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AVALIAÇÃO DE UM
TRAUMATIZADO
Isabel Novais
2006 - 2007
TRAUMA
Porquê?
A “guerra” do Século XXI
Os números da “Guerra do Trauma”!
3,2 milhões de morte por trauma
3000 mortes/dia
30000 feridos graves/dia
Nos países em vias de desenvolvimento, as mortes
em acidentes de viação já são superiores às mortes
por doenças infecciosas
Atinge principalmente a população jovem
É a principal causa de morte antes dos 35 anos, nos
países industrializados
Em 2020 será a segunda ou terceira causa de
morte, em todos os países
TRAUMA
O que se tem feito:
1988:uma investigação do “Royal
College of Surgeons” chega à conclusão
que 1/3 das mortes por trauma que
ocorrem após a entrada no hospital,
podem ser evitadas
Falha de diagnóstico
Hipóxia
Hemorragia continuada
Atraso na indicação cirúrgica
TRAUMA
Mortalidade trimodal
Minutos iniciais
Lesões neurológicas
Lesões vasculares
40% evitáveis com programas de prevenção
Primeiras Horas
Problemas respiratórios
Problemas circulatórios
Mortes maioritariamente evitáveis
Dias ou Semanas
Sépsis
ARDS
TRAUMA
O que se tem feito:
Presença de médicos mais diferenciados
na recepção e tratamento inicial dos
traumatizados graves
Cursos avançados de trauma
TRAUMA
O que falta!
ORGANIZAÇÃO
TRAUMA
Organização:
Prevenção
Cinto de segurança
Cadeiras para crianças
Capacete nos motociclos
Restrição de alcool
Segurança dos veículos
Educação / formação
Comunicações
Equipamento
Formação
Articulação e hierarquização das estruturas e
serviços
TRAUMA
Tratamento pré-hospitalar
Variável de país para país
Variável dentro do mesmo país
Falta de formação com uniformização de
procedimentos
Falta de comunicação entre profissionais no
pré-hospitalar e hospitalar
TRAUMA
Admissão hospitalar
Noite
Profissionais júnior, menos experientes
Falta de equipes de trauma organizadas
Atraso nos procedimentos
Atraso nos diagnósticos
Atraso no tratamento
Diminuição da sobrevida
Conhecimento deficiente da patofisiologia do
trauma
Atraso no diagnóstico
TRAUMA
ORGANIZAÇÃO - Como se consegue?
Cursos de trauma
Uniformização de procedimentos
Equipes de trauma
Formação generalizada a todos os
médicos, enfermeiros e técnicos de
saúde
BIBLIOGRAFIA
Trauma Resuscitation – The Team
Approach
C. Gwinnutt e P. Driscoll
(Programa Europeu de Trauma)
ATLS – Advanced Trauma Life Support for
Doctors
Curso Avançado de Trauma
REANIMA
TRAUMA
Equipe de trauma
Grupo de pessoas, com a formação adequada
para lidar com indivíduos politraumatizados,que
trabalham em conjunto
Organização Horizontal: cada membro da
equipe tem tarefas específicas atribuídas, que
se vão desenrolar simultâneamente
Imprescindível um “lider” de equipe
Diminuição dos tempos de reanimação
Melhoria da sobrevida
Diminuição do “stress” nos procedimentos
iniciais
AVALIAÇÃO DE UM
TRAUMATIZADO
FASE PRÉ-HOSPITALAR
Assegurar a via aérea, controlar
hemorragias externas, imobilização do
doente e transporte imediato para o
hospital mais adequado
Avisar o hospital com antecedência da
chegada do doente
Obter e transmitir informações relativas
ao doente e circunstâncias do trauma
AVALIAÇÃO DE UM
TRAUMATIZADO
ADMISSÃO
HOSPITALAR
AVALIAÇÃO DE UM
TRAUMATIZADO
3 Fases
Avaliação primária e reanimação
Avaliação secundária
Tratamento definitivo
AVALIAÇÃO DE UM
TRAUMATIZADO
Regras Gerais
No máximo, 6 elementos em contacto directo com o
doente
Precauções universais em todos os doentes
Luvas
Aventais
Óculos/Viseiras
Todos os doentes devem ser assumidos com
seropositivos
Mobilização de doentes
5 pessoas
Protecção da coluna cervical
