectiva de garantia de direitos sociais;
CAPÍTULO 3: A EXPANSÃO DA
FINANCEIRIZAÇÃO DA MORADIA NO
BRASIL
3.2 – A política neoliberal do governo Temer e a
progressiva destruição do acesso à moradia para os pobres
• PEC 55 e o congelamento do crescimento dos gastos
públicos;
• Reorientação neoliberal e cortes nas políticas sociais;
• Reforma Trabalhista e o desmonte da proteção dos
trabalhadores;
• Crescimento da pobreza e do desemprego no Brasil;
• Perda de investimentos na faixa 1 do PMCMV e a
diminuição da habitação de interesse social;
CAPÍTULO 3: A EXPANSÃO DA
FINANCEIRIZAÇÃO DA MORADIA NO
BRASIL
3.3 – Aspectos que configuram a precarização do PMCMV pelo
estado brasileiro
• Financeirização da política habitacional / fortalecimento do
mercado;
• Periferização da classe trabalhadora;
• Massificação da produção das moradias direcionadas a um
modelo familiar;
• Negação das necessidades familiares / Inadequação do
espaço;
• Piora no acesso dos equipamentos sociais;
• Má qualidade nas unidades habitacionais entregues;
Fonte: Rolnik et al, 2015, p. 397

• O estudo apresentado por Rolnik et al (2015), demonstra que


a habitação da população beneficiária sofreu melhorias com
os empreendimentos construídos pelo PMCMV, que ,em
relação as antigas, dispõem de uma infraestrutura mais
adequada;
• Contudo, surge um novo problema com a legalização de suas
moradias e os custos que elas atribuem, com água, luz,
condomínio, etc;
Fonte: Rolnik et al, 2015, p. 398

• A nova localização, todavia, não representa melhoria no


acesso à cidade, localizando-se em áreas periféricas e
distantes do tecido urbano, a população realocada tem
dificuldades no acesso aos aparelhos sociais;
• Contribuindo ainda mais no mantimento das famílias que,
por muitas vezes, dependem de algum tipo de benefício
social para a sua sobrevivência;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• A partir dos resultados apresentados, percebe-se a
indissociabilidade entre a questão da habitação, o espaço
urbano e o direito a cidade;
• O PMCMV demonstrou ser, contraditoriamente, um grande
plano econômico viabilizado pelo PAC com o viés de política
anticrise. Atendendo as demandas do capital financeiro e
construtor, gerando empregos, rotatividade de mão de obra
e aquecimento da economia;
• O desenvolvimento da política neoliberal de Temer, com
congelamento do orçamento para as políticas, retirada de
direitos trabalhistas e favorecimento do lucro das elites,
ocasionaram a diminuição progressiva do PMCMV, havendo
cada vez menos acesso às faixas mais carentes da população,
onde há um maior investimento do governo e menor lucro
das empreiteiras.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Dessa forma, sabendo que a produção de novas unidades
habitacionais não diminui o déficit habitacional, entende-
se a existência de aspectos da precarização do programa
pelo não atendimento das necessidades adjacentes à
moradia, o que é agravado pela política de desmonte do
Estado executada no governo Temer.
• No mais, apesar da conjuntura desfavorável, considera-se
fundamental a garantia do direito de morar na cidade, e
que a luta social e a resistência dos trabalhadores
potencializem a defesa do direito a uma moradia digna,
que enfrente o desmonte do Estado e a ofensiva do capital
que se dá no governo Bolsonaro.
OBRIGADO !

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