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PSICODRAMA

Jacobo Levi Moreno


 Nasceu na Romênia em 1982 e faleceu nos EUA
em 1974.

 “Homem de ampla cultura e fortes idéias


religiosas e filosóficas, possuidor de uma
personalidade com marcadas características
histriônicas, amante do teatro e incansável
investigador do homem e seus vínculos, deixou-
nos uma vasta obra escrita e um movimento
psicodramatico que abrange a América a Europa
e Ásia”. ( Garcia,1986)
 Desafiou as críticas, as Tradições Sagradas
de sua época. Sua rebeldia está presente
em todas as suas obras.

 Destacou-se por seu interesse no social, nos


marginais, e rompeu com o movimento
médico de sua época, atacando os valores
oficiais caducos, vazios e falsos.

 Teoria baseada na concepção do homem e


sua saúde. Núcleo: espontaneidade, o
otimismo sobre o vital, o amor, a caterse e
os papéis que o eu do individuo vai
formando.
 Axiodrama – Reencontro com os
verdadeiros valores éticos, religiosos e
culturais em uma forma dramática
espontânea (Primeiro conteúdo do
Psicodrama).

 Sociometria é uma ciência da ação.


Tem três ramos: O sociodrama, a
psicoterapia de Gruupo e o
Psicodrama.
Teoria do Psicodrama
 Catarse: significa purificação.

 Já usado por Aristóteles.


 Freud no principio dá uma importância
fundamental, a ´partir de Breuer, no
tratamento da histeria. Embora,
posteriormente, relativize tal valor no
processo de cura.
Psicotécnica – Treinamento da
Espontaneidade
 Parece paradoxo, no entanto é uma
ferramenta que procura resgatar no
homem a espontaneidade perdida ao
longo de sua existência.
Psicologia Genética:
 -A criança ao nascer realiza o seu primeiro ato criativo
Primeiro ato de catarse de integração.

 Nasce com uma capacidade criadora própria do ser


humano (Igual a Deus, o homem e tem a capacidade de
criar) que irá se completando com a a maturidade a
ajuda dos outros.

 A criança desenvolve essa capacidade criadora e se


atrofia em menor ou maior grau de acordo com o tipo
de relações e na medida em que as “tradições culturais”
lhe sejam impostas.
Psicologia Genética:
 Os agentes da sociais lhe submetem, durante o
desenvolvimento, condutas esteriotipadas,
repetitivas, ritualistas, muitas delas para ela e
para os demais vazias de significado, assim
como também ajudam o desenvolvimento da
espontaneidade.

 A “filosofia do momento”:
O ato espontâneo está intimamente ligado ao
instante. “aqui e agora”.
Três fatores essenciais:

 Lócus: lugar onde se implanta o status nascendi


ou processo de crescimento e a matriz, ou seja,
o elemento que a constitui.
 No organismo humano: O lócus é a placenta, o
status nascendi é o tempo de gravidez e matriz
é o óvulo fecundado.
 O corpo da criança é o status nascendi da
espontaneidade, com pontos focais ou zonas.
Vive num apetite de atos.
Evolução da Imagem do mundo
da criança
 Matriz de identidade total: Primeiro universo: tudo é um

 Matriz da Identidade Total diferenciada: Diferenciam-se


as unidades, porém têm o mesmo grau de realidade: os
indivíduos, os objetos imaginário e os reais.

 Matriz de lacuna entre fantasia e realidade. Começam a


organizar dois mundos, o da realidade e o da fantasia.
Teoria dos Papéis e Desenvolvimento da
personalidade
O desempenho de papéis é anterior ao
surgimento do eu. Os papéis não emergem do
eu; é o eu quem, todavia, emerge dos papéis"
Moreno (1978).