Maca rigída
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E
REANIMAÇÃO
Objectivo: identificar e tratar
imediatamente qualquer condição que
ameace a vida
Tarefas a cumprir:
Assegurar a via aérea e o controle da coluna
cervical
Assegurar a ventilação
Assegurar a circulação
Avaliar disfunção do SNC
Exposição do traumatizado
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E
REANIMAÇÃO
A: Airway
B: Breathing
C: Circulation
D: Dysfunction of the CNS
E: Exposure and Environment
A:
Assumir sempre que há lesão da coluna
cervical
Não mobilizar a cabeça ou o pescoço
2 indivíduos:
1 imobiliza a coluna cervical
1 fala com o doente
A causa mais frequente de obstrução da via
aérea é a língua
Elevação do mento
Protusão da mandíbula
Guedel
A:
Elevação do mento e luxação da
mandíbula
A:
Tubos de Guedel
A:
Outras causas de obstrução da via
aérea:
Vómito
Debris
Aspiração da cavidade oral com aspirador
rigído
SNG
Se não houver reflexo faríngeo
Não introduzir por via nasal se trauma facial
ou da base do crâneo
A:
O2 a 100% - máscara de alto débito a
12/15 l/min
Inspecção do pescoço
Tumefacções e feridas
Enfisema subcutâneo
Desvio da traqueia
Distensão das veias cervicais
Crepitação laríngea
Colocar colar cervical e imobilizador cervical
Excepto em doentes que não se consegue imobilizar
A:
Imobilização cervical
B:
5 condições de risco imediato de vida
Pneumotoráx hipertensivo
Tamponamento cardíaco
Ferida torácica aberta
Hemotoráx maciço
“Volet costal” (Retalho costal móvel)
Avaliar:
FR
Esforço respiratório
Inspecção do toráx bilateralmente
B:
Pneumotoráx Hipertensivo:
“Abocath” 14 no 2º EIC, LMC
Dreno torácico
Hemotoráx maciço (>1500 cc):
Dreno torácico
Rx toráx
Feridas torácicas abertas:
Encerramento com penso de Ashermann
Dreno torácico
Tamponamento cardíaco:
Aspiração por punção percutânea sub-xifóide
B:
PNEUMOTORÁX
B:
PNEUMOTORÁX
B:
PNEUMOTORÁX HIPERTENSIVO
B:
PNEUMOTORÁX HIPERTENSIVO
B:
HEMOTORÁX
B:
COLOCAÇÃO DE DRENO TORÁCICO
B:
Colocação de dreno torácico
B:
RETALHO COSTAL MÓVEL
(“VOLET COSTAL”)
B:
PERICARDIOCENTESE
C:
Controle das hemorragias externas com
compressão directa
Não fazer torniquetes ou garrotes
Monitorizar:
FC; TA;ECG
Avaliar indicadores de CHOQUE
Coloração da pele
Pele fria e suada
Tempo de reposição capilar
FC
TA
Nível de consciência
C:
2 acessos venosos
Acesso venoso central
Femural
Evitar subclávia por risco de lesão iatrogénica
torácica
Colheitas de sangue
Grupo e reserva de sangue
Hemograma completo
Função renal e electrólitos,glicose
Teste de gravidez
C:
Administarção de fluidos
Cristalóides / colóides
500 – 1000 cc cristalóides (30’)
300 – 500 cc colóides (30’)
Fluidos aquecidos
D:
ESCALA DE GLASGOW
Olhos abertos
Espontâneamente 4
À voz 3
À dor 2
Sem resposta 1
D:
ESCALA DE GLASGOW
Resposta verbal
Orientada 5
Confusa 4
Inapropriada 3
Incompreensível 2
Nenhuma 1
D:
ESCALA DE GLASGOW
Resposta motora
Obedece a ordens 6
Localiza a dor 5
Flexão normal ao estímulo doloroso 4
Flexão anormal ao estímulo doloroso 3
Extensão ao estímulo doloroso 2
Nenhuma 1
D:
Causas de alteração do estado de
consciência:
Traumatismo cerebral
Diabetes / Insulina
Venenos
Alterações psiquiátricas
Choque
Alcool
Epilepsia
Infecção
Opiáceos
Alterações metabólicas
E:
Morfina EV
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Objectivos:
Examinar o doente na sua totalidade
Colher uma história clínica completa
Assimilar e integrar todas as
informações, clinicas, laboratoriais e
imagiológicas
Formular um plano de tratamento
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Exames radiológicos:
