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A ERA DOS SANATÓRIOS

Dr. Paulo Gurgel


HIPÓCRATES, 460 aC

Identificou a phthisis como a mais disseminada doença do seu


tempo e observou que ela era quase sempre fatal. Devido a esse último
aspecto, Hipócrates escreveu algo sobre a doença que nenhum médico de
hoje se atreveria a fazê-lo: uma advertência a seus colegas para que não
visitassem os casos da doença em estágios tardios, pois as suas mortes –
inevitáveis – poderiam causar danos à reputação dos médicos.
REPÚBLICA DE LUCCA, 1699

Um edito estabelecia “a partir de então, que a saúde humana não


poderia mais sofrer os riscos da exposição aos objetos dos consumptivos
mortos; e que os nomes dos falecidos deviam ser informados às
autoridades para que fossem tomadas as medidas de desinfecção.”
ESCRÓFULA
“o Rei te toca, Deus te cura”

Andrés Laurens, 1609


MARTEN, 1720

O médico inglês Benjamin Marten foi o primeiro a conjeturar, em


sua publicação, A New Theory of Consumption, que a tuberculose
poderia ser causada por "wonderfully minute living creatures", que uma
vez havendo ingressados no corpo humano poderiam gerar as lesões e os
sintomas da doença.
BREHMER, 1854

Hermann Brehmer, um estudante de botânica da Silésia, sofrendo


de tuberculose foi instruído por seu médico a procurar um clima mais
saudável. Ele viajou ao Himalaia onde podia prosseguir os seus estudos
botânicos, enquanto tentava curar-se da doença. Retornou curado e
iniciou-se a seguir nos estudos da medicina. Em 1854, apresentou a sua
tese sob o auspicioso título de Tuberculose é uma Doença Curável. No
mesmo ano, construiu uma instituição onde os pacientes tuberculosos,
além do repouso e da boa alimentação, eram submetidos às excelências
do clima de Gorbersdorf.
TRATAMENTO
HIGIENO-DIETÉTICO

• Clima
• Repouso
• Alimentação
VILLEMIN, 1865

Em 1865, o médico militar francês Jean-Antoine Villemin


demonstrou de forma simples que a consumpção podia passar de seres
humanos para o gado bovino e deste para os coelhos. Baseado nestas
experiências, Villemin postulou a existência de microrganismos
específicos como causa da doença, finalmente contrariando a crença da
origem espontânea para a consumpção.
KOCH, 1882

Identificação do agente: M. tuberculosis


ROENTGEN, 1895

Descoberta e Emprego
dos Raios X
COLAPSOTERAPIA GASOSA

Pneumotórax (Forlanini, 1882)


Pneumoperitônio
Frenicoparalisia
JACOBAEUS, 1910

Jacobaeus HC. Ueber die Möglichkeit die Zystoskopie be Untersuchung seröser


Höhlungen anzuwenden. Munch Med Wochenschr. 1910;57:2090-2092
COLAPSOTERAPIA CIRÚRGICA
RESSECÇÕES PULMONARES
HELIOTERAPIA
OUTRAS TERAPIAS

• Tuberculinoterapia (Koch, 1890)


• Sais de ouro
• Sais de cobre
• Gluconato de cálcio
• Vitaminas
• Óleo de fígado de bacalhau
• Creosoto
• Etc
25% de curas
A ERA DOS SANATÓRIOS
NO BRASIL

• Campos do Jordão – SP
– 1880s: afluxo de enfermos
– 1914: ferrovia
– 1930s: 15 sanatórios
• Garanhuns – PE: Tavares Correia (1929)
• Complexo de Curicica – RJ (1951, 1200 leitos)
• Outros
NO CEARÁ

• Santa Casa da Misericórdia (1930s, 60 leitos)


• Sanatório de Messejana (1933, 20 leitos)

• Sanatório de Maracanaú (1952, 417 leitos)


WAKSMAN, 1944
Streptomyces
griseus

Estreptomicina: 1º antibiótico tuberculicida


A ERA DOS FÁRMACOS
• 1944: estreptomicina
• 1946: ácido p-aminosalicílico
• 1952: isoniazida
pirazinamida
ciclosserina
• 1956: etionamida
• 1957: rifampicina
• 1962: etambutol
A HOSPITALIZAÇÃO HOJE
A hospitalização é admitida somente em casos
especiais e de acordo com as seguintes prioridades:
meningoencefalite;
indicações cirúrgicas em decorrência da
tuberculose;
complicações graves da tuberculose;
intolerância medicamentosa incontrolável em
ambulatório;
intercorrências clínicas e/ou cirúrgicas graves;
estado geral que não permita tratamento em
ambulatório;
em casos sociais, como ausência de residência fixa
ou grupos com
Manual maior
Técnico possibilidade
para o Controle da de abandono,
Tuberculose - 2002
O período de internação deve ser reduzido ao mínimo
possível,
devendo limitar-se ao tempo suficiente apenas para
atender
as razões que determinaram sua indicação,
independente do resultado do exame bacteriológico,
procurando não estendê-lo além da primeira fase do
tratamento.

Manual Técnico para o Controle da Tuberculose - 2002


GRATO PELA ATENÇÃO

Dr. Paulo Gurgel


Hospital de Messejana
pgcs@ig.com.br

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