 Três tipos de Papeis: (considera-os como "Eus" parciais).


 os fisiológicos ou psicossomáticos,
 os psicológicos ou psicodramáticos
 e os sociais;
Teoria dos Papéis e desenvolvimento da
personalidade

 Desenvolvem-se gradualmente vínculos


operacionais entre papéis sociais,
psicológicos e fisiológicos (os Eu´s
Parciais) para se identificar e
experimentar, após sua unificação, aquilo
que é chamado “Eu”.
 Corpo ,psique e sociedade são as partes
intermediárias e integrantes do Eu total.
Dinâmica da sessão
 No Psicodrama, as sessões são geralmente
semanais, com duração de uma hora e meia a
duas horas.
 A duração do processo é determinado pela
equipe e pelo próprio indivíduo em cada caso.
 Uma sessão pode ser iniciada quando a
maioria dos membros do grupo estiver
presente e vai desenvolver-se ao longo de
três etapas sucessivas. São elas:
Aquecimento;
Dramatização;
Comentários
Aquecimento ou Warming up
 Aquecimento ou Warning up é a primeira etapa da
sessão, e corresponde ao conjunto de procedimentos
que intervêm na preparação do organismo para a ação,
nessa etapa ainda não se vislumbra o protagonista.
Dramatização
 A dramatização surge em continuidade com o
aquecimento específico, quando o protagonista é
convidado a colocar em cena a temática
encontrada, exprimindo-se agora
fundamentalmente pela ação.

 Com a ajuda do diretor, o protagonista pode


encenar situações, personagens ou outros que
mobilizam os afetos correspondentes, ao mesmo
tempo, que interage com o(s) ego(s) auxiliar (es),
com quem estabelece vínculos.
Comentários
A fase dos comentários é o momento de
expressar os sentimentos e impressões
evocadas durante a ação.

 Segundo Rojas-Bermúdez, a idéia


elementar dessa fase, é a da
“ressonância”, ou seja, a ressonância
afetiva.
Técnicas do psicodrama
 Duplo
 Espelho
 Inversão de papéis
 Solilóquio
Moreno estabeleceu cinco elementos ou
instrumentos para o Psicodrama. São eles:

 Cenário

 Protagonista

 Diretor

 Ego-auxiliar

 Público
Cenário
 É o espaço dramático onde se desenvolve a
cena.

 Nesse espaço vital ocorre a possibilidade de


nexos e conexões entre o imaginário, o
simbólico e o real.

 No cenário desdobra-se a produção e podem-se


representar fatos simples da vida cotidiana,
sonhos, delírios, alucinações.
Protagonista
 É quem protagoniza seu próprio drama.

 Representa a si mesmo e seus personagens


são parte dele.

 O protagonista pode ser um indivíduo, uma


dupla ou um grupo.
Diretor
 O diretor psicodramático é também o
psicoterapeuta do grupo

 Ele tem uma dupla função dependendo do


momento da sessão.

 O diretor de Psicodrama está atento a toda a


informação ou dado que o protagonista dê,
para incluí-la nacena, guiando e ajudando a
chegar à cena com espontaneidade ( através do
aqueciemento).
 Começada a cena, o diretor se retira do espaço
dramático e somente intervêm se é necessário
incluir aguma técnica ( inversão de papéis, etc),
dando ordens ao protagonista ao ego-auxiliares.

 No momento dos comentários, posterior a


encenação, atua como um membro a mais no
grupo ou cala e se retira (dependendo das
diferentes escolas).
Ego-auxiliar

 Tem a função de auxiliar o protagonista,


dramatizando papéis que este lhe indique
e que necessite para realizar a cena.
Também recebe ordens do diretor.
Público
 É o grupo terapêutico.

 O público pode ser de dois modos:


 Poucas pessoas - Famílias, duplas, grupos terapêuticos,
operativos, de treinamento, de formação.
 Muitas pessoas - Psicodrama público ou grandes
grupos.

 O público é imprescindível para a realização do


Psicodrama, por que são parte do mesmo, completando
o que acontece na cena.
 Moreno distingue três procedimentos segundo o
objeto de estudo para se abordar quando se
dramatize. São eles:

 Psicodrama – Tratamentos dos conflitos


individuais.
 Sociodrama – O objeto de estudo são os grupos
sociais.
 Role Playing – Quando o Psicodrama é utilizado
para a formação e treinamento de papéis e
técnicos.
PSICODRAMA PSICANALÍTICO

Aplicações grupais
 O contexto social influencia e é influenciado pela
vida dos grupos.
 O ser humano, desde seu nascimento, luta para
pertencer a grupos, ser aceito, vincular-se.
 Além dos grupos primários que vão constituindo
nosso grupo interno, existe uma série de grupos
sociais ao longo da história, com os quais o homem
estabelece laços: grupos políticos, religiosos, etc.
 Ao se pensar num critério de saúde que abranja
o homem em sua totalidade, não se pode
esquecer que este é um ser social.