Rx toráx
Rx bacia
Rx coluna cervical
Devem ser visualizadas as 7 vértebras cervicais
e a junção C7-T1
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
RX TORÁX
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
RX CERVICAL
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Estado neurológico
Escala de coma de Glasgow
Resposta pupilar
Avaliação de sinais de lateralização
Exame do SNP
Avaliação motora
Avaliação sensitiva
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Choque neurogénico
Redução do tónus simpático
Redução do tónus vasomotor
Vasodilatação periférica
Hipotensão
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Couro cabeludo
As lacerações a este nível podem originar grandes
perdas de sangue, com consequente hipovolémia
Base do crâneo
Equimose sobre a mastóide – sinal de Battle
Perda de LCR pelo ouvido ou nariz
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Olhos
Exame antes do edema
Pesquisa de corpos estranhos
Pesquisa de reflexos
Face
Apenas as lesões que causem obstrução da
via aérea têm que ser tratadas de imediato
Fracturas do 1/3 médio da face
Fracturas da base do crâneo
Fracturas da mandíbula (perda da
estabilidade da língua)
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Pescoço
Abdómen
O objectivo desta avaliação é determinar se é ou
não necessária uma laparotomia
A avaliação de todo o abdómen inclui o períneo
e a bacia
Deve ser sempre realizado toque rectal
Tonicidade do esfíncter
Traumatismo anal ou rectal
Fracturas pélvicas
Posição da próstata
Presença de sangue de origem intestinal
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Abdómen
Sinais suspeitos de lesão uretral no sexo
masculino
Equimose em redor do escroto
Sangue ao nível do meato uretral
Próstata em localização elevada (toque
rectal)
Fractura de ramo púbico
Incapacidade de urinar
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Abdómen
Equimoses e feridas
Avaliação da profundidade das feridas
Não introduzir quaisquer objectos a través
delas
Cobrir vísceras expostas
Palpação abdominal sistematizada
Àreas específicas de dor/defesa
AVALIAÇÃO DE UM
TRAUMATIZADO
Abdómen
Suspeitar de Hemorragia intra-abdominal
Fractura dos arcos costais anteriores mais
inferiores, quer à direita (figado), quer à
esquerda (baço)
Instabilidade hemodinâmica
Marcas do cinto de segurança na parede
abdominal anterior
Equimoses ou marcas de estiramento sobre a
parede abdominal anterior
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Extremidades
Imobilização
Diminuição do movimento da fractura
Diminuição da dor
Diminuição da hemorragia
Diminuição do risco de embolia gorda
Diminuição do edema e destruição tecidular
secundária
Todas as feridas associadas a fracturas expostas
devem ser limpas e cobertas com penso oclusivo
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Região dorsal
Cuidados na mobilização quando há
suspeita de lesão medular
Avaliação do risco de desnvolvimento de
úlceras de pressão
Doentes com lesões medulares
Doentes idosos
HISTÓRIA CLÍNICA
Fornecedores
Cuidados pré-hospitalares
Familiares
Médico de família
Registos hospitalares
Elementos importantes – AMPLE
A – alergias
M - medicamentos
P – história médica passada (Past medical
history)
L – Ùltima refeição (Last meal)
E – Circunstâncias do acidente (Events ...)
ASSIMILAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Reavaliações repetidas
AVALIAÇÃO DE UM
TRAUMATIZADO
O TRATAMENTO DEFINITIVO SÓ SE
PODE INICIAR DEPOIS DO DOENTE
TER SIDO ADEQUADAMENTE
AVALIADO E REANIMADO
AVALIAÇÃO DE UM
TRAUMATIZADO