 Como relata Moreno, Anzieu e outros o


Psicodrama, nasceu na França em 1944.

 Os Lemoine, representantes do Psicodrama


freudiano, fazem parte de uma corrente na qual
qual a cena dramática é reconhecida na função
de concentrar o drama e permitir que apareçam
novos significantes.
 CEFRAP (fundado em 1962) - Essa linha
investiga a dinâmica da personalidade e dos
grupos, dando ao Psicodrama um valor de
comunicação simbólica.

 Na América Latina o primeiro país a estudar e


aplicar o Psicodrama foi a Argentina, 1962.

 A teoria moreniana se torna pouco sólida, se


comparada a teoria psicanalítica, no entanto
alguns aspectos não são excludentes, mas se
complementam.
A cena dramática sob o enfoque de Moreno
e da Psicanálise

 Do ponto de vista de Moreno, a cena dramática


fundamenta seu valor da seguinte maneira: A
representação simbólica é liberadora, é uma
segunda vez, é a forma que adquirem o passado
e o futuro, no presente.

 O objetivo é que o indivíduo seja em cena, o


que é, porém mais profundamente, mais
claramente que na vida real.
 Sob o enfoque da psicanálise, a cena dramática é
vista como um via de abordagem do inconsciente,
uma via de exploração e elaboração tanto do
protagonista como de seus companheiros de
grupo.
 A cena é a “representação” do passado, um lugar
simbólico que permite ao imaginário se revelar,
através das cenas atuais ou manifestas, onde se
pode elaborar ou explorar conflitos do mundo
exterior, encontrando sua conexão com o mundo
interno dele ou dos indivíduos, em sucessivas
ações dramáticas com cenas antigas e
inconscientes.
 Existe uma série de convergências entre a
Psicanálise e a teoria de Moreno. Por exemplo:

a) Valor da representação (Moreno).

b) Valor do “Encontro” e do compartir (Moreno).

c) A respeito da transferência, para Moreno, é o


patológico do fator Tele, é estar conectado
consigo mesmo, não com o outro.
A transferência para a Psicanálise tem o
objetivo de estabelecer vínculos em
situação.
A diferença ocorre porque a psicanálise,
privilegia, trabalha com e a partir da
transferência. Já Moreno vê a
transferência como um obstáculo. Com
relação a como a transferência se dá no
Psicodrama psicanalítico, existe diferenças
entre os diferentes autores.
Paul Lemoine afirma a necessidade de
diferenciar Psicodrama e Psicanálise.
 Na psicanálise a análise se dá através da
transferência e da frustração.
 Já no Psicodrama a transferência não se
situa na súplica do amor num só terapeuta
e assim não se pode nem frustrar nem
manejar a transferência
Transferências múltiplas e laterais no
grupo.
 Béjarano (do grupo de CEFRAP) distingue várias
vinculações ou objetos transferenciais nos grupos:
 Dos terapeutas entre si
 De cada um dos integrantes com cada um dos
demais.
 Com o grupo como unidade.
 Com o terapeuta ou os terapeutas.
 Com o exogrupo.
 Dele ou os terapeutas com o grupo e cada um de
seus membros.
 Ganha-se uma complexidade a mais quando
se incorpora o que acontece
transferencialmente com:
 1) A escolha do protagonista e do tema a
dramatizar.
 2) A escolha que o protagonista faz da cena a
dramatizar e dos Egos-auxiliares.
 
Interpretação
 Lemoine diz que os que fazem as duas
coisas: dramatizar e interpretar,
prejudicam na analise.
 Considera que se deve pensar no
Psicodrama psicanalítico, como uma coisa
só, integrando o dramático e o verbal.
Coordenador
 O narcisismo do coordenador é
apresentado de forma mais exposta. Além
disso, há um difícil equilíbrio que o
coordenador deve conseguir entre o
contexto sociocultural e a tarefa analítica.
 As transferências do coordenador refere-se
as múltiplas cenas com as quais este se
defronta, as diversas cenas que revive no
seu trabalho.
Obrigado!

A Equipe:

Wanessa
Lidivânia
Izaias

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